terça-feira, 30 de setembro de 2008

Uns curtas

Agora que o cara da Romênia saiu para ir em uma jornada como consultor em uma empresa chamada ThoughWorks, sobraram na equipe eu e mais dois desenvolvedores. Um deles é Chinês e tem uma queda pelo comunismo - ele é o líder técnico da equipe, espero que este lado "comunista" não se manifeste durante o projeto.

:-)

E o cara é gente boa, embora seja meio "Akira"- antes de cada jogada há de se pensar, pensar e pensar. É bom porque como eu sou um estilo mais "vamos fazer esta bagaça andar", uma coisa contrabalança a outra - como diria meu pai, Yin e Yang tem que estar em equilíbrio.

E o outro desenvolvedor, que eu achei que fosse ser o líder técnico, é bem experiente, mas meio tímido - fala com propriedade, mas precisa de um empurrãozinho às vezes. O cara gosta de pedalar todo o dia do trabalho para casa, e isto já é um pequeno sintoma de uma natureza mais introspectiva.

E eu estou gostando de trabalhar. Java 4 Real.

...

A família chega semana que vem! Yay! Já estou bolando um plano para arrumar a casa:

. Sábado eu ponho tudo no lugar e aspiro a casa;
. Domingo eu tiro o pó das coisas, limpo as janelas e monto o trem no quarto do Arthur.

Tão simples! O resto da casa está mais ou menos arrumado, então não devo ter muitos problemas na minha jornada.

...

E eu estou aqui comendo as almôndegas da Ikea. Com aquela geléinha pouco doce e mostarda. E uma garrafinha de água gelada para acompanhar. Vendo um programa sobre um navio gigante no Discovery Channel.

O que mais eu poderia querer desta vida?

:-)

...

Yay! Terça-feira a família volta!

...

Fui!

Happiness is only real when shared

Vejam o "Into the Wild"

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Polícia! Polícia! Parte II

Pois é. Parece que tinha alguém dentro da casa:

http://calgary.ctv.ca/servlet/an/local/CTVNews/20080929/CGY_shots_fired_080929/20080929/?hub=CalgaryHome

A polícia foi chamada porque ouviu um tiro. Infelizmente, um homem se matou dentro da casa, e a polícia, usando de toda precaução possível, invadiu a casa.


Police responded to a call of a shot fired in a home in the Albert Park area around 3:00 Monday afternoon.

The Tactical Team and Canine Unit were also called to the scene.

When police entered the home they found an older man dead from a self inflicted gun shot wound.

Police blocked off the surrounding area and locked down 3 schools until the area was contained.

Parents with kids at the schools were allowed to pick them up and bus scedules resumed.

Eu não sei o que aconteceu. Fora da casa havia um monte de móveis e bens pessoais, como se o dono estivesse mudando ou sendo despejado - mas eu acho que talvez amanhã no jornal saiam mais informações.

É um mundo estranho...

Polícia! Polícia!

Estava eu agora à tarde contemplando a vista da minha janela quando aparece um policial e entra pelos fundos da casa que fica do outro lado da rua. Não dou muita atenção, e então aparecem mais dois policiais. O burburinho atrás da minha mesa aumenta.

Mais uns minutos, a rua é fechada.

Logo depois, aparece um policial da força de elite, um sniper, com aquela roupa do exército e um rifle com mira telescópica. Ele se esconde no meio de alguns arbustos e a platéia aqui aumenta.

Vários minutos depois aparecem mais policiais ninjas perto da casa que parecia ser o alvo de toda a operação. Em um primeiro momento, eles (um grupo de 3, um atrás do outro) vão até a porta e voltam.

Logo depois, eu vejo os policiais ninjas atirarem um objeto e eu pensei "é uma granada". Batata. Mas é só uma "flash grenade", daquelas que só fazem barulho e emitem um clarão.

Desnecessário dizer que a platéia estava empolgada.

Uns minutos depois, eles filmam a porta da varanda da casa com o que parecia ser uma câmera pendurada na ponta de um bastão bem longo. A câmera fica lá por uns minutos e depois é recolhida.

Uns poucos minutos depois eles quebram o vidro da casa.

Mais uns minutos depois (parece o Akira, um amigo meu, jogando cartas - antes de cada descartada, cinco minutos de reflexão sobre o que fazer), e a câmera na ponta da vara de pescar é colocada por dentro do vidro quebrado.

E uns 5 minutos depois eles invadem a casa.

...

Não tinha ninguém lá dentro (pelo menos ninguém saiu preso). A SWAT de cá então chamou os policiais normais e tudo voltou à normalidade.

Quando a reportagem sair no jornal (tinha imprensa também), eu vou contar o que aconteceu.

Action!

É, Forest Lawn tem os seus problemas :-).

PS:

Várias pessoas viram e gostaram do "Into the Wild". É, realmente o filme é bom. E desculpem se eu falei que o carinha morre no final, é que a história é baseada em fatos reais, acho que não falar o que aconteceu é que nem falar de um filme sobre a Segunda Guerra Mundial sem dizer quem ganhou para manter o suspense :-).

domingo, 28 de setembro de 2008

Into the wild



É a história deste carinha aí embaixo:



Christopher McCandless

O filme é sobre a aventura deste jovem aí de cima - em 1992, ele foi encontrado morto em um ônibus no Alasca depois de passar dois anos na estrada - "Into the Wild" - em uma jornada que, eu diria, é de auto conhecimento.

Eu falei que ele morre no final? Olha a crítica do UOL:

SINOPSE

Após concluir seu curso na Emory University, o brilhante aluno e atleta Christopher McCandless abre mão de tudo o que tem e poderia ter numa bela carreira. Doa todas as suas economias - cerca de US$24 mil - para caridade, coloca uma mochila nas costas e parte para o Alasca a fim de viver uma verdadeira aventura. Ao longo do caminho, Christopher se depara com uma série de personagens que irão moldar sua vida para sempre.


SENSACIONAL. Detalhe para a passagem "irão moldar sua vida para sempre.". Alôôô. Você viu o filme? Dois anos não é para sempre. Come on!

Vamos ver a Revista Veja:

Em 1990, depois de se formar na faculdade com notas que facilmente o credenciariam a cursar direito na Universidade Harvard, o jovem Christopher McCandless doou todo o seu dinheiro – 24 000 dólares – a uma instituição de caridade, encheu uma mochila, entrou em seu carro velho e nunca mais foi visto pela família. Nos primeiros meses, enviou a eles um ou outro cartão-postal. Depois, nem isso. Os McCandless só vieram a saber novamente de seu filho em setembro de 1992, por meio de um relatório de autópsia: era de Christopher o corpo encontrado, já em avançado estado de decomposição, num ônibus velho que servia de abrigo a aventureiros no meio do Alasca. O que Christopher almejava com sua vida de andarilho e por que ele sucumbira durante a temporada como ermitão no Alasca foram as perguntas que o escritor Jon Krakauer começou a se fazer obsessivamente na ocasião. Krakauer, que também atravessara um período de isolamento radical na juventude, primeiro pesquisou a aventura e morte de Christopher para um artigo. Não foi o bastante para purgar sua inquietação. Ele refez então o percurso tortuoso do rapaz pelo país, entrevistou as pessoas com quem ele cruzara, e nas quais deixara impressões profundas, e ponderou os pequenos azares que culminaram em seu fim solitário. O saldo foi um livro quase hagiográfico na forma como identifica em Christopher um idealismo inflexível e uma coragem ilimitada na busca por seu modelo de pureza. Mais equilibrado, e mais comovente, é o filme homônimo, Na Natureza Selvagem (Into the Wild, Estados Unidos, 2007), que estréia nesta sexta-feira no país.

Dirigida por Sean Penn, esta adaptação destila o espírito que moveu Christopher McCandless: uma espécie de ideal americano de santidade, nascido do cruzamento do puritanismo com o fascínio pela vastidão do território. Um menino complicado e obstinado, filho de pais idem, Christopher desde pequeno revelara talento incomum para viver na natureza. Em algum ponto, passou a enxergar nela a resposta para sua rejeição às faltas dos pais e a seu suposto materialismo. Leitor fanático de Jack London e Henry Thoreau, grandes romantizadores da vida selvagem, meio que se convenceu de que retornar ao estado mais primitivo, sem dinheiro, sem bens e vivendo do que a natureza pudesse lhe oferecer, o faria exterminar seu falso "eu". Desprezou, porém, a lógica que fez a espécie prosperar: o acúmulo de técnica, de conhecimento e de estratégia. Se não tivesse rasgado seu mapa do Alasca, saberia que poderia ter cruzado um rio torrencial em outro ponto e assim retornado à civilização, como pretendia. Sem sabê-lo, teve de estender sua estada no ônibus abandonado até morrer de inanição e provável envenenamento por sementes nativas.

Nas mãos de Penn, e interpretado pelo magnético Emile Hirsch, o protagonista reencontra um âmago mais doce. Christopher, aqui, se parece menos com o profeta do livro e mais com o que provavelmente foi: um menino com muitas questões íntimas por resolver (há indícios de que ele jamais teve um relacionamento sexual, por exemplo), que teve a infelicidade de morrer por excesso de cura para seus males – mas que era capaz de imensa alegria, deslumbramento e generosidade. Essa é a imagem que Penn crava em seu desfecho. E é ela que faz Na Natureza Selvagem doer tanto.

É, ficou melhor.

Mas o filme é bom mesmo. Gostei. Agora eu tenho que ver Cidadão Kane, um filme Japonês e um outro filme que eu não lembro agora.

E eu estou resfriado. Saco.

Fui!

sábado, 27 de setembro de 2008

Resident Evil IV

Pois é.

Arrumei um jogo bom para o Wii. Um daqueles 3D que tem que ir matando um monte de zumbi pelo caminho, mas o legal do Wii é que é só mirar com o controle na tela e mandar brasa. Logo, logo, eu fecho o jogo, e aí...

... eu vou poder escrever mais no blog! Pois é, desde que eu comecei a tentar acabar este jogo o blog ficou meio abandonado. E eu também andava meio sem paciência para mexer com o computador em casa - coisas de quem trabalha o dia inteiro na frente de um.

Bom, novidades... Deixa eu ver:

. A Soraya volta dia 7 de Outubro. O dia de folga no trabalho já está marcado;
. Ontem eu tive uma reunião para discutir uma plataforma de desenvolvimento para um produto que a gente vai fazer - foi uma discussão interessante, com pontos de vista diferentes, um "shut up" aqui, um "you are not doing what I told you to do again" ali, e eu dizendo "eu já tenho a minha decisão, mais uma hora de reunião não vai mudar nada". Yeah!
. Ontem a gente foi em um bar chamado Kilkenny para beber em comemoração (?) à um cara que está saindo da empresa. O bar (pub) deve ter umas 30 TV's, os fãs de hockey costumam ir lá para acompanhar o jogo do Calgary Flames;
. Recebi um cartão de crédito hoje!
. Esgotei o limite do cartão de crédito hoje! (mas o limite é baixo e eu aproveitei para pagar uma conta);
. Hoje eu comprei o "pillow top" na Ikea. É como se fosse uma cobertura para o colchão, deve ter uns 5 ou 6 cm de espessura, e é bem macia. Vamos ver se as costas agradecem.

E é isso por hoje! Vou ver um pouco de TV!

Prometo escrever mais em breve.

Fui!

terça-feira, 23 de setembro de 2008

THE VOID

Sei lá porque lembrei da música Into the Void do Pink Floyd. Acho que o "THE VOID" era o blog, que anda sem muito conteúdo criativo nestas últimas semanas. É tudo culpa do carro! Agora eu não ando mais de ônibus e de trem e não vejo mais tantas pessoas estranhas como antigamente!

:-(

Brincadeirinha. Eu tenho ficado bastante em casa, e dá para falar da minha terapia do sono (eu dormi o final de semana inteiro) e dos filmes que eu ando vendo. Eu aluguei dois desenhos japoneses, Memories (muito bom) e Paprika (muito bom também). Ou, como diriam os puristas, é "animação" e não "desenho". Para mim se é desenhado, é desenho. Simples.

Eu também aluguei o primeiro Rambo, que aqui se chama "First Blood", mas infelizmente o bonitão aqui alugou Blu-Ray e Blu-Ray não toca no meu DVD. Foi uma pena, eu queria ver algum filme de ação vazio, e o primeiro Rambo era uma boa pedida.

Mas ação sem sentido por ação sem sentido, eu aluguei o filme Next, com o Nicolas Cage. É um filme em que ele consegue ver dois minutos no futuro. Apenas dois minutos, a não ser que ele esteja com a garota dos sonhos dele (que aliás deve ser a garota dos sonhos de muita gente), a Jessica Biel. O filme é médio, de médio para meia-boca - principalmente devido aos piores efeitos especiais já criados para um filme moderno.

...

O visto da Soraya saiu! E o do Arthur também! E o cartório reconheceu a minha assinatura meia boca (na verdade o carinha do cartório reconheceu a Soraya e reconheceu a assinatura mesmo com a mesma não batendo 100%). E eu reconheço que eu fiz umas repetições aí em cima, mas esta é minha assinatura, que deve ser reconhecida como minha marca registrada!

...

Esta semana eu faço 1000 KM com o carro. Sensacional. E eu consegui encher o tanque do carro! Aproveitei o valor baixo da gasolina (1.20 CAD, que nos últimos tempos é até barato), e coloquei 40 litros no bichão. A agulha até passou do "F" no marcador. Sensacional.

Em um destes dias de frio eu fui ligar o limpador traseiro e quem disse que ele dava sinal de vida? Mas à tarde, quando esquentou, ele funcionou que foi uma beleza. Acho que ele não é muito chegado no frio, coitado. Nem eu. Acho que nada funciona muito bem quando está frio.

...

Outono

O Outuno está à toda aqui em Calgary. O jardim está coberto de folhas amarelas e avermelhadas, e as árvores estão com aquela "cor" que a gente só costuma ver em filme. É bem bonito, mas, snif, é o presságio do inverno. A natureza sabe!

Mas a cidade realmente fica bonita. Eu não lembrava muito bem do Outono do ano passado, mas neste ano ele está bem, bem marcante.

Quando a Soraya chegar a gente tira umas fotos e coloca aqui.

Agora, fui!

domingo, 21 de setembro de 2008

Amigos!

Ontem a Soraya fez um churrasquinho com os nossos amigos na casa do pai dela. Faltou o Fabrício, que estava fazendo a mudança da namorida, a Cinara. E para não dizer que mesmo assim a trupe estaria completa faltou o Akira com a família. Mas de resto, estava todo mundo lá!

E é claro que a gente foi conversar pela web cam. E é claro que eles estavam mais para lá do que para cá e tocaram Wish You Were Here (do Pink Floyd), com direito a isqueirinho do lado de lá e do lado de cá (para quem não sabe, Wish You Were Here era a única música inteira que eu sabia tocar no violão e a gente sempre inventava de tocar).

Olha o Kb.Lo comigo no colo:



E eu com o Kb.Lo e a Alê:



Todo o povo (menos a Soraya, que estava atrás da câmera):



E a Soraya:



Pablo e Camila:



Boca e Lú:



Tutú:



Chuck assumindo a churrasqueira na falta do gaúcho aqui:



Sabrina não entendendo alguma coisa:



Êêê saudades. Foi que nem o Tutú disse ontem quando o Kb.Lo perguntou se ele gostava mais do Canadá do que do Brasil, e ele disse que "ele gostaria que fosse os dois
juntos". Profundo!

Uma das coisas que mais fazem falta aqui são os amigos! E os churrasquinhos com os amigos! E os barzinhos! E as viagens! Pena que agora, para mim, só ano que vem!

...

Hoje foi aniversário do meu pai, o Geraldão, como diz a Soraya. Olha ele aí com a esposa e o netinho:



Parabéns!!!

...

Hoje à tarde eu senti um cheirinho de churrasco à tarde e resolvi sair para jantar. Fui num lugar que eu acho que se chama Moxis, fica perto do Signal Hill e é super bonito. Quando a Soraya e o Arthur voltarem a gente vai jantar por lá. Existem alguns restaurantes sem noção aqui em Calgary que regulam o ar-condicionado para gélidos 17 graus, e fica DESCONFORTÁVEL ficar no salão por muito tempo. Este restaurante, assim como outros da cidade, tem um ambiente mais quentinho, e até lareira tinha.

E o bife era bão.

Bom, isso aí. Vou ver um pouco de TV, beber alguma coisa, e fazer o que eu mais fiz neste final de semana - dormir!

Fui!

sábado, 20 de setembro de 2008

Hoje a casa está uma beleza.

Acabei a pintura da mesa da sala, joguei fora o jornal que estava no chão (para não sujar o carpete de tinta), guardei os pincéis e todos os apetrechos, coloquei as cadeiras no lugar, joguei fora as garrafinhas vazias de água, coloquei a louça para lavar e lavei a pia, comi pizza, joguei fora os envelopes vazios e fiquei só com a correspondência, e agora até que não parece mais uma república.

Ufa.

Bom, ontem teve uma confraternização com o pessoal do trabalho. Como eu disse antes, comemoração de algum projeto do qual eu não fiz parte. Foi bem legal. Primeiro fomos em um campo de golfe, mas não para jogar golfe em si, apenas para bater na bolinha e tentar fazer ela ir o mais longe possível, o que eles chamam de Driving Range. Mais ou menos que nem este aí de baixo, mas beeeem mais simples:



E até que é legal. É meio difícil, é fato, mas é divertido. Vou tentar de verdade mais pra frente, e vamos ver o que acontece.

Agora eu preciso sair.

Fui!

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Soletrando

Uma das coisas que eu mais gostava de fazer no último trabalho em que eu falava Português (ou seja, no Brasil), era ter que soletrar alguma coisa usando o "código ofensivo":

. Ravi, como é que é mesmo?
. Cara, é EBRUCASDI.
. Cara, soletra!
. E que nem em Estúpido;
. B que nem em Burro;
. R que nem em Retartado;
. U que nem em Ultrapassado;
. C que nem em Cocô;
. A que nem em Anta;
. S que nem em Solitário;
. D que nem em Demente;
. I que nem em Idiota.

Sei lá porque cargas d'água, algumas pessoas ficavam ofendidas.

Vai saber.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Hmmm...

Não sei se fiz certo em escrever sobre o Brasileiro que foi baleado aqui em Calgary. Eu não gosto muito de escrever sobre estas coisas, não acho que é a cara do blog nem que seja a minha cara também.

Mas eu achei que devia escrever alguma coisa a respeito. O que está escrito, está escrito e por lá ficará.

...

Só para falar de outras coisas, hoje eu fui ver Batman pela última vez, SENSACIONAL de novo, cinema cheio dois meses depois da estréia. O carro se comportou bem, ontem eu resolvi o meu primeiro bug no trabalho novo, amanhã (Sexta-feira) tem uma confraternização paga pelo escritório para comemorar um projeto acabado (que eu não ajudei a acabar - mas eu faço parte do time, de qualquer jeito), e semana que vem tem outro come e bebe de graça com a empresa que me recrutou para este emprego.

Está passando Michael Clayton na TV e amanhã eu tenho que lembrar de devolver os filmes. Está tudo encaminhado para o visto da Soraya e eu preciso fazer alguma coisa para substituir a minha caminhada diária - já que agora é carro para cima e para baixo.

Boa noite amigos!

Fui!!!

E Calgary viu uma bala perdida...

Bom.

Ontem eu nem escrevi no blog. Tem uns dias em que eu só quero chegar em casa e ver TV - e, além disso, eu tinha a mesa da sala para pintar.

Acho que já é bem conhecido o que aconteceu aqui em Calgary na noite de Terça-feira. Um estudante Brasileiro, andando no centro da cidade às dez da noite após jantar com a namorada, foi atingido por uma bala perdida disparada de uma arma sacada por alguém que brigava por causa de drogas.
Our Worst Fear

CALGARY - A Brazilian student, strolling downtown Calgary after dining at a restaurant, was shot in the face and blinded in a case of what the city's police chief called his department's worst fear: an innocent passerby caught in growing gun violence involving drug trafficking and gangs.

Calgary Police Chief Rick Hanson said the 24-year-old shooting victim was walking with his girlfriend in the 500 block of Centre Street around 10 p.m. Tuesday when a drug-related fight broke out nearby. Gunfire erupted, and the victim was struck in the face. Hanson said the man will be permanently blinded by the injury.

"Last night, one of our worst fears (as a police service) came true. An innocent bystander was seriously injured as a result of a shooting incident in our city," Hanson said.

That incident was followed by two other shootings within 14 hours in the Calgary area. In the most recent shooting Wednesday afternoon, a man in the southeast neighbourhood of Queensland was shot outside his home and is now in hospital. According to one witness, at least one of the suspects involved in the attack was wearing a ski mask.

Just before midnight Tuesday, police found a man dead outside his home in Chestermere, a lake community just east of Calgary. RCMP Sgt. Patrick Webb said Wednesday that neighbours heard gunshots and, when police arrived, they found a man dead from gunshots in the front yard of a house.

"This was not a domestic shooting and not a random shooting," Webb said. "We feel that it was a targeted attack."

Webb said a witness reported seeing a person in dark clothing run from the scene. Police did not immediately identify the man. Investigators did say, however, that he lived in the home but did not own it. They would not reveal how many times or where the victim had been shot.

Calgary Herald.
http://www.canada.com/calgaryherald/news/story.html?id=3a00690a-286a-467e-a50f-1ea3b5598b77
Está passando na TV agora. Tem outra notícia aqui.

Aqui em Calgary, como eu acredito que em outras cidades do Canadá, existe uma Associação de Brasileiros e os Brasileiros que estão aqui são mais ou menos unidos. Eu nunca fui muito de participar de comunidades ou associações similares, mas de certa maneira eu me sinto orgulhoso de que eles estão agindo com a razão e tentando ajudar o rapaz como eles podem - e a princípio a primeira ajuda é fazer com que a família dele possa vir para o Canadá ou custear a ida dele para o Brasil quando ele puder deixar o hospital. O nome dele é José Neto, mas eu prefiro não me referir à ele pelo nome porque eu não o conheço pessoalmente.

Existe uma idéia de fazer um protesto semana que vem no lugar onde ele foi baleado. O foco do protesto não é o fato de que é Brasileiro e foi baleado, mas sim de que alguém foi vítima de uma bala perdida, um crime impensável em Calgary mas que se tornou de uma para outra uma dura realidade - e que poderia ser uma realidade para qualquer um. Quis o acaso que fosse um Brasileiro e, acredite, nós somos minoria aqui em Calgary.

Eu sempre fui contra este tipo de protesto - não vou mentir. Quando eu via aquelas pessoas passeando de branco no Rio de Janeiro eu pensava "poxa, mas isso não vai mudar nada". Mas eu acho que talvez aqui as coisas sejam um pouco diferentes. Eu espero que se o protesto mesmo acontecer o número de Brasileiros seja minoria - mesmo que sejamos muitos. Eu quero é que lá tenha bastante Canadense e imigrantes de outros países para que a repercussão seja mais focada no valor do protesto em si, e não no fato de que a vítima é um Brasileiro.

Porque o fato de que ele é Brasileiro é importante para a gente. Para a polícia e para a cidade de Calgary o importante é mostrar que a cidade não pode mais tolerar este tipo de coisa. O centro da cidade é realmente uma zona. Aquele abrigo-hotel imenso para os sem-teto que faz com que eles fiquem concentrados em um lugar só é um convite para as coisas descambarem. Os drogados que ficam na Centre Street e na 1 ST SW, perto de onde ele foi baleado, também são outra coisa que não é certa. A Praça Olímpica é um dos poucos lugares de Calgary onde eu não gosto de ir porque eu não me sinto seguro.

É realmente uma pena que isto tenha acontecido. É realmente uma pena que isto aconteça aqui, assim como é uma pena que isto também aconteça no Brasil. O centro de Calgary é uma paisagem magnífica à noite - se eu estiver andando de carro à noite eu vou tentar dar uma passada por lá - mas agora não mais - e é uma pena que as coisas não estejam sob controle por lá.

...

Eu não costumo escrever muito sobre este tipo de coisa. Eu estaria mentindo se eu dissesse que Calgary deixou de ser uma cidade segura. Para mim, ainda é. Mas infelizmente o que aconteceu mostra que existem lugares a ser evitados. E eu não fazia idéia de que este tipo de coisa poderia acontecer ali, a poucas quadras da prefeitura da cidade. Eu me sentia um pouco desconfortável naquela região do centro da cidade.

Tanto é que quando eu podia evitar passar ali, eu evitava. Mas não porque eu tinha medo de bala perdida, mas sim porque tem muita gente louca por lá. Quando eu morei no centro da cidade eu andava a pé por todos os lados e nunca tive motivos para ter medo - apenas desconforto.

Mas a cidade ainda está de pé. E este tipo de crime é uma coisa chocante e cuja repercussão, espera-se, seja duradoura e que faça com que as autoridades tomem uma atitude a respeito.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

O cara era bom



Morre Richard Wright, tecladista e fundador (um dos fundadores) do Pink Floyd

Um dos fundadores do Pink Floyd, tecladista Richard Wright morre aos 65 anos

Pink Floyd's Gilmour mourns bandmate Wright:

LONDON (AFP) — Pink Floyd guitarist David Gilmour has paid tribute to the band's keyboard player Richard Wright, who died of cancer aged 65, praising his "quiet touch" that brought their classic albums to life.

Wright, a founding member of the progressive rock group, wrote and sang several numbers from classic albums including "The Dark Side of the Moon" (1973) and "Wish You Were Here" (1975).

He died on Monday after a short struggle with cancer, his family announced.

Gilmour praised his bandmate's "vitality, spark and humour".

"No-one can replace Richard Wright -- he was my musical partner and my friend," he said. "In the welter of arguments about who or what was Pink Floyd, Rick's enormous input was frequently forgotten.

"He was gentle, unassuming and private but his soulful voice and playing were vital, magical components of our most recognised Pink Floyd sound."

And he added: "Like Rick, I don't find it easy to express my feelings in words, but I loved him and will miss him enormously. I have never played with anyone quite like him."

Among Wright's best-known compositions were "The Great Gig In The Sky," and "Us And Them".

Without those tracks, "What would 'The Dark Side Of The Moon' have been?" Gilmour said.

"Without his quiet touch the album 'Wish You Were Here' would not quite have worked. In my view, all the greatest PF moments are the ones where he is in full flow."

Wright, born in the London suburbs, met bassist Roger Waters and drummer Nick Mason at college, where they formed The Pink Floyd Sound in 1965.

After tensions with Waters, Wright left the band shortly after recording sessions for "The Wall" album in 1979.

He released two solo albums in a period during which Gilmour said Wright "lost his way for a while," before officially returning to Pink Floyd in 1987.

"In the early 90s, with 'The Division Bell,' his vitality, spark and humour returned to him," Gilmour said.

Wright took part in the band's reunion alongside Gilmour, Mason and Waters at the giant Live 8 concert in London's Hyde Park in 2005. It was the first time Waters had appeared with the group since 1981.

He also played last year at a tribute concert to Syd Barrett, the band's early leader who left the group in 1968 and died in 2006. Waters and Gilmour appeared separately.

Wright played on every Pink Floyd tour and Gilmour paid tribute to his "uplifting" performances.

"It's a mark of his modesty that those standing ovations came as a huge surprise to him," he said.


O Pink Floyd é uma das minhas bandas favoritas, e nos últimos tempos eu comecei a ouvir as coisas mais antigas que eles fizeram - e é tudo muito bom.

Fui!

Imigração...

No passeio de Domingo no parque (parece uma música do Gilberto Gil), eu conversei bastante com o marido da Cláudia, o Augustin. Ele é Inglês, e adorou conhecer o Brasil. Ele me perguntou como é que eu podia ir morar no Canadá, mesmo com o Brasil sendo um país tão bonito.

E eu disse para ele "O Brasil é um país sensacional. A cultura é magnífica, a cozinha é diversa e saborosa, os meus amigos são como irmãos e a família está lá para o que der e vier. Mas existem outras coisas além disso. Aqui eu não me preocupo muito com as coisas ao meu redor. Mas no Brasil a violência está presente e é uma preocupação constante - eu não disse para ele, mas eu perdi um amigo em um assalto. Além disso, outras coisas fazem diferença, como o fato de - na minha opinião - o custo de vida aqui ser menor e de que a cidade tem uma estrutura muito superior à de São Paulo".

E eu continuei...

"Estas coisas todas fazem diferença. De qualquer jeito, eu nunca pensei em ficar aqui muito tempo."

Pensando melhor, não é que eu não sei se eu vou ficar aqui muito tempo. Eu não sei é onde eu vou estar daqui a dois ou cinco anos. Nunca planejei as coisas tão à frente. Eu e a Soraya temos a opinião de que uma vez que se está no mundo, o mundo é seu. Estas mudanças parecem mais fáceis uma vez que o primeiro passo já foi dado.

O pessoal dos Invasões Bárbaras escreveu bastante se "valeu a pena imigrar", e eu posso dizer que "está valendo". Continua valendo. Uma hora pode não valer mais a pena. Uma hora a vida pacata do Canadá pode ficar monótona e a gente decida voltar para o Brasil. Pode ser que em um dia de Janeiro, olhando para um dia escuro de frio às cinco e meia da tarde, declaremos "já deu" - ainda mais com a nossa memória Brasileira de Janeiro com sol, praia, férias e barzinhos na avenida que beira o mar. Da mesma maneira, a gente pode continuar se adaptando e a vida no Canadá pode continuar valendo a pena.

Porque é desta maneira que eu penso. E a Soraya também. Estamos fazendo o melhor para viver aqui, mas se os sacrifícios se tornarem maiores que os benefícios é hora de arrumar a mala e ir para outro rumo. Não é por isso que as pessoas mudam de emprego? Para procurar algo melhor? Eu sempre tive a opinião de que se deve persistir até um ponto. Uma hora, o galho quebra.

Acho que é isto o que eu penso sobre imigração. Esteja preparado para o que der e vier, mesmo que isto signifique voltar para casa.

Porque eu acho que está valendo a pena?

. Eu mudei de emprego;
. A Soraya e o Arthur viajaram para o Brasil - conseguir fazer a viagem acontecer e ter a perspectiva de ir de novo, nem que seja daqui a um ano, faz valer a pena - a coisa que mais me dava medo quando eu pensei em vir para o Canadá era a impossibilidade de visitar o Brasil;
. Eu gosto da escola do Arthur - ele não gosta muito, mas eu acho que este é um problema genética (a minha genética, no caso);
. A gente tem uma casinha que a gente gosta, mas estamos pensando em mudar para um lugar melhor e é algo que a gente vai poder fazer;
. Agora temos um carro;
. Quando a Soraya voltar ela vai tentar "viver" mais aqui - o que não foi possível fazer plenamente até hoje pelo compromisso e vontade de ir para o Brasil assim que desse;
. A nossa perspectiva do inverno é muito mais "azul" agora - pelo fato de termos um carro, pelo fato de termos vivido um inverno, pelo fato de que não vamos querer economizar no "equipamento de frio" desta vez.

Percebeu a constante? Não vale a pena imigrar pelo que já foi, mas pelo que virá. Porque tudo tem que ser uma evolução. O que já passou foi ótimo, o que virá será melhor ainda. E se esta onda continuar pelo anos a vir, assim será. E se não continuar, o mundo está aí.

PS: Está meio "boring" sem a Soraya e o Arthur aqui - acho que é por isso que eu estou mais reflexivo. Quando eles estão aqui, é tudo de bom.

FUI!

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Uns curtas

Estou eu aqui no trabalho olhando o dia SUPERBO que está fazendo do lado de fora, e resolvi escrever no blog.

Não sei porque, mas lembrei daquelas bugigangas que vendem em atrações turísticas, onde vem escrito algo como "Estive em Quixamongambinha e lembrei de você".

O jantar na casa do meu vizinho ontem foi SENSACIONAL. Um belo de um bife assado na churrasqueira, uma bela de uma batata enrolada no papel alumínio, uma sobremesa supimpa e nove da noite eu já estava em casa. E quem disse que eu conseguia dormir? Meia-noite, uma da manhã, duas... A carne e a batata pesaram e eu me senti o mais estufado dos seres. Hoje eu estou com um sooooono.

E o passeio de Domingo à tarde foi bem legal também. Foi bom caminhar um pouco, ultimamente eu venho fazendo isso muito pouco. Tão pouco que eu estou meio dolorido hoje. Fora de forma é a mãe, né? E eu só andei QUATRO quilômetros, acabei de calcular. É bastante, mas não é um absurdo. Assim não dá, assim não pode!

É.

Curtas.

É o que há.

Fui!

Slurpee, coisa do Canadá (e talvez dos Estados Unidos)

Imagens de slurpees.

Sobre o slurpee.

Eu particularmente acho o slurpee um bicho estranho. É como se fosse uma raspadinha - mas com MUITOS sabores - é só ver a página da Wikipedia. E slurpee bom é uma mistura de pelo menos cinco sabores diferentes no mesmo copo - em "andares" que é para não ficar com uma cor estranha, mas sim com cinco cores estranhas.

Toda a vez que a gente vai no 7-11 o Arthur vê a máquina de slurpee e pede um. Eu vou lá, pego o menor como possível, encho de slurpee laranja, ele toma meio gole e não quer mais. Aí fico lá eu bebendo aquele troço que congela o olho (DÓI que é uma maravilha). Ele faz a mesma coisa com couve-flor. Pede um pedaço, come uma migalha e não quer mais. Maravilhas da TV moderna, se pelo menos ele achasse gostoso - provar, ele provou.

ADDED: BRAIN FREEZE! Wikipedia é mesmo uma coisa sensacional.

Depois escrevo mais sobre o final de semana! Hoje foi um dia bem agradável, fui no parque com um casal que eu conheci pelo blog, passei a tarde por lá, e depois fui jantar na casa do vizinho da gata ranzinza. E a temperatura chegou à 20 graus! Hoooorrray!

domingo, 14 de setembro de 2008

Eu sempre tive CERTEZA que a Towner podia fazer isso



Tanto é que o meu maior medo quando eu dirigi este carrinho (meu sogro tinha uma) era frear e o brinquedinho sair rolando pela estrada...

Uma das melhores propagandas que eu ja vi...

... acabou de passar na TV. Vou tentar narrar em 3 minutos que eu preciso sair:

Uma mulher velha, daquelas já meio caquéticas, aparece andando na rua com um carrinho de feira, falando sozinha. E ela fala, fala, as pessoas olham e acham estranho - embora ela realmente pareça uma pessoa que falaria sozinha, e lá vai ela. Ah, e ela não fala Inglês, é alguma língua bem estranha.

Lá pelas tantas eles mudam o ângulo da câmera e dá para ver que a senhora está com um fone de ouvido bluetooth na orelha, e está provavelmente falando no celular.

Aí vem a frase "Bell - fazendo celulares ridicularmente simples".

Sei lá, eu achei legal.

Na TV com certeza funciona melhor do que eu falando.

Fui!

Priceless

Quando eu tive o meu segundo Uninho no Brasil, o som do carro era uma bela de uma m*. A rádio não pegava direito, o CD pulava mesmo com o carro parado, enfim, era inútil. A gente quase nunca ouvia. E hoje, andando com o meu carro tocando Somebody to Love, do Jefferson Airplane, percebi que um sonzinho faz uma falta danada. Eu conversei com a Soraya pelo telefone, matei a saudade (na medida do possível), conversei dos meus planos malignos de dar um rolê pela cidade, desliguei, peguei a caranga do Scoobdy-Doo, e fui dar o meu rolê.

Primeira parada, Liquor Store. Eu acho que o dono da loja é Paquistanês, um dos funcionários é uma cópia do Eddie Vedder (Pearl Jam), e a caixa de hoje curtia um incenso. A loja estava completamente perfurmada. Eu ia passar lá hoje de qualquer jeito, só foi o começo da escala porque era caminho. Encaixei a garrafinha de Whisky junto com o kit de primeiros-socorros no porta-malas e lá fui eu.

Antes um pouco de contexto - há uns anos, eu, a Soraya e o meu irmão (não lembro se o Arthur já era nascido) estávamos voltando de Caraguatatuba para São Paulo e o trânsito na estrada estava de lascar. Lá pelas tantas eu resolvi sair da manada principal e peguei a estradinha que vai para Mogi das Cruzes.

Noite. Nenhuma alma. Uma névoa leve. Fárois altos. Uma estrada com curvas que podem ser dirigidas a mais de 60 KM/H. Noventa minutos que passaram voando. Ou seja...

...SENSACIONAL

Depois deste dia eu descobri que eu CURTO dirigir a noite. E a primeira escala do meu passeio noturno seria uma estradinha pequena no mapa que passa por uma tal de "First Tsu Tuna Nation", a reserva indígena destas bandas. INFELIZMENTE tinha uma placa bem grande com letras bem sugestivas dizendo algo como "GO BACK WHITE MAN" (brincadeira, era outra coisa que estava escrita, mas eu não lembro mais o que era), e eu tive que dar meia volta! Mas tinha uma construção IMENSA na borda da reserva, e eu juro de pé juntos que era uma igreja igual àquelas que tinham em São Paulo.

... pausa ... Don't you know you need somebody to love? Preciso ouvir mais músicas do Jefferson Airplane, vou dar uma conversada com o Antônio, marido da Cecília, para ver se ele tem alguma coisa por lá...

Ok, ok, continuando. Bom, depois de tentar sem sucesso ir ver como é a vida dos índios daqui, fui dar um rolê no bairro onde as pessoas tem o maior salário daqui, para ver como é que é. E olha, dando uma de decorador, o segredo é a iluminação. Não importa se a a casa é azul, amarela, verde, se a frente é de pedra, barro, palha ou madeira. A luz faz a diferença. Uma vez eu e a Soraya passamos em frente à um hotel perto da Av. Paulista, em São Paulo, e foi a iluminação que fez algo que seria "normal" ficar totalmente aconchegante e acolhedor.

É a luz! Como quando eu descia a serra de São Paulo para Santos e via a sombra da luz dos morros de cá projetada nos morros de lá. Eu nunca me esqueço que eu era o único bobo que ficava embasbacado com estas coisas. Eu não curto caminhadas pelo meio das montanhas. Me dá dor de cabeça. Mas eu gosto de ver paisagens - quando meu pai vier aqui (aliás eu preciso ligar para ele), a gente já combinou que vai ver a Icefields Parkway, a estradinha que passa pelo meio das Montanhas Rochosas (que estavam no fundo do mar há muitos milhões de anos atrás).

Bom, depois do passeio pela vale das luzes eu fui até o centro da cidade - os prédios são mais bonitos à noite - e aluguei uns filmes. Bank Job (SENSACIONAL), e Vanity Point (que eu vou ver agora - quer dizer, talvez - agora é 2:30 AM - acho que eu vou é dormir).

Eu queria escrever mais, mas a minha velocidade de escrita é menor do que a minha capacidade de pensar (eu escrevo meio devagar, sabe?), eu preciso tentar ver um outro filme e terminar o meu whisky com gelo e coca-cola. Eu tenho muitas idéias, sempre penso em uma trilha musical para o meu blog, mas fazer um "audio book" seria totalmente cafona e nada a ver.

Escrever é sensacional.

Ler também. Não para vocês que tem que ficar aturando as minhas palavras sem nexo, mas tudo bem.

:-)

Fui!

sábado, 13 de setembro de 2008

Countries

Eu estou mais liso que a minha rua no meio do inverno.

Hoje choveu, choveu, choveu e eu acho que eu ainda está chovendo.

É impressionante como o carro fica FRIO no fim do dia. Hoje a tremedeira durou uns 3 minutos. E o ar quente, coitado, tem que esperar o motor do carro esquentar - e eu é que sofro. Acho que vou andar com um cobertorzinho a tira colo para cobrir o assento do carro quando eu for dirigir - e arrumar um bom par de luvas - porque senão eu vou sofrer nos dias de frio de verdade.

Hoje de manhà ao ir para o trabalho eu vi o cara que me entrevistou no caminho para o trabalho e resolvi dar uma carona. Ele é da Suécia - mesmo país da Ikea. Quando eu disse que tudo que eu tinha em casa era da Ikea ele disse "sim, sim, mais dinheiro para a pátria-mãe". Lá tem Ikea também. E os nomes dos produtos da Ikea fazem sentido em "Sweedish" (sei lá como é o nome do idioma deles em Português). São nomes como "baixo", "prático", "branco", "versátil", e poraí vai. Mas que para a gente são apenas palavras legais como "MALM", "NORESUND", "BEKVAN", entre outros.

Estava falando com o cara da Índia que tem nome Ocidental. O Bobby. O papo começou quando ele me disse que tinha um sanduíche vegetariano na cozinha e eu fiz uma cara de "nhé" (e o sanduíche até que era bom). Ele me disse que ele não costuma comer muita carne e que na Índia (ou pelo menos onde ele morava) ninguém cozinha carne em casa. Não se come carne todo dia e a maioria das pessoas fica mesmo com os vegetais e laticínios - carne se come em comemorações especiais ou em restaurantes. Interessante. Eu não tive coragem de perguntar para ele se os boatos de que não se deve beber água da torneira são verdadeiros.

Mas o cara é gente boa. Aliás, foi o cara da Índia junto com o cara da Suécia que me entrevistaram (fora o diretor da área de desenvolvimento). É engraçado ser entrevistado por um desenvolvedor que trabalho ao seu lado - a sensação de que ele é uma "autoridade" fica gravada por mais tempo.

Bom, lembrei de outra coisa interessante sobre a Índia. Se não me engano, a Índia, com o seu bilhão e uns trocados de habitantes, ganhou apenas 3 medalhas Olímpicas em todos os jogos. Nenhuma de ouro. Que coisa. Acho que é a falta de carne na dieta das pessoas.

:-)

Hoje eu vi "Shooter" na TV, agora está passando "O assassinato de Jesse James pelo covarde XXX", e eu acho que vou pegar a reprise depois do banho. O bom daqui é que se um filme passou na TV e você perdeu uma parte, dá para recuperar o resto depois. Tem uma tira do "Wood & Stock" (do Angeli) que mostra um dos protagonistas deitado no sofá da sala de madrugada. Lá pelas tantas ele vira, olha para a TV e diz "Não era um filme de cowboy? O que este NINJA está fazendo" aí, vira para o lado e volta a dormir".

Qualquer semelhança é mera coincidência.

...

Aqui em casa eu estou com um estoque vitalício de miojo, uma lata de feijão doce, restos de manteiga de amendoim e de uma geléia de morango, uns copos de iogurte que precisam ir para o lixo, um pacote de cookies que já não me inspira mais confiança, bastante pipoca, uma caixa vazia de biscoitos salgados e uma caixa quase vazia de cereais.

Eu já sei qual vai ser a primeira coisa que eu vou fazer quando eu receber - COMPRAS! Eu estou pior que o meu cunhado Danilo - pelo menos ele tinha umas plantinhas na casa dele - um pé de manga, umas alfaces e outras coisinhas - fora o estoque vitalício (para três gerações) de miojo e coca-cola suficiente para animar meia convenção dos fãs do Guerra nas Estrelas.

...

Sô, você também está fazendo falta :-). Eu vou indo, mas seria mais legal se vocês estivessem aqui. Mas eu acho que sobrevivo até vocês voltarem. O Arthur me perguntou no telefone "papai, o que você anda fazendo com o meu trem?", e eu disse "nada não, ele está lá, guardadinho". Acho que ele queria que eu dissesse "estou brincando com ele" ou algo do tipo.

Agora é hora de ir!

Fui

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

11 de Setembro

Hoje é o dia 11 de Setembro. Já fazem sete anos desde a fatídica data - 11 de Setembro de 2001.

Naquele dia eu fiquei em casa até um pouco mais tarde porque era meu rodízio. Fiquei vendo TV. Telecine. Não tinha idéia do que estava acontecendo - se eu tivesse visto alguma coisa na TV eu provavelmente nem teria ido trabalhar. No caminho eu liguei o rádio e ouvi o locutor falar alguma coisa sobre um "acidente" em que dois aviões tinham se chocado contra as torres. Não entendi nada, e ao chegar no trabalho falei para todo mundo o que tinha acontecido e ninguém acreditou.

Quando todos os sites de notícias estavam sobrecarregados a gente pensou "é, alguma coisa aconteceu".

Na hora do almoço que a gente viu as primeiras imagens inacreditáveis das torres caindo e dos aviões se chocando com a segunta torre. Naquele dia rolaram todos os tipos de boatos, de que os terroristas tinham 10 aviões em seu poder, que o congresso havia sido bombardeado, e poraí vai. Como se a verdade em si já não fosse inacreditável o bastante.

Eu até hoje tenho a revista Veja da semana seguinte ao acidente e eu nunca consegui comprar o jornal do dia seguinte. Foram dias de manchetes com letras garrafais nos jornais e pessoas se perguntando "como?". Algumas pessoas com um ódio incondicional aos Estados Unidos (e meio irracional também, já que estão vestindo seu tênis Nike, sua camisa Adidas e a sua cueca Calvin Klein) diziam que era tudo culpa deles, que afinal eles mereceram aquilo ou que o ataque foi obra do governo Americano.

Mas eu acho que a gente tem que parar para ver as pessoas.

E a única vez em que eu me emocionei por causa dos ataques de 11 de Setembro foi quando eu vi a cara de terror e desespero de quem estava lá ao vivo e viu as torres desaperecendo diante de seus olhos.

E eu fico pensando - se para mim, Brasileiro, o 11 de Setembro foi uma coisa marcante e, de certa maneira, aterrorizante, imagino para quem estava longe de casa e não pode pegar o avião para voltar - porque os aeroportos foram fechados. Ou quem teve o seu dia interrompido por um avião zunindo sobre a sua cabeça e explodindo na outra quadra.

E se fosse comigo? E se fosse no Brasil? Eu não ia aceitar outra resposta que não fosse a dos Estados Unidos - ir atrás de quem é responsável. Eu acho que a guerra do Afeganistão perdeu o sentido há muito tempo - o campo de Guantánamo e todas as humilhações que os soldados impuseram aos prisioneiros de guerra estão aí para provar que toda guerra é, de fato, suja - e o Bin Laden ainda está vivo. Mas as ações que levaram os Estados Unidos à esta guerra são compreensíveis - pelo menos é o que eu acho.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

O bumba

A pedidos, vou maneirar nos maneirismos!

:-)

Eu achava que eu falava "a gente" demais, mas nunca reparei no "mesmo". Mas é mesmo, eu mesmo acho que eu falo a palavra mesmo demais!

:-P

Elaine, você ia ficar pasma com o que eu falo de "So...." em Inglês. É "então" pra lá, "então" pra cá, é uma beleza. É uma palavrinha tão curta que eu fico tentado a colocar antes de cada frase!

...

Hoje eu fui trabalhar de ônibus. Ontem eu fui dormir bem cedo, um pouco depois das dez, e eu tive energia para levantar às sete e meia da manhã. Saí de casa, passei um pouco de frio esperando o ônibus e para minha surpresa ele estava vazio (estranho usar "ele" ao invés de mesmo). O outro ônibus, que vai do centro da cidade até o meu trabalho (carinhosamente chamado de "hell bus", já que ele vai do Bowness até o Forest Lawn, bairros que estão na lista dos piores da cidade) estava bem vazio também. Este ônibus é o número 1, que eu carinhosamente chamo de ônibus dos "doidinhos" já que ele provavelmente passa perto de algum centro de apoio às pessoas com necessidades especiais. Eu nunca vi tantas pessoas adultas com síndrome de Down - e com tal grau de independência - e, sinceramente, isto é uma coisa para se aplaudir o Canadá de pé!

Neste ônibus tinha um homem no ônibus que aparentava ter uns 40 anos e que tinha síndrome de Down. Se não fosse pelas características físicas da doença, sem exageros, seria difícil distinguir ele de uma pessoa "normal", a não ser pelo fato de que os portadores de síndrome de Down são mais simpáticos e abertos à conversar do que a maioria das pessoas. Eu não sou um profundo conhecedor da doença, mas olhando aquele homem seguro de si, bem vestido e conversando com todo mundo, eu só pude mesmo pensar em toda a estrutura de apoio que ele deve ter tido desde criança, na escola, com a família, com uma sociedade mais esclarecida e mais tolerante.

Outra coisa boa de ir de ônibus hoje foi poder ver de fato a rua e tudo à sua volta (sem precisar ficar prestando atenção no carro da frente), ainda mais porque hoje o dia estava especialmente bonito. A única coisa ruim é que realmente demora mais, eu gastei quase uma hora indo para o trabalho. Mas faz parte - amanhã, se bobear, eu repito a dose.

Respondendo uns comentários:

Juliano:

Arrumar um survival job que pague até uns 15 dólares por hora é bem fácil. Dá para viver uma vida razoável com 15 dólares por hora? Se você viver sozinho, talvez. Se você vier com família, é muito pouco, a sua esposa vai ter que trabalhar também (considerando que ela ganhe também um salário similar) para vocês poderem alugar um apartamento ou uma casa de dois quartos e poderem viver uma vida razoalvemente confortável.

Agora, conseguir trabalhar como advogado aqui é bem difícil. Na verdade, está mais para o impossível. A Cecília, do Pinguiland, é advogada mas vai ter que começar do zero para poder exercer a profissão no Canadá. Toda a educação obtida no Brasil é inútil aqui já que as leis são diferentes.

Dá para alugar um apê de dois quartos por uns 1000, 1200 dólares e uma casa por uns 1300, 1400 dólares.

Ana:

Tem umas cenas que são mesmo pesadas no "Green Mile". Na verdade, são algumas :-). Mas que o filme é bom mesmo, isso ele é, né?

...

Bom, isso aí. Estou escrevendo deitado no sofá e minha mão está começando a doer, esta não é uma posiçào muito boa para ficar escrevendo no computador.

Fui!

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Tchau, verão!

O coitadinho do verãozinho está acabando. 8 graus hoje à noite. Mínima de 3 graus hoje à noite - como diria o cara da rádio (XL 103, eu devia ganhar uma comissão por fazer propaganda deles), são 3 graus X-Celsius. O cara da rádio nem gosta mais de dar a previsão do tempo de tão ruim que o mesmo anda ultimamente.

E quando eu cheguei em casa hoje parecia que eu estava entrando em uma geladeira. Tinha uma frestinha na porta da varanda e a chaminé estava aberta. Nada que 20 minutinhos com o aquecimento no talo não resolvam. O peixinho estava bem, obrigado, nadando em círculos no seu aquário circular. Acho que ele é um Beta feliz. Eu passei frio foi quando eu entrei no carro na hora de ir embora do trabalho - em qualquer carro, o ar quente demora uns minutos para começar a sair já que (se não me engano) o aquecedor de ar usa o calor do motor para aquecer o ar (me lembrei da minha professora de Português que me falava para não repetir as palavras). Assim sendo, o carro tem que funcionar por alguns minutos antes do ar começar a sair quentinho.

Aliás, falando em esquentar o carro, dizem que é inútil aquecer o carro por mais de 30 segundos nas manhãs frias. A melhor coisa é mesmo dar partida, esperar uns 10 ou 15 segundos e não sair cantando pneu. O melhor jeito de aquecer o motor do carro é andar sem acelerar muito nos primeiros minutos do trajeto. Eu venho fazendo isso - seguir o manual de vez em quando não faz mal à ninguém. Aquecer o carro por mais de 30 segundos é desperdiçar gasolina.

Modéstia opinião, a melhor coisa mesmo para ter um carro confortável e quentinho pela manhã é gastar um pouco mais e comprar um carro com bancos aquecidos - e talvez quem sabe até um volante aquecido (tem carro que tem). Um dia, quem sabe?

Para quem não passou um inverno aqui ainda e está acostumado ao carro no Brasil que fica um forno quando exposto ao sol - quando eu pegava carona para o trem nos dias de -30 graus no meio do inverno, o lado de dentro do carro também estava a gélidos -30 graus. Haja casaco. Se está frio, o carro vai ficar frio - não tem acordo. Nunca esqueça uma lata de refrigerante ou uma caixa de cervejas dentro do carro - você vai ter uma surpresa desagradável pela manhã. Nunca deixa equipamentos eletrônicos como notebooks, máquinas fotográficas e afins - eles demoram algumas horas para "reviver" depois de expostos à temperaturas muito baixas. O Curtis, meu amigo da Ucrânia, achou que o notebook dele tivesse morrido de vez depois que ele esqueceu o mesmo no carro em uma noite em que fez -35 graus. O coitado reviveu, mas a bateria nunca mais foi a mesma.

...

Hoje eu tive uma reunião com o pessoal de Toronto no trabalho. Eu sou meio que o "cliente" para uma aplicação que eles estão fazendo. Uma hora um dos caras de lá começa a falar e eu não entendo absolutamente NADA - dez minutos depois, quando a reunião acaba, nós três nos perguntamos se alguém conseguiu entender ALGUMA coisa do que o cara disse, e vimos que o problema era o "Mr É" (ééé, então, é, sistema, é, éééé, é ). Foi engraçado que o meu gerente me disse que é obrigação dele falar um Inglês razoável para poder se comunicar com o resto do time, já que ter Inglês como segunda língua não é desculpa - provavelmente metade da equipe é de fora do Canadá.

...

Hoje estava passando "O império contra-ataca" na televisão. Vi a primeira meia-hora de filme e a última hora e meia (o filme começou às sete da noite e acabou às dez). A hora que eu não vi eu estava apagado, roncando no sofá da sala. Depois que eu roubei o edredon do quarto do Arthur eu durmo na sala que é uma beleza.

...

Que mais? A Soraya achou a música do Wall-E na Internet (Put Your Sunday Clothes), eu não vou colocar o vídeo aqui senão eles removem o mesmo - qualquer coisa é só procurar no YouTube. O Arthur ADORA a música do Wall-E. Ele ficou todo feliz. Este é um filme que a gente vai comprar quando sair em DVD - eu acho que a gente tem todos os filmes da Pixar menos o Monstros S/A e Vida de Inseto (e Ratatouille, mas este eu gostaria de comprar).

...

Neste final de semana, se o tempo ajudar, vou dar uma passeada no centro da cidade. Acho que vou até o Prince Island, no centro da cidade. Ou em algum outro lugar. Logo, logo, eu vou ter uma bicicletinha e estes passeios ficarão mais interessantes - ou a mesma vai ficar guardada até Maio do ano que vem (se o tempo não colaborar).

É, éééé. É isso aí. É.

Fui!

TV

Estava vendo um filme do James Bond na TV. Acho que era "O mundo não é o bastante". Se não me engano o canal era o CityTV, o canal com os...

...piores comerciais da televisão!

Tem um comercial de colchões que é o "must". Um dos vendedores está com um colchão preso nas costas, e vem o outro vendedor com cara de bobo e pergunta "porquê você está com este colchão nas costas?". O vendedor com cara de Danny De Vito responde "você vai ver".

Nisto entra uma mulher correndo na loja, pula em cima do cara e deita em cima dele, agitando as pernas, e o vendedor com cara de bobo dá uma risada boba e diz "é o dia das vendas doidas (ou qualquer outro adjetivo) na loja tal". E o vendedor que está embaixo da mulher que fica agitando as pernas diz algo como "eu adoro os dias das vendas doidas".

Qualquer mensagem subliminar é mera coincidência.

E o canal que passa Tom & Jerry no fim depois das onze da noite (e que o Arthur costuma assistir durante as férias)? Estamos lá, família reunida, pipoca, Arthur entretido com o desenho, e entra o comercial. Aparece uma destas loiras estilo Canadense (leia-se "peituda"), fazendo voz sexy e pose provocante para anunciar um daqueles serviços de "ligue para mim que eu vou te fazer feliz".

Acaba o comercial e volta o Tom & Jerry.

Não quero ser um daqueles pais típicos do sul dos Estados Unidos (estado da Virgínia, por exemplo), mas é um pouco demais, não é?

Voltando à CityTV. Como o nome diz, é uma TV da cidade. Provavelmente daqui, eu diria. Eles passam uns três comerciais diferentes da AMA (Alberta Motor Association), e eu só consegui entender um. Meu vizinho (o da gata rabugenta) é publicitário e faz comerciais para jornais e também televisào, eu acho. Preciso perguntar para ele que comerciais ele faz e lembrar de não falar mal da profissão alheia. Acho que da última vez que ele veio aqui eu copiei a frase de um filme:

"Comerciais são uma arte! Você tem que passar uma mensagem para o telespectador em apenas 30 segundos!"

Pena que eu não lembre mais o nome do filme.

Mas NADA supera o comercial do cara MEGA barbudo - eu acho que ele NUNCA mais vai conseguir raspar aquela barba - que anuncia uma espécia de massa plástica que cola absolutamente tudo. Infelizmente, eu não consigo lembrar o nome em Português, a única coisa que me vem na cabeça é Vedacity e isso me acaba com a memória, é que nem querer lembrar de uma música com outra na cabeça. O cara é pentelho, mas olha, eu fiquei com vontade de comprar aquele negócio só para ver se é tão bom como eles anunciam. Dá até para puxar um caminhão com aquele troço cinza!

Falando em barba meu pai está sem bigode. É um pouco estranho que eu me acostumei com ele de bigode - mas eu acho que deve dar muito trabalho. Choque total e completo seria se o sogrão tirasse o bigode, eu acho que se a Soraya conseguisse achar uma foto dele criança lá estaria o bigode a tiracolo.

...

Eu ando falando bastante da TV - é que eu ando assistindo bastante TV. Filmes, séries, programas no Discovery Channel e comerciais bobos. Depois de assinar a TV digital eu reparei que o mesmo filme costuma passar em dois canais ao mesmo tempo - e o mesmo filme, dependendo do canal, passa 4 vezes na TV no mesmo dia. Ainda bem que eles não andam passando "A espera de um milagre" senão eu nào ia mais dormir.

...

Hoje de manhã o trânsito estava mais conturbado do que o normal - e eu com a luz da gasolina acesa. Foram 20 minutos de desespero até eu chegar em um posto de gasolina - que tinha uma Startbucks do lado, onde eu terminei de gastar o cartão de dez dólares que a recrutadora me mandou como "muchas gracias" por eu ter indicado um ex-colega de trabalho.

Se você SEMPRE quis colocar gasolina no seu carro, venha para o Canadá. Aqui, na maioria dos postos de gasolina, é você que abastece o seu carro. Pega a bomba, coloca no bocal do tanque, aperta o gatilho, espera o tanque encher (ou dar 30 dólares, que era o meu limite para hoje), vai no caixa, fala o número da bomba e paga (em alguns lugares você passa o cartão de débito antes e o pagamento é feito na hora em que você termina de abastecer).

Segundo o cara da XL103, a rádio que eu vou ouvindo no trajeto casa-trabalho-casa...

(pausa - tem alguém que sempre passa de skate na minha rua na mesma hora - umas onze da noite. A única coisa que eu ouço é um trul-trul-trul-trul-trul, igual à um carro passando em cima de ponte. Eu sempre me assusto porque é um barulho MUITO estranho - mas só são as rodinhas do skate passando por cima da junção entre os pedaços da calçada)

Bom, voltando. Segundo o cara da rádio, até uns anos atrás todos os postos de gasolina eram "full-service" - igual ao Brasil, com seres humanos abastecendo o carro, mulheres em uniformes reluzentes limpando os vidros (palavras do locutor), e poraí vai. Mas a Petro Canada que inventou a mania do "self-service" e as grandes redes aderiram à moda. Em tom de revolta, ele bradou - "pois é, se deixarem, em uns anos a Petro Canada vai dar o óleo crú (petróleo) para os consumidores e dizer 'vai lá, faça a sua gasolina' ".

Foi engraçado na hora (eu falo isso bastante quando conto piadas para os meus amigos).

Falando em rádio, a XL103 é uma rádio que toca música das antigas. Sempre rola um Beatles e outras músicas boas de bandas que não existem mais. É bom mesmo já ouvir o MP3 pelo adaptador que eu comprei na Canadian Tire é que nem ouvir rádio AM dentro de um túnel. Uma bela de uma m*. Só presta para ouvir Black Sabbath, já que a música vem sem agudos de fábrica.

...

Esse meu blog está mais parecendo um diário. Hoje eu tirei a louça suja da pia e coloquei dentro da máquina de lavar louça, dei comida para o peixe (que está nadando feliz da vida no seu aquário limpo), quase dormi no sofá, acordei, fiquei com sono de novo, fui tomar um banho antes de ir para a cama, perdi o sono e aqui estou escrevendo no blog.

Só para fechar, comecei a trabalhar de verdade no emprego novo. Acabou o treinamento.

Fui!

domingo, 7 de setembro de 2008

E o conserto do umidificador de ar...

... não ficou bom. Foi exatamente como eu achei que fosse ser - molhou todo o carpete em volta do coitado. Eu acho que só está entrando ar por um lugar, mas o tanque nem encaixar direito no lugar encaixou. Acho que vou ter que comprar um umidificador novo - e, desta vez, vou comprar um que não precise de manutenção semanal como o meu.

Falando em manutenção semanal, hoje foi dia de limpar o aquário do peixinho. Usando o princípio dos vasos comunicantes, eu tiro a água do aquário com uma mangueirinha de borracha:



Meu pai fazia isso para tirar gasolina do carro e eu nunca entendi direito como é que funcionava. Não sei se eu entendo direito hoje em dia, mas de qualquer jeito é só colocar a mangueirinha de borracha no aquário, chupar ela até que ela fique cheia de água, e levar a mesma para o vaso que vai receber a água suja, mais embaixo. A água vai embora do aquário que é uma beleza.

Embora exista o princípio científico por trás da coisa eu acho que a água simplesmente "cai" pelo tubo de borracha e, ao fazer isso, puxa mais água do aquário em um ciclo que continua até que a água acabe ou você tire o tubo de borracha. Para mim é bom porque eu não preciso tirar o coitado do peixinho do aquário toda vez que eu for trocar a água, e para Betas isso deve ser feito uma vez por semana.

...

E aqui ainda é verão:



Frost = Raspar o gelo do vidro do carro antes de ir trabalhar. Até Outubro teremos alguns dias mais quentinhos, uns dias mais frios, mas o verão acabou. Depois de Outubro começa a esfriar e no meio de Novembro eu vou colocar os pneus de inverno na caranga.

Fui!

Hancock, umidificador de ar, comentários e uns curtas para não perder o costume

Hancock

Fui ver Hancock hoje. É um filme em que o Will Smith é meio que um herói que mais prejudica que ajuda. Eu estava esperando um filme totalmente sessão da tarde e fiquei até surpreso com o resultado final, eu (Ravi Ambros Wallau) achei o filme bom, mas pelo que eu sei esta não é uma opinião unânime. A história do filme é bonitinha e, de certa maneira, até meio construtiva, embora eu particularmente não curta muito esta palavra (auto-ajuda demais). Mesmo que o filme não prestasse ele valeria a pena ser visto do mesmo jeito, já que a Charlize Theron é uma das atrizes principais.

Umidificador de ar

Resolvi arrumar o umidificador. A Soraya tem uma daquelas pistolas de silicone, mas eu não consegui achar nenhuma barra adicional e tive que me virar do jeito que deu. O último teste de vedação (na base do sopro) fez um ventinho em uma das rachaduras e eu meti uma camada extra de silicone. Agora eu tenho que ver se:

1. A vedação ficou boa e se não vai vazar água quando eu encher o tanque. Se tiver uma rachadura no tanque, por menor que ela seja, a água vai vazar até o tanque esvaziar e tudo em volta vai ficar bem molhado;
2. Se o tanque vai encaixar no umidificador.

Boa sorte para mim amanhã cedo.

Faroeste

Estou vendo um filme velho de faroeste. Se chama Por um Punhado de Dólares. É dos bons. Morreram mais de 50 pessoas no filme. É com o Clint Eastwood, foi filmado em 1964 e ele já tinha cara de velho. Impressionante que hoje em dia ele continua na ativa e fazendo bons filmes. O cara é fera.

É dele uma das frases que eu sempre falo quando alguém me vê com o celular cor-de-rosa da Soraya (eu preciso tomar vergonha na cara e comprar um com uma cor mais masculina):

"It takes a real man to bring a lady in a Pink Cadillac"

...

Antes do Faroeste passou "O vôo da Phoenix", a versão original de uma centena de anos atrás. Muito bom. Sem querer ser um daqueles malas que dizem que o filme original sempre é melhor que a refilmagem (para parecer mais "cool"), mas neste caso o filme original realmente me pareceu melhor. É dos bons.

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O John (que trabalhava comigo na fábrica de ouro de tolo) me deu um "feliz dia da independência" pelo MSN há uns minutos atrás (ele escreveu em Português). Pois é, é amanhã, Sete de Setembro, o dia em que algum personagem histórico assinou algum papel muito importante (eu nunca fui muito bom em história, só sei que homens e dinossauros nunca viveram juntos e que Moisés veio antes de Jesus).

Detalhe que se me perguntarem a data de independência do Brasil eu vou levar uns segundos para responder, mas se me perguntarem qual é o "Independence Day" eu respondo na lata, "4 de Julho", tudo culpa de dois filmes - Nascido em 4 de Julho e Independence Day.

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Eu guardei a louça limpa, coloquei a suja para lavar, guardei o macarrão, limpei o fogão e só fui tomar o banho depois disso. Achei que esta era a sequência mais lógica - limpeza antes, banho depois.

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Isso aí amigos. Vou ver se está passando algum programa de polícia e ladrão na televisão. Fui!

Respondendo aos comentários:

Fernando:

Eu trabalho com desenvolvimento Java - na empresa que eu estou agora, o foco é em aplicações de voz (como listas telefônicas automatizadas). Já trabalhei com C/C++, VB e .Net para praticamente todas as plataformas existentes (Web, Mobile, Desktop, Services).

Ana:

Pior que este restaurante árabe é dos bons, viu? É um dos meus favoritos, eles tem um wrap que é feito na chapa e fica crocante, bom demais.

Fernanda:

Quando eu li sobre o restuarante Xixi eu me lembrei do Ford Pinto, que por motivos óbvios não foi lançado no Brasil com este nome. Com tantos idiomas pelo mundo é óbvio que existem palavras que são normais em uma língua mas estranhas em outra. O departamento "CU" da minha empresa que o diga.

Eliane:

O C-Train é um bom ninho de histórias para contar, não é? Acho que semana que vem eu vou pegar o trem para salvar gasolina e matar a saudade.

Elaine:

O Harminder é Indiano mesmo, mas eu acho que ele não morava muito longe da fronteira com o Paquistão. Bom saber que Hindu e Indiano não são a mesma coisa, eu não fazia idéia (embora eu soubesse que Hinduísmo fosse uma religião).

Rapha:

Pois é. Quando eu for para o Brasil de novo a gente vai lá. Mas eu fico feliz que a Soraya esteja aproveitando bastante o tempo dela aí ;-).

Eliane, Octávio:

Último a tomar o banho à parte, eu não troco o chuveiro aqui de casa por um elétrico por nada deste mundo. Eu gosto de tomar banho bem quente e o daqui de casa segura a onda.

Laura:

Pois é, a gente não sabe que gosta até sentir saudade.

sábado, 6 de setembro de 2008

Eu preciso

. Tirar o resto do molho de tomate que ficou no fogão depois de fazer o espaguete de hoje;
. Guardar o espaguete - edição especial "tudo junto" - queijo, molho de tomate, carne moída, maionese, salsinha, óregano e azetionas;
. Guardar a louça limpa e colocar a suja na lava louça;
. Tomar um banho e lavar o cabelo. Estou parecendo um dos "meninos perdidos";
. Terminar de arrumar o quarto do Arthur de uma vez - e não me preocupar mais com isso;
. Trocar a água do peixinho;
. Tentar fazer a placa Wi-Fi que um amigo me deu funcionar no meu notebook velho;
. Responder os comentários do blog.

Mas



uma

PREGUIIIIIIÇA

Eu acho que eu vou começar tomando banho. Eu sempre acordo depois de um banho. Depois eu vou guardar o macarrão, limpar o fogão, arrumar a louça e ir no cinema de 3 dólares. À noite eu respondo os comentários do blog :-).

Fui!

Brasil il il

Falei com a Soraya agora há pouco. Ela estava junto com o resto da molecada em um bar em São Paulo chamado Roda Viva, onde toca várias músicas do Chico Buarque. Eu não queria estar lá, não! Cervejinha, porções Brasileiras e música boa. É engraçado porque para eles é meio estranho também, é como se estivesse faltando "alguma coisa", já que a gente sempre saiu junto. Pois é, eles lá, e eu aqui, vendo "O Fugitivo" na TV, escrevendo no blog e esperando a água que está no congelador gelar. A cerveja acabou final de semana passado.

Hoje a gente falou bastante do Brasil no trabalho. Na verdade, conversamos sobre viagens. Um dos caras que trabalha comigo, o Jeremy (não tem UMA vez que eu fale com ele e não lembre da música Jeremy, do Pearl Jam), fez um ano de "Career Break" e foi viajar pelo mundo. Conheceu parte da América do Sul, mas não chegou a ir para o Brasil. O Todd, que é o diretor da área onde eu trabalho, disse que também notou que o hemisfério sul tem mais estrelas do que o hemisfério norte - após morar uns meses na Nova Zelândia.

Um dos caras que me entrevistou, o Bobby (que eu sempre chamo de Barry, que é o nome do cara que seria o meu gerente - eu ainda não sei quem eu chamo de chefe), é Indiano (ou Hindú), provavelmente do mesmo lugar do outro Indiano (ou Hindú?) que trabalhava comigo, o Harminder. Gente boa. Lá na Índia é comum eles terem aquele aquecedor de água de parede de banheiro que nem a gente tem no Brasil, mas a impressão que eu tive é que chuveiro elétrico é só no Brasil mesmo. E para conseguir convencer o pessoal que tem casa em que você tem que tomar banho de chinelo porque o chuveiro dá choque?

Aqui no Canadá existe um tanque que armazena a água quente, que normalmente é aquecida à gás ou por uma resistência elétrica. Este tanque armazena água para provavelmente uma meia hora de banho, até que a água quente acabe - quando entào é hora de esperar uma meia horinha até o tanque encher de novo. É bom porque dá para tomar um banho bem quente e com bastante água, e também porque toda torneira tem água quente.

Aliás, preciso arrumar o meu umidificador de ar. O nariz agradece. Agora que a temperatura média está para baixo dos 14 graus, precisei ligar o aquecedor de ar na casa e a umidade foi lá para baixo. Agora eu liguei os pontos, deve ser por isso que a água do peixinho está indo embora mais rápido.

Bom, é isso aí, amigos.

Amanhã acho que eu vou no cinema de três dólares ver Hancock. Depois eu conto como é que foi.

Fui!

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Curtas informativos

Nunca faça reuniões depois do almoço

Dos seis gatos pingados que compareceram na reunião realizada hoje exatamente cinco minutos após o almoço, dois não aguentaram e tiraram cochilos esparsados que duraram qualquer coisa entre dois e dez minutos.

Nunca pergunte à alguém que se diz Francês se este alguém é Francês da França ou Francês de Quebec

Eu fiz isso durante o almoço com uma mulher que trabalha com a gente (especialista em idiomas), e ela fez uma cara de "se sou Francesa, eu sou Francesa e pronto, seu sul-Americano ignorante". Mas foi só a cara e eu acho que talvez ela tenha ficado levemente ofendida. A mulher é de Quebec, a propósito.

Se você encontrar um dia alguém que diz ser de Belarus, não responda perguntando se ele é Bielorusso

Dica do Bielorusso que trabalhava comigo. Ele não fica ofendido, mas algumas pessoas que passaram por maus bocados no tempo da União Soviética podem ficar ofendidas se você disser que elas são "Bielorussas" e não Belarusianas ou qualquer que seja a denomicação para quem é nascido em Belarus.

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Como um amigo meu de muitos anos atrás, que tinha acabado de tirar carta, eu fico torcendo para que a polícia me pare e diga "License and Registration, please". No caso dele até que a uruca funcionou, na volta da casa da família do Kb.Lo em Guaecá, há provavelmente treze anos atrás, a polícia de fato parou o carro e pediu os documentos. O bola (esta era o apelido da fera) comemorou que nem artilheiro que marca um gol em final de campeonato.

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Hoje eu fiquei no trabalho até mais tarde. Fiquei assustado com a quantidade de mosquitos que apareciam na minha querida janela. Ainda bem que a janela é boa e totalmente vedada, e nenhum mosquito teve sucesso na sua jornada.

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Fui almoçar em um restaurante árabe hoje. O nome do restaurante é "Desert", que significa "deserto", mas as pessoas pronunciam "Dessert" (sobremesa), sei lá porque cargas d'água. Sei lá porque cargas d'água alguém ia chamar um restaurante de "Deserto", não me parece um nome muito apelativo para alguém que está com fome.

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Ontem eu fui almoçar em um restaurante Vietnamita da gema, com um garçom saído direto do filme "Karate Kid" - ele tinha um bigodinho sem vergonha igual ao daquele velhinho ninja.

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Está passando Mythbusters na TV - a impressão que alguém teria do Discovery Channel Canadense é que metade da programação é Mythbusters e a outra é Dirty Jobs. Infelizmente, o "How it's made", o meu programa favorito depois dos de polícia e ladrão, não passa com tanta frequência.

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O pessoal aqui gosta do Schwarzenegger (INACREDITÁVEL, eu escrevi certo sem pesquisar, depois que eu escrevi o nome no Google para ver se ele ia apitar "Você quis dizer ...", mas que nada, foi direto). Ante-ontem eles emenderam Predador e o Último Grande Herói. Ontem passou True Lies. Eles cortam uma boa parte do filme, mas é legal de ver de qualquer jeito.

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E acho que já está bom de escrever - só escrevi besteira hoje.

Fui!

Reflexões

Lembrei do caminho de volta para casa no tempo que eu morava eu São Paulo. Quando eu passava ao lado do metrô Paraíso, já de noite. A ladeira, a descida, o asfalto ondulado, o som do meu carro vencendo aquelas ruas judiadas. Junto com o barulho dos ônibus e o cheiro dos ambulantes no fim do dia, esta é uma das coisas que fazem o inferno do dia-a-dia em São Paulo, mas da qual eu sinto falta.

Quando eu penso nas diferenças entre o Brasil e o Canadá, me costuma vir à cabeça a imagem de uma pessoa bem humilde, sorrindo de orelha à orelha com os poucos dentes que lhe sobraram, feliz da vida com o seu barraquinho ali atrás e os "barrigudinhos" correndo de um lado para o outro.

De certa maneira quando eu penso na minha vida no Brasil eu me lembro deste desdentado sorridente:

- Sou pobre, mas sou feliz!

Não que eu não seja feliz aqui. Eu me considero uma pessoa feliz e estou satisfeito com a vida aqui, embora com saudades da família que está viajando.

Mas é que mudar para o Canadá é como sair de uma vizinhança pobre onde todo mundo se conhece e mudar para um bairro rico e distante, se encaixar em um apartamento novo e diferente, em um lugar onde você ainda não conhece ninguém e onde aquela vida passada parece tão distante - e a única maneira de entrar em contato com os seus amigos de antigamente é indo até um orelhão.

É bom, mas demora um tempo para se acostumar.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

My way

As minhas aventuras agora mudaram. Em lugar das historinhas que eu contava sobre o que acontecia no ônibus, agora eu vou contar as minhas aventuras como motorista - que, provavelmente, não serão tão interessantes assim :-). Mas não faz mal.

A primeira aventura é achar um caminho decente para voltar para casa. O caminho de ida é bem tranquilo, eu levo qualquer coisa entre 15 e 20 minutos, mesmo com o Google Maps me dizendo que o tempo seria de 23 minutos. Esta é a minha rota matinal:



A rota original que o Google tinha sugerido era mais curta do que a minha, mas passava pelo centro da cidade, que está sempre travado pela manhã. A minha rota, modéstia parte, é mais eficiente.

Agora, para voltar realmente a coisa complica. Existem várias opções, e a que o Google quis que eu fizesse não é uma delas:



Come on! São quase 22 quilômetros, mas pelos cálculos do Google é o menor tempo possível para chegar em casa, míseros 21 minutos. Mas, peloamordedeus, e o 1.30 que eu vou gastar a mais de gasolina. Não, a minha rota é mais eficiente:



Estes círculos na imagem aí de cima são os pontos onde eu tive que acertar a rota do Google. O Google Maps é uma ferramenta sensacional mesmo não ligando muito para o preço do petróleo. Uma vez que o caminho esteja estabelecido, dá para clicar e arrastar a linha azul para modificar a rota de acordo com o seu gosto - e o resto do caminho será automaticamente adaptado às suas necessidades. Mais ou menos como um GPS que acerta o resto do caminho quando você entra em uma rua que não é que o aparelho tinha determinado.

O caminho aí de cima tem 11.4 KM. O Google Maps acha que este caminho não presta porque eu passo por uma área de parques em que a velocidade máxima é de 30 ou 40 KM/H, mas ele não sabe que eu nem preciso acelerar o furgãozinho para manter esta velocidade. Sensacional. Hoje eu quase consegui acertar este caminho, só errei uma mísera rua, onde eu virei para a direita ao invés da esquerda. Amanhã eu acerto!

Que mais? O marcador de combustível do carro tem personalidade própria ou tem um bom samaritano colocando gasolina no carro à noite, enquanto eu estou dormindo. Toda vez eu chego em casa e acho que a van está com o tanque furado, mas no dia seguinte o marcador sobe para onde eu acho que ele deveria estar. Beleza pura.

E eu limpei o K-7 (K-7, cassete) do carro. Agora eu consigo ouvir os agudos do MP3 (que eu ligo no som com um daqueles adaptadores de K-7). Hoje eu fui ouvindo Adriana Calcanhoto. Eu gosto dela, de Marisa Monte, Cássia Eller e talvez de alguma outra. Eu não curto muito Ana Carolina, Maria Rita nem aquelas mais novas. Eu preciso fazer o meu MP3 tocar Rage Against de Machine para os dias de mais pressa.

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Senti que eu escrevi um texto vazio :-). É falta do que falar, eu acho. Amanhã vou pensar em alguma coisa mais interessante para escrever.

Fui!

PS:

Falando de Adriana Calcanhoto, a gente foi no show infantil que ela fez, Adriana Partimpim. Foi engraçado quando a criançada toda cantou a música "Fico assim sem você":

Avião sem asa
Fogueira sem brasa
Sou eu, assim, sem você

Futebol sem bola
Piu-piu sem Frajola
Sou eu, assim, sem você...

Porque é que tem que ser assim?
Se o meu desejo não tem fim

Eu te quero a todo instante
Nem mil alto-falantes
Vão poder falar por mim...

Amor sem beijinho
Buchecha sem Claudinho
Sou eu, assim, sem você

Circo sem palhaço
Namoro sem amasso
Sou eu, assim, sem você...

Tô louca pra te ver chegar
Tô louca pra te ter nas mãos

Deitar no teu abraço
Retomar o pedaço
Que falta no meu coração...

Eu não existo longe de você
E a solidão, é o meu pior castigo
Eu conto as horas pra poder te ver
Mas o relógio tá de mal comigo...

Por quê? Por quê?

Neném sem chupeta
Romeu sem Julieta
Sou eu, assim, sem você

Carro sem estrada
Queijo sem goiabada
Sou eu, assim, sem você...

Porque é que tem que ser assim?
Se o meu desejo não tem fim

Eu te quero a todo instante
Nem mil alto-falantes
Vão poder falar por mim...

Eu não existo longe de você
E a solidão, é o meu pior castigo
Eu conto as horas pra poder te ver
Mas o relógio tá de mal comigo...

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Novas

Estava falando com a Sô e o Tutú (e a tia Mira) pela WebCam agora. Eles estavam vendo mas era uma via, do outro lado não tinha câmera. O Tutú viu o peixinho dele, a tia Mira viu os quadros novos e a Soraya viu a bagunça!

Brincadeirinha. Eles estão aproveitando as férias lá no Brasil e eu estou aqui, escrevendo sobre eles no blog. Acho que é a saudade! Faz parte. Eu vou conversando com o carrinho no caminho para o trabalho.

Falando nisso, eu achei que o final de semana prolongado ia ser longo e solitário, mas que nada!

Estou até me sentindo cool. Olha só:

Quinta-feira eu fui tomar umas cervejinhas com o pessoal do trabalho novo. Sexta-feira eu fui jogar pôquer com eles. Sábado eu fui ver Batman (10/ 10) no cinema e depois eu tentei ir na casa do Dan, mas não consegui achar a mesma (ele mora LONGE). Domingo fui de novo no cinema (mas desta vez o baratinho) ver Iron Man (8/10), e ao chegar em casa (dez da noite), vi que tinha um recado no telefone de um cara do trabalho antigo, chamando para ir jogar pôquer na casa dele. Lá fui eu. Maravilha ter carro. Pelo menos neste jogo eu não perdi dinheiro, na primeira rodada eu deixei dez dólares e na segunda eu ganhei 20 (os dez que a gente dá para entrar no jogo mais os dez da primeira rodada). O povo aqui gosta de jogar pôquer. E tem que ser a dinheiro, nem que seja uma besteirinha, como dez dólares. Cada partida leva umas duas horas.

Eu saí de lá depois de três da manhã, foi bom porque deu tempo da cerveja ir embora e eu pude ir para casa sem correr risco de ser autuado por DUI (Drive Under the Influence).

E na Segunda-feira eu fui na casa do Fábio e da Scheila, um casal de Curitiba que já é letrado internacionalmente (tendo morado em Nova York) e que agora mudaram para Calgary. Parabéns ao Fábio pelos sanduíches, e muito obrigado pela tarde bem agradável. O bairro onde eles moram é bem agradável, se chama Arbour Lake, e com mais esta descoberta NW vai entrar na lista de possíveis destinos quando for a hora da gente mudar.

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O vizinho chegou! Liberdade ainda que à tardinha! Brincadeira, eu gosto de gatos e vou sentir falta da bichana miando na orelha querendo ou um pouco de carinho ou um pouco de comida. Eles trouxeram umas lembrancinhas da Flórida para a gente, e a melhor notícia foi que o carro já tinha um arranhão branco na porta e já estava com um amassado na outra porta ANTES deles viajarem. Ou seja, NÃO FUI EU!!!

Ainda bem. Depois da véia safada eu fiquei mais cabreiro.

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PS: Eu escrevi três posts de uma vez porque eu tinha bastante coisa para contar! Agora é hora de ir dormir.

PS 2: O carro estava com o vidro dianteiro com gelo hoje de manhã. É, o inverno verão está acabando.

PS 3: Perguntei para o cara que me entrevistou hoje se foi ele que revisou o meu teste. Ele me disse que foi ele mesmo, e eu perguntei "e aí, eu fiz o teste direito?". O ex-entrevistador então me disse "cara, o seu teste estava ótimo e eu recebi o seu teste depois de receber um monte de lixo. Eu disse para os caras que a gente 'tinha que contratar este cara' ".

:-)

Fui!

Van X papel higiênico

Eu acho que é bem comum aqui os amigos pregarem peças nos outros:



E limpa...



E limpa...



E limpa mais um pouco...



O mais legal foi o cara do estacionamento indo perguntar para eles "o quê vocês estão fazendo aí?". E eu, depois, saindo do restaurante e pensando "nossa, alguém zoou com aquela van".

Fui!