segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Kb.Lo, Regina, Fabrício e os outros amigos do Poquer

Morram de inveja:



Depois de ver estas fotos eu cheguei à conclusão que eu realmente estou ficando careca. Fazer o que? Preciso é cortar o cabelo com mais frequência...

Olha o álbum aqui:

sábado, 27 de outubro de 2007

Como você vai, rapaz?

Não tenho escrito muito aqui nos últimos dias, por causa da viagem para São Francisco. Bom, sobre a viagem, escrevi um pouco mais pra baixo e o que eu posso dizer é que um dia eu volto para lá como turista. Infelizmente tive pouco tempo livre, não deu para fazer muito mas atravessei a Golden Gate Bridge a pé. Eu estava conversando com uma Americana que me definiu bem o que é a cidade. Segundo ela, quem vive em um país da América Latina não deve ir morar de cara em São Francisco, porque pode parecer demais o seu lugar de origem.

E é isso mesmo. Me senti em São Paulo em alguns lugares da cidade e em Santos quando estava em outros. Mas foi sensacional viajar de avião de novo (eitcha pobreza), e foi mais legal ainda conhecer uma cidade "global" (que todo mundo conhece). Da hora, para usar uma gíria de antigamente.

Pois bem.

Na volta para Calgary, tudo BRANCO da janela do avião:



De Quarta para Quinta-feira nevou. O pessoal do trabalho até comentou que pensou em mim quando viu a neve: "aquele mala do Ravi fica falando o tempo inteiro da neve e na primeira nevada ele não está aqui". Sacanagem. Sexta-feira estava -3 graus e ainda tinha bastante neve na rua. Para falar a verdade, HOJE ainda tinha bastante coisa, mesmo com a temperatura batendo nos nove graus:



Pois é. Hoje fomos no Prince Island Park. Mas agora está bem diferente de quando a gente foi antes. Aí é onde o Arthur ficava mergulhando antes. Olha agora:


É, isto é gelo. Por baixo tem água. Mas é gelo. Bye, bye verão e esportes aquáticos. Agora vai comécar a temporada lisa.

Eu também tirei a minha melhor foto de pato até hoje:



Outono:


(esta ficou bonita, fui eu que tirei)

E mesmo que não tenha sido uma gigantesca nevasca, alguém conseguiu fazer DOIS bonecos de neve:


(versão especial Halloween)

Em resumo, o dia foi muito legal. Bem frio, é verdade, mas bem gostoso. Uma hora ficou tudo meio cinza e deu uma cara de que ia nevar, mas não rolou. Encontramos um Brasileiro que mora em Houston e que estava em Calgary a trabalho. Originário do Rio, mora nos Estados Unidos há um ano e está curtindo muito a experiência. Assim como a gente, nunca tinha visto neve na vida.

Mal posso esperar para nevar "de verdade" e poder pisar na neve macia, com uma decente bota impermeável. Depois de atravessar a Golden Gate Bridge a pé (sim, eu ESTOU me gabando - estou quase insopurtável), esta vai ser uma experiência interessante.

Bueno, o álbum está aqui:

Prince Island Again


E eu também fiz dois vídeos. Bobos e inúteis que só. Mas estou subindo eles na internet e vou colocar bem aqui, depois deste paragrafo, quando acabar.

Primeiro vídeo, a vida natural dos esquilos ninja de Calgary:



O segundo vai vir já, já...

O segundo chegou. Videozinho tosco do gelo no parque de um Brasileiro babão:



Isso aí.

Muita boa noite, amigos. Saudades de todos. Fabrício, Chuck, Kb.Lo, mãe, pai, pretendo conversar com vocês todos amanhã (Domingo). Até mais! Fui!!!

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Videozinhos de São Francisco

Música na Golden Gate Bridge:


Golden Gate Bridge, parte 2, a buzina:


No bumba em São Francisco, da ponte Golden Gate Bridge para o centro da cidade:


Avião decolando:

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Amigos, voltei

Galerinha, estou de volta. Enchi a memória da máquina no último dia, fiz um vídeo do avião decolando e também do cidadão aqui ("eu" ou "mim" ou qualquer outra coisa ficava muito feio aqui) andando na Golden Gate Bridge.

Pois é!!!

Eu consegui ir lá hoje. Como sou eu, é claro, tinha que ter alguma coisa. E foi o nevoeiro. Toda a umidade que estava sendo necessária aqui resolveu vir de uma vez, hoje de manhã. Cheguei lá e consegui tirar umas fotos da ponte, meio de longe, e não consegui ver a ponte inteira. Mas tudo bem. Fiquei andando por lá, estava escuro ainda (já eram umas sete da manhã), e resolvi atravessar a bichinha.

Como a minha visão estava prejudicada, não consegui ver o tamanho da danada:



Como vocês podem notar, o cabo que segura a ponte é preso nas pontas, e fica preso no alto destas colunas. Se você estiver atravessando a ponte à pé, o cabo vai ficar bem perto da parte de baixo da ponte quando for o meio desta. Pois bem:


Nesta hora eu percebi que ainda tinha muito pra andar...

Bueno. Não vai dar para escrever muito agora. Preciso acabar muitas coisas do trabalho.

Fiz uns vídeos que eu vou tentar colocar no ar depois. As fotos, de qualquer jeito, estão aí:
São Francisco

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

São Francisco

Ola amigos.

Escrevo este post sem acentos porque a dona nunca precisa deles, afinal, ela nunca escreveu uma palavra em Portugues.

Amanha estou voltando para minha querida casa em Calgary, e entao colocarei as fotos da viagem. Pelo andar da carruagem eu nao vou conseguir tirar uma foto da Golden Gate Bridge, mas tambem se eu conseguisse nao ia ser muito diferente das outras, a unica diferenca eh que ia ter a minha cara para enfeiar a foto.

Estava aqui na mesa com o pessoal do trabalho e eles estavam conversando com um cara com sotaque Ingles. A parte engracada foi quando eles perguntaram se ele curtia esportes. Ele deu uma enrolada ateh que solta a perola "Honey, I am a homosexual!!!".

Realmente, de "Sao", Francisco soh tem Santa. E eu acho que se eu jah tive algum preconceito eu jah fui obrigado a perder. Em Calgary mesmo eh super natural alguem dizer "Yeah, it's for my girlfriend", mesmo que seja uma mulher dizendo isso, ou seja, ela esta dizendo "Nao, nega, este produto XYZ eh para minha namorada".

Ontem a gente foi para uma festa em um lugar bem pequeno aqui perto do hotel, a Nicole, que trabalha com a gente, arrumou uma entrevista por la. Acho que eu e os outros dois caras da empresa (se eles jogarem no time) eramos 60% dos heterossexuais do lugar. Foi legal, era um daqueles bares que voce tem que pagar pelo consumir, e as coisas sao mais baratas do que emm Calgary, 3 dolares por uma Budweiser apenas.

Tinha um cara lah com um bigode da decada de 70 (parecia um dos jogadores de futebol daquela epoca), que tem uma namorada Brasileira com cabelo Black Power. Ele ateh mostrou uma foto para a gente e falava Portugues, morou um ano no Rio de Janeiro. Agora a namorada veio morar aqui em Sao Francisco.

Aqui eh muito, mas muito diferente de Calgary. Lembra mais Sao Paulo, o lugar onde eu estou lembra mais a regiao da Avenida Paulista misturado com a Vila Madalena. E ontem a gente foi jantar em um restaurante mexicano e o lugar lembrava a Lapa ou o Bexiga. A comida estava sensacional e era bem barato, mas nem de longe era "chique" como o lugar onde a gente esta.

Engracado que dah para perceber que muita coisa dos filmes eh mesmo real. Se voce fala Espanhol mas nao Ingles, aqui nao tem problema, tem mais Mexicano do que qualquer outra coisa.

Bom, tenho que ir. Amanha eu vou escrever um relatorio completo e colocar as fotos.

Fui!!!

sábado, 20 de outubro de 2007

Curtas...

Neste post aqui, eu coloquei uma foto do Gene Simons. Pra que? Metade dos visitantes do meu blog vem procurando uma foto do mesmo. Sacanagem.

Também temos as seguintes buscas:

"papel amassado no mdf" (como é que veio parar aqui?)
"como montar placa temperatura para chocadeira" (cacetada)
"filmes que sairam agora em cartaz"
"canadá neve" (eu falei de tanto de neve que era inevitável)
"decoração de halloween"
"como cuidar de queimadura de escapamento de moto"
"blog canada brasileiro" (aêêêêêêê)
"trabalho canada nivel superior" (quem é que tem nível superior, cara pálida?)
"era o meu primeiro lugar trabalho"

Hoje fomos à compras. Decidimos comprar mais algumas coisas para o halloween e uns pratos e copos descartáveis para o aniversário do moleque. A decoração ficou show de bola.

Mas infelizmente agora eu estou saindo, indo viajar, e não vai dar para por as fotos. Mas tenho certeza que a Soraya fará isso depois.

Caros colegas, Quinta-feira estarei de volta. Até lá, acho que o blog não terá novidades.

Fui!!!

Já que fui incubido...

Veio daqui :-).

1ª) Pegar um livro próximo (PRÓXIMO, não procure);
2ª) Abra-o na página 161;
3ª) Procurar a 5ª frase completa;
4ª) Postar essa frase em seu blog;
5ª) Não escolher a melhor frase nem o melhor livro;
6ª) Repassar para outros 5 blogs.

Bom, como eu não leio livros, o que estava mais perto com a grossura suficiente é o Guia Visual Folha de São Paulo - CANADÁ. A quinta frase de página 161 é:
"Depois da exposição de 1920, intitulada The Group Of Seven, suas obras marcantes tornaram-se muito populares e as exibições conjuntas continuaram a cada ano".

Quer ver se dá para formar alguma coisa? Tente você também...

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Are we becoming a nation of bigots?

Tradução meia boca:

Estamos nos tornando uma nação de intolerantes?



Saiu em uma revista daqui, a MacLean's, uma espécie de veja Canadense (para ler clique aqui). O foco da reportagem era a crescente intolerância à algumas culturas estrangeiras entre os Canadenses mais tradicionais.

Para quem não sabe, o Canadá tem uma proposta "multicultural", ou seja, os povos que imigram para o Canadá são estimulados a manter a sua cultura original. Mas nem sempre isto funciona. Em algumas províncias, mais especificamente em Quebec (onde se fala Francês), uma grande parte da população não aceita bem que alguns povos mantenham a sua cultura, bem especificamente os oriundos de países onde o uso da burca é um costume ou uma obrigação.

O argumento comum de alguns dos opositores mais radicais do multi-culturalismo é que eles não querem sair de casa e se sentir no Oriente Médio. Teoricamente, eles não tem nada contra os imigrantes em si, mas sim em relação ao fato deles não se adaptarem à "cultura" do Canadá (ou seja, não deixarem de usar a burca). Mas pode ser também um reflexo do 11 de Setembro, ou seja, o medo que os "nossos" muslims fiquem ruins como os muslins deles. Aqui há muitos imigrantes do Irã, Iraque, Paquistão e o Canadá tem tropas no Afeganistão e Iraque. Recentemente alguns imigrantes foram presos em Montreal acusados de planejar atentados terroristas. Tudo isto vai levando à uma situação onde estes radicais aparecem com mais frequência.

Recentemente, houveram dois eventos recentes que colocaram mais lenha na fogueira:

- Em um julgamento recente de um jovem muslim, três jurados pediram dispensa porque achavam que a opinião deles sobre a culpa do réu poderia ser afetada pela sua religião e origem;
- Um hospital judeu foi condenado à pagar 10000 dólares de indenização à um funcionário que foi punido por ter levado comida não kocher ao refeitório.

O mais curioso é que os estados onde há menos problemas com as culturas estrangeiras são aqueles que seriam os mais tradicionalistas, como Alberta (onde eu vivo), as pradarias e as províncias do Atlântico.

Minha opinião

Quando eu vim para o Canadá, eu achei bem estranho esta questão do multi-culturalismo. Eu havia lido que há um certo preconceito em relação aos Chineses porque eles são mais difíceis de se adaptar. Segundo um colega Chinês, muitos pais costumam mandar os filhos nascidos no Canadá estudar na China, para manter a sua cultura original e aprender o idioma e a linguagem desde cedo.

Particularmente, a minha opinião é de que você deve se adaptar à cultura local. Se você está indo para um país novo, que vai ser o seu novo lar, porque não aprender direito o seu idioma e adotar alguns de seus costumes e, bem especificamente, se integrar à sociedade existente? Mas esta é a minha opinião particular. É algo que eu tento fazer. É claro que eu fico extremamente feliz de encontrar outros Brasileiros e que faço questão de ir em festas ou eventos organizados por Brasileiros ou onde eu sei que vou encontrar algum (quando eu posso ir ou quando cabe no orçamento).

Mas forçar a adaptação de alguém à minha cultura é algo que eu considero realmente radical. Eu aqui sou como uma criança branca que nunca viu um negro na vida. Eu fico extremamente curioso e acho interessante esta miscelância que nós temos aqui. Eu nunca vi um hindú de perto e nem tantas mulheres vestidas com a burca. No começo me causou surpresa, agora já me acostumei. E, embora eu valorize a adaptação à cultura local, não me oponho à proposta do governo Canadense de que os povos oriundos de outros países mantenham a sua cultura.

Quando eu li esta história de Quebec e esta questão dos mais radicais, lembrei na hora de duas coisas:

- Na World Fest eu conheci uma mulher que morou em Quebec por vários anos e tinha se mudado para Alberta fazia pouco tempo. Ela se sentia muito mais em casa aqui do que por lá, pois o povo é muito mais acolhedor poraqui. Além de tudo, Quebec tem um movimento forte separatista e nacionalista, o que combina bem com este sentimento de "somos Canadenses da gema" que eles parecem demonstrar ter;
- Na França, há alguns anos, houveram alguns conflitos relacionados à esta questão. Há uma ótima opinião aqui.

O Canadá só chegou aonde chegou por causa da Imigração. Não sou eu que digo, é a reportagem. Atualmente, há uma demanda muito grande por trabalhadores e o Canadá só voltara à crescer se mais e mais imigrantes forem aceitos aqui. Provavelmente teremos muito mais imigrantes de países Islâmicos. Concluo com a conclusão da revista, a única maneira de pode ter um Canadá multi-cultural e pacífico é aprender a viver com as diferenças.

Para quem não está aqui, uma coisa chama a atenção. O Canadá não é miscigenado como o Brasil. Os brancos são brancos, os negros são muito negros, e poraí vai. Isso pra mim é um efeito negativo do estímulo que cada povo tem para manter a sua cultura. Uma das coisas que o Brasil deve se orgulhar é de ter mais pardos hoje em dia do que há trinta anos atrás. Não porque temos menos negros ou menos brancos. Mas porque esta é a maior prova de que o preconceito racial no Brasil não é um problema tão sério. Há problemas, com certeza, mas são menores do que os problemas raciais daqui (ou dos Estados Unidos).

E como eu me sinto?

Eu me sinto aceito e adaptado. Mas acho que para o Brasileiro a adaptação é mais fácil. Nós compartilhamos muito de nossa cultura com a cultura Americana (todos os filmes, músicas, e outras coisas), então não ficamos "chocados" nem causamos choque por aqui.

Eu vejo comentários negativos em muitos lugares em relação aos Chineses e, sinceramente, eles não são um povo fácil. Eles costumam ser mais mal-educados do que a maioria (eu já vi alguns casos pequenos), mas eu também já vi outros extremamente simpáticos e amáveis. Minha opinião pode ser afetada pelo meu trabalho (os dois que trabalham comigo variam entre o medíocre e o aceitável, um deles costuma passar do aceitável mas o outro raramente vai além do medíocre), e também pelas entrevistas que eu tenho que fazer. Recebo currículos falsos ou então que não batem com a pessoa que está sendo entrevistada, e isto te faz pensar se todos os Chineses agem deste jeito (isto normalmente acontece com candidatos Chineses).

Eu tento "zerar" antes de entrevistar alguém. Fiz isso hoje. O candidato tinha um currículo impecável mas não conseguiu resolver os problemas mais simples. O meu chefe veio até me perguntar se eu tinha algo contra ele ou se eu senti "inveja" (sei lá, talvez pelo fato do cara ter uma formação melhor do que a minha - o que não é difícil, diga-se de passagem), e eu disse que ele ótimo na teoria mas não conseguia fazer nada na prática.

Infelizmente não foi hoje que eu mudei a minha opinião.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

São Francisco

Achei que o meu último post ficou meio pesado, então vou falar de coisas boas agora:

. Chegou a minha carteira de motorista pelo correio. Ainda é a classe 7, eu não posso dirigir sozinho, a classe 5 só em duas ou três semanas, mas agora pelo menos eu não preciso andar com meu passaporte;
. O Arthur está melhorzinho, estava um pouquinho abatido ainda mas a gente achou melhor ele ir para a aula. Se ele não ficar muito bem por lá eles dão uma ligada, mas eu acho que vai ficar tudo bem;
. O último peixinho morreu, coitado. Vou comprar mais dois peixinhos hoje e a gente não vai repetir os erros do passado. Que droga;

E de Domingo à Quinta-feira eu vou estar em São Francisco!!! Olha aí:


A parte chata é que a Regina e o Herbinho (grandes amigos) vão chegar dois dias depois que eu for embora! Sacanagem :'-(. Mas tudo bem, a gente se vê outra hora e eu vou esconder algo na cidade e fazer um mapa para eles encontrarem depois.

Eu vou na CTIA. Vai ser legal. Mas o que importa é que eu vou ter que tirar uma foto da Golden Gate Bridge e também andar naquele bonde que sempre aparece nos filmes.

Fiquei um pouco preocupado com a família largada aqui mas eles me garantiram que, se eu deixar água, comida, 10 real + o passe para o busão e o bolo de aniversário do Arthur, fica tudo bem. E, sim, infelizmente vou estar longe no aniversário do moleque. Mas a gente vai comemorar no Sábado, acho que ele nem vai sentir.

Já estava com saudades de andar de avião...

Fui!!!

E o último peixinho morreu

Como criador de aquário nós "semo" nota zero.

Mas vamos tentar de novo!

Minha opinião sobre a violência e a política

Eu continuo acompanhando a evolução(?) política do Brasil. Recentemente, li o artigo que o Luciano Huck escreveu na folha de São Paulo, em que o assunto era o assalto sofrido em um Semáforo no Itaim.

Basicamente, o que ele escreveu é que bandido é bandido, e não importa as causas que levaram o cidadão a ser um meliante, ele deve ser preso. Concordo.

> Bandido é bandido. Tem que ir para a prisão;
> Prisão tem que ter programa para reabilitação? Tem. Mas ter redução de pena como tem no Brasil? Não pode. Assassino ou assaltante à mão armada poder sair de final de semana? Pelo amor; O castigo da prisão é o fato de estar PRESO. Lá dentro tem que se ter um mínimo de dignidade porque uma hora o bandido sai. Se ele não for mais bandido quando sair, é um bandido a menos;
> Polícia é polícia. E ponto. Policial corrupto é bandido. Não existe meio termo.

A gente no Brasil tem o costume de "nebulolizar" a violência. O Brasil tem um problema de desigualdade social? Tem e é absurdo. Tem problemas de educação, saneamento, saúde pública, e tudo mais? Tem.

Mas nada para mim supera o problema da impunidade. E, pior ainda, há quem diga que Luciano Huck mereceu ou que devia estar feliz por ter saído vivo. Há quem diga que todo mundo saiu ganhando e ponto final. NINGUÉM SAIU GANHANDO. O assaltante devia ser preso, e ponto final. Não existem meio termos. São Paulo tem a maior população carcerária do Brasil e lá ainda se cometem muitos crimes, mas o número de assassinatos hoje em dia é 60% menor do que há alguns anos atrás. E estão fazendo mais presídios, mas 44 mil vagas no sistema.

E tem que fazer isto mesmo. Tem que fazer mais. Não pode é prender dona-de-casa que furtou margarina, isto é um absurdo e deviam demitir o promotor que fez isso, mas bandido tem que ficar preso. Tem que acabar com os flanelinhas, aquilo é um absurdo. Tem gente que acha que é certo? Certo não é nem no Parque do Ibirapuera, nem em Casamento, nem na praia nem em lugar nenhum. Tem que prender este povo todo. E deixar bem preso. O que eles fazem é extorsão. Sem meias palavras. É isto. E sem exceções. Mesmo aquele tiozinho que cuida dos carros há duzentos anos em algum lugar PÚBLICO e é conhecido? Você não consegue parar o carro lá sem pagar a caixinha do velhinho? Vai tentar pra ver.

Eu fui embora do Brasil em busca de mais aventuras? Fui. Mas as duas coisas que mais me deixaram com vontade de sair foram:

> Violência e a visão romântica que as pessoas tem dos bandidos;
> O maldito governo Lula.

E ponto.

As pessoas no Brasil tem dó demais. Dó de bandido, dó do coitado no Big Brother, dó da coitadinha da novela que só se ferra na mão da bandida, dó de tudo.

Resolvi escrever isto depois de ler isto aqui. Gosto de ler autores críticos. Odeio o PT, Lula e sua turma. Tenho raiva do PSDB porque é o partido com o qual eu me identifico mais no Brasil (que merda de política), mas ninguém faz uma oposição decente. Todo mundo tem rabo preso.

Contra fatos não há argumentos. Contra a história há menos argumentos ainda. Vai ver como vai estar a Venezuela em alguns anos, com o Hugo Chavez ditador. Porque lá (e aqui) querem colocar mordaças na imprensa (na Venezuela já tem). Se é tão bom, porque não se pode falar disso?

Pfuuuuuuuuuuuuu.

Fácil criticar estando longe :-). Não estou mal-humorado, apenas com sono. Mas isto é o que penso, as coisas tem que ser mais preto-no-branco. No Brasil temos muito meio-termo, muitas explicações e muitos descaminhos. Já é hora disto acabar.

Espero que quem leu este artigo continue a ler este blog. Esta é a primeira e última vez que falo sobre a minha opinião política. Fora MST! Fora Lula! Fora PT! Privatiza a Amazônia! Devolve o Acre!

Fui!!!

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Help para Camila

Camila, funciona assim com o Consulado Americano:

Você tem que entrar no site deles e agendar a entrega dos documentos/ entrevista, mas o problema é que eles não agendam para nenhuma data posterior à quatro semanas a partir da data atual. E, se você entrar durante o dia, você vai ver que não existe nenhuma data possível para marcar o agendamento, já que todo mundo "pegou" as posições antes de você. O esquema, então, é entrar no site logo depois de virar a meia-noite ou de madrugada, porque aí o primeiro dia depois de quatro semanas ainda vai ter vagas disponíveis.

A única coisa que você precisa no momento do agendamento da entrevista é saber que categoria de visto você quer, e você também irá precisar de um cartão de crédito para pagar a taxa de agendamento. Quando você fizer o agendamento, eles vão te mandar um E-Mail explicando todo o resto do processo.

Para poder tirar o visto você precisa provar vínculos com o seu país de residência (acho que para você já é o Canadá), como emprego arrumado, escola dos filhos, contas no seu nome, o que for. E também é bom explicar bem os motivos da viagem, se eles acharem que você não volta eles não emitem o visto :-). Se você tiver Orkut, dê uma olhada aqui.

O problema é a entrevista, você dificilmente consegue para antes de quatro semanas. Depois o visto sai rápido, no dia seguinte já está lá.

Boa sorte!!!

Ah, eu comprei a peruca e as coisas de Halloween na Dollar Store, é 1.99 igual ao do Brasil, supostamente tudo deveria custar um dólar mas na prática, nada custa.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Blog Action Day

Hoje é um tal de Blog Action Day. O dia 15 de Outubro foi escolhido para que todos os blogs publicassem algum tipo de conteúdo relacionado ao meio ambiente.

Bom, eu não sou exatamente a melhor pessoa para falar de meio ambiente. Embora eu só dirija carros com motores pequenos econômicos, seria hipocrisia dizer que o faço pelo meio-ambiente, faço pela questão econômica. O benefício ao meio meio-ambiente vem de brinde, mas mesmo assim acho algo válido. De qualquer jeito, acho que não compraria um carro sem catalizador hoje em dia. Bom, quais são as pequenas ações que eu tomo no dia-a-dia?

. Quando eu faço frituras que usam bastante óleo eu não jogo na pia, jogo em uma garrafinha e depois jogo no lixo;
. Caramba...

É, ainda tenho muito o que fazer. Mas eu nunca lembro de levar as sacolas de plástico para o supermercado. E nem gosto de ficar de passar frio em casa (a temperatura do termostato está sempre por volta de 20 ou 22 graus). Mas eu gosto de carros pequeno e acho um motor V-8 (coisa comum aqui) um desperdício de combustível. Tem uma ação nobre que eu gostaria de destacar aqui.

Quando o Kb.Lo (Luiz Fernando) "casou" com a Sabrina, eles tiveram que montar todo um apartamento. Ele chegou a ir ver madeira "nobre" para o piso do apartamento e para os móveis. Mas na hora que ele chegou no depósito e viu aquela madeira toda, ele não pode deixar de pensar "daonde é que vem isto tudo?". Todo mundo fala de desmatamento, devastação, etc... Naquele dia ele fez a parte dele ao decidir comprar alguns móveis de madeira de demolição e outros de MDF ou de madeiras não nobres. Coisa que eu não fiz quando comprei MEUS móveis. Aqui no Canadá eu comprei móveis da Ikea. Tudo de MDF mas também de qualidade.

Não quer ir trabalhar de ônibus porque curte o conforto do carro? Não quer passar frio em casa (meu caso)? Não tem paciência para separar todo o lixo? Faça pelo menos nos casos em que a diferença é maior, como no caso do Kb.Lo. Se todo mundo fizesse isso, um dos motivos para o desmatamento das nossas florestas desaparecia. Ainda existiriam outros, mas ninguém poderia vender a madeira a preço de ouro para se fazer móveis para o estado de São Paulo.

Fui!

Rally against neo-nazis

Deu hoje no jornalzinho gratuito da cidade. Um bando de 15 neo-nazistas resolveu protestar porque há uma regra que permite à algumas pessoas votar com o rosto coberto, especialmente mulheres Muslim. Para quem não sabe, e eu posso estar totalmente errado também, Muslim são aquelas mulheres que usam aquele véu, a burca. Embora o Brasil seja um país multi-racial, a gente vê poucas pessoas de turbante ou véu na rua, mas aqui tem de monte, ainda mais porque o governo do Canadá estimula as pessoas a manterem a sua cultura original.

Bom, os 15 filhotinhos de chocadeira foram lá protestar. Máscaras de sky (ou máscaras ninja), roupas militares, botas, e lá foram eles... Acho que o que eles não esperavam é que fossem aparecer umas 100 pessoas anti-nazistas e que fossem botar eles para correr. Bom, correr é modo de dizer... Eles ficaram trocando gentilezas verbais por algum tempo, a polícia ficou fazendo o papel do amigo que separa a briga, os neo-merdinhas resolveram ir embora e os anti-nazistas perseguiram os mesmos por onze quadras, até que a polícia resolveu segurar a multidão e os coitadinhos puderam pegar seus táxis para o aconchego do lar.

A notícia no site local está aqui. Os caras escrevem de uma maneira um pouco estranha (acho que é a transcrição de um programa de rádio, sei lá, nunca parei para pesquisar), mas lá tem a essência da notícia.

Não tenho absolutamente nada contra Muslims, cidadãos dos Iraque ou os motoristas de táxi daqui (todos da Índia e do Paquistão, muitos de turbante), nada, nada mesmo. Nunca me fizeram mal, o Canadá aceita cidadão Iranianos, Iraquianos e de outras nações que não se dão tão bem com os Estados Unidos (inclusive aquele amiguinho do Arthur que foi em casa ontem era do Irã), e desde que eu cheguei aqui e comecei a ver a "babilônia" cultural que esta cidade é, mudei a minha idéia sobre permitir o uso de burcas ou turbantes em escolas e afins. Acho que deve ser permitido, sim. Aqui em Calgary não se usa uniforme nas escolas justamente por este motivo. Cada um deve se portar e se vestir de acordo com a sua identidade e cultura. E ponto final.

Se o protesto dos neo-nazistas contra a burca fosse por QUALQUER outro motivo que não o do ódio e o da discriminação (o que move estes grupos), talvez, mas beeem talvez, fosse alguma coisa válida - por exemplo, que a burca por encobrir o rosto da pessoa e isto facilite fraudes eleitorais. Mas este não é nem de longe o caso e, se alguém disse isso, foi apenas como uma desculpa esfarrapada.

Não sei como é a lei Canadense. No Brasil, eu sei que você não pode pregar o ódio racial. É crime. Você vai preso. Nos Estados Unidos, é um direito assegurado em constituição. Você pode dizer o que quiser, ninguém vai te prender por isso. Assim como lá é um direito ter uma arma em casa, e não um privilégio. Aqui no Canadá, não sei como é.

Mas de qualquer jeito, fiquei satisfeito em saber que os 15 neo-nazistas foram confrontados por uma multidão de pessoas (não necessariamente Muslim) que são contra o ódio e a discrimação que estes grupos pregam.

Bom, fui!!!

Kb.Lo, show as fotos do sítio! Quando eu era criança eu vivi em alguns lugares parecidos com aquele. Falando em bicho, dos três peixes que a gente comprou no Sábado, somente um viu o nascer do sol na Segunda-feira. O prognóstico: excesso de comida. Agora já sabemos, já salvamos o terceiro peixinho e é hora de arrumar as coisas direito.

Fui mesmo...

domingo, 14 de outubro de 2007

Hoje a gente começou a decoração para o Halloween

A Soraya conta a história aqui.

Mas é lógico que eu não ia perder a oportunidade de mostrar a Soraya com cabelo à la Gal Costa:


When the moon is in the Seventh House
And Jupiter aligns with Mars
Then peace will guide the planets
And love will steer the stars...

E nem o Arthur conversando com o fantasminha:


(a cabeça é recheada com papel amassado, ele é todo amarrado com barbante e colado com fita adesiva, e tem uma luzinha que pisca nos olhos mas que acaba com a pilha em duas horas. Custou dois ou três dólares)...

Tampouco poderia perder as fantasias do Arthur e de seu amiguinho (da escola), eles passaram na rua quando a gente estava colocando as caveiras, teias de aranha, fantasmas e afins do lado de fora e vieram nos fazer a visita:



Por fim, este é o nosso aquário:



Hoje o Arthur está meio doentinho. Sua garganta já teve dias melhores. Vamos ver se amanhã ele vai para a escolinha ou fica de molho em casa.

Hoje começou o horário de verão no Brasil. São quatro horas de diferença agora. Em algumas semanas acaba o nosso horário de verão, e aí a diferença passa a ser de cinco horas. Quando for sete horas da noite aqui, já vai ser meia-noite no Brasil. E, quando for meio-dia no Brasil, aqui ainda serão sete horas da manhã. Vou começar a ligar mais do trabalho usando o bom e velho Skype, o meu Salvador da Pátria aqui no estrangeiro.

E eu já estou com sono, como mostra a figurinha aí da esquerda. Calvin e Haroldo é o meu "livro" favorito de todos os tempos. Na minha opinião é o que mais vale a pena comprar em uma livraria, e por esta vê-se que eu não tenho muitos livros "normais". Eu gosto muito de Piratas do Tiete, dos personagens do Laerte e das charges políticas do Angeli. Mas Calvin e Haroldo é insuperável. Quer ver? Clique aqui.

Bom, F. O. I., fui!!!

sábado, 13 de outubro de 2007

Maquinista, roupas, peixes

Olá caros amigos.

Mãe, vou ligar para você hoje (Domingo), pai, também, Fabrício, seu bunda mole, quando você religar o telefone me avisa.

Na quinta-feira a gente deu a roupa de maquinista para o Arthur. Olha o moleque aí:



Hoje a gente foi passear e é claro que ele tinha que ir com a sua roupa nova. Esta foi a "semana livre" do salário, quando ele não está comprometido com nada, e a gente aproveitou para:

- Comprar um casaco de frio "padrão Canadá" para o Arthur, com forro de plumas de algum bicho aquático. Este é um dos melhores tipos de forro (em se tratando de isolamento térmico), e com mais algumas roupas de frio por baixo o moleque já pode encarar temperaturas (bem) abaixo de zero;
- Fazer cópias das chaves e comprar uma trava nova para a caixa de correio. Tudo bem que a p**** da trava não funcionou direito porque o f** d* p*** que colocou a trava original (cuja chave eu perdi) não calculou direito a m**** do espaço e o negócio ficou duro pra c*****. Entortei a chave forçando para abrir e voltei à estaca zero. Amanhã volto lá com uma chave de fenda e quebro a trava - vai dar para abrir com qualquer chave, mas para quem olhar vai parecer trancado;
- E também arrumar um bichinho de estimação. Como aqui no Canadá não se pode ter animal de estimação em praticamente 80% das casas que estão para alugar, resolvemos comprar três peixinhos e um kit aquário. Tudo bem em conta.

E lá se vai o trio pegar o trem. Um aquário embaixo do braço, a Soraya com umas sacolas na mão, eu também levando uma malinha com o tênis do Arthur e mais umas besteirinhas (quem tem criança sabe que é bom sair de casa levando alguns "extras"), peixinho a tira-colo e moleque vestido de maquinista. Acho que quem via a gente com aquele MONTE de coisa devia pensar "tá vendo, gasta tudo, agora não consegue comprar carro".

Por fim chegamos em casa. Vou montar o aquário e descubro que não veio comida (mas eu tinha comprado por precaução), e nem o "condicionador" de água, usado para remover o cloro da água da torneira. Descubro um lugar, fica a umas 30 quadras de casa, penso em ir a pé, lá pela quadra 10 desisto e espero o ônibus, compro o negócio, pego dois ônibus (não é longe de casa, mas por uma infelicidade não tem ônibus direto), chego em casa, salvo os peixes, sento um pouco...

...só para levantar de novo, a gente tinha que ir na locadora... Pfúúú. Compro o SIM para o celular da Soraya, já era mais do que hora, voltamos para casa, faço um espaguete, vemos o filme "Wallace e Grommit - A Batalha dos Vegetais", em Espanhol para o Arthur catar umas palavras, ele quer ver mais um outro filme de criança, eu convenço todo mundo a ver Contato (véio que só), o moleque dorme, a mulher dorme, e agora estou eu, aqui, na sala, escrevendo no blog!!! Tive que tirar do Discovery Channel porque começou a passar um programa sobre eventos paranormais e eu não quero ficar cabreiro nos 15 metros que separam a luz do abajur da sala e a minha cama.

Voltando, é desnecessário dizer que o Arthur ADOROU os peixes. Ele que escolheu na loja. Moleque catequizado, escolheu os três mais baratinhos que a loja tinha, acho que cada um custava menos de dois dólares. Ele colou um adesivo no Thomaz atrás do aquário e quem olha pensa que está dentro do mesmo. Depois ele ficou tentando montar umas "estruturas" com bloquinhos, mas cada vez que a estrutura "colapsava" e caía a gente achava que os peixes tinham rodado. Papo vai, papo vem, conseguimos convencê-lo de que peixe não é muito chegado em ver blocos de madeira caindo e nem de ouvir o som super agradável que isso deve fazer - e então ele desistiu da idéia.

Blog...

Ontem eu recebi um comentário no último post que eu achei bem legal. Todo mundo que vem para cá passa por mais ou menos as mesmas experiências. É engraçado, eu criei o blog em Dezembro do ano passado, ia ser mais para relatar as minhas "experiências", mas nunca escrevi nada, não pelo menos até começar a viagem. Quando eu cheguei aqui, comecei a mandar E-Mails para os meus amigos relatando os "progressos" da viagem (está tudo nos primeiros posts), eles me disseram "faz um blog", e cá estamos.

Eu ia fazer um "diário do imigrante", mas achei meio piegas e desisti no meio do caminho. Aconteceram algumas situações engraçadas aqui, eu quase pirei no fim do primeiro mês sozinho (a Soraya chegou exatamente um mês depois de mim), na minha primeira noite em casa eu fiquei trancado do lado de fora e derrubei minhas meias na privada, eu já me perdi umas cinco vezes na cidade, mas como eu já me perdi umas 20 vezes em São Paulo eu nem me preocupo mais. Uma vez eu não sabia para onde ir em São Paulo (estava de passageiro com um casal de amigos, o Rapha e a Alê), e tinha um táxi na nossa frente. Toda vez que o táxi virava eu falava para ir atrás. Lá pelas tantas ele me disse "Ravi, e na próximas esquina?", eu virei e disse "cara, não sei, vamos ver para onde o táxi vai". Ele me vira e diz "cara, você não sabe para onde você está indo?", no que respondo "eu não, mas o Táxi sabe". Uma hora o cara do Táxi ia sair do labirinto :-).

HOJE eu senti FALTA de um carro quando eu terminei de montar o aquário e descobri que faltou o negócio que precisava por na água para o peixe não virar história (no tempo passado). Eu expliquei isso em cima, mas na hora que eu vi que para chegar no lugar mais perto de casa só pegando dois ônibus, decidi ir a pé. Tinha uma bicicleta no lixo que eu quase para descer uma ladeira e largar no próximo lixo, mas alguém já tinha tido esta idéia e a mesma não estava lá.

Só para fechar, algo que eu lembrei de escrever aqui. O aquecimento de casa é feito com um encanamento de água quente que percorre os rodapés dos cômodos. Este negócio estala mais que pescoço de lutador de Boxe antes de uma luta. Brincadeira.

Bom, fui!!!

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Preciso dar um nome mais criativo pro meu blog...

Me At Canada é meio manjadão... Mas eu sou RUIM de marketing que é uma beleza. Olha só:

. Cafofolândia (blé);
. As incríveis aventuras da família Wallau (búúú);
. Longe de casa mas perto do coração (me dá a injeção de insulina);
. Pinguim só no polo sul! (nada contra o "A Marcha dos Pinguins");
. Eu vim para o Canadá e lambi o poste (não posso mentir, não lamberia o poste por nada deste mundo);
. No Canadá cana dá (uma variante do "se eu cozinho, é meu?" mas sem nenhuma sacanagem);
. Canadá só com cana dá (só bebendo para vir para cá? não é bem assim);
. Tenho um maquinista em casa! (o moleque adora trens);
. A rapadura é doce mas não é mole não (negativo demais);
. Meu trem é uma Babilônia! (este é legalzinho);
. Tem um senhor de Cuba do meu lado (isto aconteceu ontem);
. Qual é a língua? (a piada está perdendo a graça);
. Virei fã da Ikea (meio gay e muito regional);
. Vim para o Canadá e virei escritor (criei um blog, pelo menos);
. Eu não posso beber na rua! (sem graça);
. Freezing (totalmente sem graça).

É, acabou. Não consigo pensar em mais nada. Preciso voltar para o trabalho.

Tchau, amigos!

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

A TOC nossa de cada dia

O Arthur de vez em quando vem com a história de que a gente não pode pisar na linha que divide os azulejos. E ai de quem pisar. Se a gente coloca o leite dele do microondas e não lembra de perguntar se ele queria apertar o botão, ele vem, pára tudo e começa do zero - inclusive tirando e colocando o leite do microondas.

De vez em quando a gente conversa sobre isso, e eu digo que é normal - eu me lembro de algumas manias que EU tinha. Acho que todo mundo tende um pouco ter um comportamento obsessivo.

Quando eu era uma criança pequena lá em Caraguatatuba, eu gostava de montar "estruturas complexas", como o Arthur faz aqui em casa. E, como ele, EU tinha que montar. Se alguém colocasse a mão não rolava, só desmontando e montando de novo.

De uma reportagem na revista Veja publicada em 5 de maio de 2004 (este é um trecho da reportagem que eu nunca esqueci):

As manias são uma espécie de atavismo. Sob a ótica das teorias evolucionistas, algumas delas foram essenciais para o desenvolvimento e a preservação da espécie humana. De nossos antepassados longínquos, sobreviveram os mais prudentes e precavidos – justamente os "maníacos" por estocar alimentos, zelar pela prole e evitar as ameaças naturais. Ter uma ou outra mania, portanto, está dentro do quadro de normalidade. Elas nos tranqüilizam em relação a perigos, ajudam a organizar a rotina e até a passar o tempo.
(a reportagem original está em http://veja.abril.com.br/050504/p_130.html).

Às vezes eu tenho uns poucos comportamentos "estranhos":

- De vez em quando eu fico tentando achar relações entre os números, como em placas de carros. Diferentemente do protagonista do filme Mozart e a Baleia, eu não fico doido quando os números não batem (quando não há relações), nem fico procurando placas que nem um louco varrido quando estou nervoso. Eu faço isso quando não há absolutamente NADA para fazer, e quando há placas para se olhar;
- Eu tenho mania de ficar passando os meus dedos rapidamente pela ponta do meu polegar. Graças à vigilância acirrada da mala sem alça da minha esposa, e pela carga estática gerada aqui nesta terra sem umidade (arrumei, tinha escrito humidade, só é certo em Portugal) no ar, estou perdendo este tique nervoso;
- Esta é meio nãrd, mas o Outlook TEM que ser o primeiro programa na barra de tarefas do meu computador. Se não for eu fecho tudo e abro de novo. Já conheci outras pessoas com o mesmo costume, por incrível que pareça.

Acho que todo mundo tem um pouco destes "tiques". Eu de vez em quando me pego encanado se o lugar onde eu ponho a mão no ônibus (a barra) está limpo, se é uma encostar a cabeça na janela para dormir, se eu devo comer a galinha da macumba, mas aí eu desencano e mando bala.

E nós?

Ontem o Arthur ganhou uma roupa de maquinista de dia das crianças. Super chique:



Eu preciso colocar as fotos dele com esta roupa. Ele ficou todo orgulhoso da sua roupa, que vem com relógio, macacão e até passagem de trem (que até é decente). Os cartões postais começaram a chegar no Brasil, parece que a greve dos correios acabou mesmo mas deixou uma vítima, a Cinthia, priminha do Arthur - eu mandei o cartão dela há muito tempo atrás mas até hoje não chegou, uma pena.

Hoje eu estava lendo uma reportagem sobre o filme Tropa de Elite, que acabou de estrear (oficialmente) no Brasil. Me deu vontade de ver mas, aqui, só baixando da Internet mesmo. Engraçado que ontem a Soraya ligou para a mãe dela e eles estavam vendo a grande família, a rede Globo faz uma falta aqui (até Telecine está fazendo falta, pelo menos passava algum filme mais ou menos recente). Dizem as más línguas que é fácil assinar a Direct TV (ou Sky) Americana aqui em Calgary, tem muita gente que faz isso. Fazendo isso, você pode ganhar a Globo Internacional na sua casa. Mas o processo é totalmente e absolutamente ilegal, já que por conta de alguma legislação tosca do Canadá os canais dos Estados Unidos não podem passar aqui (a não ser que tenha algum canal correspondente, algo assim).

Fiquei meio chateado ontem porque parece que o meu diploma de Colegial Técnico (que valeu para eu conseguir a minha Work Permit como Software Product Developer), para o processo de imigração (residente permanente), só vale como High School (colegial), é como se as horas técnicas não valessem nada. Ele só vale alguma coisa se for depois do colegial, e neste caso, necas. Eu até consigo os 67 pontos com o Inglês em "High" em leitura, escrita, fala e listening. Se eu esperar completar um ano eu ganho uns pontos de adaptabilidade e fica bem mais fácil (ou apenas mais fácil).

Depois eu explico melhor o esquema dos pontos, basicamente você ganha pontos por educação, idade, experiência, idioma e adaptabilidade. Você precisa de 67 pontos para receber a residência permanente, menos que isso é difícil (ou impossível). Assim que funciona :-). Melhor é eu ficar um ano trabalhando aqui e aí dou entrada no processo, ganhando mais cinco pontos, fico neste caso com uma margem de segurança... E não preciso gastar mil e duzentos dólares tão cedo. Hmmm. Até que é interessante esta idéia.

E também passo por um inverno aqui para congelar a dentadura!

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Carta?

Olá fulano, beltrano, cicrano:

Cá na terra fria estamos indo bem. Agora ao acordar de manhã a luz do sol já não dá mais o ar da sua graça - mas lá pelas tantas ele resolve aparecer e a gente consegue terminar de acordar. Hoje o ar estava meio úmido e parecia mais frio do que realmente estava, e eu passei um pouco de frio - vou ter que abortar minha macheza e voltar a usar duas calças.

O menino está indo super bem na escola. Além de aprender o beabá do Inglês, a gente também está ensinando à ele as tarefas do lar:


De vez em quando ele lança alguma expressão nova em Inglês que ele aprendeu com os coleguinhas ou com o professor. De todas as coisas que eu vi aqui no Primeiro Mundo a que mais me impressionou foi a escola, até fonoaudiológa e professor específico de Inglês o bichinho tem. Ele está bem adaptado, de vez em quando fala alguma coisa do Brasil, mas a gente sente que ele está super feliz. Seu quarto é uma bagunça (saudável), e agora que eu dei um rolo de barbante para ele montar suas estruturas complexas, está parecendo mais é uma teia de aranha gigante.

Os amigos continuam no Brasil fazendo inveja para a gente, ligando do celular na sinuquinha noturna, a gente fica feliz e dá vontade de estar por lá para bebericar um pouco ou lançar uma bola longe da caçapa (e da mesa). A família também está bem por lá, vamos nos ligando sempre para contar as novidades que sobram depois que eles lêem o blog (é sempre bom dar uma atualizada pessoalmente de qualquer jeito). Sogrão e sogrinha mudando de casa, mamãe esperando a melhor data para conhecer a terrinha e papai cuidando das suas crianças. Irmãozinho terminando a residência em medicina, e agora o irmão mala mais velho tem que perguntar, quando é que vem um sobrinho?

A Soraya está bem, está feliz com o seu inglês que vai melhorando a cada dia, feliz também porque as pessoas do Canadá são super normais e desencanadas com tudo, inclusive com o fato de que há pessoas aqui que não tem aquele Inglês (nós três, basicamente). Todo dia ela conversa com alguém da escolinha e o Arthur já tem uns amiguinhos mais chegados, a gente sabe porque ele fala deles quando chega em casa.

Falando de novo do Arthur, no dia 23 ele faz cinco anos. Passa voando. Sexta-feira é dia da criança e eu preciso comprar um presentinho para ele (a gente já sabe o que quer). E aí no final de semana a gente vai comprar mais um round de roupas de frio. Desta vez, vai ser o kit neve para o Arthur e umas roupas de baixo quentes para a gente. Está começando a esfriar para valer aqui, ainda teremos mais uns dias com a temperatura chegando a quinze graus no fim da tarde, mas a mamata vai acabar.

E eu vou aqui, usando uma meia horinha do meu dia de trabalho para escrever umas bobagens no blog. E o trabalho vai bem, os dois Chineses que trabalham comigo estão melhorando (um bem mais do que o outro), e logo deve começar a trabalhar uma mulher do Iraque com a gente.

E, sobre o Canadá, é engraçado parar para pensar que a gente está aqui. A vida não é fácil (não é fácil é meio pesado - o sentido seria de que não é uma mordomia), mas também não é difícil. Acho que a gente ganha proporcionalmente o mesmo que ganhava no Brasil, talvez um pouco mais, talvez bem mais, não sei dizer ao certo. Ganhar o salário semanalmente ajuda a controlar melhor os gastos, você tem uma previsão melhor do que vai acontecer e de quando é possível gastar. Em relação ao "viver fora", é super simples. Nossa família é pequena, a cidade é agradável, a casa é confortável e a nossa alma Cigana ajuda bastante também.

E é isso aí. Fiquei pensando na música "Bye bye, Brasil" antes de escrever esta carta. A música é meio deprê mas sempre tem umas coisas com o qual a gente se identifica. Do quê eu sinto falta do Brasil? Amigos, família e comida, isto sempre vai fazer falta, somos seres humanos, ora pois. Cultura (ok, eu fico ouvindo música Brasileira metade do dia), carnaval, praias, calor, sinceramente estou passando bem sem (acho que vou sentir falta da praia cedo ou tarde - eu cresci na praia).

Ah, e o que eu não daria por uma farofinha (eu vou é na Loja de Produtos Brasileiros, que até Catupiry têm).

E encerro esta carta porque minha meia hora acabou e eu preciso trabalhar.

Fui!!!

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Sem horror da segunda-feira: Thanksgiving

Como em toda segunda Segunda-feira de Outubro, hoje foi o feriado de Thanksgiving aqui no Canadá. Esta data foi criada para simbolizar a gratidão pelo fim da colheita (e pela boa colheita que foi feita), e o prato símbolo deste dia é o bom e velho Perú (Turkey aqui na terrinha). Na Sexta-feira deu no jornalzinho gratuito aqui da cidade que alguns cidadãos de Vancouver, sem nada na vida para se preocupar, resolveram ficar semi-nús no meio da rua para protestar contra a matança de Perús para prover as refeições do Thanksgiving. Na hora que eu li bem que achei que fosse piada, tive que ler de novo, mas já vi gente protestando contra cada coisa que no fim não duvidei.

Se for para protestar contra a morte de algum bicho, eu protestaria contra a Lagosta, que morre na água fervente. O Perú é decapitado ou tem o pescoço quebrado, em qualquer um dos casos ele não sente nada. Na minha humilde opinião de carnívoro impiedoso, os animais que sofrem na hora de morrer são:

. Lagosta, como eu já disse, que é jogada na água fervente;
. Peixes em geral - começa com a dor lancinante do anzol e depois os coitados morrem sufocados;

Hmmm... Acho que eu ia fazer a lista maior, mas eu não lembrei de mais nada que eu achasse estranho. Bois são postos pra dormir (com uma pancada na cabeça), antes de serem mortos com um golpe na veia jugular. Galinhas e Perús perdem a cabeça. Porcos sofrem se for na Romênia. No fim das contas a minha conclusão é que é um desperdício de energia protestar contra a morte de um bicho comido no Natal e no feriado de Thanksgiving. É quase como protestar contra a exploração do serviço das Renas pelo Papai Noel.

What else?

Hoje a gente resolveu ir no cinema. O único filme que a gente achou que poderia agradar o Arthur é o Surf's Up, o filme dos pinguins surfistas. O que eu achei estranho é que estava em cartaz em apenas um cinema da cidade, o Canyon Meadows. E foi aí que a gente descobriu (mais) uma coisa interessante aqui do Canadá, cinemas para filmes que acabaram de sair de cartaz.

É simples. Depois que o filme foi exibido por várias semanas no cinema e já está para sair nas locadoras da vida, ninguém vai querer pagar 10 dólares por um ingresso. Mas, como o Canadá é a terra das oportunidades, o filme é passado (provavelmente por um precinho camarada) para um cinema como o Canyon Meadows, que cobra 5 ingressos por um ingresso normal e apenas 3 dólares por um ingresso de matinê. É bem legal. Transformes, Knocked Up, Surf's Up, No Reservations (agora eu não sei mais o nome de NENHUM filme em Português), todos estes filmes já saíram (ou estão para sair em DVD), mas ainda dá para ver na tela grande. E por um preço deveras camarada.

Tudo bem que o cinema é looooonge, mas pelo menos a caminhada de oitocentos metros do trem até o complexo onde ficam os cinemas é feita em um trecho totalmente plano. Aleluia!

E ontem a gente comeu a primeira pizza não apimentada aqui no Canadá. Nós mesmos que fizemos a massa, com fermento biológico, farinha de trigo, água, óleo, sal e açúcar. Ficou um pouco oleoso, depois a gente vai cortar a quantidade de óleo pela metade, mas valeu! Ficou muito bom. Fizemos também umas esfihas de carne, que não deveram, em gosto, às que a gente costumava comer no Brasil. A cara ficou horrorosa, porque a nossa capacidade artesã anda meio limitada.

E infelizmente o feriado está acabando. Amanhã volto à labuta. Fui!!!

domingo, 7 de outubro de 2007

Sabadeira

Hoje a gente acordou com a idéia de fazer as compras no mercado, e de também arrumar uma bota para a Soraya. Os planos eram de ir até a Super Store e depois, antes ou durante dar um pulinho da Winners e achar a tal da bota. Como isto tudo seria muito complicado e cansativo, e como o estoque de iogurte do Arthur ainda duraria mais um dia, decidimos mudar nostos planos e ir para o centro da cidade, onde também há uma Winners.

Bom, a gente foi em uma ou duas lojinhas antes de ir para o tar do Calgary Eaton Centre (claro que a Wikipedia tinha um artigo para isso). O lugar é muito bonito:



Lá a gente conseguiu comprar o que a gente precisava, sem gastar muito, o que é ótimo. Outra coisa que a gente achou por lá foi o(s?) Devonian Gardens.

Lá dentro havia passarinhos:


Estátuas de crianças conversando:


Gente chiquetosa:


E plantas, várias plantas:


E poraí vai. O lugar é muito bonito. Se você, leitor deste blog, está em Calgary, vá neste shopis centis e conheça também o Devonian Gardens, que fica no último andar. O endereço é 333 7 AV SW, fica no quarteirão delimitado pelas terceira e quarta ruas e sétima e oitava avenidas (SW).

Olha o Arthur subindo a escada rolante:


E este sou eu:


E estes são uns prédios do centro da cidade:


Agora teclando... Nós pegamos o bumba de volta para casa e paramos na locadora para devolver uns filmes e pegar uns outros (tipo encher refil). A gente sempre costuma ficar por lá uns 20 minutos e depois pega o próximo ônibus para chegar em casa - acho que a gente esperou uns 10 minutos no ponto e o mesmo chegou. Na hora que a gente entra, um FEDOR terrível, uma hora o motorista parou o ônibus e perguntou o que ela aquele cheiro, e aí alguém explicou que duas crianças soltaram uma bombinha (tipo fedidinho), que tinha aquele cheiro. O cheiro era de peido de repolho podre. Horrorível. Puta merda. Me lembrou de um dia em que a professora, lá pela sétima série, teve que parar a aula por causa do peido de algum cidadão (não, não fui eu).

Nossa, eu abri todas as janelas do ônibus. Esta mulher sofreu:


E a gente também:


E o dia, no fim da contas, até que estava bonito:


Nossa, acho que nunca coloquei tanta foto em um post só. Hoje a gente conheceu mais um lugar muito bonito daqui de Calgary. Não sei como são as outras cidades Canadenses, mas esta aqui costuma surpreender, e normalmente as surpresas são boas (ainda bem).

Fui!

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Quatro meses...

Há exatamente quatro meses, no dia 5 de Junho, eu estava embarcando para o Canadá no aeroporto de Cumbica.

Neste dia, se não me engano, o roteiro foi terminar de arrumar as coisas, verificar se estava tudo em cima (passaporte e demais tranqueiras), e ir até a loja do sogrão para a carona até o aeroporto.

Como eu quis dirigir, não foi tecnicamente uma "carona", mas eu me lembro muito bem deste dia. A rodovia dos Imigrantes me pareceu particularmente bonita naquele dia, acho que eu devia estar com zilhões de coisas na cabeça. Em compensação, a via Dutra estava engarrafada como eu nunca vi. Ainda bem que a gente saiu de casa beeeem antes, e por causa disso eu cheguei no aeroporto no horário certo. Fila, documentos, despedida breve porque podia demorar na hora de passar pela Polícia Federal.

Mas no fim das contas foi tudo tranquilo. Como a Soraya já explicou no blog dela, o Arthur só foi se tocar que eu fui embora quando eles estavam voltando para Santos, e aí também abriu o berreiro. Se quiserem ler a história, está aqui. A idéia original era eu ficar aqui apenas três semanas, conhecer a empresa, e então voltar, ficar mais umas três ou quatro semanas no Brasil, e então vir de mala e cuia.

Como dá para perceber, as coisas não foram bem assim. Estou aqui até agora. Um mês depois da minha chegada aqui (exatamente um mês depois), a Soraya e o Arthur chegaram aqui. O moleque de chapéu de caubói - a hora que ele me viu ele gritou "Raviiiiii" (não sei porque ele disse Ravi e não papai, acho que é porque eu e a Soraya nos chamamos pelo nome, e não por apelido). Estamos aqui até hoje :-) Se eu soubesse que ia ficar tanto tempo teria me despedido apropriadamente das pessoas, e acho que também tentaria ter vendido o carro (ou pelo menos aprontado as coisas para vender). E teria trazido mais DVD's.

Eu estou na expectativa de ir para o Brasil em Outubro ou Novembro. Agora em Outubro eu devo ir para um evento em São Francisco, e se não der nenhum rolo eu encontro a Regina e o Herbinho por lá. Digo se não der nenhum rolo porque já rolou tanta, mas tanta história aqui, que eu agora só acredito em milagre quando o aleijado andar:

Um curandeiro reuniu centenas de deficientes no teatro da cidadezinha prometendo curar todos. Chamou ao palco um aleijado numa cadeira de rodas.
- Eu vou te curar e a partir de hoje você vai andar.
Colocou o aleijado atrás de um biombo que havia no palco e se dirigiu á platéia:
- Alguém mais quer testar junto com o aleijadinho os meus poderes de cura?
- Eu guero! - gritou o fanho. - Eu guero deijar de zer vãnho!
- Suba ao palco e vá para trás do biombo - ordenou o curandeiro.
Com o aleijado e fanho atrás do biombo, o curandeiro começou a dizer as palavras mágicas e ordenou:
- Aleijado, levanta e anda!
Nada aconteceu.
- Aleijado, levanta e anda!
Nada aconteceu.
- Fanho, fala!
Nada aconteceu.
-Fala, fanho!
Ouve-se uma voz detrás do biombo:
- O aleichado caiu !!!

Acho que bateram umas saudades a mais hoje. Tem um monte de coisa esperando na fila para acontecer (habilitação, dinheiro, permissão de trabalho da Soraya, viagem para o Brasil, terminar de comprar as coisas para a casa), mal posso esperar para ir riscando os itens da lista.

Hoje eu escorreguei no gelo aqui... Não cheguei a cair, mas não percebi que era gelo, parecia só um trecho molhado da passarela. Eu dei uma bela de escorregada, mas graças ao meu afinado equilíbrio (eu não consigo fazer poli-tamanco, sou cabeçudo e careca, alguma compensação eu tinha que ter) eu nem precisei segurar no corrimão :-). Acho que estava -1 grau hoje. Eu quebrei totalmente o assunto com este parágrafo. Era só algo que eu tinha que contar. Vou retomar a linha de raciocínio no próximo.

Minha avaliação daqui? Mais fácil do que eu pensei que fosse ser. Óbvio, existem alguns revezes. Ontem eu tentei falar com o Chuck e com o Kb.Lo (Raphael e Luiz Fernando), e fiquei meio chateado por não ter conseguido, vou tentar de novo hoje. De vez em quando bate uma saudade, mas eu estou sempre conversando com os meus amigos e com os meus pais, falo com a minha mãe umas duas ou três vezes por semana, e mantenho este blog. O blog é uma coisa fantástica. Não que eu me importasse em contar a mesma história 50 vezes, eu gosto de conversar, mas é bom este sentimento de "compartilhação".

De resto, quem lê este blog já sabe. Eu PRECISO de um carro, nós dois precisamos dirigir (eu e a Sô), até o Arthur está querendo um carro. Nossa, ainda mais aqui, onde é tudo mega espaçado (e espalhado). Eu sinto muita falta da comida Brasileira, mas eu já combinei com a Soraya que a gente vai aproveitar o final de semana prolongado para exercitar os nossos dotes culinários. Vai ser biiito. Como aqui o que mais tem é Chinês e afins, sobram restaurantes de comida Chinesa, Vietnamita e afins. Tem vários lugares que servem hamburguers e alguns Italianos. Eu estava contando que eu adoro comida Italiana (macarrão, gnocchi, lasanha), e que em São Paulo (e mesmo em Santos), tem a rodo. O Chinês que trabalha comigo (que já comeu carne de cachorro, propositalmente), e que estava na conversa, me disse que não gostava, e eu disse "well, I don't like very much Chinese food too (fucker), all those noodles, it's ok, but...".

Bom, isso aí. Vou comer. Este vai ser um final de semana engordativo. Até!

Fui!!!

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Esclarecendo...

O que caiu ontem foi uma tal de "Hail". A onipresente Wikipedia tem um artigo sobre a mesma, e este pode ser visto clicando-se aqui.

Mas o que importa? De hoje para amanhã teremos Flurries :-), aquela nevinha sem vergonha, mas como ela vai cair das dez da noite até às onze da manhã, e como a temperatura vai ficar negativa até umas onze da manhã, deve acumular um pouco no chão (há uma conexão entre os fatos - só neva se a temperatura do ar tiver negativa).

Hmmmmm. Que mais? Hoje eu entrevistei uma mulher que era do Iraque. Ela falou isso com um ar de "hmmmm, acho que eles não vão gostar", mas no fim ela foi uma das melhores pessoas que eu já entrevistei pela minha empresa, mesmo não sabendo especificamente o que a gente precisa. Acho que talvez ela venha trabalhar com a gente. Alguém falou alguma coisa (pelo fato de termos mais uma mulher no escritório), e eu e o Eugene falamos "olha, primeiro, ela tem aliança, segundo, ela é do Iraque, VAI SABER se o marido não é doido".

Fui!

Adicionando, o Hail é o popular (ok, não tão popular, eu vi umas duas vezes na vida) GRANIZO!!!

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Neve?!

Estávamos em casa, a Soraya vendo TV, eu fazendo alguma outra coisa, o Arthur brincando no quarto dele, quando vem um barulho de chuva do lado de fora. E, para a gente ouvir alguma coisa do lado de fora, é porque está fazendo barulho MESMO, graças às janelas duplas...

Na hora que a gente abre a cortina:

Neve?!

Será? Estava com uma cara de granizo:


Acho que é "Wet Snow", uma neve que tem bastante água. Eu, profundo conhecedor de neve, frio e gelo (ô, 23 anos de praia e 6 de interior), pelo meu achômetro, não acho que seja neve para valer. De qualquer jeito, não era duro que nem gelo. Sabe aquelas propagandas de ração de cachorro onde a pessoa aperta a ração e mostra como ela é macia? Pois é, é assim. Parece cocozinho de coelho albino. De qualquer jeito, o Arthur adorou:



E eu, macho que só eu, fui para o lado de fora de chinelo, e não podia perder a oportunidade de ficar em pé sobre o gelo/ neve/ wet snow/ whatever:


Eu saí de casa de Havaianas. Cara, esta merda branca é fria. Puta merda. Coloquei o chinelo e até agora o meu pé não está totalmente quentinho ainda.

A Soraya apreciou o espetáculo de longe:


E o Arthur, de perto:


Bom, isso aí. Se foi neve de verdade ou não, não importa, o que importa é que foi da hora. E agora já derreteu tudo, porque a temperatura agora é de uns cinco ou seis graus.

E agora eu vou dar uma fuçada nos outros blogs. Fui!!!

Abraço amigos!!!

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Shorts

Ontem eu fiz o meu exame teórico para tirar a Carteira de Habilitação Canadense. A prova tem 30 questões, você faz em um computador com tela Touch Screen (coisa fina), e ele vai dizendo se a questão que você acabou de responder está certa ou errada. O score mínimo são 25 questões certas.

Durante a prova, você poder apertar o botão skip para responder uma questão depois. Lá pela questão número dez chegou uma louca para fazer a prova - a cada questão acertada ela comemorava como se tivesse feito um gol em final de copa do mundo. Pensei em falar "shut your fucking mouth, bitch motherfucka, maldita lazarenta", mas a minha concentração voltou e eu acabei a prova em oito minutos, ao invés dos cinco usuais :-). Precisamente, a prova acabou na questão 28, já que ao acertar esta questão eu automaticamente atingi o score necessário. Primeira etapa batida, agora é a próxima.

E a próxima foi fazer o exame de vista. Você faz lá mesmo. Sem frescura de médico credenciado. Passei de prima, etapa batida, a próxima é entregar a tradução da sua habilitação (para o Inglês), e a tradução original, que nunca mais me será devolvida! Sacanagem!!!

Agora eu estou com a carteira de aprendiz, classe 7. Em quatro semanas o pessoal vai dar o positivo para a minha carta Brasileira (para valer como experiência e eu pular a etapa de aprendiz), e aí sim eu posso tirar uma carta "cheia".

Aqui no Canadá você pode tirar a classe 7 com 14 ou 16 anos, não lembro agora. Você só precisa fazer o exame teórico. Depois disso, você só pode dirigir de dia e com alguém que tenha carta "cheia" (classe 5), por um ano, até fazer uma prova de direção ir para a classe 6, que ainda tem algumas restrições. É legal porque dá para aprender a dirigir (legalmente) com os pais aqui no Canadá. A classe 7 é de aprendiz.

Agora é esperar. A minha habilitação classe 7 chega em até dez dias. Depois disso eu não preciso mais andar com o passaporte.

Fui!

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Comida...

Eu tenho sonhado com uma farofinha daquelas bem crocantes com pedacinhos de linguiça e uma couve na manteiga para complementar. Tudo isso com um pratão de arroz com feijão (preto, com caldo bem grosso) e uma Brahma trincando de gelada pra fechar.

Também sinto falta do Pão de Queijo, do Tabapuã, da Picanha do Grano, e da Picanha em geral, assada na grelha (aqui tem, é boa, mas não é tããão boa quanto a que a gente tem aí). De vez em quando eu me lembro daquele Risóles de queijo do boteco do lado da Rodoviária do Jabaquara, tão gorduroso que eu fazia um buraquinho para escorrer o óleo. E o pão francês com manteiga na padaria lazarenta da esquina?

Uma vez, nos meus finados dezoito ou dezenoves anos, quando eu ainda era estagiário na Cosipa e ganhava míseros trezentos reais por mês, fui obrigado a esperar o bumba para Caraguá por umas três horas, na Rodoviária do Guarujá. Eu normalmente pegaria o mesmo em Santos, mas por alguma complicação era mais fácil ir para o Guarujá e esperar lá. Resolvi dar um rolê e parei em um boteco que servia feijoada. Para mim o valor era uma fortuna, ainda mais na época, devia custar uns 15 ou 18 reais, mas eu pensei "bom, vamos lá". Acho que foi o meu primeiro almoço com meu dinheiro em um lugar fora da Cosipa.

Achei um lugar, pedi uma coca-cola e a feijuca. Primeiro o cara manda o molho da feijoada... Eu, olhando aquele boteco lazarento com aquele plástico nojento na mesa que só serve para grudar a pele do braço, pensei que aquilo fosse tudo... E fui comendo o molhinho pensando, "que coisa", até que o Paraíba trouxe a feijuca, a verdadeira, curtida, densa, quente pra cacete, e que dava para uns dois de mim. Cara, eu lembro daquela feijoada até hoje. Não porque ela me trouxe consequências desagradáveis depois, eu devo é ter dormido a viagem inteira depois, mas porque pela conjunção de fatores (fome, refeição paga com o próprio dinheiro, boteco nojento, rodoviária), foi algo memorável :-)

E como eu queria comer aquela feijoada agora... Ainda mais porque agora é hora do almoço e eu não sei se como em um Italiano estranho, um Chinês tosco ou um sanduíche meia boca.

Adicionando: Hoje comi um pedaço de pizza e seis asinhas de frango :-)