sábado, 13 de outubro de 2007

Maquinista, roupas, peixes

Olá caros amigos.

Mãe, vou ligar para você hoje (Domingo), pai, também, Fabrício, seu bunda mole, quando você religar o telefone me avisa.

Na quinta-feira a gente deu a roupa de maquinista para o Arthur. Olha o moleque aí:



Hoje a gente foi passear e é claro que ele tinha que ir com a sua roupa nova. Esta foi a "semana livre" do salário, quando ele não está comprometido com nada, e a gente aproveitou para:

- Comprar um casaco de frio "padrão Canadá" para o Arthur, com forro de plumas de algum bicho aquático. Este é um dos melhores tipos de forro (em se tratando de isolamento térmico), e com mais algumas roupas de frio por baixo o moleque já pode encarar temperaturas (bem) abaixo de zero;
- Fazer cópias das chaves e comprar uma trava nova para a caixa de correio. Tudo bem que a p**** da trava não funcionou direito porque o f** d* p*** que colocou a trava original (cuja chave eu perdi) não calculou direito a m**** do espaço e o negócio ficou duro pra c*****. Entortei a chave forçando para abrir e voltei à estaca zero. Amanhã volto lá com uma chave de fenda e quebro a trava - vai dar para abrir com qualquer chave, mas para quem olhar vai parecer trancado;
- E também arrumar um bichinho de estimação. Como aqui no Canadá não se pode ter animal de estimação em praticamente 80% das casas que estão para alugar, resolvemos comprar três peixinhos e um kit aquário. Tudo bem em conta.

E lá se vai o trio pegar o trem. Um aquário embaixo do braço, a Soraya com umas sacolas na mão, eu também levando uma malinha com o tênis do Arthur e mais umas besteirinhas (quem tem criança sabe que é bom sair de casa levando alguns "extras"), peixinho a tira-colo e moleque vestido de maquinista. Acho que quem via a gente com aquele MONTE de coisa devia pensar "tá vendo, gasta tudo, agora não consegue comprar carro".

Por fim chegamos em casa. Vou montar o aquário e descubro que não veio comida (mas eu tinha comprado por precaução), e nem o "condicionador" de água, usado para remover o cloro da água da torneira. Descubro um lugar, fica a umas 30 quadras de casa, penso em ir a pé, lá pela quadra 10 desisto e espero o ônibus, compro o negócio, pego dois ônibus (não é longe de casa, mas por uma infelicidade não tem ônibus direto), chego em casa, salvo os peixes, sento um pouco...

...só para levantar de novo, a gente tinha que ir na locadora... Pfúúú. Compro o SIM para o celular da Soraya, já era mais do que hora, voltamos para casa, faço um espaguete, vemos o filme "Wallace e Grommit - A Batalha dos Vegetais", em Espanhol para o Arthur catar umas palavras, ele quer ver mais um outro filme de criança, eu convenço todo mundo a ver Contato (véio que só), o moleque dorme, a mulher dorme, e agora estou eu, aqui, na sala, escrevendo no blog!!! Tive que tirar do Discovery Channel porque começou a passar um programa sobre eventos paranormais e eu não quero ficar cabreiro nos 15 metros que separam a luz do abajur da sala e a minha cama.

Voltando, é desnecessário dizer que o Arthur ADOROU os peixes. Ele que escolheu na loja. Moleque catequizado, escolheu os três mais baratinhos que a loja tinha, acho que cada um custava menos de dois dólares. Ele colou um adesivo no Thomaz atrás do aquário e quem olha pensa que está dentro do mesmo. Depois ele ficou tentando montar umas "estruturas" com bloquinhos, mas cada vez que a estrutura "colapsava" e caía a gente achava que os peixes tinham rodado. Papo vai, papo vem, conseguimos convencê-lo de que peixe não é muito chegado em ver blocos de madeira caindo e nem de ouvir o som super agradável que isso deve fazer - e então ele desistiu da idéia.

Blog...

Ontem eu recebi um comentário no último post que eu achei bem legal. Todo mundo que vem para cá passa por mais ou menos as mesmas experiências. É engraçado, eu criei o blog em Dezembro do ano passado, ia ser mais para relatar as minhas "experiências", mas nunca escrevi nada, não pelo menos até começar a viagem. Quando eu cheguei aqui, comecei a mandar E-Mails para os meus amigos relatando os "progressos" da viagem (está tudo nos primeiros posts), eles me disseram "faz um blog", e cá estamos.

Eu ia fazer um "diário do imigrante", mas achei meio piegas e desisti no meio do caminho. Aconteceram algumas situações engraçadas aqui, eu quase pirei no fim do primeiro mês sozinho (a Soraya chegou exatamente um mês depois de mim), na minha primeira noite em casa eu fiquei trancado do lado de fora e derrubei minhas meias na privada, eu já me perdi umas cinco vezes na cidade, mas como eu já me perdi umas 20 vezes em São Paulo eu nem me preocupo mais. Uma vez eu não sabia para onde ir em São Paulo (estava de passageiro com um casal de amigos, o Rapha e a Alê), e tinha um táxi na nossa frente. Toda vez que o táxi virava eu falava para ir atrás. Lá pelas tantas ele me disse "Ravi, e na próximas esquina?", eu virei e disse "cara, não sei, vamos ver para onde o táxi vai". Ele me vira e diz "cara, você não sabe para onde você está indo?", no que respondo "eu não, mas o Táxi sabe". Uma hora o cara do Táxi ia sair do labirinto :-).

HOJE eu senti FALTA de um carro quando eu terminei de montar o aquário e descobri que faltou o negócio que precisava por na água para o peixe não virar história (no tempo passado). Eu expliquei isso em cima, mas na hora que eu vi que para chegar no lugar mais perto de casa só pegando dois ônibus, decidi ir a pé. Tinha uma bicicleta no lixo que eu quase para descer uma ladeira e largar no próximo lixo, mas alguém já tinha tido esta idéia e a mesma não estava lá.

Só para fechar, algo que eu lembrei de escrever aqui. O aquecimento de casa é feito com um encanamento de água quente que percorre os rodapés dos cômodos. Este negócio estala mais que pescoço de lutador de Boxe antes de uma luta. Brincadeira.

Bom, fui!!!

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