quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Muitas vezes quando eu ia dormir na casa dos pais da Soraya eu ficava no quarto do irmão dela, o Danilo, que já se debandou para Jaguariúna há muitos anos. O quarto dele era, no mínimo, peculiar:

. Livros e mais livros de RPG;
. Livros e mais livros de Mangá (histórias em quadrinhos japonesas - quer ofender alguém que gosta de Mangá? diga que se tem quadrinhos é tudo gibi);
. Um aquário que eu nem me lembro mais se tinha água ou não;
. E mais uma dezena de outras coisas estranhas, inclusive uma camisa minha que ele afanou e largou no armário.

Mas nada superava a CAVEIRA. Na cabeceira da cama tinha uma caveira de gesso que devia pesar uns dois quilos. Sem brincadeira. Caveira dos infernos. Um dia estava eu, dormindo um merecido sono, quando vou virar de um lado para o outro, esbarro na caveira dos infernos e desequilibro a coitada - que caiu bem em cima da minha cabeça. Maldita caveira. Doeu. Já pensou se faz um corte e tenho que explicar no hospital que uma caveira caiu em cima da minha cabeça? Iam pensar que eu gosto de dormir em cemitério.

...

Os dias aqui em Calgary estão mais ou menos e as noites estão gélidas. O centro da cidade estava particularmente bonito hoje de manhã (eu adoro ver Calgary Downtown, para mim é uma das partes mais bonitas da cidade). Como eu trabalho no lado EAST da cidade e moro no WEST, de manhã eu dirijo em direção ao LESTE e à tarde em direção ao OESTE. Como o sol nasce no LESTE e se põe no OESTE, eu sempre dirijo com o sol na cara. De manhã é particularmente ruim, mesmo com os óculos de sol na cara e o tapa-sol abaixado, tudo que eu vejo pela frente são vultos e sombras.

Hoje na volta eu vi vários carros de bombeiro na pista oposta à onde eu estava passando, acho que aconteceu algum acidente de carro.

E é isso :-).

Fui!

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Ditados e frases

Good from far, far from good

O Ucraniano que trabalhava comigo tirando sarro da minha van do Scooby-Doo, carinhosamente apelidada por eles (meus ex-colegas de trabalho) de "Jesus Van" graças à cruz enorme adesivada em um dos vidros traseiros.

Eu de volta respondi perguntando "como vai o juicy can?", o Miata que ele tem que está parado na embreagem com a embreagem quebrada.

Empate técnico.

Dois mais dois são quatro

Eu explicando alguma coisa para o meu líder técnico.

"Ravi, eu acho que dois mais dois são quatro". Meu líder técnico, quase uma loira tentando entender uma piada, duas horas depois quando finalmente conseguiu assimilar a idéia.

Eu tinha lembrado de mais alguma coisa mas agora já era.

Vou tomar um banho e ir dormir.

Fui!

KB.LO!

Vamos ver se a gente consegue se falar um dia! Maldito fuso!

Fui!!!

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Novas (novas, curtas, shorts, é tudo a mesma coisa)

Pois é, não tenho escrito muito no blog. Pelo menos não no mesmo ritmo de antes. Tudo culpa do trabalho, este velho conhecido que resolveu dar as caras por estas bandas. Agora que eu tenho tarefas, metas e prazos, fica difícil gastar 50% do meu dia navegando na Internet, 30% dormindo e 20% escrevendo no blog.

Tudo bem, faz parte.

Pois bem, hoje lá estava eu fazendo a minha contribuição para o efeito estufa no banheiro menos privado da face da Terra, quando ouço alguém entrando e barulhos de saco de lixo velho sendo retirado e novo sendo colocado. Sem entrar em detalhes técnicos, acabo o que eu tenho que fazer, abro a porta do meu cubículo azulejado e lá está a faxineira SAINDO do banheiro.

Ninguém merece.

Bom, passado o susto vou lá tentar escovar os dentes, e CADÊ A ESCOVA? Por motivos higiênicos mais do que óbvios, eu deixo a escova de dentes junto com a pasta na PIA quando vou dar minha opinião sobre a reciclagem de materias biológicos, bem enroladinha no papel toalha que eles deixam no banheiro para a gente secar as mãos. Presumo eu cá com meus botões que a faxineira olhou aquela trouxinha de papel amassado na pia e, sem saber que existem pessoas que escovam seus dentes após o almoço, pensou "É LIXO", e para o lixo minha escova foi. Junto com um restinho de pasta de dente que ainda ia durar umas duas semanas.

Por uns poucos segundos eu ainda pensei em ir falar com a faxineira, mas aí pensei no que eu ia falar e também que não ia ser bonito eu fuçando o lixo de um banheiro, e depois eu fui além e concluí que mesmo que eu achasse meu kit higiene bucal eu não ia querer usá-lo já que a parte que diz respeito à "higiene" poderia não ser mais verdade.

Coisas da vida.

Hoje eu fui cortar o cabelo. Fui no Marlborough Mall, o shopping dos manos de Calgary. Antes de ir cortar o cabelo, fui encher a barriga em um restaurante Chinês que tem por lá. Eles tinham um pastelzinho que eu posso quase que garantir que tinha Catupiry. E camarão. Ainda bem que meu sexto-sentido é forte e eu pedi 4 de uma vez. Como diriam em Minas, b'm d'mais. Depois, de barriga cheia, fui aparar a juba na cabelereira Chinesa. Muito simpática, por sinal. Só fiquei assustado quando ela me perguntou se eu queria "jail" e eu falei "não, obrigado" (jail é prisão em Inglês), mas no fim ela queria é oferecer "gel". É bom que eu esqueço que eu tenho sotaque. Ela ainda me disse "você tem um monte de cabelo", e eu disse "pois é, só na parte de trás da cabeça", e depois eu ainda tive que ouvir a minha tiração de sarro ser devolvida para mim umas duas vezes - "ih ih ih, você tinha um monte de cabelo, mas só na parte de trás da cabeça".

Falando em sotaque, ontem a gente foi almoçar no "desert", um restaurante com um dos nomes menos apetitosos já inventando, quando o Mike, dono do produto onde eu estou trabalhando (tecnicamente falando), disse que tem uma filha de um ano que aprendeu a andar semana passada. Fui lá eu perguntar qual era o nome dela, e ele me disse "Ella", e eu entendi "Ela", e eu disse que era "She" em Português, e ele entendeu que era "Sheep" (ovelha), e fez uma cara de "well, whatever", e eu me corrigi e disse que era "She, a esposa do He", e ele entendeu, e me disse que era "Ella" e não "Ela", e eu disse que então não tinha significado nenhum em Português, mas aí o Jeremy, que passou um ano na América Latina, disse que "Ella" era "She" em Espanhol e eu fiquei feliz que a confusão não recomeçou.

Depois de reler o parágrafo acima, com profusão de vírgulas mas com poucos pontos finais, me lembrei daquela musiquinha que toca em corridas de cavalo. A moral da história acima é que se "Ela" realmente significasse "Ovelha" em Português eu não ia dizer nada. E se eu por acaso dissesse que algum nome é algum animal eu provavelmente destacaria as boas qualidades daquele animal e voltaria para o trabalho a pé.

Well, well, well. Preciso ir ver se o meu arroz parbolizado está pronto.

Qualquer coisa escrevam comentários.

Fui!

sábado, 25 de outubro de 2008

Easy rider

As fotos deste dia estão aqui:
Mountains and more
Hoje pela manhã a gente resolveu dar um passeio pelas montanhas rochosas. Mas, ao invés de nos preocuparmos com o destino, resolvemos mudar o foco e fazer do passeio, o caminho.

Não é exatamente a rota mais curta até Canmore, mas é mais interessante do que ir direto pela TransCanada Highway:



Tudo começou como sempre com quem quer ir até as montanhas - a rodovia número 1, a TransCanada Highway. Depois de andar 50 km, saímos para o sul na Highway 68 - que depois vira à Oeste e acaba na Highway 40.

Na Highway 68 vimos o primeiro laguinho congelado:



... e também a primeira vista da viagem:



... a Highway 68 é um tanto quanto rural:



... e nem sempre tem asfalto:



Ao chegar na Highway 40, poderíamos virar para o norte e voltar para a TransCanada, ou ir ao sul e fazer um caminho mais "colado" nas montanhas.

Óbvio que decidimos ir para o sul, como o mapa acima mostra. Seguimos pelo município de Kananaskis, fomos até a entrada da estação de esqui Nakiska, que estava fechada já que ainda não há neve suficiente para se poder esquiar...



Voltamos para a estrada, e seguimos para o sul em direção ao frio, literalmente:







Embora a minha vontade fosse de seguir mais e mais por esta estrada (a Highway 40), no mapa vimos que a próxima cidade era MUITO afastada e que a viagem não ia acabar no mesmo dia. Andamos uns vinte minutos e demos meia volta - só para depois virar à Noroeste na Smith Dorrian/ Spray Lakes Road, passando por dois parques, o Peter Lougheed Provincial Park e o Spray Valley Provincial Park.

A estrada que passa dentro do parque é de asfalto em alguns trechos e em outros trechos ela já está totalmente coberta de cascalho como preparação para o inverno. Levamos uma hora para percorrer uns 60 km já que o limite de velocidade é baixo e cascalho não é exatamente a melhor coisa que existe para dar tração.

Algumas fotos:


Estradinha congelada - detalhe que a câmera focou o vidro do carro ao invés da estrada em si.


Veado na beira da estrada.


Mato


A estrada de cascalho


O Arthur brincando na neve


O nosso carrinho no meio da estrada


Uma montanha qualquer


Eu e o pequeno no meio da neve, no meio do nada, um frio absurdo


Então é assim que eu pareço de casaco e luvas...


Neve


Dentro do carro, as meias do Arthur secando no banco - já sabendo que isto poderia acontecer, a Soraya trouxe roupas extras para o menino - um par de meias, uma calça, luvas e umas coisinhas a mais. É que nem ir para a praia, depois que a brincadeira acaba lá se vão uns 10 minutos limpando a meninada e se preparando para a volta.

A estrada é larga e o limite é de 80 km/h em boa parte do caminho, mas no final a estrada dá uma afinada e o limite diminui para 50 km/ h, e diga-se de passagem, é bom mesmo reduzir a velocidade - a estrada vai COLADA no lago:




Uma pontezinha no meio do caminho



E do nada a paisagem se abre e surge Canmore:



Infelizmente com um carro atrás da gente e uma estrada apertada não pudemos parar para tirar as fotos, e no meio do caminho tinham umas árvores:





Ao chegar em Canmore, resolvemos comer uma pizza (do lado onde aconteceu o acidente com a véia safada), e para felicidade geral do Arthur um trem passou bem na hora:





E esses somos nós:



Resumo da ópera - não fomos até Banff, como eu tinha pensado originalmente, mas vimos algumas paisagens memoráveis - o momento em que a estrada se abre e que Canmore aparece emoldurada por um lago de um azul profundo, a cidade de Canmore e as suas casas em um estilo mais "alpino", a Highway 40 e as montanhas que estão logo ali do lado, a represa de águas verdes logo que se sai da Highway 68 em direção ao sul, a estrada de cascalho que passa no meio dos parques e a neve que já começou a cair por aquelas bandas.

O carrinho foi impecável. A luzinha de "CHECK ENGINE" continua a acender uma vez a cada 5 dias, e eu descobri como ignorá-la - coloquei um cartão em cima da parte do painel onde a luz aparece e agora não me preocupo mais. Quando estávamos indo para o sul na Highway 68, deu para perceber que a temperatura esfriou MUITO do lado de fora porque a carroceria do carro e as janelas esfriaram, e deu para perceber o frio irradiado de fora para dentro.

Ainda bem que temos ar quente :-).

Vimos neve, pegamos uns flurries, vimos montanhas, lagos, paisagens, um trem e seus 40 vagões, vimos uns veadinhos mas não vimos o URSO!

Que sacanagem. E o pior é que em todo o lugar vimos placas de "cuidado com o urso", "jogue o lixo na lixeira à prova de urso", "tranque seu carro" e outros avisos.

Da próxima vez, da próxima vez...

As fotos estão aqui:

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Toda Sexta-feira no trabalho a gente joga um jogo chamado Wolfenstein - Enemy Territory. É um jogo do tipo "First Action Shooter", em que você atira nos seus inimigos e tenta conquistar um objetivo na Segunda Guerra Mundial.

Se você for um aliado, seu objetivo é invadir um alvo defendindo pelos alemães. Se você for um dos alemães, o seu objetivo é não deixar os aliados atingirem o seu objetivo.

Até que o joguinho é interessante. E o mais legal é que é meio "oficial" de Sexta-feira, a gente costuma jogar toda semana. É mais legal quando o número de jogadores é alto (maior do que três ou quatro), já que com poucas pessoas fica difícil achar algum inimigo.

:-).

Papo nerd.

...

Durante a semana eu pensei em várias coisas para escrever aqui. Mas eu já esqueci tudo. O que dá para lembrar são das coisas recentes:

. Ontem foi o aniversário do Arthur, a gente fez uma festinha aqui em casa, o Arthur se divertiu horrores, a gente conversou horrores e hoje eu estava cansado horrores. Faz parte;
. Hoje o trânsito na cidade estava bom - de manhã e na volta - o trânsito aqui normalmente é bom nas Sextas-feiras;
. E eu acho que eu vou ter que escrever mais aqui no blog no decorrer da noite (ou no final de semana), porque a criatividade acabou.

:-(

Mas eu ainda quero escrever mais aqui!

terça-feira, 21 de outubro de 2008

O carro e outras coisas

Eu comprei o manual de serviço do carro. Da Haynes, na Canadian Tire, por 25 dólares. O livro tem 10 capítulos dedicados à parte mecânica do carro (motor, ar-condicionado, refrigeração, aquecimento, etc...), e um capítulo dedicado à carroceria, que é o que mais me interessava, já que eu queria arrumar a trava da porta deslizante, que em dias frios resolve não funcionar (não dá para destravar a porta).

E começo. É um tira capa plástica para cá, desatarraxa parafuso para lá, empurra painel para cá, puxa cabo para o outro lado, e no fim eu acho o tal do parafuso que regula a trava. E então eu descubro que não é a trava que está com problema, mas sim o pino (na verdade, mas uma chave) que aciona o mecanismo que pode ser regulado que está com problema. E para este danado, o livro não traz instruções.

Mas eu sou insistente e fiquei tentando regular a danada da fechadura. E é um tal de puxa fio para cá e aperta o parafuso que regula, solta parafuso, puxa fio, aperta parafuso, empurra, xinga, e no fim das contas agora eu inverti o problema.

Não dá mais para travar a porta.

Eu espero que a honestidade Canadense (e dos meus vizinhos) seja tão santa quanto se canta.

Mas de resto o carrinho vai bem, obrigado. Depois que o Renato trocou a válvula que regula o fluxo de água entre o radiador e o motor o carrinho do Scooby-Doo também anda mais quentinho, já que agora o ar quente começa a sair logo depois que eu ligo o motor, e não logo antes de eu chegar no trabalho.

...

Quinta-feira o meninão faz 6 anos. Parece que tudo começou ontem, é impressionante como este menino cresce rápido. Agora ele está aprendendo a ler, e para começar o atraso a escola manda quatro livrinhos curtos todo dia e a gente (mais a Soraya do que eu) lê junto com ele. A preguiça de manhã é que está brava, até mesmo porque quando a gente acorda (umas 7:20), o dia ainda é noite e o frio faz jus à fama Canadense. Também está escurecendo mais cedo, e no primeiro final de semana de Novembro, quando o horário de verão acabar (aqui o horário de "verão" vai do meio de Fevereiro ao começo de Novembro, eles tem 9 meses no horário de verão e 3 no horário normal) o dia vai acabar antes das 5:30 da tarde.

É, o inverno está chegando.

Mas neste inverno a gente está planejando seguir o exemplo dos Canadense e fazer passeios e a fins que só são possíveis no inverno:

. Aprender a patinar em um rinque fechado (sem vento e com temperatura a agradáveis -5 C), com apoio para se equilibrar e patins decentes;
. Talvez aprender a esquiar;
. Ir até as montanhas e ver se elas são bonitas no inverno também.

A gente tem que fazer isso para começar a gostar do inverno. O Canadense da gema gosta do inverno por causa dos esportes e dos passeios que só são possíveis no frio, e a gente quer seguir este exemplo para começar a (quem sabe) gostar do frio.

E por hoje é só, pessoal!

Fui!

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

. Eu queria ir em um show do Chico Buarque ouvir as músicas que ele provavelmente não gosta mais de tocar

Construção

Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acbou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego

Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público

Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contramão atrapalhando o sábado

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Frio...

O frio, este danado, está chegando por estas bandas. Hoje o carro estava coberto com uma camada fina de gelo, e graças ao sensacional limpador de pára-brisas para loucos que moram neste país gelado, não precisei raspar o pára-brisa - bastou jogar um pouco do líquido cuja garrafa tem uma caveirinha assustadora e todo o gelo foi embora.

Sensacional.

E na Segunda-feira o Renato trocou a válvula que regula a circulação do líquido entre o radiador e o motor do carro, cuja função é esfriar o motor do carro. A válvula anterior estava estourada e a água circulava o tempo inteiro, fazendo com que o motor demorasse agonizantes dez minutos para esquentar de manhã (e neste tempo o carro fica sem ar quente, já que o ar é aquecido com o calor gerado pelo motor), e também esfriava demais ao se dirigir rápido em um dia frio. Mas agora as coisas estão funcionando como devia - o carro esquenta em dois minutos e não esfria depois.

Voltando ao frio, realmente é outra coisa ver o mesmo do lado de fora do carro e não precisar ficar sentado em um ponto de ônibus gelado esperando o transporte para casa. Óbvio que na expectativa de esperar um ônibus por 15 minutos a gente se veste melhor, mas mesmo assim É frio, e quando está tudo nevado não dá para sentar para esperar o ônibus, quando chove é uma m*, ou seja, o carrinho, mesmo velho e com os seus problemas é MUITO, mas MUITO melhor do que a alternativa. Um dia quando eu for morar na Europa eu vou tentar viver sem carro de novo, até lá eu vou adotar o modo de vida Canadense - dirigir e falar no celular ao mesmo tempo.

A única parte chata, como eu já disse antes, é não ver aquele povo estranho no trem e no ônibus. Ou melhor, "chata" é um certo exagero - embora eu tivesse mais histórias para contar, nem sempre a experiência era totalmente agradável - de vez em quando tinha refrigerante escorrendo pelo chão do trem, nos dias de calor os vagões viram estufas móveis, nem sempre dá para pegar a janelinha e dormir no caminho, e a pior parte de tudo era ter que esperar o ônibus para voltar para casa, depois de passar um dia inteiro na labuta como todo bom filho da pátria.

Voltando ao friozinho. Eu agora já sei que o frio que está fazendo agora ainda é um frio "agradável" - eu não preciso usar gorros e luvas, por exemplo. Mas já acontecem algumas coisas interessantes, como a garrafinha que tinha água às seis da tarde e gelo às oito da manhã, ou o pavoroso gelo negro que eu vi em alguns viadutos mas que não foi suficiente para abalar a estabilidade do meu tanquinho azul de guerra. Mas logo, logo, eu vou comprar os pneus de inverno para garantir que eu fique na linha entre Dezembro e Março.

Aliás, hoje da minha janelinha no trabalho eu vi os telhados brancos das casas da vizinhança. Não branquinhos, mas levemente brancos da geada de hoje à noite. A grama estava levemente "crocante" aqui em frente de casa. Vai ficar bonito quando estiver tudo branquinho e, como eu fiz uma ou outra vez, talvez eu use os óculos de sol para trabalhar. Tudo, menos fechar a cortina! E hoje eu também tive que trocar de computador no trabalho, o meu não era muito sociável e desconectava da rede toda hora, e para fazer o mesmo voltar a vida só mesmo tirando o cabo de força do coitado e colocando de novo. Agora, micro novo e a mesma tralha de antes. Eu brinquei que se o computador novo der o mesmo defeito talvez seja hora de trocar a pecinha que vai entre a cadeira e o teclado, mas eu espero que eles não levem isto a sério.

E agora é hora de ir dormir. Hoje chegamos tarde em casa depois de fazer as compras do dia 15 (quando eu recebo o pagamento).

Fui!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Sonhos

Quando eu acordo várias vezes no meio da noite (como nesta última noite), e a cada acordada eu interrompo um sonho mais louco do que o outro, eu penso como os meus sonhos se devaneiam quando eu passo a noite inteira dormindo pesado.

Dream. A gente sonha toda noite. Em média, duas horas por noite. Mas, pelo menos comigo e eu acredito que com a maioria da população, só dá para se lembrar de um sonho se você for acordado durante o sonho - como eu nesta noite em que o Arthur resolveu sair da sua cama às três da manhã e terminar o seu sono na cama dos pais. Assim, quando a gente acorda e pensa "não sonhei", na verdade o correto seria dizer "dormi bem", já que o sono não foi interrompido no meio do ciclo REM, que é quando a gente sonha.

Uma corrente de cientistas acredita que os sonhos são o resultado da liberação de uma droga natural no cérebro. Estudos mostram que vários mamíferos também sonham (está lá na Wikipedia). E quando eu era pequeno lá em Caraguatatuba o pessoal do Centro Espírita dizia que os sonhos eram o nosso espírito viajando pelo mundo quando livre do nosso corpo, mas eu acredito na versão científica da coisa mesmo.

A página na Wikipedia é bem interessante. Vale a pena dar uma lida.

...

Troquei o termostato do carrinho. Agora a água não fica circulando do radiador para o motor o tempo inteiro e o motor esquenta em DOIS minutos, o que é sensacional, já que eu não fico mais tremendo durante metade do trajeto até o trabalho.

E hoje o Tutú foi para a escola! Yay! E ele gostou de rever todos os seus amiguinhos! A gente também ficou bem feliz de dar tudo certo. E amanhã tem mais.

Aliás, hoje cedo o vidro do carro estava com uma camada generosa de gelo. Choveu durante à noite, a chuva congelou no pára-brisa do carro e deu trabalho para o bonitão aqui.

...

Lembra que uma vez eu falei do negócio que parecia um Durepoxy mas que era anunciado por um cara barbudo na TV. É este tio aí:



Qualquer semelhança com o pai de um amigo meu, o Chuck, é mera coincidência.

Fui!

domingo, 12 de outubro de 2008

OKOTOKS

Como parte do nosso programa "vamos gastar o carrinho", hoje viajamos para Okotoks, que eu fiquei com vontade de conhecer depois de ler sobre a viagem que a Eliane e o Paulo fizeram para lá. A cidade é bem bonita. Como tudo em volta de Calgary, tem cara de "fazenda", com construções com uma cara diferente e alguns outros lugares que mais parecem um bairro de Calgary, ao invés de outra cidade. E realmente é bem pertinho, são uns 20 minutos de viagem.

E lá, a gente foi no PRIMEIRO MCDONALD'S DECENTE DO CANADÁ! Pois é! Ele existe! Vamos ver:

. Funcionários que falam Inglês (todos) e em bom número;
. Chão limpo;
. Brinquedos para as crianças brincarem (igual ao dos McDonald's do Brasil);
. Nuggets crocantes e que estavam, de fato, gostosos;
. Sprite que estava mais com gosto de Sprite do que com gosto de cola (literalmente, cola);
. Pessoas "normais" (sem moradores de rua e drogados no banheiro).

Sensacional.

Foi tão bom que na próxima vez que quisermos ir ao McDonald's provavelmente vamos até lá.

E ontem a gente foi dar uma volta na região sul da cidade, perto da Anderson Road, que tem uma vista sensacional para as montanhas. Isto é parte de outro programa, o "conheça a cidade de verdade", já que vamos nos mudar em breve e não necessariamente vamos ficar na mesma região onde estamos agora. Se der para ficar, melhor, se não der, tudo bem. Acho que agora a gente pode quebrar as "amarras" que temos com este bairro.

Fui!

sábado, 11 de outubro de 2008

Outras notas (ou outros curtas)

Esfriou.

Ontem e hoje eu fui trabalhar com -4 graus de temperatura ambiente. No começo da semana cairam uns flurries (nevinha sem vergonha que derrete quando encosta no chão). Amanhã a mínima é de -8, eu acho, e depois esquenta.

Definitivamente estamos nos aproximando do inverno.

...

Hoje rolou o protesto contra a violência no centro de Calgary. Eu acabei não indo. Sei lá se fiquei com preguiça, se é porque era longe do meu trabalho ou porque eu estava super ocupado no trabalho hoje. No entanto, eu acho que seja uma iniciativa válida para o tamanho do problema em Calgary (que ainda é pequeno), e espero que tenha tudo dado certo por lá.

...

E eu vou terminar de ver Rain Man.

Fui!

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Hoje eu fui almoçar em um restaurante Português com o pessoal do meu trabalho antigo! O nome do restaurante é Mimo, e fica na 17 AV SE, bem à SE, no que eles também chamam de "International Avenue". Recentemente eles instalaram uns relógios bonitões nesta avenida, e um dos caras do trabalho disse que "é para você saber a hora em que você cometeu um crime". Vizinhança boa tem destas coisas.

Bom, voltando ao restaurante - a comida é toda preparada na hora em que você pede - dependendo do for, é bom pedir bem antes, já que o frango demora 45 minutos para ficar pronto. Eu pedi um filé ao molho madeira, que no cardápio é traduzido como "beef medallion". Para acompanhar, batata frita ao estilo Português (aquela redondinha), uma saladinha de alface, tomate e cebola que era muito salgada para o gosto do povo que foi comigo (mas que estava bom para o meu gosto), pão e manteiga. Bem, mas bem gostoso. Foi bom comer uma comidinha que parece da terrinha. Agora eu preciso voltar lá com a Soraya e o Arthur.

Óbvio que eu quis me mostrar e fiquei falando em Português com a peso-pesado que é a garçonete de lá. Mas até que a bom poder pedir comida em Português em Calgary, foi a primeira vez (eu nunca fui na churrascaria Brasileira). Tinha um senhor lá que era a cara do pai do Fabrício (que é Português da Ilha da Madeira), e quando a gente foi pagar a conta descobrimos o lado "B" do restaurante, com mais mesas e duas mesas de sinuca.

Aliás, a decoração do restaurante é peculiar. No meio do salão tem uma porta de garagem. Sério. Isso foi bem engraçado. Perto do caixa tinha um monte daqueles azulejos com sábias palavras, no estilo "Fiado só amanhã", mas algumas até que bem criativas - todas escritas no bom e velho idioma Lusitano.

Definitivamente voltarei!

...

No dia em que a Soraya chegou a gente foi dar uma volta na parte Oeste da cidade. Eu dirigi pela 17 AV SW e fui embora à Oeste. Primeiro passamos pela comunidade de Springbank Hill, continuamos à Oeste e passamos por Rocky View, seguimos até a estrada acabar, viramos à direita (para o Norte), e encontramos a Trans-Canada Highway, e voltamos para Calgary. Passamos por lugares muito bonitos e com cara de fazenda. Vimos cavalos, plantações de feno e outras coisas. Deu vontade de mudar para lá.

Hoje fomos dar um rolê na região Norte da cidade. Passamos perto da comunidade de Country Hills, seguimos, seguimos e seguimos à Norte e depois à Leste, chegamos em uma estradinha, eu parei para cobrir o radiador do carro com um papelão (o motor não esquenta já que o radiador não pára de funcionar e a temperatura estava negativa), continuamos pela estradinha até chegar na rodovia que depois vira o Deerfoot Trail, passamos pelo Glenmore Trail, cujas obras finalmente acabaram, e chegamos em casa.

É, ter carro é muito legal mesmo.

:-)

...

Eu ainda quero conhecer Okotoks, do qual a Eliane me falou. Fiquei curioso. Qualquer desculpa vale para a gente pegar um pouquinho de estrada.

...

E Segunda-feira é feriado. Thanksgiving day. Hora de agradecer pela colheita e comer Perú. Como um cara levantou hoje no trabalho, coitado do Perú - quem foi que inventou que é hora de celebrar a colheita e matar os Perús? Mas tradição é tradição, e só o Perú Corcunda sobrevive - com o pescoço torto, ele escapa do facão. A analogia foi inventada pelos meus colegas da 7COMm quando a empresa sofre uns cortes, a gente brincava que ia andar com o pescoço torto para não ser demitido.

Eu escapei. Na verdade, eu sempre escapei - nunca fui demitido. Espero continuar assim.

Toc. Toc. Toc.

:-)

...

Agora eu vou ver um filme e tomar uma cervejinha.

Fui!

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Só uns curtas!

Olá!

A família chegou. A Soraya e o Tutú. O vôo foi tranquilo, sem maiores contratempos, e logo depois do avião pousar em Calgary veio a tempestade que a Soraya trouxe a tira-colo, o céu ficou escuro e ventos de até 100 km/h fizeram o Scooby-Doo Mobile dançar na estrada. Ainda bem que a tempestade chegou depois que eles aterrirasam senão o vôo provavelmente ia atrasar uns bons minutos.

Mas eles estão bem. O Arthur está feliz da vida de voltar para o seu quarto e os seus brinquedos (e o seu papai), e a Soraya também. Terça-feira que vem o meninão volta para a escola e a vida começa a entrar no ritmo "normal" (saindo do ritmo de "férias").

Bois é.

E eu estou bem contente também :-). Um pouco cansado só, que trabalhar de verdade deixa a gente meio cansado!

Prometo escrever mais no final de semana. Com a chegada da família eu estou gastando menos tempo no computador e mais tempo com eles.

Fui!

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Curtas

Bom, a grande arrumação está concluída. Hoje eu também fiz as grandes compras para alimentar a família que está para chegar. Dá-lhe Superstore. Infelizmente eu esqueci de comprar mais sabonete para limpar o povo, vai ficar para amanhã mesmo. Mas eu lembrei de comprar o sabão em pó líquido (como será o nome disso em Português?) para lavar a roupa do povo, e caso você esteja se perguntando, já tinha papel higiênico em casa.

...

Informação demais...

Hoje eu também fiz a minha contribuição quinzenal para o sistema de coleta de lixo de Calgary e levei 4 sacos de uma vez só. Não que a minha casa fosse um depósito de lixo, mas eu resolvi limpar a dispensa e a geladeira, fora as 20 garrafas de água, 10 latinhas de coca-cola e outros items que foram recolhidos durante a grande limpeza.

E ontem eu enchi o tanque do carro. Paguei 1.16 dólares por litro de gasolina, e descobri que tinha um lugar perto do meu trabalho que vendia por 1.13 dólares! Eu ia economizar UM dólar e VINTE centavos se eu abastecesse por lá! Assim não dá. Eu nunca confio muito que a bomba vai desarmar quando o tanque encher (aqui é você que abastece o seu carro, que nem gente grande), então eu sempre páro quando o valor chega em 60 dólares, o que deu uns 50 litros. O marcador de gasolina ficou para cima do "F", então acho que está bom.

Aliás, o marcador vai ficar no "F" (façamanhente cheio) por mais uns 100 quilômetros. Depois ele começa a descer, até que rapidinho, para o "E" (esgotado, erradicado, exterminado - foi bem mais fácil achar significados para o "E" do que para o "F"). E aí eu vou para o posto. E encho o tanque. E o ciclo recomeça. Para quebrar a rotina, abasteço cada dia em um posto diferente.

Radical.

Hoje no trabalho a gente jogou pôquer. Eu não sei como eles chamam aqui, mas eu acho que é algo como "estimation poker". Quem é da área de TI sabe que uma parte do trabalho envolve dizer quanto tempo você acha que algo vai demorar - por exemplo, eu diria que para fazer uma calculadora similar a do Windows, com os dez dígitos e as operações simples, são necessários 2 dias de trabalho. Só que o Zé do meu lado acha que é 1 dia. E o João do outro lado acha que na verdade são cinco dias. E poraí vai.

Nas condições ideias de temperatura e pressão, eu vou dizer que é 2 dias e pronto. Mas o que acontece na vida real é que cada um diz quanto acha que vai demorar, normalmente da esquerda para a direita ou vice-versa. Se o Zé estiver antes de mim e dizer que vai levar 1 dia, eu posso ficar com medo de pensarem que eu sou um zumbi lerdo, que fica navegando na internet o dia inteiro, e então "equiparar" o meu prazo com o prazo do Zé - que é de 1 dia.

Causos da vida real.

Para isso existe o "pôquer". Cada um recebe as seguintes cartas:

1/2, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 20, 40, 100, ? e um coringa.

Os números podem ser definidos como "dias" ou "unidades" (como, por exemplo, 70% de um dia, já que os outros 30% são gastos com suporte à outras áreas). O coringa é uma xícara de café que sinaliza que você precisa de um break, e o ? é um sinal de que você não entendeu alguma coisa.

Voltando ao esquema acima. Eu, o Zé, e o João.

Eu: 2 dias
Zé: 1 dia
João: 5 dias

O Zé e o João, que ficaram nos extremos do prazo, vão ter que explicar o porquê da disparidade e a gente vai jogar de novo:

Eu: 2 dias
Zé: 1 dia
João: 2 dias

E o prazo é de 2 dias. Se eu e o João jogássemos 3 dias, íamos ter que fazer mais uma rodada, já que a diferença entre 1 e 3 é maior do que uma carta (tem o 2 no meio).

Parece meio louco, mas funciona. Só se pode mostrar uma carta, e todo mundo tem que mostrar ao mesmo tempo. Se alguém acha que demora mais do que os outros pensam, ele explica os seus motivos e então todo mundo mostra as cartas mais uma vez.

Sinceramente, é uma das melhores maneiras de estimar prazos da qual eu já participei.

Mas é um papo meio nerd.

...

Hoje a gente fez uma demo do nosso projeto. Quase bom, tirando que se você fosse procurar uma cafeteria em São Paulo o sistema ia listar todas as cafeterias em São Paulo, sem perguntar em que rua ou bairro você quer procurar. Um detalhe que passou despercebido pela gente mas não pelo crivo do diretor, vai ver que é por isso que ele é diretor e a gente não.

...

Bom, eu vou tomar um banho e depois dormir.

Se eu conseguir dormir.

Fui!

domingo, 5 de outubro de 2008

Hoje eu comecei a grande arrumação. Até que eu comecei bem, quando o Kb.Lo me ligou de manhã me salvando de um dos sonhos mais loucos que eu já tive. Quando ele me ligou eu estava tentando salvar alguma coisa mas tinha que achar as minhas calças primeiro, já que eu tinha saído de casa de toalha. No sonho eu era Japonês, e estava olhando pelo olho mágico de uma porta e tinha um outro japonês olhando pelo olho mágico do outro lado.

Eu demorei uns minutos para voltar totalmente à realidade.

Eu comecei com o banheiro - agora o mesmo está limpinho. Agora eu diria que 60% da casa já está aspirada e os papéis inúteis e garrafas vazias já estão recolhidos. Eu já troquei 90% da água do coitado do Beta e arrumei a gaveta da cômoda do quarto do Arthur. O aspirador parou de funcionar umas duas vezes e agora o que falta mesmo é limpar o quarto do Arthur. De resto, já foi tudo. Até que foi mais fácil do que eu pensei.

Vamos ver a opinião da patroa quando ela chegar.

:-)

E hoje, depois de tomar um banhão, arrumar alguma coisa por meia horinha e voltar para a cama por mais uma hora, decidi ir tomar um café da manhã (à uma da tarde) no Tim Hortons. O café do Tim Hortons estava sem gosto nenhum - nem de café, nem de creme, nem de açúcar. Quando eles erram, eles não erram por pouco. O sanduíche até que estava bom, tirando que o molho era meio ardido, e o Donut estava 100%, como sempre.

Tim Hortons = Donuts.

Depois do Tim Hortons eu fui dar um rolê pela parte oeste da cidade - segui a oeste do Bow Trail, depois desci a 85 ST SW, e andei mais alguns quilômetros pela 17 AV SW (que depois muda de nome), até que a luzinha da gasolina acendeu e eu fiquei meio cabreiro de ficar no meio do nada e resolvi voltar.

Mas foi bonito. O Outuno e todas as suas folhas amarelas e vermelhas :-).

E eu ia escrever mais... Mas preciso ir-me e ver um pouco de TV!

Fui!!!

...

Todo mundo me pergunta se é ruim morar em um 4plex, já que tem alguém morando embaixo. Eu digo que não, que talvez a vizinha de baixo sofra, mas para a gente é tranquilo.

Pausa.

De vez em quando eu acho que ela deve se debater com o cachorro na escada, derrubando uma coleção de bolas de boliche que descem ruidosamente pelos degrais (degraus?). Peloamordedeus, um dia eu vou achar que alguém morreu e vou ter que chamar a ambulância.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Sisteminhas

Hoje no trabalho eu me vi em um dilema. Um dilema simples, mas não deixa de ser um dilema. Eu estava com um problema em um módulo do sistema desenvolvido pela outra filial da empresa, em Toronto, e eles não conseguiam arrumar o danado do bug por nada deste mundo.

Fui lá eu (vou falar técniquês agora), extrai todas as classes da aplicação Web dos caras, rodei um decompilador e obtive o código fonte, adicionei um negócio, descobri o erro, rodei de novo o decompilar, arrumei o arquivinho, coloquei no lugar certo, e fui testar a aplicação. Funcionou.

Lá fui eu mandar um E-Mail para os caras de Toronto (na verdade foi o líder técnico da equipe que mandou):

"Olha, a gente tem um certo feeling de que o problema é com tal coisa"

E esperamos. E eu vou explicar mais ou menos como é que funciona a coisa. É um daqueles sistemas de lista telefônica automatizada (pelo próprio telefone e por reconhecimento de voz). Existem testes automatizados, mas normalmente eu faço o teste de uma maneira mais simples:

1. Ligo para o ramal em que a aplicação está instalada;
2. O sistema atende o telefone. Na tela do meu computador começam a aparecer as informações de uso da aplicação (famoso "log");
3. Uma voz simpática se apresenta ("Oi, eu sou o Dex, eu posso procurar por ...", e depois uma voz feminina simpática vem e pergunta se eu quero procurar por nome ou por tipo de negócio;
4. Digo "Business Type";
5. O sistema pergunta "para qual cidade, please"?
6. Digo "Denver" e na maioria das vezes o sistema aceita direto a cidade. Se o sistema ficar "em dúvida", ele pede uma confirmação;
7. E aí ele pergunta o que eu quero encontrar. Posso dizer "taxi", "coffee shop" e várias outras coisas. E é nesta última etapa que o enrosco acontece...

Para algumas "categorias" (como nós chamamos), a aplicação dos caras trava. Para outras, funciona. Eu posso descobrir onde tem um cemitério e um internet café em Denver, mas ir de táxi, nem pensar, já que o sistema abre o bico quando vem uma listagem de táxis.

Pois bem.

Manda E-Mail para lá, E-Mail para cá, eles perguntam se eu tenho certeza que o erro é no sistema deles, eu faço uns relatórios, descubro que das 2000 categorias 1200 funcionam e 800 dão erro, mando para eles, e hoje eles fazem uma correção e me pedem para testar de novo.

E eu digo:

"Olha, está bem consistente. Agora o sistema FALHA em todas as categorias, não só em 40% dos casos"

E eu com o sistema arrumado do meu lado deste não sei quantas horas antes, sem o código fonte do mesmo (difícil explicar o que é código fonte para quem não é da área - é como se fosse a escrita que a gente entende, e o programa compilado é a escrita que o computador entende), tentando guiar os caras, e eles me fazem essa.

Depois dessa eu resolvi vir para casa.

Nada como uma Sexta-feira.

:-)

PS: Eu me considero muito bom na minha área - um bom programador - mas olha, modéstia parte, eu sou um dos melhores "achadores de problemas" que eu já conheci na minha carreira profissional. E também um dos melhores "quebradores de sistema".

Um dia, no meu último emprego no Brasil, me caiu um celular na mão e alguém estava dizendo, incrédulo:

"Cara, eles disseram que o celular REINICIOU! E que depois os dados da aplicação SUMIRAM! E que depois a aplicação DESAPARECEU!"

"E a gente tentou reproduzir o problema mas não conseguimos!"

E eu falei "hmmm, deixa eu ver o celular", e fui rodar a "simulação de caixa de supermercado", que basicamente consiste em ficar apertando todos os botões simultaneamente e repetidamente até que alguma coisa aconteça (repare nos profissionais que tem lidar com equipamentos de caixa).

Em uns 30 segundos eu reiniciei o celular. Em uns 4 minutos eu sumi com os dados da da aplicação. Uns 20 minutos depois, a mesma desapareceu do celular.

E eu disse "é, acho que os caras estavam falando a verdade".

E hoje, quando eu tive o problema com a aplicação dos caras, eu fiz TODO teste possível para isolar o problema e mandei um E-Mail com gosto explicando tudo que aconteceu e dizendo:

"Caras, o problema é do lado de vocês"

Sensacional.

E olha, eu gosto do que eu faço. Uma boa parte disso vem pela bagagem que eu tenho e pelo fato de que eu normalmente consigo atingir os resultados que eu tento obter. Ficou meio frase de livro de auto-ajuda, mas é verdade.

...

"Right now there's only one rule"
"Our way or the highway"

Vou continuar vendo o meu Matrix aqui.

Red

A cidade está avermelhada nestes últimos tempos. Hoje um arco-íris enorme estava no céu. Os cowboys jogavam os seus chapéis para o alto cantando "It's Raining Man" em coro.

A parte dos cowboys e os chapéis voando é criatividade poética (ui!). Mas hoje de fato tinha um arco-íris enorme no céu (dois, na verdade), e o Argentino que trabalha a duas baias de distância veio saltitando tirar uma foto com a sua máquina digital.

A parte do saltitando é, digamos, exagerada. Mas ele de fato tirou uma foto do arco-íris. Pena que o cara é gente boa, não dá para falar mal do fato que ele é Argentino, é que nem xingar a mãe de alguém conhecendo de fato a mãe deste alguém.

No começo desta semana, com a saída do cara da Romênia, resolvemos dar uma ajeitada no layout do escritório. Alguém me perguntou se eu queria mudar de lugar e eu disse "nem a pau, Juvenal". Brincadeira. Mas me perguntaram se eu queria ir duas baias à "leste", ainda na janelinha, mas com um ângulo diferente e do lado da sala do diretor, e eu educamente sugeri uma mudança nas divisórias entre as baias. Ao invés daquela coisa opaca e sem graça, trocamos por maravilhosas divisórias translúcidas e sem graça (o exagero na frase aqui é proposital). Mas as divisórias novas são menos compridas (talvez mais curtas?), e o escritório ficou mais claro (agora está até meio ofuscante, na verdade), mas ficou BEM melhor.

E eu ainda estou na minha janelinha.

E eu descobri que é realmente deprimente trabalhar em um escritório sem janelas. Ninguém merece.

Hoje eu fui comer em um restaurante Filipino, sugestão de um dos colegas de trabalho - eles às vezes dão sugestões boas, como o bar em que eu fui ontem com o Octávio e a mulher dele, a Bia - o Kilkenny (aliás, não há nada como conhecer as pessoas ao vivo). Bom, voltando ao restaurante Filipino, como eu ia dizendo, às vezes eles não dão sugestões tão boas. Eles tem um esquema tipo buffet onde você escolhe duas opções (entre as oito existentes), eles completam com arroz e você vai feliz da vida comer. A mulher que atendia no buffet era bem simpática e nos explicou o que era cada coisa. E eu fui perguntar o que era aquele negócio que tinha cor de feijoada, consistência de feijoada, e parecia ter SABOR de feijoada (NHAM):

"What's that, please?"

"Pork with pork blood sauce" (Pedaços de porco com molho de sangue de porco)

O meu lado aventureiro chegou a contemplar a possibilidade por um tempo tão pequeno que não pode ser medido em nenhuma escala da ciência moderna. O meu lado prevenido pensou que "sangue de porco" não é a comida mais limpa que existe.

E lá fui eu com uma carne que tinha mais osso do que carne propriamente dita, e uma sardinha geneticamente modificada que tinha três vezes mais espinhos do que o normal.

Na saída do almoço, alguém pergunta "e aí, gostaram do restaurante?"

E o cara da Suécia respondeu "welllll, eu acho que eu consigo viver sem ele" (I think I can live without it)

Definição melhor, impossível.

Mas ainda há muita comida Asiática para tentar por estas bandas - os 5021 restaurantes Vietnamitas (não foi surpresa quando eu vi que aqui no bairro fica a sede da associação dos imigrantes Vietnamitas que odeiam aqueles ianques bastardos), os 120 restaurantes Filipinos, o 1/2 restaurante Português e os 15 árabes.

Divida estes números por 50 e talvez você tenha um número mais próximo da realidade. Mas que aqui tem MUITO resturante vietnamita, isto tem. É impressionante. Queria eu comer um prato vietnamita e ter a mesma satisfação que tenho ao comer um churrasco, uma pizza com catupiry (ou QUALQUER COISA com catupiry), bolo de ameixa com doce de leite e outras coisas Brasileiras.

Eu até acho comida Vietnamita boa, mas eu não sou muito fã de broto de feijão, e eles parecem IDOLATRAR broto de feijão.

Bom, preciso ir trabalhar. Estou gastando meu tempo precioso de trabalhador para escrever no blog!

Fui!

Dogma

A casa aqui na frente da minha janela, invadida por um time da SWAT de chapéu de cowboy depois de alguém ter ouvido um tira, passou por um processo de limpeza nos últimos dias. O tiro em questão foi disparado por um homem que se matou dentro da casa. Ontem eu consegui ver uns caras vestidos com aquelas roupas brancas "de filme", com direito à mascara de hospital e mais umas proteções, tirando tudo de dentro da casa - sofá, cama, mais alguns móveis e sacos e sacos pretos de lixo.

Hoje tinha alguém com uma caixa de ferramentas por lá.

Eu não vi ninguém que parecesse ser família - que coisa, o cara se mata e tudo o que sobrou da sua existência vai para o lixo. Seu sofá, seus pertences pessoais, seus tapetes, toalhas, tudo tem que ser jogado fora.

Quando eu era mais novo eu acreditava que os suicidas iam para o inferno ou para o purgatório. Hoje em dia eu tenho uma visão mais "materialista" e "científica" das coisas, e acredito que toda e qualquer religião pregue o inferno para os suicidas já que a preservação da vida é um dos pilares de qualquer religião.

Tire a religião e a vida após a morte fora, e um suicida é alguém que tirou a própria vida e pronto. Não vou mandar para o inferno alguém que estava se sentindo vazio e inferior o bastante para tirar a própria vida.

Dogma.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Lembrei...

Amanhã de manhã a temperatura vai ser de agradáveis 6 graus.

Amanhã à tarde a temperatura vai ser de agradáveis 24 graus.

18 graus em dez horas. 1.8 graus por hora. Eu nunca vi a temperatura variar tanto quanto em Calgary. Os motivos são os seguintes, até onde a minha ciência chega e na minha opinião leiga:

Altitude:

Calgary está a 1048M de altitude. A pressão atmosférica aqui é, segundo este site e a calculadora do Windows, 87.9% da pressão atmosférica no nível do ar. Pressão menor = menos moléculas que compõem a atmosfera. Menos moléculas que compõem a atmosfera = maior variação de temperatura.

Por exemplo, caros amigos. Uma garrafa com um restinho de água gelada vai esquentar muito mais rápido do que uma garrafa cheia de água gelada - porque com menos água, temos menos massa, e o calor vai embora mais rápido.

Algo assim. Alguma coisa do tipo. E a apresentadora da TV acabou de bocejar. Nada como as TVs Canadenses.

Bom, que mais?

Umidade do ar:

O ar aqui é mais seco do que onde eu morava no Brasil. A água é boa para manter a temperatura (há uma propriedade física que descreve esta propriedade nos materiais), vamos dizer que é "manteretura" (eu não tenho idéia do nome certo). Com menos umidade, temos menos água, e menos "mantenetura" no ar.

E a temperatura varia mais.

Que outros motivos? Talvez aquelas montanhas gigantescas logo ali ajudem, talvez o pólo solar um pouquinho mais pra cima dê uma força, e talvez eu esteja escrevendo demais.

Fui!

BOOSTER

Começando a "grande arrumação", eu hoje comprei o "booster seat" para o Arthur - comprei um que tem encosto e apoio para a cabeça, já que o menino dorme que é uma beleza no carro. Já no pátio da loja eu montei o espumoso, coloquei a capa de assento no lado do passageiro, arrumei a tralha no porta mala e me despachei para a Canadian Tire comprar o líquido para limpar o pára-brisa, daqueles anti-congelantes e com uma caveira bem grande na embalagem, e já enchi o tanque certo no estacionamento mesmo. Eu digo certo porque eu fiquei pensando que deve ser uma bela de uma m* colocar o líquido para lavar o pára-brisa no radiador ou, pior ainda, no motor do carro.

E a casa... Bom, na verdade a idéia foi separar o final de semana para ARRUMAR a casa! Assim eu não preciso me preocupar com as coisas que eu já resolvi hoje!

E João sem Braço é a mãe.

...

A cidade está bem seca. Hoje quando eu fui comprar as coisas para o carro deu para perceber uma certa névoa por cima de tudo - acho que está mais para poeira do que névoa. As folhas estão totalmente amarelas, o tempo está mais quente do que a média para esta época do ano (ótimo), e no final de semana deve chover e esfriar (shit!).

Confirmando-se a previsão do tempo vai estar bem frio quando a Soraya chegar (quer dizer - meio frio - a temperatura ainda vai estar positiva).

E eu vou ver TV.

Estou meio cansadão esta semana - é o tal do resto do resfriado ainda se fazendo presente.

Fui!