sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Dogma

A casa aqui na frente da minha janela, invadida por um time da SWAT de chapéu de cowboy depois de alguém ter ouvido um tira, passou por um processo de limpeza nos últimos dias. O tiro em questão foi disparado por um homem que se matou dentro da casa. Ontem eu consegui ver uns caras vestidos com aquelas roupas brancas "de filme", com direito à mascara de hospital e mais umas proteções, tirando tudo de dentro da casa - sofá, cama, mais alguns móveis e sacos e sacos pretos de lixo.

Hoje tinha alguém com uma caixa de ferramentas por lá.

Eu não vi ninguém que parecesse ser família - que coisa, o cara se mata e tudo o que sobrou da sua existência vai para o lixo. Seu sofá, seus pertences pessoais, seus tapetes, toalhas, tudo tem que ser jogado fora.

Quando eu era mais novo eu acreditava que os suicidas iam para o inferno ou para o purgatório. Hoje em dia eu tenho uma visão mais "materialista" e "científica" das coisas, e acredito que toda e qualquer religião pregue o inferno para os suicidas já que a preservação da vida é um dos pilares de qualquer religião.

Tire a religião e a vida após a morte fora, e um suicida é alguém que tirou a própria vida e pronto. Não vou mandar para o inferno alguém que estava se sentindo vazio e inferior o bastante para tirar a própria vida.

Dogma.

2 comentários:

Eliane disse...

Oi Raví, ontem eu estava assistindo um noticiário de New York e um cara se suicidou em frente a um monte de gente e aos policiais que estava tentando impedir o ato. Ele estava nu, pensei aqui comigo, ele quer voltar do jeito que veio ao mundo. Muito triste o cara mora no primeiro mundo e é infeliz, pelos motivos dele é claro e tira a própria vida diante de milhares de pessoas. Virou noticia. Triste, muito triste. Beijos, Eliane.

Ravi disse...

Pois é.

Infelizmente este tipo de coisa costuma acontecer mesmo, e é muito triste mesmo.

Mas olha, já vi algumas estatísticas a respeito e em alguns países de primeiro mundo, como o Japão, a taxa de suicídio é muito alta, bem mais do que no Brasil, por exemplo.

Vai entender...

Beijos, Ravi.