quarta-feira, 29 de junho de 2011

Os causo

Desde Domingo eu estou sendo um hóspede inoportuno do Paulo e da Eliane, que me deixaram ficar no basement da casa deles por este tempinho que falta até eu ir embora para o Brasil. Valeu Paulão, valeu Eliane, o Basement de vocês é sensacional e é muito bom ter um teto sobre a cabeça.

Eu trouxe 2.5 carros de tralha na mudança. Carreguei tudo sozinho. Eu sou meio desastrado, então eu me arranhei em dez lugares diferentes, chutei um parafuso que estava preso à uma mesa, furei o dedo com um prego em dois lugares diferentes, ou foram dois pregos ao mesmo tempo, ou algo assim. A minha mão está descamando por causa do produto que eu usei para limpar o fogão, e ontem eu ainda me espetei com a vaca maldita que a gente usa para segurar o milho.

Mas, faz parte. O pessoal do meu trabalho falou para eu tomar cuidado e sobreviver ao final de semana.

Na garage sale, teve um cara das Filipinas que comprou a cama de casal, a escrivaninha da Soraya, uma cadeira, duas mesas de colocar do lado da cama, uns livros, e eu dei os dois sofás para ele porque eu percebi que eu ia morrer com estes sofás na casa. Ele me disse "ok, Sábado que vem eu passo aí para pegar as coisas", e eu disse "ok, venha de carro".

Sábado ele veio. Com isso:



Aqui a gente chama de "dolly", sabe Deus porquê. Não sei qual o nome no Brasil. Quando ele chegou em casa eu tinha saído para almoçar, o telefone toca e é o cara que veio buscar as coisas. Peço para a mulher que me atendeu embalar o lanche, e quando chego em casa encontro o cara no jardim com a dolly do lado.

- Cara, você vai carregar dois sofás, uma cama, um colchão, um outro colchão e uma escrivaninh em cima disso?

Se ele me dissesse "mas é uma coisa de cada vez" eu ia trancar o cara do lado de fora e falar para ele voltar depois de uma semana. Mas eu sou um bom samaritano e tentei colocar o sofá no carro, e é óbvio que o sofá não passou no porta-mala. Liguei para a Cecília e envergonhado pedi o carro deles emprestado... Cê, brigadão. Duas viagens depois a bronca estava resolvida. Devolvi o carro (Cê, brigadão) e voltei pra casa e fiquei a contemplar a sala vazia.

O Brian (dono da casa) passou lá Terça-feira durante o dia para medir uma janela, e depois de ver o estado lastimável da casa, achou que eu nunca fosse conseguir acabar a limpeza/ mudança.

Mas eu acabei! A casa ficou limpa, eu ainda fui no dia seguinte limpar umas coisas que sobraram, mas a casa ficou limpa! Exceto por uma pia quebrada e uma janela que nós vamos rachar meio-a-meio, vou receber o depósito inteiro de segurança, assim o acho.

Maravilha.

Segunda-feira, 4 de Julho, nós vamos para os Estados Unidos passar duas semanas e meia fazendo reunião. Vai ser uma beleza.

Fui!

domingo, 26 de junho de 2011

Checklist da mudança

* Paredes repintadas - yep;
* Carpete "lavado" com o Rug Doctor - afirmativo (comecei à limpar 0:30 e acabei às duas da manhã);
* O que é para jogar fora do lado de fora, o que eu vou levar do lado de dentro - má ou menos, ainda deve ter um lixo ou outro dentro de casa;
* Um andar inteiro pronto - quase, ainda falta limpar a privada do banheiro lá de cima mas é só;
* Esquadrias das janelas limpas - sim e deu um trabalhão;
* Geladeira limpa - é um processo, a parte que não sai de dentro está limpa mas a parte que sai está na pia;
* Banho - é um brincalhão;
* Janelas limpas - os vidros das janelas estão mais ou menos;
* Tomando cerveja vencida - yep, tava na geladeira, eu fiquei com pena de jogar fora.

Caramba, estou cansado. A sala da minha casa parece que saiu daquele programa onde mostram as pessoas que não conseguem jogar nada fora e acumulam um monte de tralha.

Planos para amanhã:

* Acordar babando da cama porque agora já é 2:30 da manhã;
* Achar uma toalha limpa;
* Tomar um banho frio para acordar;
* Me arrastar até o 7-11 e comprar alguma coisa com cafeína;
* Tirar TODA a tralha de dentro de casa;
* Mudar;
* Limpar os banheiros;
* Limpar o chão de madeira da sala;
* Fazer a mudança de facto;
* Levar o lixo da casa para o lixão da cidade;
* Talvez, bem talvez, cortar a grama;
* Fazer a inspeção da casa.

Fui!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Reflexões

Voltar para o Brasil é um processo. É uma decisão complicada de ser feita já que existem muitas coisas que devem ser levadas em conta - O Brasil é o Brasil e achar que não é assim é tapar o sol com a peneira. Várias decisões tomadas para a nossa volta foram feitas com isso em mente:

- Estamos indo para uma cidade onde a qualidade de vida, até onde sabemos, é muito boa;
- O Arthur e a Hannah vão estudar em escola particular;
- Eu vou fazer um plano de saúde familiar - eu já vi quanto custa, não é barato, mas faz parte do pacote;
- Eu vou trabalhar para o mesmo lugar onde eu trabalhava antes, e eu vou tentar manter um horário de trabalho similar ao que eu fazia aqui. Parte da qualidade de vida é chegar em casa no horário e curtir um tempo com os filhos.

A gente morava em Santos e em São Paulo antes de vir para o Canadá. As duas cidades foram cortadas da lista de potenciais "moradias" por motivos similares - Santos é abarrotada de gente e, talvez por ser cidade de praia, sofre com um número de furtos e assaltos que é exageradamente grande. São Paulo é São Paulo. Grande, divertida, estressante, poluída. Jaguariúna pode até ser meio monótona (é uma cidade de campo no fim das contas), mas é a nossa aposta para o futuro.

Eu achava que eu nunca ia morar no interior, mas depois de morar 4 anos aqui no Canadá, você passa a priorizar outras coisas na vida. Ter a oportunidade de morar em Jaguariúna removeu um dos grandes empecilhos da nossa volta ao Brasil. Eu estou ansioso para voltar logo e ver como é que vai ser.

...

A garage sale (ou moving out sale) acabou. Final de semana que vem ainda vem um cara buscar a cama e os dois sofás da sala. Hoje eu vou comprar uns pincéis para retocar a pintura da casa, e vou começar a complicada e demorada "operação limpeza". Ah é. Vou jogar fora o que é para ser jogado fora, organizar o que eu vou levar, arrumar o que vai ser dado. Vai ser uma beleza. Uma maravilha. Sim, sim... Eu preciso me organizar e colocar um calendário de metas para cada dia da semana, senão eu vou deixar para fazer tudo no sábado e isso não vai ser legal.

...

Bom, preciso ir-me.

Fui!

sexta-feira, 17 de junho de 2011

The plan

Hoje a Soraya foi para o Brasil com 200 e poucos quilos de bagagem, um carrinho de bebê, um bebê e um bebezão crescido. O bebezão maior ficou para trás. Amanhã de manhã eles chegam no Brasil. O Octávio foi para casa me ajudar a levar a tralha para o aeroporto, e olha, foi essencial e nós seremos eternamente gratos. Eram seis caixas grandes, duas malas, e um monte de silver tape para segurar tudo no lugar. Fazendo as contas, foi um rolo de silver tape por caixa. A mulher da Air Canada ficou feliz com o meu empacotamento, ainda bem, já que o check-in levou uns 45 minutos.

Mas...

Embora do Canadá para sempre? A gente acha que não, e eu vou explicar o porquê. A empresa em que eu trabalho aqui no Canadá ofereceu a possibilidade de eu trabalhar remotamente do Brasil, e eu aceitei. Conversando com a Soraya, nós decidimos que vamos aplicar para a residência permanente no Canadá (eu tenho direito à aplicar depois de viver aqui por tanto tempo). Quando o processo for concluído, nós teremos de um à dois anos para visitar o Canadá, e depois, nós próximos 5 anos, nós teremos que viver aqui por 2 anos para poder renovar a residência permanente.

É assim:

a. Chegou no Brasil - 1 ano para aplicar;
b. 11 meses depois a aplicação fica pronta;
c. X meses depois a gente tem que visitar o Canadá;
1. Nós próximos 5 anos depois da primeira entrada no Canadá, nós temos que viver 2 anos aqui para manter o "status" de imigrante Canadense;
2. Volte para o passo 1 (a cada 5 anos, viver 2 no Canadá).

Complicado? Nem tanto. Nada é para sempre e nenhuma decisão é final. Se a gente fizer isso, a gente dá ao Arthur a possibilidade de viver no Canadá um dia se ele quiser, e ele poderá estudar aqui e no Brasil, aprendendo as duas línguas de forma igual.

Vai dar certo ou não? Vamos fazer isso mesmo? Não sei, é uma idéia. No momento estamos muito felizes de voltar para o Brasil e eu estou extremamente ansioso de poder voltar à viver entre as pessoas que nós deixamos para trás há quatro anos. O Arthur está maluco para viver em Jaguariúna (ele não gosta da neve e ele não gosta do frio), e todo mundo está doidinho para ver a Hannah.

O dia chegou!

Fui!!!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Posts antigos

Eu estava lendo uns posts antigos do blog (de 2008, o ano em que eu escrevia sobre tudo), e resolvi que bem, eu devo escrever mais e melhor, escrever "de dentro" que nem eu escrevia naquela época.

Vou tentar ser que nem o Octávio.

Estes dias no journal do Arthur tinha uma página que ele escreveu na viagem de RV que dizia:

I SAW
A BEAR
TODAY
AND IT WAS
NOT AT THE
ZOO

A gente ficou todo orgulhoso. Depois eu pergunto para ele se eu posso tirar uma foto para colocar no blog.