sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Quatro meses...

Há exatamente quatro meses, no dia 5 de Junho, eu estava embarcando para o Canadá no aeroporto de Cumbica.

Neste dia, se não me engano, o roteiro foi terminar de arrumar as coisas, verificar se estava tudo em cima (passaporte e demais tranqueiras), e ir até a loja do sogrão para a carona até o aeroporto.

Como eu quis dirigir, não foi tecnicamente uma "carona", mas eu me lembro muito bem deste dia. A rodovia dos Imigrantes me pareceu particularmente bonita naquele dia, acho que eu devia estar com zilhões de coisas na cabeça. Em compensação, a via Dutra estava engarrafada como eu nunca vi. Ainda bem que a gente saiu de casa beeeem antes, e por causa disso eu cheguei no aeroporto no horário certo. Fila, documentos, despedida breve porque podia demorar na hora de passar pela Polícia Federal.

Mas no fim das contas foi tudo tranquilo. Como a Soraya já explicou no blog dela, o Arthur só foi se tocar que eu fui embora quando eles estavam voltando para Santos, e aí também abriu o berreiro. Se quiserem ler a história, está aqui. A idéia original era eu ficar aqui apenas três semanas, conhecer a empresa, e então voltar, ficar mais umas três ou quatro semanas no Brasil, e então vir de mala e cuia.

Como dá para perceber, as coisas não foram bem assim. Estou aqui até agora. Um mês depois da minha chegada aqui (exatamente um mês depois), a Soraya e o Arthur chegaram aqui. O moleque de chapéu de caubói - a hora que ele me viu ele gritou "Raviiiiii" (não sei porque ele disse Ravi e não papai, acho que é porque eu e a Soraya nos chamamos pelo nome, e não por apelido). Estamos aqui até hoje :-) Se eu soubesse que ia ficar tanto tempo teria me despedido apropriadamente das pessoas, e acho que também tentaria ter vendido o carro (ou pelo menos aprontado as coisas para vender). E teria trazido mais DVD's.

Eu estou na expectativa de ir para o Brasil em Outubro ou Novembro. Agora em Outubro eu devo ir para um evento em São Francisco, e se não der nenhum rolo eu encontro a Regina e o Herbinho por lá. Digo se não der nenhum rolo porque já rolou tanta, mas tanta história aqui, que eu agora só acredito em milagre quando o aleijado andar:

Um curandeiro reuniu centenas de deficientes no teatro da cidadezinha prometendo curar todos. Chamou ao palco um aleijado numa cadeira de rodas.
- Eu vou te curar e a partir de hoje você vai andar.
Colocou o aleijado atrás de um biombo que havia no palco e se dirigiu á platéia:
- Alguém mais quer testar junto com o aleijadinho os meus poderes de cura?
- Eu guero! - gritou o fanho. - Eu guero deijar de zer vãnho!
- Suba ao palco e vá para trás do biombo - ordenou o curandeiro.
Com o aleijado e fanho atrás do biombo, o curandeiro começou a dizer as palavras mágicas e ordenou:
- Aleijado, levanta e anda!
Nada aconteceu.
- Aleijado, levanta e anda!
Nada aconteceu.
- Fanho, fala!
Nada aconteceu.
-Fala, fanho!
Ouve-se uma voz detrás do biombo:
- O aleichado caiu !!!

Acho que bateram umas saudades a mais hoje. Tem um monte de coisa esperando na fila para acontecer (habilitação, dinheiro, permissão de trabalho da Soraya, viagem para o Brasil, terminar de comprar as coisas para a casa), mal posso esperar para ir riscando os itens da lista.

Hoje eu escorreguei no gelo aqui... Não cheguei a cair, mas não percebi que era gelo, parecia só um trecho molhado da passarela. Eu dei uma bela de escorregada, mas graças ao meu afinado equilíbrio (eu não consigo fazer poli-tamanco, sou cabeçudo e careca, alguma compensação eu tinha que ter) eu nem precisei segurar no corrimão :-). Acho que estava -1 grau hoje. Eu quebrei totalmente o assunto com este parágrafo. Era só algo que eu tinha que contar. Vou retomar a linha de raciocínio no próximo.

Minha avaliação daqui? Mais fácil do que eu pensei que fosse ser. Óbvio, existem alguns revezes. Ontem eu tentei falar com o Chuck e com o Kb.Lo (Raphael e Luiz Fernando), e fiquei meio chateado por não ter conseguido, vou tentar de novo hoje. De vez em quando bate uma saudade, mas eu estou sempre conversando com os meus amigos e com os meus pais, falo com a minha mãe umas duas ou três vezes por semana, e mantenho este blog. O blog é uma coisa fantástica. Não que eu me importasse em contar a mesma história 50 vezes, eu gosto de conversar, mas é bom este sentimento de "compartilhação".

De resto, quem lê este blog já sabe. Eu PRECISO de um carro, nós dois precisamos dirigir (eu e a Sô), até o Arthur está querendo um carro. Nossa, ainda mais aqui, onde é tudo mega espaçado (e espalhado). Eu sinto muita falta da comida Brasileira, mas eu já combinei com a Soraya que a gente vai aproveitar o final de semana prolongado para exercitar os nossos dotes culinários. Vai ser biiito. Como aqui o que mais tem é Chinês e afins, sobram restaurantes de comida Chinesa, Vietnamita e afins. Tem vários lugares que servem hamburguers e alguns Italianos. Eu estava contando que eu adoro comida Italiana (macarrão, gnocchi, lasanha), e que em São Paulo (e mesmo em Santos), tem a rodo. O Chinês que trabalha comigo (que já comeu carne de cachorro, propositalmente), e que estava na conversa, me disse que não gostava, e eu disse "well, I don't like very much Chinese food too (fucker), all those noodles, it's ok, but...".

Bom, isso aí. Vou comer. Este vai ser um final de semana engordativo. Até!

Fui!!!

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