quarta-feira, 23 de julho de 2008

Passado e futuro

Hoje eu estava lendo umas entradas antigas no blog (Junho, Julho e Agosto do ano passado), e é engraçado olhar para o começo da nossa aventura aqui. De certa maneira, parece que eu estava falando de outras pessoas, até mesmo porque aquela família que veio em Julho só deveria ficar aqui algumas semanas e ficou um ano :-). Eu tinha criado este blog no fim de 2006, mas quando eu cheguei eu comecei a enviar uns E-Mails para os meus amigos explicando o que estava acontecendo aqui, depois de um tempo eu comecei a publicar as coisas no blog e coloquei também todos os E-Mails que eu tinha enviado naquela época.

Balanço de um ano? Não sei, talvez seja. Hoje, relembrando, eu penso mais no Arthur e na Soraya, de como o Arthur estava doido para ir para a escola quando ele chegou, como foi para ele aprender Inglês e como a gente ficou inseguro em relação à escola, mas também de como tudo acabou dando certo por lá.

A única coisa meio chata mesmo é que já era para eles terem ido visitar o Brasil há muito tempo. Agora eu percebo que a gente vai começar a ter uma definição melhor de quanto tempo as coisas demoram para acontecer, e como a gente pode fazer as coisas acontecerem mais rapidamente estando aqui. Mas não faz mal.

O ano que passou foi produtivo.

Ao chegar, você tem que aprender como funcionam os ônibus, os trens, quais são os nomes dos ingredientes dos sanduíches, e tudo isso...

(várias horas depois, em casa)

Continuando, esta fase de descoberta é bem interessante. Tudo bem que é inevitável se perder algumas vezes, pegar o ônibus errado e ir parar sabe lá Deus aonde, não saber para onde é norte, leste, oeste e sul, que o pessoal daqui sabe de cor e salteado (como se fosse direita e esquerda), mas depois você aprende que as ruas são no eixo norte-sul, e as avenidas no eixo leste-oeste. E que os Trails são aquelas avenidas imensas que mais parecem uma estrada, e que não são necessariamente alinhados com os pontos geográficos da Terra.

A descoberta do frio é bem interessante, mas depois você se acostuma. A neve é bonita, ainda mais quando está bem frio em uma noite sem vento, e parecem um floquinhos de algodão caindo bem devagar. Mas depois de um tempo você começa a ficar meio de saco cheio, principalmente porque a cidade fica meio suja e também porque sempre tem uns moradores que não limpam a calçada, e aí é aquela lambança. Mas o frio é suportável, não é quem no Brasil que a temperatura de dentro da casa é a mesma do lado de fora nos dias mais frios, aqui todos os lugares fechados (e ônibus e trens) são aquecidos, então dá para curtir a neve caindo do lado de fora de bermuda, chinelos e camiseta no aconchego do lar.

Demora um pouco para se acostumar com a segurança da cidade. É como "baixar a guarda" e relaxar em relação à algumas coisas, já que aqui todos os índices de criminalidade são bem menores do que no Brasil. Minha casa não tem muros, aqui não tem criança de rua (mas tem bastante adulto que mora nas ruas, acho que são por volta de 4000 agora), os ônibus e trens são bem conservados, e a polícia parece ser bem preparada. Existem muros pichados, existe vandalismo, infelizmente no centro da cidade existem vários "crackheads", mas não é tão ameaçador como era no Brasil. Eu uma vez fui atropelado por um mendigo no centro da cidade, mas faz parte.

O Canadá é bem diferente do Brasil, e Calgary é mais diferente ainda. A cidade é espalhada, as ruas são grandes, tem parque para tudo que é lado, parquinho, piscina pública e mais um monte de regalias. Os ônibus funcionam bem e o site da prefeitura, que permite traçar rotas e trás os horários dos ônibus é sensacional. Em resumo, é uma cidade de primeiro mundo mesmo.

2 comentários:

O Lacombe disse...

Ravi,
um ano, ja!?
Eu e Bia estamos indo pra Calgary no final de setembro. Gostariamos de conhecer voce, Soraya e Arthur.
Abracos

Ravi disse...

Com certeza, vamos marcar de nos encontrar sim!

Pois é, faz um ano já. Passa mais rápido do que a gente pensa. E já é Quinta-feira, esta semana também está voando.

Boa sorte!