sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Oito coisas que você não sabia sobre mim

Eu vi isto aqui. E achei legal.

1. Eu sou muito observador
Embora às vezes possa não parecer, eu sou extremamente observador. Quando há alguns anos atrás o Kb.Lo me contou que tinha uma novidade, eu sabia que era o namoro com a Sabrina. Eu às vezes percebo a hora certa de falar ou não. Eu me interesso mais em ver pessoas do que em ver paisagens, talvez para imaginar que vida cada uma daquelas pessoas leva;

2. Eu me considero um ótimo motorista
Sinceramente. Eu acho que eu dirijo bem. Embora tenha causado dois acidentes sem gravidade (uma vez, derrapei na Anchieta e bati em um bloco de concreto, mas eu estava relativamente devagar e não aconteceu nada. Na outra vez, o trânsito parou em São Paulo e eu não consegui parar). Mesmo assim eu ainda me considero um bom motorista. Sou atencioso, sei ultrapassar e dirijo naturalmente. E meus breques nunca acabam (sério, eu nunca troquei pastilhas de freio, mesmo dirigindo 70000 km com um carro e 60000 com o outro).

3. Quando eu era criança, eu matei dois gatos
Minha mãe tinha uma moto quando eu era criança. Uma vez, eu estava indo para casa, na garupa da moto, quando eu vi um gatinho na rua. Pedi para minha mãe parar, peguei o gato e levei ele embora. Infelizmente, não reparei que eu levei ele pendurado pelo pescoço. Chegou em casa morto, coitado. Acho que eu fiquei com remorso por um booom tempo. Outra vez, eu fui dar banho em um gato de estimação que eu tinha. O coitado morreu dois dias depois. Também rolou um remorso, com certeza.

4. Eu lembro de pouquíssimas coisas da minha infância
Só lembro mesmo dos fatos mais marcantes - quando eu queimei minha perna, quando o carro do meu pai quase naufragou em Bertioga, quando eu coloquei fogo na mesa da cozinha, dos carros caindo na vala aberta do lado de casa (e de algumas pessoas também), quando eu caí de um buggy em movimento, e acho que há mais algumas lembranças espalhadas na minha memória. Mas eu não tenho a menor idéia da minha primeira professora, por exemplo.

5. Eu morro de medo de filme de terror
Mas só se for filme de terror mesmo. De zumbi, eu não ligo. Mas se for sexto-sentido, o Exorcista ou algum destes, eu não vejo sozinho. Se eu estiver sozinho em casa, não vejo nem comercial destes filmes, eu mudo de canal na hora. Se eu ver um filme destes, eu provavelmente vou dormir com o lençol cobrindo minha cabeça. E não vou por a mão pra baixo na cama. A Soraya morre de rir da minha cara.

6. Eu não gosto de mascar chicletes e balas porque deixam os dentes sujos
Eu odeio a sensação de dente sujo. De passar a língua e sentir os dentes ásperos. Como eu não faço muita questão de mascar chicletes e chupar balas, já que eu já não sou muito chegado, junta a fome com a vontade de comer. Eu não gosto muito deste tipo de doce e não gosto de ficar com os dentes sujos. Na verdade, o único doce (candy) que eu gosto é a tal da Jelly Bean (delicado), de resto eu não sou muito chegado.

7. Eu tenho uma memória olfativa bem forte e faço associações estranhas
Eu associo rostos de pessoas à roupas jogadas pelo quarto. Adoro cheiro de asfalto e de madeira. Adoro cheiro de novo. Gosto de cheiro de mato queimado, sempre me lembra de "casa", no sentido genérico da palavra. Odeio cheiro de comida doce, me lembra um "inferno chinês", seja lá o que for isso.

8. Eu gosto de ver 3 ou 4 programas de televisão e acessar 20 páginas de Internet ao mesmo tempo
Na televisão, vou mudando de canal. Na internet, fico com todas as páginas abertas e aí vou fechando uma-a-uma, conforme vou lendo. Mas para cada página fechada, abro duas novas.

Não sei se eu peguei o espírito da lista. Acho que sim. E você?

FOTOS

Faz uma eternidade desde a última foto que eu tirei e publiquei no site.

Eu vou corrigir isto no final de semana. O moleque deu uma espichada nas duas últimas semanas, preciso colocar umas fotos dele também.

Internet, máquina digital, MP3. Não sei como eu consegui viver até hoje sem uma máquina digital. Não que a minha vida tenha mudado, mas foi que nem quando eu coloquei o "Sem Parar" no meu carro. Você se pergunta "como diabos eu consegui viver sem este negócio até hoje".

A única coisa que eu continuo não gostando é celular. Carrego um que me deram no trabalho só para eu poder ligar para casa no caminho. E porque não tem telefone direto para a minha mesa. Porque, sinceramente, eu não curto muito telefones celulares.

Anyway. Vou colocar fotos aqui. É com certeza mais interessante do que ficar lendo meus pensamentos.

Fui!

Labour Day - programação

Hoje:
Ficar em casa, beber uma cerveja, ver um filme, dormir.

Amanhã:
Ir comprar roupa no fim do mundo para o Arthur e para a Soraya, voltar para casa, filme, cama.

Domingo:
Em aberto. Com certeza inclui dormir. Talvez mercado.

Segunda:
Em aberto. Se a gente não foi no mercado no Domingo, iremos hoje, com certeza.

Terça:
Arthur vai para a escola, eu vou trabalhar.

Agora:
Eu vou tirar um cochilo. O sono tá foda. E eu ainda por cima estou ouvindo "Vento no Litoral"...

Piri rú rurá rurã rura lá lá olhá lá o que eu achei...

Aliás, eu não tenho a música aqui. Eu baixei o clip mais tosco já feito na face da terra do Google Video (para poder ouvir no computador do trabalho), dêem uma olhada:


"ESTA MUSICA TEM TUDO HAVER COMIGO E MINHA ESPOSA ENTÃO.CURTEM AI BELEZA"

Eu sei que é feio tirar sarro dos outros quando eles não falam português direito. Pode até ser feio, mas é divertido :-).

Fui!

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Curtas

Este é o meu nonagésimo post aqui no blog.

Hoje no trem tinha o vilão da Pantera Cor De Rosa:


Tinha também uma mulher que era a cara do Robert Plant:


Tinha também um senhor com cara de foca:


E também tinha o louco da Turma da Mônica (eu):


Listas bobas...
Pequenas coisas que eu ainda quero fazer no Canadá:
. Fazer xixi na rua. Eu tenho um bloqueio aqui, me dá medo de ser preso, sei lá. Eu até perguntei para o pessoal do trabalho se tem algum problema - eles me disseram para fazer no transformador que é mais legal, é mais chocante - fdp's :-)
. Quando tiver -30 graus, sair na rua com um copo de água, jogar para o alto e ver se ela cai congelada;
. Fazer outros testes com água: deixar escorrer na rua, levar o copo para o lado de fora e ver a água congelar, gelar a cerveja do lado de fora da janela (até parece que dá para abrir a janela quando está -30 graus, talves dê quando tiver uns -5), entre outros;
. Dirigir;
. Dirigir mais um pouco;
. A Soraya também está louca por dirigir. E por um carro. Eu também;
. Fazer alguém comer feijão "à là brasílis";
. Fazer um ensopado de um dos coelhos que tem perto do meu trabalho (brincadeira);
. Dirigir o carro de alguém - ninguém deixa - fdp's :-)
. Ir no Zôo com o Arthur e ver se ele gosta;
. Arrumar uma TV com controle remoto;
. Sair de casa totalmente encapotado e blindado por causa do inverno;
. Fazer anjinho na neve (que meigo);
. Jogar neve no Arthur;
. Jogar neve na Soraya; Correr;
. Guardar neve no congelador;
. Comer neve (isso é meio nojento, mas sei lá);
. Comer um hamburguer da hora;
. Ir em um churras de novo. Levar carne boa e cerveja;
. Reencontrar os Brasileiros que eu já encontrei aqui;
. Lamber poste (nem a pau);
. Não entupir mais a privada no trabalho;
. Andar mais à noite. Talvez agora fique mais fácil, porque está escurecendo mais cedo;

Kb.Lo, me manda as fotos de Cuba.

Bujas, aqui a privada não gira em um sentido diferente. E a bacia funciona. Mas não dá para fazer em casa. É muito preciso. Tem que ser totalmente plano, totalmente redonda, e não pode ter nenhum movimento por uma semana (para a água se acalmar). No way :-)

Segunda-feira é feriado. Labour Day (dia do trabalho).

Um dos Chineses do trabalho está fazendo inglês. O Yong. O cara é bom, inglês é o que faltava para ele melhorar.

O outro fala bastante, compõem várias frases, mas eu entendo 20%. Eu preferia que ele usasse MSN. Ainda por cima, ele não sabe manter a distância mínima M-M (Macho - Macho) de meio metro. Não sei não. Uma vez ele foi ver como era o casaco do Jerry e eu só ouvi o Jerry falando "stop touching me!!!". Acho que ele tava apalpando o cara. Quer ser duas vias, que seja, mas respeite os que são mão única (e NÃO, eu não sou homofóbico).

Aliás, os caras do trabalho devem achar que eu sou filho de dentista (quase, eu sou filho de médico - falando nisso, agora todos temos o seguro-saúde de Alberta), escovando os dentes e passando Listerine todo dia depois do almoço (eles comem um chiclete que, segundo eles, limpa os dentes). Eles também estranham eu usar casaco mesmo quando não está tão frio. E eu estranho eles. Fico imaginando se eles vissem como a Soraya passa frio aqui. Eles me dizem "come on, it's not THAT cold".

Eu estava pensando em comprar o carro do administrador de rede da empresa por mil dólares, mas cada vez que a gente sai para o almoço eu dou uma pensada, será que é a coisa certa? Ainda mais porque o cara é um louco dirigindo; Foi ele que jogou o frisbee em cima do telhado da escola vizinha ao escritório antigo, um mês e meio atrás.

Minha mãe está com WebCam agora. Ela vai gostar de ver a gente, e vice-versa :-). Amigos, comprem WebCam's também, é um negócio sensacional esta tal de imagem digital (úia).

Eu estou com sono hoje. Amanhã é sexta.

Dia oficial da cerveja :-)

Fui!

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Charles Bronson morreu...

... e já faz quatro anos.

E eu não sabia. Se contassem, eu não acreditava.

Olha aí: http://g1.globo.com/Noticias/PopArte/0,,MUL95959-7084,00.html

Coisas estranhas...

. Ouvir dez idiomas diferentes no trem;
. Chinês. É um povo bem diferente para os padrões Brasileiros. Comem cachorro. Raramente se integram, e é por isso que tem Chinatown em tudo que é canto. Escrevem com símbolos. E, por causa disso, nunca vão aprender a escrever direito em Inglês; Somos todos estranhos aqui nesta terra, mas Chinês ganha;
. Indiano. A genética da sua visão deve ser alterada. Tudo bem que as cores indianas são lindas, majestosas, bárbaras e mais outras coisas totalmente gays (eu não ligo para cor de roupa), mas de vez em quando eles saem de casa com umas combinações que dóem (literalmente) de olhar;
. Os moradores de rua daqui. Iguais à todos os outros. Estranho. A diferença é que os daqui não cheiram mal como os do Brasil;
. Pacotes tamanho super-hiper-mega-master-giant-extra. A gente comprou um saco de batata frita (Lays) que é maior que meio Arthur. É gigantesco;
. Pimenta. Tudo tem pimenta. Pizza, batata-frita, alguns pães, comida. Mesmo quando eles falam que não tem, sempre vem alguma coisa. Demorar para ficar safo e se livrar da danada;
. Morar embaixo da terra. É legal, mas tem horas que é estranho. É. Difícil definir. Não ligo muito, mas a minha próxima casa/ apartamento vai ser acima do solo;
. Poder virar à direita com o sinal fechado;
. Os semáforos daqui. São mais complicados que o do Brasil;
. A buzina do trem. Atravessou na frente do trem, toma!!! E é sem dó nem piedade;
. Sol até 10 da noite. Agora já está se pondo mais cedo;
. Distância. Um moooonte de espaços vazios, outlets onde se anda 500 metros para chegar de uma loja à outra. Aqui se anda, nego;
. Saudades, mas isto não tem jeito;
. TV - puta merda;
. Cama. É boa, mas ainda não estou totalmente acostumado;
. Janelas duplas. É bom para o inverno, entretanto. Pode estar frio na rua que a janela não embaça;
. Carrinhos de supermercado jogados em tudo que é canto. Tem um pessoal que gosta de brincar de JackAss aqui também, porque sempre tem uns acabados.

Fui. Chefe chamando. Isto não é estranho.

Voltei, vamos lá...

. Playstation III a 550 dólares e XBOX a 300 dólares;
. Um PUTA computador novo por 1250 dólares, com monitor de 22" LCD, 2 giga de RAM e outras coisas. E ainda é Dell;
. Limão por 50 centavos. Esta é a terceira vez que eu escrevo sobre o limão. Foda;
. Chuva às três da tarde, sol de deserto quinze minutos depois;
. Ver as montanhas em Junho e no fim de Agosto... Toda a neve vai embora (é muito bonito);
. Estar aqui e não ter ido nas montanhas ainda;
. Não ter carro (buáááá);

Falando das coisas boas:
. Sensacional a escola do menino. Pública, cheirosa, grande, bem cuidada, com sala de música, anfiteatro, refeitório, sala de aula com brinquedos, livros e mais um monte de coisa, biblioteca, etc;
. Trabalho desafiante. Embora haja uns problemas, pelo menos está desafiante.

Falando em trabalho, preciso voltar para o dito-cujo.

Fui!

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Brasileiros no exterior

Olá caros amigos, colegas e alguns desconhecidos que eu não sei se ainda tem paciência de ler o meu blog. Aqui estava eu tomando um café da Tim Hortons (café com leite, até que está bem gostoso), fuçando em algumas comunidades no Orkut sobre Calgary ou Canadá em geral, e resolvi dar uma filosofada sobre isso (eu estou ouvindo Nando Reis de novo)...

... eu fiz este texto à tarde, salvei, e agora eu estou em casa, de noite, terminando de escrever - eu precisava trabalhar durante o dia.

Mas a filosofia ainda continua. Estes dias eu estava conversando com a Soraya sobre imigrantes em geral, o porque de haver alguns imigrantes revoltados aqui (e do porque de a maioria dos criminosos serem imigrantes em geral), e porque também há outros que são super simpáticos e fazem questão de ajudar no que precisar.

Quando você imigra, é sempre melhor imigrar com emprego certo. Com visto. Legalizado. Porque se você não estiver legalizado, você não tem para onde correr. Você não tem plano de saúde, seus filhos não podem ir para a escola, se teu patrão te demitir você não tem para onde correr. Mesmo que você imigre legalizado (meu caso), é bom ter noção de que nem tudo vem da noite para o dia. Não existe almoço grátis, como diz o Kerry. Tudo tem que ser trabalhado, as coisas podem levar mais tempo do que você espera, existem custos aqui, as coisas funcionam, é verdade, mas nem tudo são flores amarelas em um jardim esverdeado.

Tomem meu caso, por exemplo. Embora eu ganhe bem, mesmo para os padrões daqui, eu não tenho crédito (ainda). Eu não posso tirar um cartão de crédito a não ser que eu deixe um depósito de segurança no banco (que me será devolvido depois de um ano). Financiar um carro é difícil. Com as taxas de juros que o pessoal paga aqui, mas difícil ainda, pelo menos nos primeiros um ou dois anos, até eu formar crédito aqui. Tudo funciona assim aqui. Você tem que pagar depósito no aluguel, na conta de luz, no cartão de crédito, até você provar ser uma pessoa confiável. Quando eu comprar um carro, vou ter que pagar a vista. Talvez no próximo fique mais fácil, mas no primeiro, não tem jeito.

Eu recebo semanalmente. Nas duas primeiras semanas do mês, a gente pode dar uma esbanjada, comprar móveis, as coisas que estão faltando, porque sobre dinheiro. Nas duas últimas, a gente tem que economizar para pagar o aluguel. Aqui sobre mais dinheiro do que sobrava no Brasil, mas também existem custos. 170 dólares com os cartões de transporte para mim e para a Soraya. 88 dólares do plano de saúde familiar para todo mundo. 130 dólares, mais ou menos, de telefone, TV a cabo e Internet. 50 dólares de luz. Eu gasto uns 30 ou 40 dólares por semana almoçando. O aluguel é 1200 dólares. Quando eu comprar um carro, fora a gasolina, vou ter que pagar mais de 100 dólares por mês de seguro, que é obrigatório aqui. Custos, custos, custos...

Aí vem você, imigrante ilegal ou mesmo legal, que veio para cá sem falar Inglês e sem qualificação profissional, ou então com um diploma que ninguém reconhece aqui. Você tem que trabalhar no McDonald's mesmo tendo uma puta formação universitária. Ou então montando sanduíches em algum dos Sub's daqui, mesmo tendo 50 anos de idade e uma vasta experiência de vida. Você ganha 1500, 2000 dólares por mês. Mora em um basement. Não consegue juntar dinheiro para ir ver a família. Começa a ter filhos que não pode sustentar. Qual é a real frustação de tudo isso? Como é ver o castelo de cartas desmontar? Tudo é uma questão de expectativas. Você achou que ia ser um conto de fadas? Que ia ser chegar aqui e sair dirigindo uma daquelas pickups de 30000 dólares? Infelizmente, não é assim que essas coisas funcionam. E muitas destas pessoas piram, ficam deprimidas, caem no crime ou então persistem e conseguem dar a volta por cima. Cada caso é um caso. Não quero falar por linhas gerais aqui. É apenas a minha opinião.

Mas também existem o outro lado...

... e é o porque do título deste blog ser "Brasileiros no exterior" - porque, no geral, quando eu encontro imigrantes latinos e Brasileiros aqui, eles são ótimos. Super simpáticos. Brasileiros, praticamente todos que eu encontrei eram super gente fina, tirando um pessoal da Capoeira que nem olhar direito na cara olha. Se tem família, então, nem se fala. Existe cumplicidade. É como se tudo mundo tivesse junto no mesmo barco, o barco dos que "não aguentam mais o Brasil mas estão longe de tudo que já foi uma referência". O sentimento de comunidade é maior. É engraçado explicar. Existem comunidades no Orkut onde as pessoas realmente ajudam. Faz uma diferença para quem está do lado de cá.

E também faz você ver que Brasileiro ainda é um povo simpático, amável, honesto. Talvez a gente só precise de uma forcinha. Talvez você só precise estar em um lugar onde você realmente sinta que possa confiar em um estranho, sei lá. Eu lembro de quando a Sabrina perdeu a bolsa em Santos. De tanta gente que podia ter visto a bolsa, pego, ajudado, tentado devolver, quem pegou foi um ladrão. Que pegou celular, que não devolveu nada e sumiu com tudo. Que recebeu ligações e ignorou. Eu já vi isto acontecer outras vezes.

É triste quando a probabilidade de te devolverem alguma coisa perdida é menor do que a probabilidade de te sacanearem. Foda. É triste ver o Lula no governo. Anac. Congonhas. Mensalão, menores assassinos, e todas estas coisas. Aqui existem crimes. Uma mulher que furtou um caminhão não vai ser presa. Ela vai ter que pagar uma multa e prestar serviços comunitários. Se ela não pagar a multa, vai presa. Se for presa, ficará sem liberdade, mas terá ajuda para retomar a vida em sociedade. Mesmo que você seja um assassino condenado a 25 anos de prisão (assassinato em primeiro grau, acho que é a pena mínima), eles vão tentar te ajudar a ter uma vida depois da prisão. Acho que esta é a diferença, cidadania.

Filosofei. Agora vou dormir. Fazia um tempo que eu estava querendo escrever sobre isso. Nestes dias eu vi um filme chamado "Fast Food Nation", tratava sobre hamburguers e imigração ilegal de Mexicanos para os Estados Unidos. Vida cã. Acho que não vale a pena. Sei lá como era a vida antes para eles. Você não tem nada. Eu estava vendo um relato de um Brasileiro ilegal nos EUA. Casou com uma mulher de lá, por contrato. Ela não legalizava ele. Alguns anos depois, ele pediu separação. Ela denunciou ele. Ele foi preso. Ela roubou tudo dele. Ele não tinha para quem se queixar. Era totalmente ilegal, cruzou a fronteira pelo México. Foi deportado. A família toda ficou lá. Tinha problemas no Brasil. Morou na rua aqui por 10 meses até conseguir se reerguer. Vale a pena imigrar ilegal? Com certeza não.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Escola do moleque

Esta vai ser a escola do menino:


Este é o site da escola: http://schools.cbe.ab.ca/b100

Esta é a escola no Google Earth:


Esta é uma visão mais "geral", eu moro lá na direita e a escola é lá na esquerda:


E eu já já vou para casa descansar que hoje o sono tá complicado...

Nexoless

Está esfriando aqui. Hoje estava uns quatro graus quando eu saí de casa. Agora, segundo a minha página inicial do Google está uns seis graus:



Eu também tenho um relógio que me mostra o horário daqui juntamente com o horário do Brasil, e do lado deste relógio tem um outro widget onde ficam rodando as fotos do Picasa:


... a gente nunca está totalmente desconectado :-)

Hoje eu estava falando com o pessoal do trabalho, e eles disseram que o último inverno foi uma "piada" (para os padrões deles, é claro), pois só fez quarenta graus negativos uma ou duas semanas, e também houveram vários Chinooks, que esquentam a temperatura em vários graus no inverno, por vários dias. Na opinião deles vai começar a esfriar logo. Eles estão esperando a primeira neve em uma ou duas semanas, e eu estou na expectativa. Eu achei em algum site na Internet que a primeira neve só cai em Calgary no fim de Outubro, mas eu acho que pode cair uma nevinha em Setembro, quem sabe?

Diz que no Inverno, quando está -35 graus, o ar fica "crispy", acho que é algo como "crocante", eu fiz cara de bolinho e eles disseram que, quando você aspira o ar, você literalmente sente ele entrando pelo seu nariz e indo para os seus pulmões. Deve ser uma sensação interessante.

Antes de eu sair do Brasil, há vários meses, minha tia Marília, que mora em Porto Alegre, me mandou várias roupas de frio para eu usar aqui em Calgary. No pacote vieram dois casacões, um maior, mais pesado, que protege bem contra o vento mas que não tem um forro quentinho, e um outro, flanelado, tão quente que eu nem consegui provar quando estava no Brasil. Até hoje eu só tinha usado o casacão grande e sem forro quentinho. Hoje de manhã eu tirei o outro casaco da mala porque parecia estar bem frio lá fora, e a minha decisão foi acertada :-)

Hoje os pontos de vidro aqui do Canadá estavam bem cheios:


... eu fico imaginando como vai ficar "engarrafado" lá dentro quando estiver -30 do lado de fora (esta foto não é minha, eu baixei da Internet)

Hoje de manhã o Arthur acordou antes de mim, acho que era umas sete horas da manhã. Levantou, foi para a sala ver desenho na TV, eu fiz o leite dele (iogurte, na verdade), a Soraya preparou um cantinho quentinho e eu liguei o aquecedor do apartamento porque estava ficando meio friozinho. Hoje deu dó de sair de casa. Estava escuro por causa da chuva. Frio. Eu estava com sono. Mas sem trabalho não vive o homem, então eu balancei a poeira, coloquei a mão na bolso e fui pegar o danado do bumba. O legal daqui é que os ônibus são quentinhos. A propósito, falando de frio, calor, gripes, resfriados e outras doenças, hoje eu também peguei a carteirinha do plano de saúde para eu, a Soraya e o moleque. Agora a gente pode chamar a ambulância e ir no médico sem precisar deixar as calças por lá para pagar a conta. Bem fácil, bem simples, quase sem burocracia, parece até um Poupa Tempo.

Na conversa de hoje do almoço, com o pessoal do trabalho, a gente falou de Inverno, verão, Chernobyl, e também da temperatura que o pessoal deixa o termostato durante o inverno. Um dos caras deixa 15 graus, eu achei frio. O outro deixa 22 a 24 graus, que eu acho que é a temperatura que eu vou deixar em casa. O Jon eu acho que nasceu esquimó, eu não lembro qual a temperatura que ele costuma deixar, mas deve ser bem frio. Só para se ter uma idéia, hoje, no almoço, enquanto o bonitão aqui estava de casacão, tênis e se achando com frio, o Jon estava de sandálias e camisetas. Unbelievable. O outro, o Clint, contou que quando era criança o pai dele deixava a casa sempre meio fria, para os padrões dele. Toda noite, ele acordava de madrugada, ia lá e aumentava o termostato. O pai dele ia lá uma hora depois e diminuía. Segundo ele, era uma "guerra silenciosa", já que eles nunca falavam disso. Esse seria um assunto engraçado para um encontro familiar...

A propósito, o Arthur nasceu para ser calorento. Não gosta de água quente na banheira (a água tem que estar do morno para o frio), nunca fica com o lençol em cima dele, vira e mexe derruba uma gotinha de água na blusa só para ficar sem camiseta (ele morre de inveja de mim, já que eu posso dormir sem camiseta e ele não), e é um bixo ruim para colocar o casaco quando está na rua. Tem horas que ele é cabeça dura, mas eu realmente acho que ele não sente muito frio. Só algumas vezes, quando começa a ventar aquele ventinho gelado e a gente está no ponto de ônibus, que ele vem e se aconchega entre a gente.

Estes dias eu estava falando com a minha mãe no telefone, conversando sobre saudades, distância, etc..., e ela me disse que meu bisavô (ou trisavô) veio da Europa para colonizar uma região do Rio Grande do Sul. O filho dele saiu de casa para ocupar outra região distante 400km - naquela época, acho que você precisava de uma semana viajando em cima de um cavalo para percorrer esta distância toda. E poraí foi, minha mãe e meu pai saíram do Rio Grande do Sul nos seus vinte anos para ir morar em São Paulo. Uma irmã da minha mãe foi morar na Bahia. Meu sogro saiu do Ceará também com seus vinte e poucos anos para vir trabalhar em São Paulo. A gente vive em um família de migrantes e imigrantes. Acho que está no sangue ser meio inquieto, sei lá. A diferença dos nossos antepassados para a gente é que agora existe Internet, WebCam, E-Mail, MSN e telefone sobre IP. E blogs. É muito fácil manter contato.

A gente gostaria muito de ter um carro aqui no Canadá. Fico imaginando como são os postos de gasolina, as estradas, as paradas que você faz para ir no banheiro ou comprar uma água, este tipo de coisa. Eu já estou agilizando minha carta, não fica mais barato para comprar um carro, mas fica bem mais em conta na hora de adquirir um seguro, coisa que é obrigatória aqui no Canadá. E, óbvio, eu preciso ter uma habilitação para poder dirigir :-)

De resto, estamos bem. A gente sempre pensa que o que importa é ser feliz, e não viver no exterior apenas. Se a gente não estiver feliz aqui, a gente volta. Se a gente for feliz, se a gente souber conviver com a distância (assim como os amigos e família), a gente fica. A questão é que "viver no exterior" não deve ser o fim, o objetivo final. De nada adianta querer morar no exterior só por morar, só porque acha que é o melhor para os filhos, só porque não tem violência, etc... As vantagens aqui em relação à uma república das bananas, como é o Brasil, são muitas. Mas tem que tentar se dar bem, ser feliz, porque senão não há motivo real em se afastar de casa. Acho que morar no exterior só por morar não faz sentido. Sempre que alguém me pergunta "vai ficar aí pra sempre?", eu digo que fico até a hora de ir embora :-). Fico pelo menos um ano. Depois de um ano, a gente para, faz um balanço, e decide o que fazer da vida. Hoje não dá para decidir o resto da vida. Dá para decidir o futuro próximo. O que eu quero mesmo é ir para o Brasil em Outubro, vender o carro, fazer uma festa de despedida, pegar o resto das tranqueiras, voltar, comprar um carro velho, pegar uma TV nova com controle remoto que mude de canal e ver como fica a vida.

Até agora, morar no exterior tem valido a pena. A tendência é melhorar. Se piorar, a gente tenta fazer melhorar. Se não melhorar, a persistência só tem sentido até um certo ponto. Se não der certo, a gente faz as malas e volta. É assim que eu enxergo as coisas. Você tem que fazer o que for melhor para você, não o que você acha que é melhor, mas o que é melhor de fato. Aqui, no Brasil, ou em qualquer outro lugar do mundo. Yeahhh!

E já está bom de filosofia por hoje. Vou trabalhar...

domingo, 26 de agosto de 2007

Domingueira

Nossa, já faz uns três dias que eu não coloco nada de novo neste blog. A última vez que eu escrevi foi na quinta-feira, na sexta-feira fiquei com preguiça e ontem a gente passou uma boa parte do dia fora de casa. Quais são as novas?

. Peguei um livrinho em uma espécie de "Denatran" que contém todas as regras de trânsitos aqui do Canadá. Tem algumas coisas que são mais complicadas (os semáforos), mas de resto é tudo muito parecido. Segundo o pessoal, é bom dar uma estudada, porque tem que acertar um percentual alto das questões na prova, mas por outro lado é tudo múltipla escolha, o que facilita bastante - dá para eliminar as respostas absurdas :-)
. Ontem (Sábado) a gente foi no cinema ver Ratatouille. O filme é legal, mas o cineminha é meia-boca. No meio da sessão o filme parou, ninguém se coçou, lá fui eu, Escoteiro, reclamar, o filme voltou, mas sem som. De novo ninguém se coçou, acho que todo mundo deve ser mestre em leitura labial. Lá fui eu de novo falar "Heya, the movie has returned, but there's no sound... Can you fix it and rewind two minutes?". O som voltou, mas o que foi perdido, foi perdido, nada de tocar de novo;
. Aí ontem eu resolvi baixar o filme da Internet em português. A qualidade do filme baixado é uma droga, mas eu queria entender tudo e queria rever a parte perdida - quando sair o DVD, eu vou comprar;
. Ontem a gente foi e voltou de bumba, mesmo com várias compras (Iogurte, frutas, pão, refrigerante, shampoo e mais umas besteirinhas), já que esta é a semana do aluguel e a gente tem que economizar (ou seja, sem táxis). O motorista do bumba reconheceu a gente (mais o Arthur), e deixou a gente voltar de graça, gente fina :-)
. Hoje está chovendo, lá fora está uns doze graus, não é muito frio, o que pega mesmo é a chuva (eu sei porque eu fui levar o lixo e, aqui em Calgary, as lixeiras ficam do lado de fora do prédio porque, diferentemente do Brasil, ninguém trabalha nos prédios);
. Esqueci de escrever aqui que, faz umas duas semanas, entrei em um bumba (para ir para o trabalho, atrasado), e ouvi uma voz conhecida. Brasileiros!!! E não é que tinha uns dez de uma vez? Tudo estudante de inglês, molecada, deram uma festa, beberam até altas horas, dormiram tudo no chão e depois foram cada um para o seu canto;
. Depois desse dia eu pensei em uma coisa. Imagine que você, pai, tem uma poupança para a "educação" do seu filho e outra para a "diversão" (hipoteticamente falando). Se eu sou um pai e um filho me pede para ir estudar inglês no exterior, eu falo: "ok, vai lá, mas vai sair da verba da diversão" :-). Acho que não existe esta história de inglês no exterior. Se você quiser aprender mesmo, você consegue aprender no Brasil. Talvez funcione melhor se tiver um professor que é de algum país que fale Inglês, mas eu acredito que seja muito difícil para quem vai estudar inglês no exterior aprender de verdade, a não ser que arrume um emprego e seja obrigado a usar o inglês. Porque, de outro jeito, a eficácia é a mesma, IMHO (In My Humble Opinion);
. Dia 3 ou 4 de Setembro começam as aulas do menino. Vamos ver como é que vai ser;
. Que mais de novas? O moleque tá um moleque, de vez em quando, quando eu chego em casa a gente vai até o posto de gasolina para usar os correios, trocar dinheiro ou qualquer outra coisa, e depois vai até o parque. Aqui quando começa a escurecer esfria mesmo, sem dó nem piedade;
. E estamos todos bem. Preciso tirar fotos para colocar aqui, fazer um videozinho novo, ou qualquer coisa do tipo. Quando eu tiver mais coisas, eu coloco aqui :-).

De resto, estamos muito bem. A casa está bem, estamos dormindo bem no colchão decente, o Arthur tem dormido bem também, o aquecimento da casa funciona (e o isolamento térmico também), então está sempre bem gostoso aqui dentro. Eu estou vendo Ratatouille no computador, e o Arthur está vendo Pantera Cor De Rosa na televisão. Eu preciso ligar para os meus amigos no Brasil para saber das novidades.

Isso aí amigos! Domingo aqui é a mesma m* que no Brasil, ainda mais com chuva - ou seja, ficar o dia inteiro em casa coçando, vendo TV e engordando. Ainda mais porque eu não tenho carro, e sair de busão na chuva, tô fora!!!

Estava pensando em dar uma filosofada mas estou com preguiça :-P. Quem sabe eu não escrevo mais hoje.

Fui!!!

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Novas

Essa é a previsão do tempo para os próximos dias aqui em Calgary:


Hoje tá bem friozinho, e a tendência agora é esfriar mais!

Neste último final de semana eu fui na SuperStore e comprei o pior jogo de panelas jamais fabricados. Três panelas com tampa de vidro por sete dólares, alguma coisa tinha que estar errada. E estava. As panelas são extremamente finas, mais finas que pipoqueira, o que as torna praticamente inúteis em um fogão elétrico (que nem o meu), onde o calor passa da resistência para a panela por contato.

Eu estava falando com um amigo do trabalho e ele me disse que a primeira neve já cai em Setembro, no meio do mês. Ou seja, a prioridade agora é comprar umas roupas de frio, acho que dá para comprar um jogo de casaco, calças, gorros e luvas para todo mundo por uns 400 dólares, talvez menos. Depois eu preciso ver a bota para a neve, mas isso dá para deixar para um pouco depois.

A gente deve comprar uns livros pela Internet, aí no Brasil, e mandar entregar aqui. Custa 40 reais para entregar + 5 reais por livro ou CD que você quiser entregar, fora o preço do livro ou CD em si. É meio caro, mas a gente precisa ler alguma coisa em Português e arrumar mais algum filme infantil para o Arthur.

Dia 4 de Setembro começam as aulas do menino. Vamos ver como é que vai ser na escola.

E eu estou com o sono de depois do almoço. Hoje vou ver como faz para tirar carta (habilitação) aqui em Calgary (na verdade eu já tenho o roteiro, eu vou é começar o processo). E amanhã cedo eu devo fazer o plano de saúde para todo mundo.

Fui!!!

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Comida

Comida. O que se come aqui neste país estranho? Eu vou enumerar algumas coisas:

. Sanduíches, divididos em duas categorias:
> Subs, como o SubWay, o Thai Tai, que não tem site na Internet, ou o Mr. Sub. Acho que não faz tão mal que nem um hamburguer e tem alguns que são gostosos;
> Hamburguers e similares em geral, como o Arbys (calorias...), o Wendy's, e alguns outros; Suculentos, acompanhados de fritas e com toda a gordura que você ia precisar por uns três dias em uma refeição;
. Comida Chinesa e Tailandesa em geral. De todos os tipos, tamanhos, bolsos e formatos. Na maioria das vezes é comível mas não é o meu sabor preferido;
. Um pouco de comida Italiana. Esta até que é gostosa, mas depende muito do lugar. Normalmente, qualquer cantina no Brasil bate qualquer restaurante aqui;
. Pizzas, sempre apimentadas e sempre com massa grossa. Comível, mas nada que se compare as pizzarias de São Paulo ou de Santos (que saudade da pizzaria que ficava em frente de casa);
. Eu comi UMA vez uma carne que estava SENSACIONAL, mas eu paguei 40 dólares. Mas estava bom.

É mais fácil falar do que não tem?
. Picanha no almoço? Esquece;
. Buffets? Esquece;
. Arroz, feijão, fritas (ou salada) e bife? Esquece (buáááá);
. Restaurante por quilo? Nunca vi;
. Pastel? Tem um monte de Chinês aqui, mas não tem pastel;
. Pão de queijo? Nããããããão (buáááá);
. Mandioca frita, pé-de-moleque, curau de milho, pamonha, esquece;
. Pizza de massa fina e crocante? Esquece;

De modo geral, a comida Brasileira dá de dez a zero na daqui. Fabrício, Regina, Kerry, Maria, Nelson, quando vocês forem no Tabapuã de novo e pegarem aquele bife de Picanha suculento, ou então aquele feijãozinho preto com uma farofa crocante, ou uma bananinha frita, ou um Viradinho à Paulista, dêem uma garfada extra em minha homenagem.

Me deu fome. Ontem eu fiz FEIJÃO!!! E ficou MUITO bom, o feijão pelo menos é igual (comprado crú, óbvio). Em resumo, aqui se come, as pessoas vivem, mas no Brasil se come melhor :-).

Fui!

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Trópicos

Você sabe o que são os trópicos, de verdade?

Eu não sabia até este último final de semana. Eu estava olhando um globo no Telus World of Science, e vi que tinha a linha do Equador (bem no centro do globo), e tinha uma outra linha, que ia do trópico de Câncer ao trópico de Capricórnio e circundava todo o Globo.

Olhem a foto abaixo:

Era mais ou menos como se fosse o gráfico acima. O Equador é a linha horizontal. A tal da linha que eu falei é a linha curva que percorre o eixo X. O ponto mais alto da linha (Peak) é o trópico de Câncer, e o de baixo (Trough) é o trópico de Câncer. Um ciclo da linha (360 graus) corresponde a uma volta completa no globo Terrestre.

Mas e aí? Bom, a tal da linha (que na verdade é uma senoidal), tinha umas datas marcadas nela. No ponto mais baixo a data era 21 de Dezembro. No ponto mais alto, era 21 de Junho. Estas datas são os solstícios do hemisfério sul e do hemisfério norte. E a linha só ia até os Trópicos... Hmmmm....

Antes, uma historinha. Eu estava almoçando em um lugar a céu aberto, em pleno meio-dia, e reparei que o sol não estava a pino. O sol estava a uns 70 graus, eu acho, ou uns 60 graus, algo assim. E eu perguntei "o sol nunca fica a pino aqui (ou algo similar)?", e todo mundo me disse "dããã", e eu acabei deduzindo que era por causa da latitude. O sol nunca parece totalmente "em cima" daqui de Calgary porque a gente está em uma latitude muito alta (53 ou 54 graus).

Todo mundo também sabe que o que define as estações é o movimento de rotação da Terra em torno do seu eixo horizontal. Quando é verão no hemisfério sul, em Dezembro, a Terra está inclinada de tal maneira que mais sol bate neste hemisfério. E nesta época é inverno no hemisfério norte. Efeito oposto ocorre quando é inverno no hemisfério sul, em Junho.

Se a Terra inclina, o quanto a Terra inclina? 23.5 graus para o norte e 23.5 graus para o sul, que são exatamente as medidas dos... Trópicos!!! Eu sei que é ridículo, mas eu tive uma iluminação neste momento. Quem mora em Santos, em Caraguá, em São Paulo, ou em alguma outra cidade nesta região, está bem próximo do trópico de Capricórnio e no solstício de verão (21 de Dezembro), quando a Terra está na inclinação máxima para o sul, o sol está exatamente a 90 graus, bem sobre a sua cabeça, quando for meio-dia (ou uma da tarde, por causa do horário de verão).

Da mesma maneira, se você mora na linha do Equador você vai ter sol a 90 graus duas vezes por ano, entre Junho e Dezembro e Dezembro e Junho. Se você morar no Nordeste também, mas as datas ficam mais próximas ao Solstício de verão, já que você está ao sul do Equador.

E o que diabo quer dizer então "um país tropical"? É aquele país que tem alguma área dentro dos trópicos e que recebe luz solar a 90 graus pelo menos uma vez por ano!!! Caso do Brasil...

Leeegaaal, como diria o Arthur :-) E assim caminha a humanidade...

Pois bem, alunos, isto encerra a nossa lição de hoje. Embora isto possa parecer ridículo para alguns que já sabiam do ocorrido, para mim foi algo gratificante entender porque diabos o trópico de Capricórnio fica a malditos 23 graus e meio, e não em outra latitude. E sol na cabeça de novo, a 90 graus, daquele que não dá para ver a sombra de nada, só quando eu for para o Brasil de novo (e no verão).

Sensacional.

Mapa do meu nada

Esta é uma família de escritores.

A Soraya também tem o seu blog: Mapa do meu nada, dêem uma conferida também.

Prós e Contras

A internet está fora do ar aqui no trabalho hoje mas mesmo assim eu estou afim de escrever. O que eu faço, então? Abro um editor de textos qualquer, escrevo o que eu quero, salvo e depois publico no Blog.

Há vários dias atrás eu fiz uma espécie de "Guia para Iniciantes" que estivessem interessados em vir para o Canadá. Eu acho que agora eu já posso fazer uma lista de Prós e Contras da vida aqui em Calgary, Alberta, Canadá. Vou começar com os Contras porque eu acho que é melhor ler por último o lado positivo das coisas :-):

Contras:
- Em primeiro lugar na lista sempre vai estar a distância. Da família, dos amigos, das coisas que eram conhecidas até então. Ainda bem que hoje em dia temos telefone sobre IP, Internet, Blogs, WebCams e todas estas coisas que aproximam e amenizam a distância entre estes dois países;
- Aqui não tem arroz com feijão;
- Não passa Globo, não tem novela nem Jornal Nacional;
- É estranho não reconhecer quase nenhum carro na rua;
- Você nunca sabe se a comida vai vir apimentada ou não;
- Não ter carro é um porre. Os ônibus aqui funcionam, mas você sempre fica meio amarrado, esperando o ônibus ou tentando pegar uma conexão;
- A cerveja aqui é meio cara;
- A TV em geral não presta;
- Um limão custa 48 centavos;
- Algumas ruas são mais sujas do que você esperaria de um país de primeiro mundo.

E os prós:
- Internet, WebCam, Blogs, telefone sobre IP, fotos digitais e todas estas panafernálias que permitem que a família e os amigos no Brasil saibam como a gente está indo. Nada melhor para diminuir a distância do que isto. Seria melhor ainda se a família e o amigo também tivessem um Blog, fotos digitais na Internet, etc..., mas eu fico feliz de poder compartilhar as coisas daqui para quem tem curiosidade em saber;
- Aqui não tem arroz com feijão, mas eu achei feijão preto na SuperStore e vou fazer hoje;
- É um saco não ter Globo nem Jornal Nacional mas até que você se acostuma;
- De vez em quando passa um carro japonês que você conhece; E de vez em quando passa um Golf (modelo Europeu novo, lindão), ou um Passat, ou uma Mercedez;
... (não consegui achar pontos positivos em não ter um carro - talvez os custos - nem na loteria da comida apimentada)
- Aqui tem Brahma; custa o mesmo que a Budweiser. Eu gostei;
- A TV não presta, mas tem Discovery Channel, tem um canal de desenhos que o Arthur adora, e tem os programas de casa que a Soraya adora;
- Limão é caro, mas tem maçã e outras frutas. Mas em geral é um pouco mais caro do que no Brasil. Laranja é um dólar, caro!!!
- As ruas são mais sujas mesmo, tem um pessoal que é meio relaxado com limpeza aqui.

De resto, que mais que eu posso dizer? Violência, tem, mas numa escala totalmente diferente. E aqui, mais do que no Brasil, a violência fica restrita aos traficantes de drogas & CIA. É muito raro ouvir falar de invasões à residências, latrocínios, morte de policiais, assaltos são razoavelmente raros e ocorrem furtos de automóveis, mas normalmente que rouba carro aqui é um moleque que quer dar uma volta, já que não tem mercado para carro roubado aqui. É engraçado ver que aqui as pessoas são realmente desencanadas com a violência, você vê muito carro aberto na rua, tem gente que deixa a porta de casa sempre aberta, quase nenhuma casa tem muro, isto é muito diferente em relação ao que estava acostumado.

Em relação à cidade, ela tem alguns problemas, a sujeira incomoda um pouco, principalmente nos pontos de ônibus e estações de trem, mas não é pior do que eu via no Brasil. A diferença é que aqui você não espera, mas em compensação as ruas quase não tem buracos, os ônibus são confortáveis e a cidade tem milhares de parques. Perto de casa tem dois playgrounds e um espaço verde enorme onde você pode fazer o que quiser, quadra de vôlei, basquete e tênis. A cidade é muito, mas muito bonita, tem umas casas lindas e algumas de péssimo gosto. Sei lá porque, mas eles gostam de pintar as casas de cores escuras aqui, não sei se no inverno fica muito claro por causa da neve (dizem que no geral o inverno é mais claro do que o verão). Tem uns bairros que são mais arrumados do que outros, mas você realmente não vê favelas (não existe), não existem crianças de rua e eu nunca vi uma prostituta na rua. Existem moradores de rua aqui, às vezes pessoas mais velhas, mas também muitos jovens, na faixa dos vinte ~ trinta anos, eu acho que eles não querem trabalhar de propósito.

A propósito, olha a foto do abrigo para os moradores de rua:


Até agora a experiência de viver no exterior tem sido gratificante. A gente quer voltar logo para o Brasil, se despedir direito de todo mundo (eu sou um cara sentimental), pegar as nossas coisas que sobraram aí (DVD, livros, CD's, revistas), o resto dos brinquedos do Arthur, as roupas, bolsas e sapatos da Soraya, e deixar aqui mais com cara de "casa". A gente também quer comprar uns móveis a mais para a sala e pouco a pouco ir terminando de montar tudo. Dos nossos móveis antigos, não sinto falta. Falando de coisas materiais, sinto falta de poder alugar um filme com legendas em Português (ainda bem que quase todo filme é legendado em Inglês), sinto falta da TV que eu vendi para o Fabrício :-), e queria lembrar de ter trazido um DVD com os episódios de Lost e Heroes para poder ver de novo. A gente descobriu que dá para comprar coisas no Brasil pela Internet (DVD's e livros), e mandar entregar aqui sem pagar os olhos da cara.

Bom, isso aí. Já perdi uma meia horinha e preciso voltar para os meus afazeres diários.

Fui!

Eu esqueci de dizer...

... o porque deste post aí de baixo com a música do Nando Reis.

O moleque adora ficar ouvindo esta música e soltando de vez em quando um "me adaptar" ou então "barba ... tamanho" :-)

Aí eu resolvi ouvir a música e comecei a refletir sobre o tempo... Acho que vou ver Náufrago quando chegar em casa. Falando em tempo, cheguei cedo no trabalho hoje, antes das oito e meia da manhã, Aleluia!!!

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Divagações filosóficas

{
Eu não caibo mais nas roupas que eu caiba
Não encho mais a casa de alegria
Os anos se passaram enquanto eu dormia
E quem eu queria bem me esquecia

Será que eu falei o que ninguém ouvia?
Será que eu escutei o que ninguém dizia?
Eu não vou me adaptar 5x

Eu não tenho mais a cara que eu tinha
No espelho esta cara já não é minha
E quando eu me toquei achei tão estranho
A minha barba estava deste tamanho

Será que eu falei o que ninguém ouvia?
Será que eu escutei o que ninguém dizia?
Eu não vou me adaptar 5x
} 2x

Esta música é meio deprimente, mas é verdade. Ano que vem eu faço 30 anos. Essa é uma idade e tanto. Pense bem, trinta anos. Você está saindo da casa dos "vinte e poucos" ou "vinte e tantos" e entrando na classe dos trintões.

Eu já tenho mais da metade da idade dos meus pais. A cada ano que passa, a proporção da idade pai/ filho vai diminuindo. Por exemplo, o Arthur tem 4 anos e eu tenho 29. Arredondando a minha idade para 28 anos, o Arthur é 7 vezes mais novo do que eu. Eu sou 1.96 vezes mais novo do que meus pais. Se você com cinquenta anos conhece uma garota de 40 e se casa, ninguém liga. Se você tem 20 anos e arruma uma garota de 10, você vai para cadeia (aliás bem merecida, seu pedófilo). Tudo é uma questão de proporção.

Eu também tenho uma teoria do porque a gente tem a sensação de que os anos vão passando mais rápido. A minha teoria é bem simples, e não tem a ver com as teorias filosofais de que a Terra está girando mais rápido, ou então de que a distância entre as galáxias vem aumentando. Pense bem. Quando você tem 5 anos de idade, 1 ano é 20% do que você viveu até então. Tudo que acontecer naquele ano vai te acrescentar muita, mas muita coisa mesmo porque você viveu muito pouco até então. E esta proporção vai diminuindo à medida que os anos vão passando. Quando você tem 10 anos, 1 ano é exatamente 10% do que você viveu até então. Com 20 anos, é apenas 5%. Ou seja, cada ano que você vive é de fato um ano a mais na sua vida, mas proporcionalmente este ano representa uma parcela menor do que você viveu até então. É meio complicado explicar isso e normalmente as pessoas entendem melhor quando, como diz o Kb.Lo, as palavras estão molhadas, ou seja, quando há uma cervejinha acompanhando a divagação filosófica.

De qualquer jeito, acho que todo mundo tem esta sensação. Eu não podia esperar os meus 18 anos para poder dirigir. Depois que os 18 anos chegaram foi legal mesmo dirigir, mas a partir daí a gente vai vivendo em um ritmo mais "normal", sem esperar desesperadamente pelas coisas acontecerem. Eu gosto muito de viajar de carro porque eu acho que uma boa parte da viagem é o caminho, e não o destino. Acho que com a vida é a mesma coisa. Você pode ter uns objetivos definidos, mas se você não aproveitar o caminho até este destino, este destino terá um sabor meio amargo quando alcançado. Isso é totalmente filosofia barata de livro de auto-ajuda, mas é verdade.

Hoje é o dia filosófico. Acho que eu não devia ter começado a ouvir Nando Reis hoje, mas agora é tarde. Pior que eu só estou com 29 anos. O moleque tem 4 anos e meio e se acha grandão, já quer atravessar a rua sozinho mas não quer por a própria meia. Ele está louco para ver a neve, mas neve mesmo só quando a gente for para o Brasil e voltar para cá. Diz que quando começar a esfriar a temperatura vai cair um pouquinho a cada dia. Se você vai embora e volta depois de algumas semanas, o choque é enorme. Tipo eu saindo de Santos e indo trabalhar em São Paulo quando a diferença de temperatura entre as duas cidades era de 20 graus (como eu xinguei os Jesuítas que foram construir aquela cidade em um lugar tão frio).

Falando da música, a parte que eu mais gosto é "Eu não tenho mais a cara que eu tinha" e "No espelho esta cara já não é minha". Quando eu vejo meu rosto, ou então o rosto da minha mulher ou dos meus amigos, você percebe a idade chegando. Muito louco. Eu sou "irmão" do Kb.Lo e do Akira há treze anos (eu só fui conhecer o resto da turma no segundo e terceiro anos do colegial). Um dia, a molecada já vai ter se conhecido por metade da vida. Ainda faltam uns anos para isto acontecer, mas isto vai acontecer um dia, é matemática :-). Nerd!!!, como diz a Soraya...

Dica para quem está vindo para Calgary: Vá ao SuperStore para fazer suas compras. Procure na Internet e vá lá. Algumas coisas são um pouco mais baratas do que em outros mercados e outras são ridicularmente mais baratas. Ontem a gente comprou uns pacotes IGNORANTES de Cheetos e Lays (batata frita). Sem noção. Comprei também uma batedeira, mas não a batedeira inteira, só a parte de cima (com as pás) por sete dólares. Comprei também umas claras de ovos e fiz um suspiro em casa. Não ficou sensacional, mas ficou com gosto de suspiro. O problema foi que eu não consegui achar o ponto e tive que colocar tudo em uma forma, como se estivesse fazendo um bolo. O moleque não curtiu muito, mas a gente gostou. Compramos também uma lixeira para a cozinha, um garfão para virar as coisas no fogão e um jogo de três panelas vagabundas por sete dólares. Que mais, que mais? Feijão preto :-), vou fazer isso depois, a Soraya comprou um peixe, eu levei um estoque de água e carne para as próximas duas semanas, e espero não voltar no mercado tão cedo, é muito cansativo fazer compras grandes. E caro também. Comprei também uma caixa de Budweiser, pagando 1 dólar e meio pela latinha, o que aqui é um preço ótimo (SuperStore Liquor Store). Ou seja, se você está no Canadá e precisa fazer compras grandes, vá na SuperStore. Eu vou pedir dinheiro para os caras por esta propaganda gratuita, mas é verdade. Impressionante.

Aliás, limão e laranja aqui é caro. CADA laranja é um dólar e CADA limão é 48 centavos. Puta merda. Compramos três limões para usar como tempero e duas laranjas para o Arthur. Aqui o limão entra no preço na hora de fazer uma caipirinha. Aí no Brasil, a gente só conta a Vodka ou a Pinga, já que um quilo de limão costuma sair por menos de um Real. Anyway, não fiz caipirinha ainda. A gente está indo bem com a cervejinha do final de semana e a água, e o suco, e o refrigerante do dia-a-dia.

Aliás, foi bom ter ido lá e ver que a SuperStore fica em um puta centro comercial, com cinemas, lojas de roupas, lojas de eletrônicos, bares, restaurantes e mais outras lojinhas ao alcance de apenas UM ônibus. Saio de casa, ando uma quadra, pego o bumba número 6 e desço na porta do lugar. Sensacional. Estava cansado de ter que pegar um bumba, um trem e ter que camelar que nem um condenado para ir no Shops Centis. Agora ficou mais fácil.

Isso aí, fui!!!

domingo, 19 de agosto de 2007

Mudança na configuração do blog

Estou incluindo apenas 10 mensagens na página principal para ficar mais fácil de carregar. Os links antigos estão todos aqui, é só ir até lá embaixo e clicar em "Older". Fui!!!

Global Fest e Telus World Of Sciencema

Na sexta-feira à noite a gente foi na Global Fest, literalmente no fim da cidade (à leste). Logo depois do lugar onde a festa estava acontecendo começavam as fazendas, só para se ter uma idéia.

Eu não estava esperando tanta coisa da festa, mas eu achei que fosse ser um pouco maior. Parecia uma festa junina de uma escola grande. Tinha um monte de barraquinhas, cada uma de um país diferente (tinha duas do Brasil), e também tinha um galpão onde se apresentavam danças típicas, sendo que cada apresentação era de um país diferente. No Brasil rolou uma apresentação de Samba e Axé, ou Samba e Capoeira, sei lá.

A apresentação do Brasil foi meio estranha. Primeiro que não tinha nenhuma mulata ali, e segundo que o traje de Carnaval que arrumaram era meio "verão" demais, sei lá. Não vou ser mala, mas é aquela coisa que todo mundo pensa, "no Brasil só tem praia e mulher de biquini". Mas o que importa mesmo é que o pessoal ainda precisa aprender muito sobre Samba, na opinião da Soraya. Legal foi a apresentação da Romênia, Rússia, sei lá, o pessoal lá dançava de verdade.

E também tinha os estandes do Brasil. Em um tinha um pessoal da Associação dos Brasileiros em Calgary vendendo roupas e utensílios a preço de ouro. Sinceramente, 65 dólares por um moletom é meio abuso, na minha opinião (espero que eles não leiam este blog). Paguei 3,50 dólares por um pacote de Passatempo que o Arthur dominou e a gente foi dar um rolê. Eu tive a impressão de que as coisas lá estavam mais caras do que na lojinha de produtos Brasileiros. Anyway, não vou falar muito também porque eu não quero fazer a caveira de ninguém só por um episódio. O pessoal era gente fina neste estande, conversamos bastante e depois fomos dar mais uma volta.

Chegamos no outro estande, este de comida Brasileira. Comida leia-se "feijoada", porque era só isso que tinha. E para quê ter mais comida se tem a velha, boa, Brazuca e apetitosa FEIJOADA? Sensacional. Estava tudo como devia ser, exceto que estava meio sem sal (mas isso é fácil de resolver), e tinha algum tempero deveras estranho no vinagrete. De resto, arroz, feijão preto, porco, porco, porco, farofa, laranja e Guaraná Antárctica. Infelizmente, não tinha a couve básica, mas tudo bem. Foi bom matar a vontade do arroz com feijão. Tanto é que eu já comprei o bacon e hoje vou ver se compro feijão preto na Super Store.

O pessoal do estande era gente boa, uma mulher Brasileira que estava em Calgary fazia pouco tempo, mas morou em Quebec por muitos anos e não volta pra lá nem que lhe paguem. Segundo ela, o povo de lá é meio metido e preconceituoso, acho que é uma característica meio inata de quem é Francês (ou descedente), sei lá. Ela falava Português (afinal, é Brasileira, dãã), mas o marido dela só falava Inglês ou Francês.

Isto aqui está parecendo uma reportagem de jornal, mas vamos lá...

Estávamos lá e chegou um casal de Brasileiros que mora em Calgary já faz seis anos, e o cara era de Santos!!!, da Alexandre Herculano, com o nome mais Santista possível, Carlos Alexandre (não, não era o Boiola da escola). A mulher dela era Paulistana, e eles tem dois filhos, um casal. A menina nasceu no Brasil e tinha um ano quando eles foram para o Canadá, e o menino nasceu aqui. Gente finíssima. E ainda deram uma carona para a gente chegar em casa!!! Sensacional. A festa valeu mais para conhecer este pessoal do que pela festa em si, sinceramente. E o Arthur se divertiu com o filho deles.

Pfúúúú. Cansei.

Ainda tenho que contar como foi o Sábado. A gente resolveu ir no Telus World of Sciente. Tem várias coisas, mas é bem focado nas crianças. O que eu achei mais legal foi isso aí embaixo:



É difícil de explicar o que esta máquina é. Se não me engano, lá dentro tem moléculas de ferro ou alguma coisa ferrosa em uma dimensão tão exata que faz o que deveria ser pó se comportar como um líquido. É um líquido de "ferro", é impressionante. E na parte de cima, tem um imã que você pode por para baixo e para cima. É legal ver o líquido na parte de baixo sendo puxado para cima, parece mágica. Sensacional.

Também tinha a cama de prego:



E o lugar onde nossos rostos e mãos ficaram momentaneamente registrados:


(sensacional este "troço")

Tinha mais um monte de coisa. O Arthur adorou. A gente também, embora eu tenha ficado beeem cansado. A gente também ficou jogando um jogo "mental", eu e a Soraya. O jogo é o seguinte: parece que os cientistas conseguiram isolar as ondas cerebrais que são geradas quando você está pensando em alguma coisa, qualquer coisa. Então se o cérebro está tendo alguma atividade, esta máquina consegue registrar. Para "jogar", você encaixa uma espécia de cinta na sua cabeça e o do seu oponente, aperta um botão e começa o jogo. O objetivo é ver quem consegue ficar mais relaxado. Tem uma bolinha que fica bem no meio, entre os dois jogadores, e seu objetivo é fazer esta bolinha chegar no seu oponente. Ela se move para a direção do seu oponente se você estiver mais relaxado do que ele, e vice-versa. Tem um gráfico que mostra o "nível" de atividade cerebral de cada jogador, é bem legal.

Bom, na primeira vez que a gente jogou, achamos que o objetivo era ver quem conseguia pensar em mais coisa, e que ganhava quem fazia a bolinha chegar ao seu lado mais rápido. Eu não consegui pensar em absolutamente NADA, e a bolinha chegou que nem um foguete do lado da Soraya, e a gente foi dar um rolê.

Voltamos lá depois e aí sim entendemos como o jogo funciona. Eu ganhei duas vezes e na terceira a gente teve que ir embora porque o lugar estava fechando :-). Sensacional, sou um cabeça vazio mesmo (ou consigo relaxar mais). Tem horas que realmente eu acho que eu não estou pensando em absolutamente nada, e não é que é verdade?

Sensacional.

Já escrevi bastante por hoje, pessoal. That's all, folks.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Global Fest

Neste final de semana (e hoje também) a gente vai na tal da Global Fest.

Pegar o ônibus número 1, Forest Lawn, e ir atééé o fim da linha quase no fim da cidade (é sério, as casas acabam ali, eu vi no Google Earth).

O site da Global Fest é esse: http://www.globalfest.ca

Na Brasil With S eles estão vendendo convites por 5 dólares, acho que vou passar lá amanhã para comprar, o site é esse: http://www.brasilwiths.ca (acabei de ver que baixou o preço do Guaraná).

Que mais está rolando? Preciso ir no consulado Americano para tirar um visto para os Estados Unidos, a escola do moleque começa em breve, e preciso ver onde é que dá para fazer o curso "free" de Inglês.

Também preciso comprar carne, iogurte, encher a geladeira de tranqueira, devolver os filmes atrasados na locadora (pelo menos aqui a multa é só de um dólar por dia), passar na Western Union para pegar um dinheirinho, acertar o aluguel, ver preço de carro, comprar e fazer feijão, ligar para a família e amigos e conversar direito, levar o moleque para algum lugar legal no final de semana, conhecer as Montanhas Rochosas, cortar o Kb.Lo, lembrar de lavar entre os dedos do pé, abaixar a tampa do vaso sanitário, me acostumar com os Subs, que é tudo que eles comem aqui, lembrar que tem que olhar se tem pimenta em tudo, etc...

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Fatos engraçados da vida

Até onde eu sei, não vou escrever nada sobre o Canadá agora. Estava contando uma história engraçada para o Chuck, pelo Skype, e resolvi fazer uma enumeração de alguns momentos marcantes da minha vida:

. O Fabrício indo se esconder embaixo da ponte do Canal 5 e caindo dentro do dito cujo. Embora a memória deste episódio esteja meio perdida devido ao teor etílico de meu sangue em tal data, a lembrança do Fabrício saindo do canal pintado de preto da cintura da baixo é algo que nunca saíra da minha memória;
. Imagem e Ação com a molecada; Nem vou citar o episódio do "Será que ele é?", mas até hoje eu choro de rir quando eu lembro daquilo;
. A história que eu estava contando para o Chuck, que me fez ter vontade de escrever isto, se passou há muitos anos atrás em uma viagem de Caraguatatuba para Santos com o carro da minha mãe, o BR800. Eu ia levar a caranga para a oficina do sogro já que ele estava precisando de uma revisão geral. A partir daí se presume que ele não estava em muito bom estado na época, e isto era a mais pura verdade. Estava um dia bonito, céu azul, vento no rosto, easy rider, subindo a serra do mar mais devagar que uma velhinha passando as compras no caixa do mercado, com uma fila de motoristas infelizes atrás do meu carro, que na minha opinião não estavam curtindo a viagem como eu estava. Bom, a amiga de todas as horas, a sempre bem vinda terceira faixa, surgiu no horizonte e os carros começaram a passar do meu lado, um a um, cada motorista com uma feição diferente. Depois de alguns carros eis que surge
um Chevette 66, bege, um pouco mais rápido do que eu, mas um peidinho mais rápido, com uns 5 peões de obra dentro. Eu olhando para eles com uma cara de "é, que merda", e eles dando risada, gargalhando, não sei se porque tinha alguém mais devagar do que eles ou porque a minha cara estava mesmo impagável naquele dia. Um deles não tinha vários centro-avantes, eu comecei a rir, gargalhar, chorar, e só fui parar depois que eu cheguei em Santos. Depois disso eu não liguei mais para ir a 20 km/h nas serras da estrada. Na subida e na descida, senão eu não conseguia parar :-)
. Quando eu quebrei a bandeja de vidro na casa do Fabrício, em um churrasco, e depois quebrei a vassoura indo limpar; Puta merda;
. Eu lembro até hoje também deu puxando a cadeira no Raphael no bar do gordo. Raphael, nunca é tarde, mas desculpas por aquele dia!
. E também outra coisa que eu me arrependi foi ter jogado o Pablo no canal 4 ou 5, não lembro agora. Eu pulei depois para tentar mostrar que eu estava arrependido mas eu continuei arrependido mesmo depois daquilo. Pablo, nunca é demais, mas desculpas por aquele dia!
. Eu no telhado da casa do Kb.Lo em Guaecá quando surge o vizinho, as três da manhã, me chama e me diz, educamente, que a gente estava perturbando o seu sono ou algo assim. A gente acabou fazendo menos barulho depois disso. Vizinho, nunca é demais, mas desculpa por aquele dia!
. Este é mais recente. Estava na casa dos pais da Soraya, e coloquei a camisa mais baianosa (havaiana), com uma bermuda e havaianas, a Soraya queria morrer de desgosto, eu até que estava gostando, mas eu tinha me conformado e ia trocar de roupa. Neste momento, surge o Arthur no corredor, olha para mim, fita a minha camisa por uns segundos e diz "Nossa, papai, que camisa bonita!". Ganhei o dia. E acho que o Arthur ganhou algum presente também depois disso;
. O Kb.Lo deve lembrar bem quando foi buscar a Sabrina e levou o moleque junto, só o moleque, e a primeira coisa que ele disse foi "Tio Kb.Lo (cabelo), você pode abaixar um pouquinho o volume?". É, tal pai, tal filho;

Bom, se eu for contar todas as histórias eu não saio mais daqui. Nesta semana vai ter o Global Fest aqui em Calgary e vai ter um estande do Brasil. Eu quero ver se consigo ir lá para ver qual é que é. Eu também preciso ir na lojinha de produtos Brasileiros para comprar feijão, vou ver se mando um arroz com feijão básico no fim de semana. Fechando com uma bistequinha de porco e uma couve, já pensou?

Estava dando uma olhada em preço de carros usados aqui em Calgary. Dá para comprar um shit car por 750 dólares, e acho que um não tão shit car por uns 2000 doletas. Acho que vou tentar gastar até 1200 dólares, vamos ver. Eu ia gostar de ter uma caranga.

More news, more posts. Quando tiver mais coisa, eu ponho aqui.

Falows, amigos!

domingo, 12 de agosto de 2007

E hoje...

Hoje, dia dos pais, o Arthur fez um desenho para mim, a gente ligou para todo mundo no Brasil e depois fomos dar um rolê.

Primeiro, a gente tentou ir no Canadian Pacific Railway, um lugar bonito que tem no centro que eu achei que você aberto para visitação, mas segundo um cara do hotel que tem do lado, é só para acesso privado. Você pode até entrar lá dentro se você comprar a passagem do trem mas, se eu me lembro bem, é uma passagem cara, acho que custa mais de 1000 dólares, diz que é SENSACIONAL, mas é muito caro para o meu bolsinho :-), ainda mais multiplicado por três.

Bom, anyway, a gente ia tentar achar uma feirinha no centro, mas não rolou, então a gente foi andar de trem. Andamos até o fim da linha no centro (três estações só), e então o trem volta para o Nordeste (Whitehorn, onde eu trabalho), e eu disse para a gente ir até lá já que era o único lugar que a gente não tinha ido visitar de trem. A maquinista, que fica sempre no vagão "da frente", tem que sair da sua cabine e ir para a outra ponta do trem, já que ele não "vira", mas é como se fosse de marcha a ré. Que nem o metrô em São Paulo, nos pontos finais.

Pois bem, eu falei para o Arthur ir até lá para ver como é a cabine, na hora a maquinista saiu e falou para a gente "ei, se vocês querem ver como é a cabine, vamos até a frente que eu mostro". E fomos. Olha o Arthur com a maquinista:



E depois a cara de felicidade dele:


Eu coloquei na Internet também um vídeo que a gente fez faz um tempo na sala, eu coloquei agora porque acabei esquecendo. Reparem na complexidade das pontes, fui eu que fiz, mas o Arthur adora. Depois ele resolve brincar de Godzilla e destrói tudo, mas pelo menos desta vez ficou registrado em vídeo:



Olha a cama decente aí:


Tem mais fotos no álbum onde estas fotos estão, se vocês estiverem com preguiça é só clicar aqui.

Que mais que rolou? A gente estava andando na cidade e eu vi um depósito de bitucas de cigarro:



Pfúúú... Hoje eu escrevi bastante aqui. Que mais que a gente fez no final de semana? Ontem fomos na Ikea, compramos um monte de coisa, depois fomos na Super Store, compramos mais um monte de coisa e acabou a verba "opcional", o que sobrou é uma margem de segurança que a gente tem para comprar comida e outras coisas sem importância. Quando a gente estava na Super Store compramos ingredientes para panquecas (Canadenses) e fizemos quando chegamos em casa, fica boa com o Xarope deles (Xarope de bordo), bem legal.

Bom, vou lá montar o trilho para o Arthur.

Fotos da gente no Heritage Park no último final de semana

Oi, galera, a gente foi no último final se semana (retrasado) no Heritage Park, eu não coloquei as fotos aqui porque eu estava com preguiça e a Soraya já tinha colocado no Fotolog dela, mas agora eu resolvi colocar tudo porque lá no Fotolog a resolução das fotos é menor. Então aqui vão algumas fotos, é só clicar na foto que vai abrir o álbum:

O Arthur com a Isabela, filha do casal que a gente encontrou no parque.


Eu levando o Arthur no carrinho dele...


Soraya com tomando chá com a peruada:


E todas as outras fotos podem ser vistas aqui:
Canada 06 Ago 2007


Isso aí galerinha do mal. Vou colocar as descricões das fotos no Picasa também. Tem foto minha e foto da Soraya. Fui!!!

Série de reportagens da Record sobre o Canadá

Fala galerinha. A rede Record está fazendo uma série de reportagens sobre viver, estudar e trabalhar no Canadá. Eu coloquei todos os vídeos aqui no site para vocês poderem ver. É bem legal, não é uma reportagem da Globo, mas é interessante. Tudo bem que eles não saíram do Leste, mas mesmo assim vale a pena dar uma olhada:

Canadá, parte 1: Segurança:


Canadá, parte 2: Como é viver em um país onde o governo investe na população:


Canadá, parte 3: Porque tantos Brasileiros escolheram o Canadá como destino de estudos de Inglês:


Canadá, parte 4: "Canadá, a outra América". Porque o Canadá é o destino de tantos trabalhadores e refugiados ao redor do mundo:


Canadá, parte 5: Cidade subtarrânea:


Canada, parte 6: Última reportagem, como os artistas são atraídos para trabalhar no país:

sábado, 11 de agosto de 2007

Amanhã, colchão!

E também uma WebCam e um mouse porque eu não aguento mais usar o mouse do Notebook. E depois eu vou comprar um computador completo, porque eu não aguento mais usar o Notebook :-).

Amanhã vamos sair de graus fazendo seis graus na rua, vai ser biito.

Falows, povo!!!

(Posts curtos, é o que há - amanhã vou levar a máquina, registrar as coisas, e depois a gente se fala).

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

MISHEARD LYRICS - Pearl Jam - Yellow Ledbetter

Uma interpretação diferente para a música Yellow Ledbetter, que fechou o show do Pearl Jam em São Paulo no primeiro dia.
Show de bola

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Viver no Canadá é...

. Não ver muito programa bom na televisão porque não tem muita coisa mesmo - eu gosto de ver Discovery Channel, mas nem sempre faz sucesso em casa;

. Ver que as pessoas são meio relaxadas em relação à grana, para pagar e para receber. É uma coisa estranha para a nossa cultura, mas as pessoas costumar agir desta maneira aqui; Um cara que a gente conheceu no parque, que trabalha para uma multi-nacional de petróleo, teve que esperar um ano pela boa vontade dos caras para trazer a família dela, um ano!!! Depois disso eu passei a me preocupar um pouco menos com a minha empresa; E olha que não era qualquer empresa de garagem não, era uma das maiores do mundo!

. Pagar 10 dólares por uma torradeira, 40 por um microondas e um dólar por três limões;

. Ir em super-hiper-mega lojas de tudo que é possível vender na face da Terra, e ver que existem montes destas lojas em tudo que é canto;

. Nunca ter certeza de como vai estar o tempo daqui a 20 minutos. Aqui em Calgary realmente o tempo muda rápido;

. Ter um bom transporte público. Nunca mais vou me acostumar com os ônibus de São Paulo; O trem aqui também é bem legal, e no centro parece um bonde gigante, porque ele anda no meio da rua junto com os ônibus;

. Sentir saudade das coisas do Brasil; Eu fico ouvindo Zé Ramalho no trabalho; A gente comprou um Guaraná Antarctica no último FDS numa loja que vende produtos Brasileiros. As coisas custam mais caro, mas vale a pena, porque a gente compra coisa Canadense, e só um tira-gosto ou outro que é Brasileiro. Paguei três dólares e cinquenta por um Guaraná Antarctica de 2 litros, mas valeu a pena;

. Sentir saudade dos momentos com os amigos, como os churrascos na casa do Kb.Lo, a casa da Mãe, ficar deitado no sofá da casa do sogro, aquele barzinho em SV com o Chuck e a Alê, uma cerva com o Cunha e companhia, este tipo de coisa. O engraçado é que como a gente conversa bastante, você não fica com saudade de falar com ninguém, mas sim de estar com as pessoas mesmo porque você sabe que se sente bem ali;

. Atualizar o blog sempre porque você sabe que as pessoas lêem e que, de certa maneira, diminui a distância porque todo mundo pode saber como a sua vida vai indo;

. Ver que a família realmente faz muita diferença. Eu posso ficar muito tempo sem voltar para o Brasil se tiver com família junto, mas sem família, sem acordo;

. Que mais? Conversar com mendigos na rua em inglês é no mínimo engraçado, e ver que aqui existem vááários moradores de rua é meio estranho;

. Viver aqui também é ficar revoltado com os preços das casas em outras cidades e até outros países, os preços andam meio altos aqui; Vou morar em alguma cidade com 10000 habitantes e pagar 150000 por uma puta casa, ao invés de 250000 por uma casa legal, mas não excelente, aqui em Calgary;

. Não saber o nome de nenhum carro na rua, a não ser quando passa alguma da Honda, da Toyota (mesmo assim, olhe lá), ou da Volkswagen. Aqui tem bastante Golf;

. Vou comprar um calhambeque por 2000 pratas quando tiver grana sobrando :-); Vai ser biito;

E agora já é quase hora de ir embora. Fui!!!

Eu no trabalho

Fala galera.

Duas fotos minhas no trabalho tiradas à minha revelia, primeiro eu pensando:

(eu devia estar ouvindo algo como Rage Against the Machine e mexendo a mão como quem toca bateria, mas eles conseguiram focar bem no momento que a minhão mão estava no alto)...

E depois eu me lamentando:


Eu ainda estou devendo algumas fotos, mas a Soraya já colocou bastante coisa no fotolog dela, vocês podem dar uma olhada lá depois!

Fui, galera!!!

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Preciso escrever aqui quando chegar em casa....

Porque tem novas fotos do final de semana. A gente conheceu um casal de Brasileiros no Heritage Park que tem dois filhos, a mais velha deve ter uns seis anos, ela e o Arthur se entenderam e ficaram o maior tempão brincando, foi beeem legal.
E também vimos dois Brasileiros no trem. Não tem muito aqui, mas os que aparecem sempre estão de camisa do Brasil e fica fááácil de ver, inda bem.
Bom, preciso por as fotos.
Até lá, também tem o fotolog da Soraya: http://sorayacruzw.fotoblog.uol.com.br/

sábado, 4 de agosto de 2007

Brasil With S

Hoje fomos comprar o tal do semáforo do Arthur que eu prometi para ele no final de semana passado, se ele comesse direito a semana inteira:



Depois disso a gente deu um rolê pelo shops e depois fomos em uma loja que vende produtos Brasileiros, a "Brasil With S", este é o site deles: http://www.brasilwiths.ca.

A gente saiu de lá carregando um Guaraná Antarctica e umas balas de goma. Tem algumas do Brasil, feijão, ingredientes para pão de queijo, bastante guaraná, café Pilão, bem legal. O dono da loja é gente fina, está morando aqui há um ano e meio, veio para estudar e acabou ficando. Diz que é o inverno é bravo mas é sobrevivível. Show de bola. Amanhã talvez a gente vá em uma igreja onde uns Brasileiros costumam se reunir. Ele disse que mesmo para quem não é Cristão é legal, porque tem mais umas quatro famílias que também tem filhos pequenos.

Isso aí. Fui!!!
(hoje eu não estou com muita vontade de escrever)...

Dicas para um marinheiro de primeira viagem

Já faz um tempo que eu venho querendo escrever uma entrada no blog com este tipo de conteúdo. Guia para um marinheiro de primeira viagem em sua primeira viagem para o Canadá:

Visto:
- Tente fazer como eu: arrume um emprego fora antes e deixe que eles cuidem de tudo para você. Não tenho muito o que dizer sobre o processo em si. Só digo que o Certificado de Antecedentes da Polícia Civil tem que ser retirado no PoupaTempo. E que é bom fazer o da Polícia Federal logo que você der entrada no processo, ou mesmo antes, porque demora uns 20 dias para sair;
- O exame médico é carinho. Uns 200 reais por pessoa. O médico ouve o coração, vê a respiração, mede altura, peso, vê o xixi, faz umas perguntas do seu histórico de saúde, do tipo "você se considera alcoolatra", e outras do tipo, e então te manda para os exames clínicos. Chegando lá você faz uns exames de sangue, um raio-X e vai para a casa pensando em todo o dinheiro que você acabou de deixar para trás;
- Para enviar as coisas pro consulado, vai de Sedex 10; Não precisa ir até lá. Tenha certeza de preencher tudo certo;
- De um dia para o outro eles te ligam e te chamam para pegar o visto. Pronto, tá lá, você está com o visto.

Viagem:
- Sem dicas especiais. Só uma coisa. Se você for de Air Canadian que nem eu, você vai reparar em um negócio azul na poltrona, onde você apóia a cabeça, tipo uma almofada. Você pode "puxar" aquilo e deixar do lado da sua cabeça, para você dormir. Eu fui descobrir quando faltava 20 minutos para aterrissar;
- Na viagem internacional é uma beleza, tudo grátis, coca-cola, vinho se você quiser, as refeições são quentes, o avião parece novo, maravilha. No vôo doméstico no Canadá você paga para comer um lanche frio e parece mesmo um ônibus. Pelo menos a coca-cola é de graça, mas só no copinho de plástico;
- O aeroporto de Toronto é IMENSO. Se aparecer um carinha oferecendo carona em um carrinho que parece mais um carrinho de golfe, aceite porque faz diferença;
- Imigração pode ser chata ou tranquila. Minha esposa teve problemas porque veio sozinha e estava com o visto de turismo, sem passagem de volta, e com uma criança. Eu, quando mostrei a carta (uma carta que o consulado dá para você entregar na primeira vez que você chega ao Canadá), ouvi os trombetas tocando e as portas do paraíso se abrindo. A mulher falou "next" e quando viu a carta "ow, you have a work permit" - com visto de trabalho ninguém te pergunta da passagem de volta nem nada do tipo;
- Eles dão uma outra carta e você fica perambulando horas pelo aeroporto esperando o próximo vôo...

Chegando:
- Cartão para ligações internacionais. Você compra, paga 10 dólares, liga para um "Toll Free Number" (tipo 0800), digita seu código, e depois "011" + código do país (Brasil) + DDD (sem o zero) + telefone e pronto. Você tem uma maneira barata de falar com a família, acho que custa 10 centavos de dólar por minuto; Para discar para o 2345678 (no Rio de Janeiro, código 21), seria 01155212345678;
- Uma coisa que eu não "peguei" no primeiro dia. No hotel ou onde você for vai ter uma banheira. E um chuveiro. E você vai ligar a água e a água não vai sair pelo chuveiro, mas pela torneira que enche a banheira. Ora pois. Tem um pininho que fica na torneira. Eu puxei mas ele não ficou no lugar, depois de tentar mais umas 10 vezes liguei para a recepção. O segredo: A torneira tem que estar aberta, senão o pino não pára no lugar;

E depois:
- Moedas!!! No Canadá não existe nota de 1 ou 2 dólares, só moedas. Elas são DEVERAS importantes, você sempre deve ter algumas no bolso, porque trem e ônibus, só com dinheiro exato, pelo menos em Calgary (custa 2,25);
- Bumba e trem - isto vale para Calgary, eu não sei para o resto. Quando você entra no ônibus, você pega uma "transfer", que te dá direito a usar qualquer transporte público da cidade por até 90 minutos. Não sei como são os fiscais do trem, mas os motoristas de ônibus são bem tolerantes, dá para usar até umas três horas depois. É legal porque você vai no supermercado e volta pagando apenas uma passagem.
- Sobre o trem, também para Calgary. Você consegue entrar na estação sem bilhete, ninguém vai te impedir, porque nem catraca existe. O que acontece é que pode aparecer um fiscal no trem, e você vai ter que pagar mais de 100 dólares de multa se estiver sem o bilhete. Ou seja, COMPRE o bilhete. Mas, isto é importante, aquela "transfer" que você pegou no ônibus VALE no trem, então você pode pegar o bumba e depois o trem para a periferia sem stress;
- "Tamanho" das embalagens no mercado - o povo aqui não conhece pacotinho. As coisas vem em quantidades GRANDES, isto pode assustar no começo mas depois você se acostuma. Doze latinhas de coca-cola custam 3 dólares no Wal-Mart. 36 garrafinhas de meio litro da água são quatro dólares. Três limões, um dólar (nem tudo é perfeito);
- Aqui vende Brahma. Doze dólares na Liquor Store por seis long-necks. É o preço que a cerveja custa aqui mesmo;

E sobre o álcool:
- Beber na rua, nem pensar; Você pode ser multado;
- Comprar cerveja em posto de gasolina ou mercado, nem pensar. Só em Liquor Store. Você logo vai ficar amigo dos donos da Liquor Store;
- Cerveja boa canadense é a Molson Canadian Beer, na minha opinião. Aqui tem Brahma também e é boa, a garrafa parece a garrafa da Skol Beats;
- Se você for andar de carro, não beba. Mesmo se você não for o motorista. Cerveja aberta no carro, esquece.

E que mais:
- Shopping bão em Calgary é o Chinook. O cinema é bom e o som é claro (resultado: o percentual do que você vai entender do que as pessoas falam é maior);
- O tempo aqui muda rápido. Sem exageros, o pessoal do trabalho sai com a blusa na mão quando está o maior calor dizendo "cara, o tempo aqui realmente muda MUITO rápido". E muda mesmo. Por causa da proximidade com as montanhas;
- Aliás, posso dizer que vi neve. A 80KM de distância, mas vi neve. Show de bola.

Isso aí caros amigos e colegas. Videozinho de hoje:


E álbum de fotos de hoje:
Canada 04 Ago 2007


Fui!!!

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Latest News

Dudes:

As últimas coisas que aconteceram aqui em Calgary nos últimos dias comigo, com a família, e com a cidade :-)

- Fomos levar o moleque no Calgary Board Of Education, eles disseram que está tudo certo, é só levar a papelada na escola quando a danada abrir, ou então se a gente não estiver aqui na ocasião, devemos levar assim que voltarmos;
- Foi bem legal lá. A gente foi super bem tratado, eles perguntaram se precisava de intérprete para as reuniões e a gente disse que sim, pelo menos até a Soraya estar com o inglês mais azeitado; Eles arrumam o intérprete para a nossa língua e levam para a escola, quando precisar;
- E também me disseram que a Soraya pode fazer curso de inglês de graça, já que eles querem que os imigrantes se sintam bem aqui e que, principalmente, se integrem à sociedade daqui;
- O moleque vai para o Kindergarten, tipo pré-escola;

Esqueci de ligar para o Kb.Lo e desejar boa viagem. Acho que ele já deve estar em Cuba agora :-)

Aqui na cidade, nos últimos dias, houve uma escalada na violência, para os padrões daqui. Só para saber:

- Um mês atrás duas pessoas foram mortas no centro da cidade por uns loucos que saíram esfaqueando pessoas de madrugada. Não se sabe os motivos (quer dizer, EU não sei os motivos, a polícia já deve ter algumas informações); Acho que eles sabiam quem eram as pessoas, sei lá, mas parece que antes de atacar eles conversaram com cada uma das vítimas por um tempo;
- Neste final de semana dois chineses foram mortos em casa, aqui perto do meu trabalho, por pessoas armadas com espingardas;
- E na terça-feira um cara teve uma briga com uma mulher em uma plataforma de trem, a mulher empurrou o cara, ele caiu nos trilhos e foi atropelado por dois trens, morrendo na hora.

WOW. O que está acontecendo aqui?

Minha opinião pessoal:
- Não ouvi falar de um latrocínio aqui ainda. Em algumas regiões da cidade, especialmente perto daonde eu trabalho, existe mais violência, como furtos de automóveis e invasões de domicílio, às vezes com violência física também. O que acontece é que estas são as regiões mais pobres e onde existem mais imigrantes com empregos "não qualificados". Acho que muita gente vem para cá esperando uma vida muito melhor, não consegue, fica puta da vida e resolve pegar tudo na marra. Eu sei que mesmo aqui em Calgary é bom você tentar escolher um bairro melhorzinho para morar, embora QUALQUER bairro aqui tenha uma taxa de criminalidade menor do que QUALQUER bairro de São Paulo, na minha opinião;
- Como acontece no Brasil, Chinês é uma beleza para fazer quadrilhas e este tipo de coisa - toda vez que eu ouço que algo aconteceu com alguém fico sempre pensando que é alguém que provavelmente não estava envolvido com coisa boa;
- E, principalmente, diferentemente do Brasil, aqui o pessoal não anda com medo. Crimes acontecem quando você tem muitas pessoas reunidas, mas é a equação da impunidade. Se você consegue punir as pessoas, os cidadãos ficam mais tranquilos porque sabem que para qualquer ação criminosa haverá uma resposta da lei. Nossa, falei bonito agora :-);
- Anyway, não vou ficar defendendo uma cidade em detrimento da outra. Eu gostava de Santos e achava a cidade bem tranquila, mas eu não gostava mais de ficar andando de carro à noite por lá. Aqui a gente anda de ônibus e se sente seguro, principalmente porque é mais seguro mesmo. Violência é uma coisa do ser humano, o que muda é a forma como as pessoas (pessoas E a lei) lidam com isso.

Que mais?

Este é um final se semana prolongado. Eles chamam de "long weekend". Segunda-feira é feriado, não sei o que vai ser, mas vai ser feriado. A gente deve fazer o mesmo tour de sempre, parques, shoppings, comprar o semáforo de trem para o Arthur (de brinquedo), que ele está contando os dias para a semana acabar, colocar vááárias fotos aqui (vou por umas fotos da viagem de avião da Soraya, ou então colocar o link para as fotos), descansar, ver filmes, estas coisas.

Eu aluguei o Número 23 ontem. Fias da puta. Não colocaram legenda em Inglês no filme. Maleditos, você só pode escolher áudio em Inglês ou áudio em Francês. Sacanagem.

Fui!