quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Toda vez que esfria e neva eu fico com saudade do mar. Semana que vem eu vou para o Brasil, e acho que vai dar para matar a saudade do mar.

Fui!

Resoluções de ano novo

Eu devia colocar as resoluções do ano novo passado aqui e fazer a lista de quais eu cumpri e quais não, mas deixa para lá. Aqui vai uma lista de resoluções fresquinha:

. Ir morar em uma cidade que tenha um clima mais agradável, e que seja mais cosmopolita do que a minha amada Calgary da roça; A idéia ainda está de pé e deverá ser a maior mudança de 2010;
. Deixar de fingir que vou fazer exercícios e começar a fazer exercícios de verdade;
. Prestar mais atenção no que acontece à minha volta, em casa, com os amigos e no trabalho;
. Eu ia colocar uma viagem que a gente quer fazer aqui, mas vou deixar para a Soraya colocar nas resoluções dela quando ela as escrever;
. Me preocupar menos com como as pessoas estão passando à minha volta, ou, melhor ainda, deixar de perguntar e passar a perceber (relacionado ao item "Prestar mais atenção");
. Comprar uns CD's de músicas que eu ando querendo comprar faz um tempão - eu sei que é uma resolução meio besta, mas eu raramente compro este tipo de coisa, e eu gosto de CD's;
. Viajar mais; Sempre, sempre, viajar mais;
. Ler uns dois ou três livros relacionados à minha área de trabalho;
. Trocar a água do Beta uma vez por semana, já que o bichinho já vai entrar no seu segundo ano de vida;
. Ir em algum show de música dos bons, algum que a Soraya curta bastante.

Acho que é só isso por agora. Eu sei que vou ter outras idéias, mas isto é o principal.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Sean go home

Acabou o caso do menino Sean. Bom, se o presidente do Supremo Tribunal Federal disse que ele tem que ir com o pai, acho que nem o meu amado Presidente da República poderia dizer o contrário.

Ainda bem que ele não pode - até expulsar jornalista do Brasil ele já expulsou.

Existe a lei.

Existe o pai.

Existe a mãe que levou a criança embora e pronto, o pai que se exploda.

Existe o direito de guarda do pai - já que existe a lei - e nunca foi escolha do pai que o filho fosse levado embora.

Existem poucas coisas na vida que são mais simples do que isso. Eu não entendo como um juiz que estuda a lei veta uma decisão baseada em lei - se eu fosse o chefe dele, para mim é que não ia trabalhar - de que vale um juiz que não sabe julgar?

Eu literalmente fico de queixo caído...

... com o povo do Rio fazeando passeata para que o menino fique no Brasil (mas eles achem que fazer passeada de branco vai tirar os traficantes do morro, vai saber?);
... com juiz ignorando a lei;
... com o Lula (eu sempre falo mal dele quando tenho a chance, eu não gosto daquele barbudo);
... com isso tudo! Peloamordedeus, isso é um absurdo. É hipocrisia, simples e pura.

Não é porque os Estados Unidos é pior ou melhor do que o Brasil (tudo é uma questão de perspectiva), é porque ele o PAI e fim das contas.

Espero que a justiça continue a prevalecer amanhã.

Fui!

domingo, 20 de dezembro de 2009

Up in the air

Up in the air (Amor sem Escalas no Brasil, eu odeio o que eles fazem com os títulos dos filmes) é o nome do filme que estréia George Clooney como o funcionário de uma empresa de consultoria especializada em demitir pessoas - basicamente, ele viaja pelos Estados Unidos para demitir funcionários de uma maneira mais "humana" ou simplesmente para tirar esta obrigação do chefe do novo desempregado.



Eu nunca consigo passar para o "papel" o porquê de eu achar um filme bom ou ruim - eu sempre fico com a sensação de que eu consigo lembrar um milhão de motivos, mas tudo se resume à isto:

- O filme é duca.

É um filme de "pessoas", baseado em diálogos, situações, relações. George Clooney interpreta uma pessoa sozinha, mas não solitária, que de uma hora para outra quer criar uma conexão com outra pessoa parecida com ele. Ele é uma daquelas pessoas que sabe o que faz profissionalmente - como se fosse um "conselheiro" que não parece um robô. A virada do filme acontece quando uma garota mais nova, bem intencionada e com energia para mudar as coisas aparece em cena, mas ela é uma daquelas pessoas que "seguem o manual" tão a finco que você se pergunta "tudo bem, você está aqui, mas não é muito diferente de ouvir uma gravação". E o filme é tudo isso e todo o resto.

Eu acho que foi um dos melhores filmes que eu vi este ano, senão o melhor. Sensacional.

...

Eu achei que o shopping fosse estar absurdamente cheio e que ir no cinema no último Domingo antes do Natal fosse uma coisa insana, mas até que o cinema não estava tão cheio, dava para andar no shopping e eu consegui parar o carro em uma vaga boa sem precisar circular pelo mesmo lugar 5 vezes. Acho que todo mundo já comprou os presentes que tinham que ser comprados, e o Domingo foi para descansar mesmo.

...

A única coisa ruim de ver um filme sobre pessoas solitárias é que a saudade da família aperta mais. Eu tenho dormido bastante nos finais de semana, e isto me fez pensar que eu preciso ter um pouco mais de energia, principalmente nos dias de inverno. Acho que é chegada a hora de eu balançar um pouco a pança e começar a fazer mais exercícios, ser um pouco mais ativo. O problema é que o frio é foda.

Eu sei que eu já xinguei o frio bastante - mas sabe quando você fica do lado de fora e sente aquela brisa fresca bater no rosto, vinda do mar, do campo ou de onde quer que seja? Então, de Outubro à Abril, esta "brisa" faz o nariz escorrer. Em Janeiro e em Fevereiro, esta brisa pode fazer o seu nariz literalmente cair. Eu agora já me visto melhor do que antes (é engraçado que eu só tenha aprendido a usar o cachecol de forma efetiva recentemente, antes eu precisava de 3 apetrechos para substituir o cachecol, agora só preciso de um), já aprendi a lidar com o carro, entendi que na casa é um "tire ou dê" (give or take), se a casa fica muito quente o ar fica muito seco, mas a opção é deixar a casa muito fria - quem sofre é o Beta, que fica com o metabolismo baixo (porque a água do aquário fica fria), e a ratinha (Gerbil), que literalmente fez uma toca na casinha dela.

Bom, hora de cuidar do estômago (hora de encher a barriga).

Vou tentar aparecer aqui com mais frequência.

Fui!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Eu até que vou colocar pneus de neve, mas na situação em questão eu acho que não ia fazer muita diferença não. Meu carro não tem ABS e pneu de neve também tem um limite, eu escorregava bastante mesmo com pneus de neve e teve pelo menos uma vez em que eu não ia conseguir parar de jeito nenhum (em uma decida), para minha sorte o carro saiu do caminho e eu passei batido. É como o pessoal fala aqui, mesmo com pneus de neve, não dá para tentar brecar no semáforo em rua que ainda está coberta de gelo, a melhor coisa é começar a brecar bem antes e ir deixando o carro parar.

...

Estou ouvindo Time, do Pink Floyd.

Eu sei o quanto eu gosto de ouvir música pelo tanto que eu me empolgo ouvindo música.

Fui!

domingo, 13 de dezembro de 2009

The big freeze (e alguns curtas)

City of Steam
(Flickr)

Calgary e toda a região das pradarias (Alberta, Manitoba, Saskatchewan) andam mergulhadas em um frio ártico. Neste momento, a temperatura é de -28C. Yep. -28. Celsius. Eu fico tentado à dizer que está "um frio dos infernos" mas eu acho que o que seria mais certo é "um frio celestial", já que o inferno é sempre quente e o céu sempre está aquele azul meio branco, mas ou menos como Calgary fica nos dias de frio, neve e sol.

Todo verão eu esqueço como é o inverno. Por exemplo, as duas garrafinhas de água que ficaram no carro nunca mais vão descongelar. Eu abro a porta de casa e sai muiiiito vapor de casa (já que eu deixo o umidificador ligado direto para poder respirar mais confortavelmente), o pelo do nariz congela, o carro fica todo duro e barulhento (e a tela do LCD do GPS fica lerda), mas pelo menos eu aprendi, finalmente, como usar um cachecol direito, seguindo as dicas da Soraya (minha esposa) e vendo o povo do trabalhar ir trabalhar sem gorro, mas de cachecol.

Faz umas semanas eu subi na guia e amassei a roda do carro (de leve, mas a difeção balança um pouco nos arredores dos 60Km/h). Ontem eu estava vindo para casa e, aqui pertinho, estava indo mais perto do que as condições da estrada permitiriam (20 metros à 40Km/h, o que é MUITO espaço para um dia seco, mas nem tanto para estradas com gelo - acho que a distância segura deve ser umas duas quadras, só para garantir), quando o "irresponsável" (eu queria xingar outras coisas) na minha frente AFUNDA o pé no breque para entrar no condomínio onde ele morava.

Ele devia ter pneus de neve e ABS. Eu não tenho nem um, nem outro. Quando eu vi ele brecando, pensei "cacete, fodeu!", tentei brecar, óbvio que nada aconteceu, tirei o pé do breque, virei o volante para a esquerda, e acho que tive a mesma sensação que o capitão do Titanic teve na hora que ele viu o Iceberg - "vira, porra, vira porra, vai dar? vai dar? vira, porra". E o carrinho virou! Eu acho que eu escapei do carro na minha frente por uns poucos centímetros, mas do que eu não consegui escapar foi do "meio", aquele pedaço de calçada ou sejá lá o que for que separa as duas vias. Graças à toda neve no chão o carro nem sentiu a subida, e graças ao frio eu não bati no carro que poderia estar à minha esquerda (eu virei sem olhar) e nem em nenhum pedestre (eu saberia se tivesse algum e provavelmente iria escolher a batida neste caso), já que ninguém estava na rua em uma noite de -27 graus.

Agora eu sei porque o pessoal que colocou pneus de neve no carro fala que colocou porque, todo dia, ao sair de manhã e ligar o carro, se fazia a pergunta:

- Será que é hoje que eu vou me envolver em um acidente?

Neve e gelo não são legais para dirigir. Quer dizer, a neve até é divertida, mas o gelo é um saco.

PS:

Tá muito frio.

...

Nestes dias de dono de casa, eu tenho jogado videogame, dormido, hoje eu arrumei a casa, mas não tem muito o que fazer num dia de -28 graus. Sério, a quantidade de camadas de roupa necessária para isolar o frio do lado de fora é, desculpe o uso amplo da palavra, brochante. Hoje eu fiquei em casa fazendo nada o dia inteiro, quer dizer, como eu já disse, eu limpei algumas coisas, mas eu pensei - Domingo, -28 graus, neve, frio, carro que demora para esquentar, TV na sala, vou ficar em casa, não vou sair.

Vou ver se no final de semana que vem vou em algum lugar.

Ah, lembrei, fui ver 2012 ontem, o filme em que o mundo acaba. Da hora. O filme é longo e eu tive que ir aliviar as necessidades fisiológicas no meio do filme (eu odeio fazer isso, eu sempre acho que a melhor cena do filme vai aparecer naqueles dois minutos), mas o filme é bom, vale a pena pelos efeitos especiais - vulcão, cidade afundando no mar, prédios desmoronando, Cristo Redentor (é, o do Rio) se despedaçando com narração em Português, aviões esplodindo, tsunamis, acho que não faltou muita coisa não. Vale a pena se a alma é pequena.

PS: Estava vendo Predador 2 ontem (um filme tosco quando comparado ao primeiro Predador), e em determinada hora do filme o enfermeiro da ambulância ausculta (com aquele negocinho de ouvir o coração) a mulher que acabou de sair do tiroteio, e...

- Ele auscultou a mulher por cima de uma camiseta, um sutiã e um casaco;
- Ele ainda por cima ouviu dois batimentos cardíacos, o da mulher e o do bebê que ela estava carregando.

Sensacional.

Bom, hora de ir!

Fui!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Preciso achar um outro aplicativo para me mostrar a previsão do tempo:



O meu não anda muito confiável.

Está caindo uma neve tão leve, mas tão leve, que dá para ver os cristais de neve, já que eles não estão caindo um sobre os outros. Da hora.

Bom, hora de trabalhar.

Fui!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Ontem, vindo para casa, reparei que o farol esquerdo do carro não estava funcionando. Como estava FRIO, mas FRIO, e o ar QUENTE insistia em não dar o ar da graça, resolvi pular a Canadian Tire e vim direto para casa. O farol do meu carro já é ruim, só com um lado ficou uma desgraça.

Bom, hoje eu fui na Canadian Tire. Peguei um farol que prometia mais luz do que o original, achei que fosse o meu, mas resolvi perguntar. O cara me diz que não é aquele e pega uma caixinha com dois faróis dentro e a promessa de enxergar MUITO, mas MUITO MAIS do que com o farol normal. Fui pagar. 56 dólares. Cancelei a compra e fui devolver os faróis - amigo, muito caro, amigo! Peguei dois de 15 dólares (iluminam 25% a mais), a palheta para o vidro de trás, a luz que ilumina a placa do carro, pilhas para casa (controle do Wii, controle remoto), e lá fui eu, em um dia de neve, num frio do cão, arrumar o carro.

Primeira coisa a fazer - trocar a palheta. Consegui tirar a palheta antiga, quase destruindo a danada, mas não consegui tirar uma pecinha plástica que fica no meio da palheta. Ok, plano A falhou, vamos para o plano B, trocar o farol do carro.

Puxa, estica, puxa, estica, vira, e nada do primeiro encaixe do farol sair. Tinha uma maldita de uma trava, e lá fui eu comprar uma chave de fenda/ philips (tudo junto, bem legal, 10 dólares) para me ajudar. Volto para o carro, ligo o carro, ligo o farol, e o farol que estava queimado... Funcionou!!!

Eu pensei "mas que porra", e então deduzi que talvez o farol tenha perdido o contato quando eu assassinei a guia com a minha roda esquerda. Talvez. Mas eu já estava no inferno, fui abraçar o capeta. Agora eu vou acabar. Xinga mais uns cinco minutos, e pá - solto a trava. Depois disso foi profissa - tirei uma pecinha plástica que fica em cima de tudo, tirei o farol, coloquei o outro sem encostar no vidro, e repeti o procedimento do outro lado (que era o lado fácil) bem rápido. Assim, que nem um mecânico de verdade. Me dei um tapinha nas costas e fui para o desafio número 2 - a palheta do pára-brisa traseiro - e a chave de fenda fez o trabalho por mim.

Sensacional. Vamos trocar a luzinha do farol. O lance da luzinha do farol é que o negócio é meio enroscado - tira dois parafusos Philips, põe no bolso para não perder, beleza. Tira capa plástica engraçada, beleza. Tira o negócio da lâmpada de dentro do troço de fora, ok. Tira lâmpada antiga, põe lâmpada nova, e TCHÃM! A luz acende! Sensacional. Mas aí é hora de fazer tudo isso na ordem reversa, e para encaixar de novo o negócio da lâmpada no troço de fora? Um PUTA frio, eu sem luvas porque luva que permite fazer alguma coisa de útil com as mãos são as dos astronautas da NASA, encostando no metal do carro (frio para caralho), sem sentir nada, e a única coisa que eu percebi é que a minha mão esquerda estava doendo. Fui colocar a mão na mão e senti o contato só em uma das mãos, a outra já estava anestesiada por causa do frio.

É, é frio. Acabei o que tinha que fazer, voltei para o carro, vim para casa.

E vivi feliz para sempre.

Fim!

...

Amanhã eu tenho que ir pegar um "T" na Shaw para poder ligar a TV (não só o DVD) na sala. Hoje eu comecei a preencher a papelada para renovar o visto (na verdade, eu até acabei), mas não pude fazer tudo porque eu paguei umas contas no cartão, mas até Sexta-feira já mando tudo. Sábado vou ir tentar achar uma roda usada, velha e redonda para substituir a roda usada, velha e não mais tão redonda que me sobrou. Amanhã vou tomar uma cerveja com o povo do trabalho antigo, e depois, sei lá.

Sim, eu não tenho feito muita coisa ultimamente, por isso o post narrando as aventuras automobilísticas.

...

PS: A Soraya chegou bem no Brasil. Se ela tivesse ido por Toronto, ia ficar presa por lá. Mas por Dallas foi tudo absolutamente tranquilo. Sensacional.

Bom, hora de ir dormir.

Fui!

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Acho que eu já trabalhei bastante

Ou, melhor dizendo, já fiz bastante:

. Trabalhei de manhã;
. Levei a família no aeroporto, comemos, fomos no guichê da Air Canada;
. Voltei para o trabalho, trabalhei;
. E aqui escrevi.

Vou é passar na locadora alugar um filme e testar a TV na sala. Quer dizer, vou na locadora alugar um filme, transferir a TV para a sala, e então testar a TV na sala. É praticamente meu sonho de consumo.

Hoje eu pensei em trabalhar até mais tarde, mas já escrevi "public", "void", "var X = Y;" e já quebrei a cabeça com o Flex que não vê o Java demais por um dia. Off. Agora é algum filme, uma pipoca, uma cachaça, e dormir na sala vendo filme. Quer dizer, no quarto. Eu nunca liguei de ver TV no quarto, sempre achei sala mais legal para este tipo de coisa.

É estranho estar sozinho em casa. É um misto de saudade com a euforia de poder bagunçar a casa (ou seja, levar a TV do Basement para cima), e de não saber se o peixe vai sentir minha falta ou não. Ou da Soraya.

Acho que eles devem estar saindo agora para ir para o Brasil.

Bom, vou para casa. Não importa que hora eu chegue ou que hora eu vá embora, eu sempre chego antes do John e do Mohammed. Este povo trabalha demais, peloamordedeus.

Fui!

Família indo, e eu aqui fico

No Sábado eu e a Soraya e o pequeno estávamos jogando Uno (um jogo de cartas que as crianças conseguem jogar), e o Arthur ficou bravo com a gente porque ele perdeu, ou porque a gente disse que ele não podia colocar o fio na tomada, ou algo assim - alguma coisa na linha de "bons pais que querem que o filho continue saudável". Nesta mesma hora, estávamos ouvindo Pais e Filhos, do Legião Urbana.

Foi impagável, eu e a Soraya cantando em coro para o moleque, que não sabia onde enfiar a cara:

"
...
Você me diz que seus pais
Não entendem
Mas você não entende seus pais...
Você culpa seus pais por tudo
Isso é absurdo
...
"

(para ouvir) PS: Eu gostaria que o Legião Urbana tivesse feito mais clipes só para evitar estas interpretações pessoais...

Impagável.

Bom, falando de família, hoje a Soraya e o Tutú foram para o Brasil. A gente se enrolou um pouco mas depois tudo deslanchou, me parece que o vôo chegou em Dallas 15 minutos mais cedo e, se tudo deu certo, é para os dois já estarem voando para o Brasil.

Depois eu conto mais dos meus dias de solteiro lá em casa. A primeira coisa que eu vou fazer é transferir toda a parnafenália eletrônica do porão para a sala, vai vendo. Vou fazer isso hoje. Assim posso deixar o porão em paz, e o porão pode me deixar em paz também.

Fui!

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Coooooooooooooooooold



Vou colocar um link para o post do Karlson que explica melhor o que anda rolando aqui nos últimos dias...

http://fortalezacouple.blogspot.com/2009/12/tempestade-artica.html

Tá frio.

sábado, 5 de dezembro de 2009

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

You got to love the winter

Este é o slogan de um comercial da Canadian Tire sobre pneus de neve. Vem bem a calhar, pois depois da nevasca que ainda insiste em cair hoje, tive o meu primeiro contratempo de verdade - um pneu na guia.

Foi barulhento. A roda amassou. O pneu, não furou. O volante, não entortou. Mas a roda amassou, e eu espero que o pneu não murche até a hora de eu ir embora (deve ser sensacional ter que trocar pneu em um dia de neve). Eu espero que o amassado da roda tenha sido suficiente para absorver todo o choque do impacto.

Soraya, eu sei que esta não se encaixa na categoria de "falar mal de você"! Eu sei que você não ama a Van como você amava o nosso Uninho no Brasil, mas foi mal de qualquer jeito.

Eu ainda acho que estou dirigindo com os pneus de inverno, e é chegada a hora de me adaptar mesmo ao clima de Dezembro.

Fui!

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Sleepless in Calgary

A mulher me enxotou da cama e aqui estou escrevendo no blog.

Hoje, esfriou. A temperatura caiu para -13 graus. Se fosse o meu primeiro inverno aqui eu estaria super hiper mega animado (o meu olho crítico me diz que mais de um adjetivo de humor = gay = mas a frase ficou legal, então vai ficar aí de qualquer jeito) de encarar uma temperatura nunca antes encarada, mas eu vou esperar para dizer "está frio pacas" quando os termômetros cruzarem a linha dos -25 graus. Este dia deve chegar logo.

Não que os -13 graus sejam assim, um passeio no parque. Hoje eu fiquei tremendo de frio debaixo de incontáveis malhas de materiais sintéticos e naturais. Se eu fosse mais rico, seriam mais materiais naturais do que sintéticos, mas a situação é a oposta. Estes dias fui no Wal-Mart e vi um pacotaço de meia por 7 dólares (10 PARES!!!), mas depois do pé suar que nem um desgraçado no primeiro dia, e do chulé quase me fazer ser demitido (ok, exagerei) durante a tirada do tênis do meio da tarde, fui investigar e descobri que a meia não tem algodão - nada - niente - zero. Acho que aqueles nomes todos na etiqueta só querem dizer uma coisa - a meia é feita de petróleo, basicamente.

É negada. Algodão é algodão e não tem poliqualquercoisa que vá mudar uso.

Para as roupas de frio, a minha limitada experiência me diz que existem alguns tipos:

... eu tinha escrito uma lista enorme ... mas na verdade a lista é pequena ...

Casaco de frio, tem que comprar à prova de vento, o que significa um casaco feio de nylon do lado de fora. É eficiente. Funciona. Melhor ainda se, na parte interna, ele tiver algum material quentinho, como flanela ou algo que o valha. O forro vai ser de material sintético (para os mano) ou de material natural, como penas de ganso (para o doutor). É importante que o casaco tenha uns elásticos aqui e acolá para fazer ele "grudar" no seu corpo e deixar o ar frio do lado de fora. É importante que o casaco seja leve e flexível (mais uns pontinhos para os casacos de nylon).

A Soraya tem um casaco/ tubo marrom que ela odeia, mas que é quentinho. Eu preciso comprar um casaco que seja um pouco mais bonito do que aquele, o que não deve ser uma tarefa muito difícil. Eu sou o "Zé eficiência sobre a beleza", mas nem sempre um Volvo resolve tudo (Volvo aqui é sinônimo de carro bom mas feio).

Meu casaco é azul, cinza, quente, velho, bom e eu ganhei de um amigo meu que desistiu do Canadá quando o chefe deixou de pagar o salário. Na verdade eu acho que eu levei a mala de volta menos este casaco e duas calças. Era um misto de inverno começando e salário minguando - era a hora de calças as sandálias da humildade e vestir as roubas chupinhadas doadas.

O inverno me lembra de duas coisas da qual eu desencanei completamente, patinar e usar botas de neve. Ambas pelo mesmo motivo, os meus pés sofriam em uma dor agonizante após estas atividades. A bota de neve, eu dei um jeito, comprei um tênis bom e uma meia melhor. Patinar, eu posso viver sem. Parece ser muito bom, parece ser muito legal e, principalmente, parece ser muito mais fácil do que é. Eu não preciso amar o inverno, eu sou do Brasil e posso xingar o frio o quanto eu quiser. Esporte de inverno é o c*, um dia eu até vou tentar esquiar, mas tenho certeza que não vai ser a mesma coisa que é descer uma duna (minha experiência se resume à uma descida e à quase morrer de exaustão na subida - subir na areia é como a lesma que sobre 10 centímetros de dia e desce 5 à noite - cada passo tem metade do efeito).

Sabia que ducha elétrica é coisa do Brasil e de mais uma meia dúzia de países no mundo? Se você quiser deixar algum Canadense de queixo caído é só contar que você tem uma resistência elétrica em contato com a água 10 centímetros acima da sua cabeça, normalmente com o fio terra ligado no encanamento, o que faz com que o registro dê choque - e aí você conta a história dos chinelos de borracha (rubber slippers) na beira do chuveiro para o banho não dar choque.

Depois você conta de como o fio pode explodir se você for um eletricista tão bom quanto eu. Ou de como a resistência queima mês sim, mês também. Ou daquele arame amarrado no chuveiro para ele não cair. Ou de como é difícil achar o equilíbrio entre a água bem quente/ não desligar o chuveiro nos raros dias de frio.

Pode ter certeza que depois dessa você não terá adicionado um turista Canadense aos inúmeros (ah ah) turistas estrangeiros que o Brasil recebe. Mas, para contrabalanças, mande o gringo/ gringa ir comer em um restaurante Brasileiro e explique que em qualquer esquina a comida é caseira, é boa, e é salgada como tem que ser. Pode ser então que a situação fique empatada.

Bom. É hora de ir dormir. No Havaí. Aqui já passou, agora é 1:22 da manhã.

Fui!

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Shorts

Eu ando meio sumido, e é tudo culpa minha. É um misto de estar ocupado no trabalho (ou seja, não dá para parar e escrever no meio de toda a bagunça) e de não querer se ocupar muito no computador. Mas hoje a família foi dormir cedo e dá para trocar uma palavrinha aqui.

Sexta-feira caiu a "tempestade perfeita" aqui em Calgary. À tardinha, enquanto a temperatura ainda era positiva, nevou. A neve derreteu quando caiu no chão. No fim da tarde, esfriou e a água congelou. Resultado - um filme de gelo que cobriu as ruas da cidade. Eu levei um tempão para chegar em casa, teve horas em que eu achei que fosse bater, a descida da rua aqui perto de casa parecia uma pista de bate-bate (tinha um ônibus e uns cinco carros, tudo encostado um no outro, no fim da ladeira), umas outras ladeiras foram fechadas, foi um caos total. Eu nunca dirigi em ruas tão escorregadias - mesmo uma ladeira bem leve era um desafio para a van, e outros carros, mais leves, tiveram que desistir e dar meia volta.

http://www.calgaryherald.com/news/Snow+sparks+road+chaos/2278669/story.html

Hoje nevou de novo mas a brincadeira foi mais leve já que a prefeitura fez a sua parte e as ruas já estavam com areia e sal, estava tudo escorregadio mas um escorregadio "normal", não aquele que faz com você ande a 10 km/h e mesmo assim não te dá a certeza de conseguir parar no sinal fechado.

...

Falta uma semana para a Soraya ir para o Brasil il il! Vou torcer para não nevar no dia da viagem.

...

Esta tempestade de Sexta-feira reacendeu a idéia de comprar pneus de neve. Depois do caos que foi, realmente a gente percebe que não é demais...

...

Bom, é isso aí. Os curtas foram curtos. Fui!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

12 dias depois...

Fazem doze dias que eu escrevi aqui pela última vez. Algumas coisas aconteceram nas últimas semanas:

. O Fabrício veio nos visitar;
. Eu fui para Toronto à trabalho;
. E nós estamos nos preparando para ir visitar o Brasil il il.

É! Agora já está mais ou menos certo para todo mundo. A Soraya vai em Dezembro e volta no começo de Fevereiro, eu vou lá pelo dia 7 de Janeiro e volto lá pelo dia 25. A única c*g*d*, como não poderia deixar de ser, é que eu agendei a data de volta para o dia errado, e vou ter que cabular um dia das "sessões do empregado" no meu emprego (que coisa triste), ou gastar uma graninha no meu cartão e mudar o dia da passagem (se disto depender ganhar um aumento ou um bônus de fim de ano, que assim seja).

Toronto!

Bem legal. Eu não pude ver muita coisa já que a rotina era acordar, ir para o cliente, ter todas as suas energias sugadas, ir comer alguma coisa, voltar para o condo e ir dormir. O legal é que eu fiquei em frente à CN Tower (Blue Jays Way X Front Street), e a tal da torre é bonita à noite - tem umas luzes coloridas que ficam iluminando a torre de cima à abaixo, é o maior legal.

Mas ainda não foi desta vez que eu fui lá.

O bom é que deu tudo certo com o cliente. Não teve enrosco algum, só umas coisa que eu tenho que finalizar, e eu acho que amanhã já vai estar tudo finalizado - assim espero!

Que mais que tem de novidade?

O frio anda demorando para chegar de vez, e isto está sendo bom. Toda a neve que caiu em Setembro e Outubro foi embora, e ainda não chegou neve nova para substituir a antiga. De resto, anda tudo com cara de inverno - as árvores estão sem folhas e o lago que fica em frente ao Heritage Park (acho que é Glenmore Reservoir, na verdade é um reservatório de água) já tem uma fina camada de gelo em cima.

Este final de semana foi preguiçoso. Tanto que ontem (Segunda-feira) eu ainda achava que era Domingo. Sexta-feira tem reunião na escola do Arthur, e eu preciso ver quando é o próximo feriado.

Mas é isto aí. Life goes on...

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Os causo

De vez em quando eu fico sem escrever.

De vez em quando eu escrevo besteiras, que nem um filme de ação vazio e barulhento com umas cenas legais, orçamento caro e umas moças bonitas, que é legal por meia hora mas que depois fica meio monótono.

De vez em quando eu filosofo.

É engraçado a capacidade que eu tenho para não ter medo de bicho nenhum, mas para morrer de medo de subir a escada do porão depois de ver um filme de terror com criancinhas que dão risadas macabras. Acho que de alguma maneira isso deve ser conectado à minha infância - eu praticamente cresci na selva (mãe, estou exagerando um pouco), mas a casa da minha mãe era grande, bem grande, e os pinheiros que a gente tinha no jardim batiam no telhado quando ventava e a casa inteira ressonava. Literalmente, parecia que tinha umas dez pessoas no andar de cima da casa, quando eu sabia que eu era a única alma (viva) ali. Mas eu acho que o meu medo de escadas vem de um dia em que eu desci a escada e juro de pé junto que ouvi uns passos atrás de mim, descendo a escada rápido, como se fosse uma alma (viva?) com mais pressa do que eu.

Lembra do filme Sexto Sentido, em que o menino corre até o quarto e se enfia embaixo do lençol, como se o lençol fosse um campo de força que não deixasse nada entrar? Eu era igual, mas eu nunca vi "dead people". O meu ceticismo em relação aos assuntos relacionados ao que eu não posso ver de certa maneira se chocam com as minhas lembranças de infância.

Se você está arrepiado, bata palmas.

Pode ser também que a minha memória valorize um pouco as coisas - e, em relação às coisas que eu já ouvi, não duvido nada disso. Quando eu era criança, e mesmo hoje, eu não consigo dormir de jeito nenhum com relógio de corda - ou qualquer coisa que faça Tic-Tac. Em casa tinha um relógio de Quartzo que fazia um barulhinho ridículo com o ponteiro dos segundos. Um "tic, tic, tic", bem baixinho, mas que depois de 5 minutos virava o barulho de um serrote - e pronto, eu achava que tinha alguém serrando a porta da minha casa. Junte com isso o "nhec, nhec" dos galhos dos pinheiros no telhado de casa, o estalo dos móveis em uma noite fria depois de um dia de calor, os gatos no cio chorando do lado de fora, os sapos coachando, os grilos grilando, os cachorros latindo e as vacas mugindo (brincadeira, não dava para ouvir as vacas), e dá para ter uma idéia de como uma imaginação fértil ganha milhagem grátis.

Eu acho que eu já escrevi o "kit prevenção de sustos não intencionais após ver filme de terror", mas aqui vai - depois de ver um filme de terror, eu:

. Memorizo se todas as portas estão abertas ou fechadas;
. Abro a cortina do box rápido e deixo ela aberta depois;
. Não fecho o olho no banho - a não ser que o shampoo seja ardido demais;
. Pulo na cama e deixo todos os meus membros (sem trocadilhos aqui) para dentro da cama - ou seja, eu não durmo com o braço para fora e a mão raspando no chão.

A não ser que seja um filme de zumbi - neste caso, eu cumpro só uma ou outra TOC da lista acima.

Semana passada, o Fabrício estava aqui conosco. O Fabrício é um amigo nosso da época do colegial - parte da "tchurma" (que gíria brega). O Fabrício tinha uma namorada cuja família tinha uma casa de campo em Amparo - tudo no passado, o namoro acabou e a casa foi vendida. A casa era linda de dia e apavorante à noite. A história aconteceu com o Fabrício e não comigo. Vamos tentar contar o causo:

"
Depois de usar o banheiro, Fabrício não apagou a luz e nem fechou a porta, já que o corredor até os quartos era escuro e sem janelas - a luz da lua cheia ficava restrita à cozinha, à sala e à uns poucos quartos. De peito estufado, pés descalços e pernas trêmulas, ele se dirigiu ao seu objetivo, o quarto da porta que ficava à esquerda. Em segundos que mais pareciam horas, metros foram vencidos e o objetivo conquistado... Será?

De algum lugar na direção da cama vem um "hihihi" em uma voz infantil, uma risada inocente e ao mesmo tempo apavorante. O nosso protagonista, inabalado com o estranho som, exclama:

- Quem está aí? APAREÇA!!!

No que o criado mudo começa a se mexer. Nosso protagonista, desta vez mais abalado do que antes, seus olhos em terror diante do inexplicável acontecimento, se prepara para correr em direção à qualquer lugar em que risadas macabras não venham de baixo da cama e onde criados mudos não tenham vontade própria, quando aparece uma criatura saída de debaixo da cama.

Não uma, mas duas! Duas crianças, sobrinhas de alguém na casa, que foram brincar embaixo da cama e que quase mataram o tio Fabrício do coração. Eu tiro sarro dele, mas eu teria que voltar para o banheiro depois dessa.

O Fabrício protagonizou outra história em Itatiba, quando ele e um outro amigo resolveram assustar umas meninas fazendo a brincadeira da "noiva da meia-noite" (uma mulher de vestido de noiva aparece à meia noite atrás da igreja), usando uns lençóis brancos e uma ou outra improvisação sem vergonha - mal sabiam eles que, enquanto eles bolavam o plano deles, uma das meninas pediu para a mãe colocar um vestido de noiva de verdade e ir dar um susto nas "noivas" no momento em que eles estivessem atrás da igreja.

Eu sempre penso que quem está tentando dar um susto é também quem está mais propenso a se assustar. Imagina você, à meia noite, atrás de uma igreja com todos os seus símbolos, pedras escuras e afins, adrenalina a mil esperando a vítima inocente aparecer, quando surge uma noiva de verdade fazendo "bú!". Eu, hein!

Tudo isso foi para dizer que a Soraya está indo para o Brasil e eu vou passar quase dois meses sozinho (eu vou em Janeiro, então é como se fosse só umas semanas).

Dois meses sem ver filme de terror e mudando de canal toda vez que aparecer a propaganda de um.

Fui!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Eu tenho tanto para te contar...

... mas ando meio sem tempo. Vou colocar os tópicos do que eu gostaria de falar aqui:

Moradores de rua

Eu quero falar sobre como morar no Canadá mudou a minha opinião sobre o que é ter moradores de rua. Eles vão existir em qualquer sociedade e são, de certa maneira, um sinal da liberdade que aquela sociedade vive. Aqui morador de rua usa a biblioteca, anda de ônibus e dorme em abrigo da prefeitura. Tem alguns que são drogados, tem alguns que roubam, tem alguns que trabalham, e provavelmente existem os que, como no file The Soloist não conseguem dormir em lugares fechados.

Liberalidade

Na volta de Waterton tivemos uma conversa bem legal sobre direitos, deveres e afins, e eu descobri que eu sou mais liberal do que eu penso - a minha filosofia é uma frase meio piegas que eu ouvi na adolescência mas que é bem legal:

"A sua liberdade acaba onde começa o meu direito"

Ou seja, tem poucas coisas que a gente pode proibir ou obrigar. Eu sou a favor de liberar logo a maconha mas sou realmente contra drogas mais fortes, como cocaína, heroína, crack ou o que for, que só levam a sociedade para baixo. Eu sou pessoalmente contra o aborto, mas sou a favor de existir a opção para as mulheres. Eu sou a favor da liberação da jogatina (o motivo da nossa conversa no carro), mas desde que exista um sistema, pago com o imposto dos casinos, para proteger e ajudar quem é viciado na jogatina. Eu sou a favor do casamento gay, hoje em dia eu acho até legal que as pessoas possam manter a cultura dos seus países de origem (e nós, Brasileiros, somos imigrantes como qualquer outro), e eu uso cinto de segurança quando eu ando de carro.

Em resumo, se uma lei existe apenas para proteger o cidadão do cidadão mas esta lei também dita em demasia o que o cidadão pode ou não pode fazer, eu sou contra.

WI-FI

O Fabrício estava com o seu iPod Touch no bolso, perdido na rua um dia destes, quando perto de casa reparou que a sua localização no Google Maps tinha mudado. E veio aquela dúvida - como é que o iPod sabia onde ele estava?

. O iPod não tem GPS;
. O iPod não tem capacidade de se comunicar com antenas de celular, ou seja, não dá para triangular a posição dele.

E aí eu vou pesquisar e descubro este site:

http://www.skyhookwireless.com/

Basicamente, quando você está na rua, você pode enxergar as redes WI-FI da vizinhança, mas não pode se conectar à elas - a única informação que você pode obter é o identificador destas redes. Os malucos desta empresa andaram pelas ruas de Calgary com um carro que tem um GPS e um modem WI-FI, e criaram um banco de dados com o número da rede WI-FI e o lugar onde ela está. Quando o Fabrício se conectou no Google Maps, ele provavelmente baixou parte deste banco de dados e, conforme ele andava, a sua localização ia sendo atualizada de acordo com a rede WI-FI mais próxima dele.

Que coisa.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Dirigindo na noite de Halloween...

... em uma estrada de cascalho coberta de gelo, usada por "log trucks", sem ver uma alma humana por 3 ou 4 horas, com um farol que não é lá estas coisas:



Dava para enxergar mais do que isso, mas não muito mais do que isso. Em certo ponto da viagem eu deixei a luz do painel e a luz do GPS no mínimo só para ficar mais fácil de ver a estrada...

PS: Chegando em Pincher Creek fomos tentar comprar comida em um bar onde estava acontecendo uma festa de halloween. Eu topei com a morte e a diaba riu da minha cara.

Ninguém merece.

Fui!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Epiphany

Uma vez, há muitos e muitos anos atrás em uma cidade distante (São Paulo), conversávamos à beira da carruagem (o fretado) sobre o que faríamos se tirássemos a sorte grande (a tal da loteria). A minha única certeza era parar de trabalhar e fazer o que eu faço por diversão e não por obrigação. Um outro ia comprar uma Ferrari. Alguns iam conhecer o mundo. Muitas mães iam ganhar uma casa nova, alguns irmãos o capital necèssário para começar um negócio, mas um me surpreendeu:

- Eu ia aprender a tocar violão.

Violão? TOCAR VIOLÃO? Você precisa de ganhar na LOTERIA para tocar violão? Será que era o tempo que faltava, o instrumento que era caro ou ele que queria ter aula direito com o Eric Clapton?

Violão não é caro, na minha adolescência eu tinha um amigo (o Kb.Lo) que tem um irmão que é músico e que conseguia os violões quase de graça. Um dos violões tinha um monte de adesivos e, depois que a gente resolveu descolar tudo, a coitada da viola nunca mais foi a mesma.

Por mais que o cara quisesse aprender a tocar violão com o Eric Clapton, duvido que ele fosse querer ensinar. Nem ele, nem o cara do Iron Maiden, nem o do Led Zeppelin, nem o do Asa de Águia.

Acho que o lance dele mesmo era tempo. Eu aprendi a tocar violão na época em que eu mais tinha tempo livre na minha vida depois dos 16 anos, ou seja, aos 17. Quer dizer, "aprender" é um pouco de exagero de minha parte... Mas mesmo sendo um adulto, ainda sobram umas três horinhas por noite para aprender. Ele precisava é fazer que nem o cara do filme Mais Estranho Que a Ficção e não precisar ter um momento de redescoberta para começar a fazer as coisas.

...

Estes dias eu estava falando com um outro desenvolvedor na minha empresa e descobri que ele também não tem nível superior. Eu já pensei em fazer faculdade mas a minha época já passou e não é algo que eu lamente. Hoje em dia, para uma faculdade fazer qualquer diferença, eu ia ter que fazer um Master ou Bacharelado ou qualquer coisa assim, iam ser 5 anos sem dormir direito à noite e sem acompanhar o moleque direito.

No fim das contas, pesando os custos e os benefícios, não vale a pena.

Faculdade aqui conta menos na área do que no Brasil - as pessoas tentam ser mais pragmáticas - e em muitas posições, eles descrevem os requerimentos como sendo "formação na área ou experiência correspondente". Ou seja, se você tem faculdade, até é aceito que você tenha menos experiência - mas se você tem um monte de experiência e não tem faculdade, tudo bem. No Brasil, pelo menos nas empresas grandes (leia-se "bancos"), o processo nem começa se você não tiver o nível superior - não importa quem você seja.

Há um tempo eu tive uma discussão com um amigo meu sobre um projeto que alguém queria votar para obrigar os profissionais de TI a ter formação na área para trabalhar, e sobre o quanto eu achava que esta lei era desnecessária e míope. Embora uma faculdade com certeza ajude, alguns dos melhores programadores que eu conheci não tinham nível superior, ou tinham em outra área (Matemática, por exemplo), ou tinham só colegial técnico (meu caso), e um nem colegial tinha acabado. E ele era bom. Quando eu vi que a exigência da faculdade de jornalismo para poder ser jornalista tinha acabado, me lembrei desta discussão - e olha - eu sou TOTALMENTE a favor de NÃO haver a exigência de ser formado na área para ser jornalista. A lei começou na época da ditadura justamente para limitar quem podia ser jornalista, para apenas limitar quem podia falar mal do governo.

A faculdade deve ser algo que se faça para APRENDER, e não uma garantia de um título - no Brasil é comum as pessoas acharem o filme bom pelos créditos e não pelo conteúdo.

...

Se eu ganhasse na loteria eu ia:

. Viajar com a família pelo mundo.

E o resto não ia ser tão importante. Mas, de certa maneira, eu já estou viajando com a família pelo mundo. Queira ou não queira, estamos do outro lado dele, e a minha família também já viajou metade do mundo!

Fui!

domingo, 25 de outubro de 2009

O kit de química

No Sábado foi o aniversário do Arthur, e no Sábado à noite abrimos os presentinhos que ele ganhou:

. Um quebra-cabeça em 3D;
. Um Batman e o vilão do Batman - o Arthur quase acertou meu olho umas 3 vezes com a flechinha do vilão, e eu acertei ele algumas vezes com a minha flechinha;
. Dois carrinhos de fórmula 1 feitos de Lego - montei e sobraram quatro peças - será que eu montei certo?
. Um caminhão de bombeiros;
. Uma camiseta invocada;
. Uma pista de corrida do Hot Wheels;
. E possivelmente uma coisinha ou outra que eu esqueci de mencionar.

A Cecília deu um "vale presente" e hoje fomos escolher alguma coisa para o pequeno. Ele quis comprar um "kit cientista", e a nossa sala/ cozinha/ basemente nunca mais serão a mesma. O kit até que é legal, mas as instruções podiam ser 30 vezes melhor do que elas são. Eu não consegui entender como montar uma bobina que é usada para medir a corrente que passa em um circuito. E olha que ensinaram isso na escola, eu fiz IUB (eu tinha 14 ou 15 anos e queria aprender eletrônica, quando chegou na parte difícil eu larguei mão), eu gosto destas coisas e eu já ajudei a enrolar transformador, mas nada disso serviu para entender a "imagem" mal desenhada que eles mandaram no manual.

Mas eu vou conseguir - nem que eu tenha que pesquisar na internet como é que faz um desses.

O pequeno ficou bem feliz - também, foram duas festas - uma na Sexta-feira, só com a gente, e outra no Sábado, para os amiguinhos. O bolo da Sexta-feira derreteu na geladeira e o bolo do Sábado, sobrou metade, assim como todo a comida da festa, já que calculamos mal e compramos praticamente o dobro da comida.

...

Para variar, começo a escrever em um dia e acabo no outro. Achei a foto do batismo do Arthur hoje:

From Álbum Arthur - Sempre Atualizado


O mais engraçado de tudo é olhar esta foto e me sentir na década de 80. Eu nunca mais vou usar bigode. A Soraya sente falta do óculos de vez em quando, eu nunca mais senti falta do bigode, ele coçava horrores.

Comprei Baixei as músicas do Bach.

Sensacional.

Vou fingir que sei trabalhar agora.

Fui!

sábado, 24 de outubro de 2009

Arthur Wallau, sete anos depois

Hoje é o aniversário do pequeno, 23 de Outubro. Em 2002, em Santos, nascia o Tutú.

. Em Outubro de 2002, ele nasceu!
. Acho que em Janeiro ou Fevereiro ele já encarou a primeira viagem, para o Rio Grande do Sul, conhecer a família do papai (eu). Nesta viagem um tio meu já reparou que o Arthur provavelmente ia ser canhoto (ou foi depois? Eu lembro de tudo, mas não guardo as coisas em order cronológica)...
. Lá pelo final de 2003 ele começou a andar de verdade e aí ninguém mais conseguia segurar o menino. Eu não gosto daquele andador onde a criança não se equilibra (um que não tem como a criança cair), a gente achou um outro que ele empurra com as mãos (como se fosse um adulto empurrando), e foi isto que fez ele andar bem;
. Eu lembro que o Arthur tinha um triciclo e que ele andava rápido naquele troço. Até mergulho na piscina do prédio da minha sogra já teve (a piscina pequena que dava pé para ele). Depois a madrinha dele deu uma bicicleta, mas ele teimava em gostar mais do triciclo;
. Um dia adotamos a Nina, nossa cachorrinha que a minha mãe adotou depois. A Nina era terrível - era um amor de cachorro, mas tinha uma energia infinita. A coitada da cozinha do nosso apartamento nunca mais foi a mesma! O Arthur tinha uma relação de amor e pavor com a Nina;
. O Arthur conheceu algumas cidades do Brasil - Santos, São Paulo, São Vicente, São Sebastião, Paraty, Jaguariúna, São Paulo, Torres, Porto Alegre, e provavelmente mais uma meia dúzia que eu esqueci de mencionar aqui - ops, lembrei mais uma - Serra Negra - quer era ótima para curar qualquer alergia.
. Em 2007 viemos de mala e sem cuia para o Canadá - O Arthur demorou para falar Inglês e agora só quer falar a língua Saxã. É Saxã? Está escrito certo?

O Arthur já teve a fase dos trens e agora está na fase de "cientista", tanto que o tema da festinha dele vai ser o sistema solar. De presente de aniversário ele pediu um telescópio (comprei um baratinho, vamos ver se a gente vai conseguir ver alguma coisa no fim das contas) e um helicóptero de controle remoto que também não é das coisas mais caras.

Hoje eu saí mais cedo do trabalho para passarmos a tarde juntos, pena que no fim da tarde me bateu um soooooono. Mas ele adorou que estávamos nós dois esperando o bumba da escola. Ele ficou todo feliz e falou que foi o "melhor aniversário ever"! Figurinha.

Vai entrar em um programa especial da escola para acelerar a leitura e a escrita - mas ele já está lendo e escrevendo, male male, mas aprendendo. A gente teve uma reunião na escola e ele disse que o que ele mais queria é aprender a escrever direito. Figurinha.

Feliz aniversário!

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Visto

Segunda-feira fomos no consulado.

Terça-feira chegou o visto (pelos correios).

Foi rápido!

E o visto é válido por 5 anos!

Já que o governo dos Estados Unidos nos considera "residente permanentes" do Canadá (senão eles não dariam o visto por tanto tempo), bem que o governo Canadense podia fazer o mesmo, "tomaticamente".

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Curtas!

Eu tenho recebido mais comentários que o normal nos últimos dias!

E, embora eu ache que comentário não tenha que ser respondido, eu me sinto mal por não responder - embora eu não me sinta mal quando meus comentários (os poucos que eu deixo) não são respondidos.

Às vezes o tempo é curto, às vezes eu também não saberia o que escrever. A Soraya que manda bem na hora de responder os comentários.

Como dizer que você gosta de responder comentários, mas não consegue responder comentários, sem ofender ninguém? Espero que eu tenha conseguido!

...

Hoje eu estava lendo o Le Québec Nous Attend, e o autor estava falando sobre as dificuldades de conseguir o primeiro emprego aqui. Eu concordo com o que foi dito no post e só acrescento que sim, pode ser difícil arrumar o primeiro emprego aqui (eu digo por experiência dos outros já que eu vim com Work Permit), os empregadores vão dar preferência para Canadenses com menos qualificação do que você, e você, imigrante Brasileiro, é tão bom quanto qualquer outro.

É a realidade. Eu li em algumas páginas da Internet (cujo link não vou colocar aqui já que a informação me pareceu mais a opinião pessoal de alguém do que fato científico) que o Canadá não precisa de tantos imigrantes como os que entram aqui todo ano. Está sobrando gente para sub-empregos, e os "bons" empregos ficam para o pessoal daqui. Eu vejo como se fosse um clube e, para poder usar a piscina "boa", você tem que ser daqui - caso contrário, é só sobra a "geral".

Existem exceções, e depois de algum tempo vem alguém te dar o cartão para poder ir até a piscina boa. Mas é como eu vejo as coisas aqui - eu falo para a Soraya que eles deviam mudar as fotos do A&W, mostrando mulheres loiras, altas e sorridentes, e colocar mulheres Filipinas, de estatura média e também sorridentes. Não porque é preconceito, mas porque são os imigrantes Filipinos que servem o lanche para os Canadenses. É como se o ciclo de usar os serviços do Terceiro Mundo continuasse - os produtos baratos vem da China, a mão de obra também.

A saída é vir com a expectativa baixa, calçar as sandálias da humildade, e ralar até conseguir "o" emprego, e torcer para ele vir antes da pilha acabar.

...

Mudando de pato para ganso. Hoje fomos no Consulado Americano, e eu nem dormi com a imagem do Zé que me entrevistou da última vez. Eu ia achar que eles iam implicar com o fato de eu querer tirar um visto de turismo e não só de trânsito, que ia ter coisa preenchido errado, que o Arthur ia ser interrogado, e no fim, foi uma tranquilidade só.

Quer dizer, tirando o alarme de incêndio que disparou no meio da manhã, a evacuação do prédio e a zona na hora de voltar para o Consulado.

Mas, no fim, parece que vamos conseguir o visto (eu tinha o visto, com três entradas nos Estados Unidos, e acho que isto ajuda), vai ser de turismo e negócios (para mim), e vai ser válido por mais tempo (ou seja, não só até Março, quando vence a minha WP atual, mas por um período maior, já que eu já posso aplicar para a PR de acordo com a já não tão nova lei de imigração destas bandas).

Fui!

Lendo uma reportagem da Wired no trabalho, antes de ir para casa...

... falando dos pais que optam por não vacinar os filhos e dos problemas que isto vem causando - doenças erradicadas ou extremamente raras que estão matando crianças - reparei com o seguinte parágrafo:

The rejection of hard-won knowledge is by no means a new phenomenon. In 1905, French mathematician and scientist Henri Poincaré said that the willingness to embrace pseudo-science flourished because people “know how cruel the truth often is, and we wonder whether illusion is not more consoling.” Decades later, the astronomer Carl Sagan reached a similar conclusion: Science loses ground to pseudo-science because the latter seems to offer more comfort. “A great many of these belief systems address real human needs that are not being met by our society,” Sagan wrote of certain Americans’ embrace of reincarnation, channeling, and extraterrestrials. “There are unsatisfied medical needs, spiritual needs, and needs for communion with the rest of the human community.”

Looking back over human history, rationality has been the anomaly. Being rational takes work, education, and a sober determination to avoid making hasty inferences, even when they appear to make perfect sense. Much like infectious diseases themselves — beaten back by decades of effort to vaccinate the populace — the irrational lingers just below the surface, waiting for us to let down our guard.

(http://www.wired.com/magazine/2009/10/ff_waronscience/all/1)

Não vou traduzir tudo - mas basicamente, o texto diz que é "a verdade é cruel, e às vezes a ilusão é mais consoladora".

Por exemplo, dizer que o Brasil perdeu a copa por causa do técnico quando, na verdade, talvez o outro time seja melhor. Ou acreditar na opinião ao invés na opinião de um médico quando o assunto é relacionado à vacinação. O artigo vale a pena ser lido.

Fui!

domingo, 18 de outubro de 2009

Eu gosto de música clássica

De verdade...

E eu sempre gostei desta música, mas não sabia de quem era:



É Bach.

Acho que eu deveria saber mais. Vou comprar esta obra para ouvir no trabalho. Eu não gosto de Ópera, mas eu gosto muito de Celos, Violinos e afins.

Fui!

Ferramentas para blogueiros

Existem algumas ferramentas bem legais para ver como anda o seu site na Internet. Eu gosto bastante destas aí embaixo:

Google WebMasters

Esta ferramenta permite a você "controlar" aspectos do WebSite relacionado ao Google. Por exemplo, dá para ver quais são as expressões de busca que mais fazem o seu blog aparecer, e quais são mais clicadas. Eu vou só colocar a imagem, e não o texto, para não deixar o Google maluco.



A coluna da esquerda são as expressões que mais fazem seu blog aparecer, a da direita são as que fazem as pessoas clicar no blog. Para entender porque a primeira expressão da coluna da esquerda está lá, procure o texto no Google.

Eu também vi que existem mais de 1300 links para o meu site, e é por isso que ele aparece tão bem em algumas das buscas. Pena que eu não consigo ganhar din-din com o site, tenho o Google AdWords já faz mais de um ano e acho que não juntei nem déz dólares ainda.

Uma outra estatística bem legal é a que mostra as palavras mais comuns no seu site.

Google Analytics

Este é para ver quantas pessoas costumam acessar o seu site por dia, semana, mês e ano. É meio vaidade, mas é legal para ter uma idéia. Eu gosto mesmo é de ver quais são as expressões de busca que mais fazem meu site ser aberto.

Fui!

PS: Domingo foi bem legal - fomos no Zôo, pelo portão Oeste (já chega na parte legal, perto dos tigres), fomos no mercado, tiramos a foto para o visto, e agora acho que vamos ver um filme antes de dormir.

Fui!

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O lado bonito do inverno...

... são as noites claras. É como se o céu estivesse iluminado com uma luz pastel, e todas as ruas ficam claras - parece que alguém ligou os postes no 220V.

Eu queria ter tirado uma foto mas não deu... Mas aí vai a foto de outra pessoa:

DSC_9553 - 15th Ave from Balcony at Night (snow) - web
(Flickr - Creative Commons License)

É bonito. O que eu mais gosto do inverno são as noites claras e quando a temperatura não fica abaixo dos -3 ou -4 graus Celsius - ou seja, apenas uma pequena parte do inverno, já que em Dezembro/ Janeiro/ Fevereiro não é incomum a temperatura bater nos -25 graus Celsius.

Para quem nunca encarou um frio destes, vou falar - temperaturas de até -3 ou -4 graus Celsius, mesmo com umidade, são tranquilas (ok, Calgary é uma cidade seca, mas depois que neva e com a névoa dá para ter uma idéia de como é frio com umidade). Fica um pouco frio, mas a roupa não congela de doer quando a gente põe a mão. Mas eu sempre fico pensando que sim, -2 ou -3 graus Celsius com chuva (a tal da "Costa Oeste") é mesmo melhor do que -30 graus Celsius e sol.

Aliás, a neve vai derreter toda hoje.

Fui!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Que coisa...

Só dá para ver a bandeira da Inglaterra do post abaixo no Google Chrome.

Foi mal!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

A van vermelha na neve

Vermelho e branco! A bandeira da Inglaterra. Estes dias nevou, a neve grudou no carro, e o bonitão aqui resolveu desenhar a bandeira da Inglaterra, mas eu acho que inverti as cores.


Agora eu vejo que também tem um azul ali.

Hoje, nevou. Acordei, atrasei, tomei um banho, desci, vesti, olhei pela janela e assustei - tudo branco. Desta vez a neve acumulou. Entrei na van, xinguei, peguei o troço de limpar a neve (trem para os Mineiros, bagulho para os Cariocas, coisa para alguns), xinguei de novo, saí do carro, tirei a neve do vidro de trás, do lado, da frente, entrei no carro, xinguei quando eu vi que a minha limpeza do dia anterior tinha ido pelo buraco, e fui trabalhar.

Saí do condomínio e a fila de carros estava quase aqui. Mau sinal. Dei meia volta, fui até a escola do Arthur, e vi que a fila de carros também era 5 vezes maior do que devia ser. Paciência.

Eu hoje:

. Tive que mudar de faixa uma ou duas vezes para evitar ridículas colisões a 10 km/h. É a primeira dica de dirigir na neve - comece a brecar BEM antes, porque se der merda você vai ter tempo de fazer QUALQUER coisa que não seja parar ao encontrar um obstáculo. O meio fio também quebra um galho;
. Passei batido por umas 3 esquinas - virei o volante mas o carro foi reto. Aí é a rotina de parar, dar ré, ir para a frente, ré, frente, ré, frente e ir embora;
. Em uma ladeira passei por um ônibus que não subia e um carro que estava quase indo para baixo ao invés de para cima. Eu fui, mas quase que não subo. O cadillac que vinha atrás de mim subiu que foi uma beleza. Sensacional;
. Brequei na descida e foi só para constar que eu brequei, porque quando não tem neve (só gelo), brecar na descida é só para constar mesmo, já que o carro ignora qualquer coisa que aconteça no pedal da esquerda nestes dias de neve e gelo.

À noite eu fui comprar umas coisas e brinquei um pouco no estacionamento da loja, é bom para saber como reagir na vida real. Sei não, acho que eu vou precisar dos pneus de neve... É meio punk ir sem.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Weather nothing to be thankful for

Less than three weeks after Calgary shattered a heat record and marked its hottest day of 2009, temperatures have gone from one extreme to the other, plummeting to a new low today.

The mercury dropped to -16.1C about 8 a.m. breaking the previous record of -13.3C set more than eight decades ago in 1928.

“We broke it by nearly three degrees and this is a longstanding record,” said Brian Proctor, meteorologist.

“It’s uncommon; we usually break our records by one degree, two at most.”

O artigo completo está aqui:

http://www.calgarysun.com/news/alberta/2009/10/12/11378171.html

PS: Eu saí de manhã para brincar de foguete com o Arthur - achando que fosse estar -8 graus - mas na verdade eram uns -12, e uns -16 umas horas antes.

FRIO!

domingo, 11 de outubro de 2009

Thanksgiving

Na Sexta-feira me perguntaram no trabalho:

- E aí, Ravi, você vai preparar um perú para o Thanksgiving?

No que eu respondo "não, acho que não - eu não gosto muito de perú e o Thanksgiving, sinceramente, não tem um significado muito forte para mim". Aí vem a tréplica "mas você está no Canadá agora!", para a qual eu só solto um grunhido.

A gente até fez um perú. No natal. Mas foi demais, na próxima vez, vai um galetinho mesmo. Ou até codorna - eu vi no mercado hoje. Quem sabe, pato. Mas se depender da gente, não só os perús de pescoço torto vão ver a virada do ano.

O mais engraçado do Thanksgiving é que este feriado me faz mesmo notar que nós somos imigrantes - todas as casas cheias com os membros da família, pais, avós, netos e sobrinhos e nós, aqui, sem família próxima. Não é a mesma coisa e não adianta tentar tapar o sol com a peneira, pois nunca vai ser. No fim, aprendemos a viver com a distância.

Bom, isto foi ontem, e ontem não deu para acabar de escrever!

Ontem eu comprei para o Arthur um "foguete" em que você colocar uma mistura de vinagre e bicarbonato de sódio (que aqui eles chamam de "baking soda"), mistura, coloca o foguete na base e sai de perto. Quando funciona (reações químicas ocorrem mais rápido quando está mais quente, e hoje a temperatura é de -7 graus), você ouve um POW!, ou melhor, um PUM!, olha para o alto, e lá está o foguete começando a cair. Na verdade ele sobe até uns 20 metros e cai. Como o foguete tem só uns 8 cm de altura, é de plástico, leve, com a ponta de borracha macia, o brinquedo é praticamente inofensivo.

Fizemos uns 4 lançamentos hoje e fomos vencidos pelo frio. O Arthur se protegeu dentro do carro, depois correu para casa, e eu fui limpar o carro decentemente com o aspirador de pó! Quer coisa melhor para fazer em um dia de -8 graus? O carro está limpinho agora, acho que nem a limpeza que a gente fez no dia em que compramos o carro limpou tanto o Cascão.

Eu estou gostando do feriado, estamos curtindo bem devagar, dormindo mais um pouco do que o normal, arrumando a casa aos poucos, sem pressa. De vez em quando é bom dar uma "parada". Ontem eu fiz um espaguete e hoje eu preparei um nhoque que eu comprei no Safeway, ficou muito bom. Fazia tempo que eu não comia nhoque.

Hora de ir!

Fui!!!
Um dos meus cartoons preferidos:

(clique na imagem para ver tudo)


Para quem, como eu até um tempo atrás, não entende um terço do que está escrito:

- Quando eu era um garoto, o parquinho da minha escola tinha um escorregador tão alto que sempre me deixava nervoso
- A gente foi embora, mas o escorregador ficou na minha memória, se tornando um arranha-céus monstruoso
- Anos depois, eu passava pela minha velha vizinhança e me lembrei daquele escorregador; Eu dirigi até a escola para ver aquele escorregador que o meu "eu" de seis anos pensava ser tão grande
- E ele ERA imenso. Eu SABIA!

E não é sempre assim?

A memória é uma coisa engraçada. A gente meio que escolhe o que quer lembrar, o que esquecer, o que diminuir e o que aumentar.

Bom, fica aqui a filosofia da noite.

Fui!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Bons frutos do mar, pôr do sol duca


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(Vancouver)

A gente foi jantar aí, eu, Soraya, meu pai, a Cristina e os filhos. Muito bom.

Sensacional! Que se ferre a privacidade, mas sensacional!

Achei a árvore do Senhor dos Anéis em Vancouver


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Impressionante

30 graus há duas semanas, -5 agora, -10 no final de semana.

Só em Calgary faz frio de manhã e "calor" à noite :-)

PS: Eu gosto de ver a neve caindo. É tão bonito...

Google Street View em Calgary

A entrada do nosso condomínio (não tem fotos dentro):


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A nossa última casa antes de vir morar aqui:


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Nosso primeiro prédio:


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A escola do Tutú:


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Da hora.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

E acabou a temporada de imolação à cidade de Calgary

Vou falar coisas mais leves e agradáveis, afinal na vida nem tudo na vida é reclamação.

Não vou falar nem mal de Calgary nem bem de outras cidades até o dia em que eu atolar meu carro na neve...

... Fui!
Tem hora que não tenho o que escrever aqui...

Tem hora que dá vontade de escrever - e mesmo assim não tenho o que escrever - e aí sai uma bobagem como esta que você está prestes a ler.

Estou ouvindo Metallica. O cd "novo" deles que já foi lançado à treze anos atrás (Load)

............... caaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaioooooooooooooooooooooo .......................
(será que vale como xingamento?)

Treze anos desde o Load e Mama Said.

Às vezes eu me espanto com o tempo, como ele passa rápido. Eu já sentia a "passagem do tempo" quando eu morava no Brasil, mas aqui é mais estranho. Às vezes eu me sinto mais "velho" aqui do na velha república. No Brasil a gente costumava sair mais, ia em barzinhos com música interessante e cerveja barata (ok, às vezes, nem tanto), e eu sei que embora eu tenha aproveitado bastante estes momentos, a lembrança faz tudo ser melhor do que foi (ou de como seria). A gente só lembra das coisas positivas, e eu esqueço das negativas - dormir na mesa, a ressaca no dia seguinte, o olho ardendo.

Mas eu sei que as lembranças dos amigos e dos momentos passados juntos, estas, a memória não exagera - estes momentos são mesmo especiais e únicos.

Mas, voltando ao mundo "jovem" e à todo o resto - embora eu não seja nenhum garotão, eu sinto que Calgary é como o "ponto final", a hora de sossegar na vida quando eu não quero sossegar, nem eu, nem a Soraya. Sei lá, eu não estava pronto para morar no interiorzação ainda. Embora a Soraya seja a mais extrovertida, com tatuagens e tudo mais, eu, assim como ela, gosto de mar, gosto de ver gente na rua, gosto de me sentir em uma terra mais "moderna". Parece fútil, mas não é. Toda a minha queixa com Calgary no fim das contas vem do fato que a gente nunca se identificou com a cidade.

Nunca, nunquinha.

Calgary é a cidade dos ambientes fechados, e eu gosto de espaços abertos. Calgary é a cidade do clima seco, e eu gosto de mar. Para quem está no Canadá ou nunca morou em lugares diferentes pode parecer bobagem, mas se identificar com a cidade onde você vive é deveras importante.

Sabe aquele filme Chocolate?. Pois é.

Bateu a porra do vento.

O plano "further west" segue firme e forte.

Fui!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Alguns dos meus melhores amigos vão discordar de mim, mas...

... eu ODEIO o Movimento dos Sem-Terra no Brasil.

http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL1331536-5605,00-JUSTICA+DE+SP+DETERMINA+QUE+MST+DEIXE+FAZENDA+NO+INTERIOR+DE+SP.html

Vai morar na Cuba que te pariu! Porra, vai querer invadir fazenda em São Paulo, um dos estados que mais produz no Brasil? E ficar destruindo a propriedade dos outros, ainda por cima?

Bando de ignorantes. E nem vem me dizer que "todo mundo tem que ter terra" porque esta pode até ser a realidade em lugares onde as fazendas existem para subsistência, mas em terra onde as fazendas puxam o Brasil para a frente, esta frase é hipocrisia - fica todo mundo melhor trabalhando para o patrão do que arando o próprio pedaço de chão.

O MST é uma das poucas coisas que me deixam de cabelo em pé no Brasil - eles andam junto com os guardadores de carros - e com todas as pessoas que dizem que "é melhor dar um trocado para ele guardar o carro do que ele ir lá e te roubar!".

Ah é, claro. Um bando de bêbado e drogado que só quer o dinheiro para poder beber mais uma cachaça ou fumar mais uma pedra de crack, e a gente lá, dando dinheiro para eles. Eu sou bem tolerante em relação à um monte de coisas, mas eu odeio que venham me dizer o que eu posso ou não posso fazer, o que eu tenho ou não tenho que pagar, em um lugar público onde eu tenho direito às coisas.

E vote em mim para Presidente!

Fui!

Este tal do Chinook

Eu não sei se o resto do Canadá é assim, mas aqui em Calgary tem uma coisa que me chama a atenção - as nuvens.

Especialmente em um dia de Chinook:

Chinook over Calgary, Nov. 2005
(Flickr - Creative Commons License)

Mas não só em dias de Chinook. Eu coloquei a expressão calgary clouds no Flickr e vi que não sou só eu que sou fascinado pelas nuvens. A hora mais bonita do dia é durante o pôr do sol (quer dizer, é meio raro eu ver o sol nascer, então vai saber), especialmente quando:

. Dá para ver os raios de sol atravessando as nuvens com as montanhas rochosas de fundo;
. Em dias de Chinook quando as nuvens são empurradas e iluminadas de cima para baixo;
. E quando fica tudo vermelho.

O tempo aqui em Calgary é meio louco, por causa das montanhas. O Chinook é um fenômeno que eleva a temperatura em 10, 15 graus em poucas horas. Agora estamos com 17C, e ontem a temperatura era de 1 grau, ou até menos. O vento vem do Pacífico, sobe as montanhas e, na hora que desce, ganha a temperatura de volta e esquenta tudo. É bom, pena que dure pouco.

Fui!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

PS, Calgary

PS

Lendo meu post anterior percebi que peguei pesado com a cidade.

Aqui tem um pouco de cultura sim. O Canadá é um país multi-cultural, embora em peso, qualidade e quantidade, o Brasil ganha, e na minha opinião, ganha bem. Calgary é uma cidade nova, o "coração do Oeste", e aqui não existem construções antigas, o que contribui para dar para a cidade uma cara exagerada de "novo mundo".

Esta semana esfriou. Neste final de semana nevou. O humor vai para baixo junto, e eu fico bravo de aqui ser tão frio, a mesma raiva que eu ficava de São Paulo quando tinha que ir trabalhar com cinco graus na Avenida Paulista, e xingava os Jesuítas que resolveram fazer a cidade em um lugar tão frio.

O Canadá é um país bom para se viver. Não é o melhor lugar do mundo mas eu também nem sei se este lugar existe. Há problemas, há soluções, há diferenças.

É um país.

Fui!

domingo, 4 de outubro de 2009

Despatriado e com frio

Eu estava lendo no Colorida Vida um post com o título Despatriada e Feliz, que fala sobre diversos tópicos relacionados à "despatriação". O tópico vem de uma "postagem coletiva" criada em outro blog. Resolvi dar o meu pitaco também.

Internet

A sua relação com esta tal de World Wide Web vai mudar. O Skype, você vai começar a usar. O blog, você vai começar a postar. O E-Mail, você vai começar a checar. O MSN, você vai usar para conversar. No Flickr, no Picasa Web, ou qualquer outro serviço de fotos, você vai passar a publicar. Não existem fronteiras com a Internet. O E-Mail que você manda agora, cinco segundos depois já chegou no destinatário do outro lado do mundo. A foto do seu filho desdentado já está sendo vista pelas avós antes da fada do dente deixar uma moedinha embaixo do travesseiro.

O negócio é não ter medo do computador, este estranho!

E o blog? Eu gosto do meu blog. É legal ter um. É importante atualizar com frequência, mas com frequência outras coisas (como viver experiências que podem ser blogadas) ganham prioridade. Tem hora que a gente tem coisa para falar mas que não convém escrever. Outras vezes, o que você escreve nem sempre tem pé nem cabeça, como este parágrafo, por exemplo. Hmmm.

Adaptação

Já me acostumei com a distância dos amigos e da família, embora a saudade ainda aperte de vez em quando. Já me acostumei com a televisão e agora eu até acho a TV do Brasil meio estranha (a Soraya vê Globo no computador dela). Já me acostumei com os shoppings daqui, embora sinta falta dos centro comerciais pequenos, apertados e com lojas minúsculas que a gente tinha em Santos. Já me acostumei com mulheres de burca e homens de turbante. Já sei distinguir, male male, Coreano de Chinês e Japonês de Tailândes. Difícil é dizer quem é da Índia e do Paquistão. Mas tem algumas que são complicadas, que parecem pequenas para quem lê mas que são grandes para quem vive (no caso, eu):

. Impossível ir até o boteco da esquina comer uma feijoada por 10 reais na Quarta-feira. Aqui não tem feijoada nem boteco. Não tem também o sanduíche de pão, bife e queijo na chapa, nem bar com comidinhas, como diria a revista Veja. Aliás, aqui, para poder beber uma cerveja com todos os membros da família (os menores de 18 anos), só se for em restaurante, porque em Pub não entra menor (aqui beber uma cerveja parece algo meio fora da lei, tamanha são as restrições - em compensação, todo mundo fuma maconha em todas as horas e lugares);
. Já falei que aqui não tem misto-quente?
. Para falar a verdade - tirando honrosas exceções, o Brasil ganha de goleada no quesito "comer fora de casa". Aqui tudo é fast-food, mesmo os restaurantes mais caros são todos parte de uma rede, falta criatividade, falta catupiry, falta sal, sobre pimenta. A gente foi em uma pizzaria que tem uma pizza mais parecida com a do Brasil (Pulcinella, eu acho, embora eu deva com certeza ter escrito errado);
. Que mais? No começo eu achei legal eu mesmo colocar gasolina no carro, mas agora eu já acho chato, principalmente quando a mão fica cheirando a gasolina e quando está frio. Faz parte.

As coisas legais:

. Aqui tudo é mais organizado (tanto que às vezes é até meio chato);
. As escolas públicas aqui são muito boas (varia às vezes de escola para escola, mas qualquer escolhinha aqui é melhor do a média Brasileira);
. O trânsito aqui flui é beeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeem menos estressante do que o trânsito em São Paulo. Tanto que eu dirigo devagar, sem pressa, sem buzinar, sem me preocupar com motos ziguezagueando entre as faixas. Fator de stress - você tem que olhar para a calçada para ver se não tem pedestre querendo atravessar, a multinha é de doloros 500 e poucos dólares se um guardinha te flagrar não dando a preferência;
. Eu acho que aqui é melhor para trabalhar do que no Brasil - pelo menos na minha área - as empresas são mais organizadas, tem mais livros, e salvo exceções os desenvolvedores são mais preparados do que na terra tupiniquim.

Cultura

Que cultura?

:-)

Aqui falta cultura - o Canadá é um país novo, com uma penca de Imigrantes, e Calgary é uma cidade, venhamos e convenhamos, meio provinciana. Aqui é roça, e o rodeio que acontece em Julho é a maior festa da cidade. O povo aqui usa chapéu de cowboy, e em volta da cidade é tudo fazenda. Existem faculdades, existem pessoas alternativas, mas podia ser melhor.

Mas e aí?

Eu gosto da experiência de morar fora. Eu lembro de quando eu cheguei aqui e de todas as coisas novas que eu vi. De ouvir Inglês e 30 outros idiomas no dia-a-dia, do centro da cidade (que eu achei caralhístico, desculpe o palavrão), de ver as montanhas de longe, de sentir as estações do ano (os três dias de Outono e Primavera e os meses de Verão e Inverno). Mas eu acho que nós cansamos de Calgary - aqui não tem mar, é frio demais (nevou hoje, segunda semana do Outono), a cidade é ótima para quem gosta de esportes (não é bem o nosso caso), e não é tão legal para quem gosta de passear e ver coisas diferentes e urbanas (mais o nosso caso).

É engraçado porque a resposta para a pergunta "porquê você escolheu Calgary?" normalmente é "porque em Calgary tem mais emprego". Não deixa de ser verdade (pelo menos é o que dizem os jornais e afins), mas a impressão que eu tenho é que outras cidades são escolhidas por outros motivos além do monetário (ter dinheiro para comprar comida é importante, of course). Os planos de ir para a Costa Oeste seguem firmes e fortes.

Se eu posso dar conselhos, aí vai:

. Aprenda a língua - eu acho curso de Inglês uma tortura, e se este for o seu caso aprenda em casa - tente ler livros em Inglês, veja filmes no idioma original e veja como as pessoas falam, ouça audiobooks, como a Soraya fez diversas vezes, coloque a cara a tapa, arrume um emprego, e não tenha medo de errar. Falar um Inglês razoável abre dezenas de portas e melhora muito a qualidade de vida;
. Use a sua cidade, vá em galerias, frequente os cinemas, conheça lugares interessantes que não sejam interessantes apenas pela paisagem, conheça pessoas fora da comunidade Brasileira da sua cidade (os nossos melhores amigos aqui são Brasileiros mas é sempre bom conhecer outras pessoas), viva da mesma maneira que você vivia no Brasil;
. Use mais a farmácia do que o médico (sério - da última vez que meu ouvido inflamou, a farmacêutica me deu o antibiótico e me disse como tomar o remédio). O atendimento médico costuma demorar e, se você não precisar realmente de um médico, é melhor não se dar o trabalho;
. Ikea. Ikea. Ikea;
. Em São Paulo tinha o Pão de Açúcar, o Extra e o Carrefour. O Pão de Açúcar daqui é o Safeway, o Carrefour e o Extra são a Superstore, e o Wal-Mart é como o Extra e o Carrefour, mas sem frutas e com gente estranha; Cada supermercado para uma ocasião. Eu odeio o Wal-Mart, mas tem horas que não dá para evitar ir lá.

Escrevi demais!

PS: Calgary é uma cidade legal, é bonita, estruturada, organizada, limpa, ótima para quem gosta de praticar esportes, do lado das montanhas, com transporte público que poderia ser melhor mas que funciona. Mas o mundo não é pequeno e nós nunca nos sentimos casados com a cidade, por isso que eu de vez em quando destaco os pontos negativos que nós vemos aqui. Mas eu conheço muita gente que adora a cidade e que não pensa em ir embora, porque coisa boa, aqui também tem.

Fui!

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Copa 2014 e Olímpiadas 2016

Olha.

Eu sou meio crica.

Tem hora que eu acho que o governo do Brasil é uma bosta e que qualquer evento que tiver por lá vai ser um fiasco.

Eu não gosto do Lula.

Eu já fui Petista e me arrependo.

Eu às vezes acho que o Rio é só um rostinho bonito e que o Dunga na seleção é foda.

Mas porra.

SENSACIONAL!!!

COPA do MUNDO!



OLÍMPIADAS!



Mesmo com todos os problemas, mesmo eu estando longe, olha, hoje eu estou feliz e orgulhoso de ser Brasileiro. Foda-se que são só uns jogos, que vai ter um monte de roubalheira, etc, etc, mas porra, os jogos Olímpicos vão ser no Brasil il il!

E dá-lhe Galvão!

Fui!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Final de semana e lugares legais para visitar

Este final de semana nós fomos em um lugar, perto de Okotoks, chamado Saskatoon Farm, que a gente tinha visto em um dia de Inverno em que não tivemos coragem de sair do carro.

Algumas fotos:


O Arthur e o galo das bandas de cá


Em cima do cavalinho de brinquedo (o brinquedo mais barato do Canadá, 25 centavos, aqui para tudo se cobra um ou dois dólares)


Eu fazendo malabares com as pêras que estavam no chão (lá tem um monte de pé de pêra). Embora na foto uma das peras esteja indo em direção ao chão, finalmente eu consegui fazer os malabares com as duas mãos e três objetos. Eu consigo fazer fácil com dois objetos na mesma mão, mas com três foi a primeira vez.


A paisagem

A Soraya não aparece em nenhuma foto já que foi ela que tirou todas as fotos do dia!

O final de semana foi oficialmente preguiçoso. Esfriou (a previsão é de neve até o fim da semana), no Sábado a gente tinha pensado em fazer um bate e volta até Waterton (fica a 300km daqui), mas fomos vencidos (eu, o motorista) pelo sono e pela preguiça, e decidimos ficar por perto. Domingo só fomos sair de casa à noite para comprar umas coisinhas no mercado.

E eis que eu tive a idéia de colocar uma lista dos lugares mais legais que eu já conheci desde que eu cheguei aqui:

. Moraine Lake e Lake Louise - meio que parte do "passeio obrigatório" de qualquer um que venha até Calgary. Nós gostamos mais do Moraine Lake, ainda mais depois que descobrimos um lugar surreal - no fim da trilha que beira o lago tem uma corredeira, e no meio da corredeira tem um monte de árvores em que as raízes são conectadas, meio que segurando o solo. De repente, tem um buraco no chão e, surpresas das surpresas, tem água correndo dentro do buraco - a água da cachoeira. Nunca tinha visto nada igual, parece paisagem de filme de Elfo - tipo a floresta em que aquele povo que falava aquela língua estranha morava no Senhor dos Anéis;
. Peyto Lake - fica a uma meia horinha de carro do Lake Louise, depois de entrar na Icefields Parkway. Você vê o lago de cima, não tem muito o que se fazer além de se apreciar a paisagem, o que no caso não é pouco - esta é, na minha humilde opinião, uma das paisagens mais bonitas que existe. Vale o passeio. Nas duas vezes que eu fui o dia já estava acabando, e o pôr do sol lá tem algo de especial;
. Waterton Park, Pincher Creek (a cidade das turbinas eólicas), Lethbridge - sul de Alberta. Região muito bonita, e vale a pena fazer o caminho saindo de Banff e pegando a rodovia que passa por Kananaskis - no caminho tem umas montanhas muito interessantes, como esta aí:

. Vancouver e a viagem até Vancouver. Sensacional. A gente parou na Floresta Encantada, que fica no meio do caminho, dormimos em Lake Country, no Okanagan Valley, e depois ainda fomos quase até os Estados Unidos pela estrada que passa por Osoyoos, o único lugar do Canadá com clima quente (é, tem um lugar assim aqui);
. Drumheller e a estradinha que passa pela balsa que atravessa o rio. Sensacional.

Que mais? A gente gosta (vou parar de colocar links que dá muito trabalho) do Heritage Park, que foi reformado e agora tem um museu do automóvel, gostamos de passear de bicicleta no Prince Island e, de vez em quando, no Fish Creek, gostamos de dirigir pelos bairros bonitos de Calgary, de ir explorar as terras em volta em direção oposta às montanhas (é a greve das Rochosas), de ir na Ikea, de ir comer um hamburguer engordativo de vez em quando, e de ficar zicando o frio que está chegando.

Mas parece que a farra acabou - agora o inverno já vai começar a dar as caras, já que aqui a Primavera dura uns dias e o Outono, umas semanas. Mas vamos tentar achar o que fazer.

Pena que aqui não tem mar :-).

Fui!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Da lista de coisas que o Arthur não pode saber:

. Que eu acho bom quando ele não tem aula na escola e eu posso esticar o sono por mais uns 20 minutos;
. Que eu só ia bem nas matérias pelo qual eu me interessava, e que eu ignorava o resto;
. Que eu fui até suspenso por não levar material de educação artística - nunca;
. Que eu tinha que fazer caligrafia quase toda semana, e que eu tinha que escrever os números de 1 a 1000 no caderno (PQP!), e que um dia eu fiz de 1 a 100, virei a página, fiz de 850 a 1000, e mostrei só a primeira e a última página para a professora que, é óbvio, percebeu - e me vez fazer os números de 1 a 2000.

Em compensação eu era boa persona.

Bom, hoje a gente foi na escola do Arthur para a primeira reunião. O menino está indo bem, fazendo programa de ESL (Inglês como segunda língua), a professora perguntou o que ele melhorar (é a escrita, principalmente), o que a gente quer que ele melhore (leitura e escrita), a gente conversou um pouco sobre como ele costuma se socializar com as outras crianças, foi bem legal.

E a escola em si é sensacional. É engraçado como as escolas aqui são inteirinhas, os banheiros limpos, os corredores arrumados, a biblioteca cheia, o ginásio pintadinho. Isso é bem diferente das escolas que eu frequentei quando era criança. Aqui as escolas são, realmente, coisa de primeiro mundo.

Fui!