quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

TOC moral (e o frio...)

Ontem eu tentei publicar um post aqui no blog, mas a internet morreu e eu não consegui publicar o dito-cujo. Perdi um post que era interessante, não foi como o pessoal da marcha dos pinguins, que perdeu tudo :-(. Eu perguntei para a Soraya qual outro blog que ela gostava de ler e me disse que era esse, a marcha dos pinguins. No blog dela tem o link, fui lá, cliquei e pé, erro 404 (page not found). Tentei de novo e de novo (a definição da loucura é fazer a mesma coisa repetidas vezes esperando resultados diferentes), e nada. Uma pesquisa no google e descubro que eles apagaram a conta do google ao qual o blog foi associado e o blog foi embora junto. Pensei "puta merda, tenho que tomar cuidado se eu quiser apagar minha conta google qualquer dia", embora eu duvide que eu vá fazer isso, mas o amanhã ninguém sabe (a gente estar aqui é a maior prova disso).

Bom, o que eu queria dizer no meu finado post é que eu falei de novo para o povo do ônibus a minha frase preferida:

"CAN YOU MOVE MORE TO THE BACK, PLEASE?"

(barulho do povo indo para o fundo do ônibus - grunhidos, reclamações em inglês, crianças chorando, louça quebrando, etc...)

Ah! Demorou. Eu e minha TOC moral. O motorista disse "CAN YOU MOVE TO THE BACK, PLEASE", e o povo deu 3 passos. Não tive dúvida, quando o ônibus parou no próximo ponto e tinha a torcida do maracanã inteira para entrar, estufei o peito, pensei na bandeira do Brasil e mandei brasa, nada como "move to the back" para começar bem o dia. Capítulo do meu futuro livro:

"
Quinta-feira fria em Calgary. O cinza do céu só não é mais melancólico do que as ruas sujas de neve e o frio de -20 graus que faz do lado de fora do ônibus. Fora, pessoas apressadas e com pressa, andando em passos rápidos para chegar logo em algum lugar aquecido, seja onde for. Nos pontos, multidões à espera do próximo transporte. E, dentro do ônibus, passageiros que não se mexem, parados, estáticos perto da porta da frente. Ao chegar na próxima parada, o motorista abre a porta, e apenas dois passageiros conseguem embarcar. Sem pensar muito, ele diz:

- Vocês podem ir para trás, por favor?

O bando de bichos-preguiça que está no ônibus se olha assustado e decide que alguém tem que se mexer primeiro. Ninguém toma a frente, e o motorista, desta vez de pé, diz:

- Vocês podem ir para trás, por favor? Tem pessoas aqui fora esperando.

Nada. Os passageiros foram contagiados pela melancolia do lado de fora e se encontravam em um estado letárgico. Daqui eu não saio, daqui ninguém me tira. O motorista, então, tira seu gorro e brada em alto e bom tom:

- VOCÊS PODERIAM IR PARA O FUNDO DO ÔNIBUS? TEM GENTE AQUI FORA QUE ESTÁ COM A BUNDA CONGELANDO E QUE PRECISA ENTRAR DENTRO DO ÔNIBUS!!!

O que o motorista deve ter pensado é impublicável, mas desta vez os passageiros foram para o fundo.

Aleluia!
"

Eu sou um mala. Eu dou risadas maqueavélicas quando o motorista manda o povo ir para o fundo, e também quando:

. Algum motorista que anda no acostamento é multado (no Brasil);
. Flanelinha é preso (no Brasil);
. Talvez eu não seja tão ruim assim - não consegui lembrar do terceiro item da lista. Olha só, estou evoluindo.

Quando eu criança e morava lá em Caraguatatuba, tinha muito mosquito em casa. Muito. Uma vez meu pai fez uma pilha com os mosquitos mortos. Outro diz, de saco cheio do barulho, ele pegou um e ficou zunindo na orelha dele. Eu me senti vingado! Deve ser genético - mas quem nunca ficou ouvindo mosquito zunindo a noite inteira não sabe o que é. É como o Arthur que chuta um brinquedo longe quando o brinquedo não faz o que ele quer. "Ele não me respeita", ele grita. A gente diz que, se quebrar, ele não ganha um novo, mas "em off" eu falo para a Soraya que é genético, eu também levava para o lado pessoal quando um brinquedo não fazia o que lhe era ordenado. É que nem dizem, não bate no monitor que ele não tem culpa, tem que bater é no computador. Ou "software é o que você xinga" e "hardware é o que você chuta".

E vai esfriar:



Como será que é -31 graus? A Soraya me disse que não sai de casa por nada deste mundo. Eu estou curioso. Quero jogar um copo de água para o alto e ver se cai gelo (duvido). É mais frio do que qualquer freezer. Os pelinhos do nariz vão congelar de vez, quem sabe eles não quebram logo e eu me livro da incumbência de cortar os danados, tarefa de alto risco que eu venho postergando desde o dia que eu vim parar no mundo (não neste mundo, é no mundo mesmo).

De novo no front, não tem muita coisa. Ontem a gente viu de novo o último episódio do Lost, em preparação para a nova temporada que começa semana que vem. A Soraya fez o vídeo da casa e eu preciso colocar na internet. E o travesseiro novo que eu comprei é uma maravilha. Ah, sim, ainda não colocaram as persianas e ontem foi noite de lua cheia, embora seja bonito porque a noite fique super clara, parecia que tinham ligado um poste de luz bem na nossa janela.

Fui!

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