sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Ode à Janeiro!

Janeiro:

Coisas do Brasil que vamos sentir falta (snif, snif):
. Calor;
. Praia;
. Viagens;
. Férias escolares;
. Férias do trabalho;
. Baladas;
. Barzinho ao ar livre com os amigos;

Coisas boas que continuam acontecendo em Janeiro:
. Meu aniversário;
. Aniversário da minha esposa;
. Aniversário de casamento;

Coisas boas por um tempo mas que cansam (será?):
. Calor (se bem que, nesta altura do campeonato, seria bom de qualquer jeito).

Janeiro! Aqui deu uma esquentada. Estavam agradáveis sete graus ontem. Eu lembro que eu xingava bastante ter que trabalhar com 40 graus e um sol de deserto do lado de fora do escritório, ainda mais quando estava 50 graus DENTRO do escritório, mas era Janeiro!

Janeiro, o mês em que o mundo foi agraciado com a minha presença.

Janeiro, o mês em que eu nunca fui para a escola, nem na pior das minhas recuperações.

Janeiro, o mês em que rolavam as viagens de férias e em que era impossível achar um lugar para tomar uma cerveja depois das dez horas da noite - e mesmo assim a gente achava bom.

Pois é, Janeiro. E aqui, neve. Frio. Ninguém de férias. A vida continua. O mês bão aqui é Julho, verãozão, da hora. Janeiro, pfúúú, é que nem Junho para a gente, ninguém dá bola a não ser pela festa Junina. Tem parque que nem aberto está. Tem estrada que nem funcionando está! Os lagos não existem mais, virou tudo uma pista de patinação gigante... Frio!!! Neve!!! Mas temos umas vantagens:

. Casa quentinha;
. Lareira;
. Liquor Store;
. Aprender a patinar (tentar aprender, na verdade).

Eu sei que agora eu estou esperando é Julho chegar para o Arthur poder ir brincar de novo naquela piscina pública do centro da cidade, para eu passar calor nos trens e ônibus da cidade, para todos os parques estarem abertos e a gente finalmente poder ir ver alguns lagos na montanhas com água efetivamente (e não gelo). É, aqui é tudo invertido mesmo. Nem o céu é o mesmo! (só a Lua que a gente sempre vê igual).

Em um filme chamado "Máquina do Tempo", o protagonista viaja 800000 anos para o futuro, quando a lua já está há muito tempo destruída por conta de umas implosões realizadas muitos milhares de anos antes, em uma tentativa de tornar a lua uma colônia de férias. As implosões (à esquerda) tornaram a lua instável, e no futuro tudo o que sobrou foi uma lua partida ao meio com uma nuvem de detritos em volta.

Ao olhar para aquela lua, o protagonista do filme pensa em voz alta "You were right, Philby. I did go too far."... De vez em quando eu também penso que desta vez eu viajei para longe. Não longe demais, como o protagonista do filme, mas longe, em um lugar totalmente diferente na Terra. Quando eu vejo o sol a 20 graus no horizonte mesmo ao meio-dia, e quando eu olho as nuvens daqui e as acho totalmente diferentes do Brasil, eu sempre lembro desta cena e penso "nossa, eu estou longe". Às vezes tenho a impressão de que eu estou na borda do mundo e que se eu for um pouco mais para o norte eu vou para as "cataratas do infinito", ainda mais depois que minha mãe deu o Globo (mapa) para o Arthur e eu vi o quanto para cima o Canadá realmente é.

Eu deixei um monte de pequenas coisas pendentes no Brasil e eu pretendo ir em breve para acertar tudo. De vez em quando eu penso em como era a vida no Brasil e sinto saudade dos amigos e da família, mas eu também me lembro de como era a cidade de São Paulo - e como Calgary ganha disparado como uma cidade para a família - e continuo tomando a mesma decisão de ficar aqui - porque agora eu até poderia voltar para o Brasil, mas com certeza eu não voltaria a morar em São Paulo. Não dá não. Depois de morar a 12000 km de distância, qualquer lugar seria perto.

Isso aí amigos! Kb.Lo, estamos te esperando! Abraços à todos, feliz Janeiro e feliz 2008. E que todos tenham um dia a chance de conhecer a nossa casa e nosso quarto de visitas (e da bagunça). Pela primeira vez desde que a gente casou a gente está morando em uma casa - e sem muros. Isto com certeza já é alguma coisa!

2 comentários:

Soraya Wallau disse...

OI Rá, gostei muito desse post, mas não esqueça q a gente ainda tem muito mais distâncias a percorrer, só vamos esperar o vento soprar (lembra do filme Chocolate???). Te amo muito, felicidades para nós!!! Bjos.

Thelma disse...

Ravi, finalmente eu sou feliz que o meu aniversário é numa época gostosa (primavera aqui!) ;-).