segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Divagações

Nem sempre a gente consegue realizar tudo que quer na vida. Nem sempre as pequenas batalhas são vencidas aos pares, e é comum que para conseguir uma coisa seja necessário sacrificar outras. Acho que é assim para todo mundo. Agora, Sexta-feira, estou indo para o Brasil tentar matar uns três leões, colocar uns macacos de volta aos seus galhos e debulhar uma plantação de abobrinhas. Infelizmente a verba não dava para todo mundo e eu estou indo sozinho, com um aperto no coração de deixar a Soraya e o Arthur sozinhos em casa de novo. Pelo menos desta vez, quando eu voltar, vou trazer uma boa parte das coisas que foram deixadas para trás na promessa de que esta viagem seria apenas temporária. Livros, filmes, roupas, brinquedos e algumas outros objetos materiais que são parte da nossa identidade.

Estou também bastante ansioso para rever os amigos e família, embora não pareça tanto tempo assim quando a gente pára para pensar. Algumas coisas que eu sei que eu vou fazer incluem uma visita à casa da Regina para conhecer o futuro baby e também um churrasco com a molecada - e visitar o Kb.Lo para ver a sua casa mobiliada. Minha mãe deve ir para Santos me visitar porque não vou ter tempo para ir até Caraguá, o que é uma pena, e com certeza vou dar um pulo na casa do meu pai conhecer a sua cozinha nova :-). E vou ter que aportar na casa nova do sogrão, já que o apartamento que eu conhecia já é passado. É, a vida continua :-).

Voltando ao passado, eu saí do Brasil há oito meses, mais ou menos. Naquele dia eu dirigi até o aeroporto (já antecipando o fato de que eu ficaria sem dirigir por um bom tempo), e me lembro bem de olhar para a estrada com calma (estava um dia muito bonito), e meio que "me despedir" da Rodovia dos Imigrantes, estrada por onde eu sempre dirigia - e eu nunca cansava de admirar a paisagem em alguns pontos da viagem. É, eu sou estranho, eu sei. Se eu um dia for morar na Espanha e pegar um trem que passa ao lado do mar, como o do vídeo que eu publiquei faz uns dias, vou ficar admirado com o "big blue" todos os dias. Bom, voltando ao dia da viagem, eu também lembro do menino não se tocando que ia ficar sem me ver por um tempo e me dando um tchau meio desencanado :-). Depois, na volta para Santos, ele chorou um pouco e dormiu. Um mês longe da família é muito tempo, e é por isso que eu também vou ficar no Brasil o menor tempo possível (dez dias apenas).

Em uma das viagens que eu fiz pela empresa eu conheci uma garota Brasileira que havia se mudado para Seattle fazia um ano, eu acho. Ela era casada com um Americano e já tinha um belo de um sotaque para falar Português. Em um ano, acho que ela tinha ido visitar o Brasil cinco vezes. Essa aí tem um número alto de milhas aéreas (e um salário idem). Acho que a única coisa com o que eu realmente me preocupava antes de deixar o Brasil era "sumir" de lá, sem perspectiva para voltar e visitar. Eu estou indo agora em Fevereiro, a Soraya deve ir lá para o meio do ano (Agosto, Setembro, Outubro), já que o menino andava com saudades nestes dias. Mas nada que uma brincadeira com outras crianças (Brasileiras, especialmente) não resolva.

Bom, isso aí. Sábado estou chegando nas terras verde-amarelas. Só contar uma...

...Historinha peculiar

... faz um tempo, eu escrevi sobre os povos estranhos daqui do Canadá. Uma das peculariedades era o fato como o povo Indiano se veste (cores berrantes em profusão) - é como se eles fossem imunes à combinação verde-perereca com rosa-choque. Pois bem, estes dias fui na mesa de um colega da Índia, que havia pedido a minha ajuda para resolver um problema, e notei que os comentários no seu código estavam verde-perereca. Para quem não é da área, um comentário no código é como se fosse uma nota no meio de um texto importante. A nota em si adiciona algo para o texto, mas não é algo que deva ter a mesma importância do mesmo. Por isso, as pessoas normalmente adotam cores mais neutras para os comentários. Eu uso um cinza claro.

Pois bem:

eu sou o código fonte, e devo estar bem legível...
comentário verde-perereca
... mais código...
comentário cinza-claro
... mais código...

Agora olhem o texto acima. Parece que passaram aquela caneta marca-texto na linha verde-perereca, como se fosse para dar destaque, certo? É como se o verde-perereca pulasse aos seus olhos e o cinza ficasse com menos destaque. Pelo menos é assim que EU vejo. Mas não é assim que ELE vê. Na hora em que eu abri os comentários eu até me ofusquei com o brilho da tela, e perguntei "why are you using LIME as comment color?" e ele me disse que para ele é como se fosse uma cor mais neutra, mais clara, que não se destacava tanto quanto o resto do texto.

Verde-perereca é cor neutra? Ok, minha teoria de que eles enxergam as cores de forma diferente está provada :-).

Um comentário:

Unknown disse...

Ravisão,
Que supimpa que vc vem sexta. Vamos fazer uma reunião da patota daquelas, com certeza. Uma pena que a Sô e o Arthur não vem.
Tenho lido o seu blog diariamente, devido ao grande ócio que eu me encontro aqui no trabalho. (Chego a ficar atualizando as páginas de sites de notícias pra ver se mudou algo).
Quanto aos comentários de código, o Peoplesoft utiliza por Default azul, para palavras reservadas, vermelho, para Strings, e verde-perereca(haha) para comentários. Pra piorar, minha empresa definiu por padrão um comentário que é um quadro de #'s com umas seis linhas. Às vezes, o comentário é maior que o código. Fica parecendo um diário de adolescente. Um carnaval.

Saludos,

Pablo.