terça-feira, 20 de novembro de 2007

Eu tenho Burcite

Pois é.

Olha aqui.

Ontem à noite a gente foi ver uma casa (que parece que vai ser a nossa nova morada - falo mais sobre isso depois), e estava um frio de lascar, acho que -8 graus (amanhã de manhã teremos a agradável temperatura de -15 graus celsius). Pois bem, chegamos em casa, vimos um pouco de TV, e fui dormir. Só que não dormi. Fiquei me virando de um lado pro outro com uma SENHORA dor no ombro, até que às quatro da manhã resolvi tomar um Advil (analgésico), e consegui pegar no sono.

Acordei destruído às oito da manhã, estiquei até às dez e meia e fui para uma "Walk-In Clinic", o que para a gente seria um pronto-socorro. Ou seja, se der piriri, não precisa se desesperar porque não tem Family Doctor, é só ir em uma "Walk-In Clinic" que eles cuidam de você. Fiquei umas duas horas lá. Fui atendido por quatro pessoas diferentes:

1. Enfermeira que pergunta o que eu tenho, mede a temperatura e tira a pressão - depois disso eu volto para a minha cadeira;
2. Sou chamado para a segunda pessoa, acho que não era enfermeira - mostro o meu Alberta Health Card e a carteira de motorista;
3. Espero uma meia hora e sou levado para um consultório. Me perguntam o que eu tenho, tiram a pressão de novo, fazem as perguntas padrão (bateu, tombou, machucou, usa drogas, fuma, bebe, tem histórico de violência na família, blá blá blá); Esta última mulher vai embora - eu digo para ela que a minha esposa acha que é Burcite;
4. Vem a médica. Pede para eu tirar a camiseta e fica apertando o meu ombro para ver onde a dor começa, olha, pede para fazer uns movimentos com o braço que eu faço sem problemas (acho que é para isolar mesmo o ponto onde está a dor), e me pergunta "quem foi que disse que você estava com Burcite?", no que eu digo "minha mulher", e ela diz "acho que ela estava certa". Ela sai para buscar a receita, eu ligo para a Soraya para dizer que ela deveria trabalhar de enfermeira (brincadeira, foi só para dar os parabéns pelo diagnóstico), a médica volta enquanto eu ainda estava no telefone, eu desligo, e ela me pergunta se era Francês, porque parecia Francês (dizem que parece mesmo);
5. Sou liberado. Passo na farmácia e saio de lá 86 dólares mais pobre e com anti-inflamatório para um ano (e um creme fedorento que dizem que é analgésico);

Agora estou aqui contando as minhas dores. Gostei da tal de "Walk-In Clinic". Demora um pouco, demora, mas não é tããão demorado assim. E se eu estivesse me esguelando eles iam me atender primeiro. Tem um aviso que diz "The First To Arrive Will Not The First To Be Attended" ou algo assim. Eles dão prioridade para quem está mais ferrado, e eu não estava mais passando tão mal quando fui lá.

Para mim foi igual às clínicas particulares do Brasil. Só que lá não me faziam tantas perguntas quanto fizeram aqui. O pessoal me pareceu bem competente, o lugar tem estrutura, o negócio funciona bem aqui.

Isso aí.

Agora deixa eu parar de escrever para acalmar a Burcite.

Depois eu escrevo sobre o nosso novo lar.

Fui!

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