quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Muitas vezes quando eu ia dormir na casa dos pais da Soraya eu ficava no quarto do irmão dela, o Danilo, que já se debandou para Jaguariúna há muitos anos. O quarto dele era, no mínimo, peculiar:

. Livros e mais livros de RPG;
. Livros e mais livros de Mangá (histórias em quadrinhos japonesas - quer ofender alguém que gosta de Mangá? diga que se tem quadrinhos é tudo gibi);
. Um aquário que eu nem me lembro mais se tinha água ou não;
. E mais uma dezena de outras coisas estranhas, inclusive uma camisa minha que ele afanou e largou no armário.

Mas nada superava a CAVEIRA. Na cabeceira da cama tinha uma caveira de gesso que devia pesar uns dois quilos. Sem brincadeira. Caveira dos infernos. Um dia estava eu, dormindo um merecido sono, quando vou virar de um lado para o outro, esbarro na caveira dos infernos e desequilibro a coitada - que caiu bem em cima da minha cabeça. Maldita caveira. Doeu. Já pensou se faz um corte e tenho que explicar no hospital que uma caveira caiu em cima da minha cabeça? Iam pensar que eu gosto de dormir em cemitério.

...

Os dias aqui em Calgary estão mais ou menos e as noites estão gélidas. O centro da cidade estava particularmente bonito hoje de manhã (eu adoro ver Calgary Downtown, para mim é uma das partes mais bonitas da cidade). Como eu trabalho no lado EAST da cidade e moro no WEST, de manhã eu dirijo em direção ao LESTE e à tarde em direção ao OESTE. Como o sol nasce no LESTE e se põe no OESTE, eu sempre dirijo com o sol na cara. De manhã é particularmente ruim, mesmo com os óculos de sol na cara e o tapa-sol abaixado, tudo que eu vejo pela frente são vultos e sombras.

Hoje na volta eu vi vários carros de bombeiro na pista oposta à onde eu estava passando, acho que aconteceu algum acidente de carro.

E é isso :-).

Fui!

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Ditados e frases

Good from far, far from good

O Ucraniano que trabalhava comigo tirando sarro da minha van do Scooby-Doo, carinhosamente apelidada por eles (meus ex-colegas de trabalho) de "Jesus Van" graças à cruz enorme adesivada em um dos vidros traseiros.

Eu de volta respondi perguntando "como vai o juicy can?", o Miata que ele tem que está parado na embreagem com a embreagem quebrada.

Empate técnico.

Dois mais dois são quatro

Eu explicando alguma coisa para o meu líder técnico.

"Ravi, eu acho que dois mais dois são quatro". Meu líder técnico, quase uma loira tentando entender uma piada, duas horas depois quando finalmente conseguiu assimilar a idéia.

Eu tinha lembrado de mais alguma coisa mas agora já era.

Vou tomar um banho e ir dormir.

Fui!

KB.LO!

Vamos ver se a gente consegue se falar um dia! Maldito fuso!

Fui!!!

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Novas (novas, curtas, shorts, é tudo a mesma coisa)

Pois é, não tenho escrito muito no blog. Pelo menos não no mesmo ritmo de antes. Tudo culpa do trabalho, este velho conhecido que resolveu dar as caras por estas bandas. Agora que eu tenho tarefas, metas e prazos, fica difícil gastar 50% do meu dia navegando na Internet, 30% dormindo e 20% escrevendo no blog.

Tudo bem, faz parte.

Pois bem, hoje lá estava eu fazendo a minha contribuição para o efeito estufa no banheiro menos privado da face da Terra, quando ouço alguém entrando e barulhos de saco de lixo velho sendo retirado e novo sendo colocado. Sem entrar em detalhes técnicos, acabo o que eu tenho que fazer, abro a porta do meu cubículo azulejado e lá está a faxineira SAINDO do banheiro.

Ninguém merece.

Bom, passado o susto vou lá tentar escovar os dentes, e CADÊ A ESCOVA? Por motivos higiênicos mais do que óbvios, eu deixo a escova de dentes junto com a pasta na PIA quando vou dar minha opinião sobre a reciclagem de materias biológicos, bem enroladinha no papel toalha que eles deixam no banheiro para a gente secar as mãos. Presumo eu cá com meus botões que a faxineira olhou aquela trouxinha de papel amassado na pia e, sem saber que existem pessoas que escovam seus dentes após o almoço, pensou "É LIXO", e para o lixo minha escova foi. Junto com um restinho de pasta de dente que ainda ia durar umas duas semanas.

Por uns poucos segundos eu ainda pensei em ir falar com a faxineira, mas aí pensei no que eu ia falar e também que não ia ser bonito eu fuçando o lixo de um banheiro, e depois eu fui além e concluí que mesmo que eu achasse meu kit higiene bucal eu não ia querer usá-lo já que a parte que diz respeito à "higiene" poderia não ser mais verdade.

Coisas da vida.

Hoje eu fui cortar o cabelo. Fui no Marlborough Mall, o shopping dos manos de Calgary. Antes de ir cortar o cabelo, fui encher a barriga em um restaurante Chinês que tem por lá. Eles tinham um pastelzinho que eu posso quase que garantir que tinha Catupiry. E camarão. Ainda bem que meu sexto-sentido é forte e eu pedi 4 de uma vez. Como diriam em Minas, b'm d'mais. Depois, de barriga cheia, fui aparar a juba na cabelereira Chinesa. Muito simpática, por sinal. Só fiquei assustado quando ela me perguntou se eu queria "jail" e eu falei "não, obrigado" (jail é prisão em Inglês), mas no fim ela queria é oferecer "gel". É bom que eu esqueço que eu tenho sotaque. Ela ainda me disse "você tem um monte de cabelo", e eu disse "pois é, só na parte de trás da cabeça", e depois eu ainda tive que ouvir a minha tiração de sarro ser devolvida para mim umas duas vezes - "ih ih ih, você tinha um monte de cabelo, mas só na parte de trás da cabeça".

Falando em sotaque, ontem a gente foi almoçar no "desert", um restaurante com um dos nomes menos apetitosos já inventando, quando o Mike, dono do produto onde eu estou trabalhando (tecnicamente falando), disse que tem uma filha de um ano que aprendeu a andar semana passada. Fui lá eu perguntar qual era o nome dela, e ele me disse "Ella", e eu entendi "Ela", e eu disse que era "She" em Português, e ele entendeu que era "Sheep" (ovelha), e fez uma cara de "well, whatever", e eu me corrigi e disse que era "She, a esposa do He", e ele entendeu, e me disse que era "Ella" e não "Ela", e eu disse que então não tinha significado nenhum em Português, mas aí o Jeremy, que passou um ano na América Latina, disse que "Ella" era "She" em Espanhol e eu fiquei feliz que a confusão não recomeçou.

Depois de reler o parágrafo acima, com profusão de vírgulas mas com poucos pontos finais, me lembrei daquela musiquinha que toca em corridas de cavalo. A moral da história acima é que se "Ela" realmente significasse "Ovelha" em Português eu não ia dizer nada. E se eu por acaso dissesse que algum nome é algum animal eu provavelmente destacaria as boas qualidades daquele animal e voltaria para o trabalho a pé.

Well, well, well. Preciso ir ver se o meu arroz parbolizado está pronto.

Qualquer coisa escrevam comentários.

Fui!

sábado, 25 de outubro de 2008

Easy rider

As fotos deste dia estão aqui:
Mountains and more
Hoje pela manhã a gente resolveu dar um passeio pelas montanhas rochosas. Mas, ao invés de nos preocuparmos com o destino, resolvemos mudar o foco e fazer do passeio, o caminho.

Não é exatamente a rota mais curta até Canmore, mas é mais interessante do que ir direto pela TransCanada Highway:



Tudo começou como sempre com quem quer ir até as montanhas - a rodovia número 1, a TransCanada Highway. Depois de andar 50 km, saímos para o sul na Highway 68 - que depois vira à Oeste e acaba na Highway 40.

Na Highway 68 vimos o primeiro laguinho congelado:



... e também a primeira vista da viagem:



... a Highway 68 é um tanto quanto rural:



... e nem sempre tem asfalto:



Ao chegar na Highway 40, poderíamos virar para o norte e voltar para a TransCanada, ou ir ao sul e fazer um caminho mais "colado" nas montanhas.

Óbvio que decidimos ir para o sul, como o mapa acima mostra. Seguimos pelo município de Kananaskis, fomos até a entrada da estação de esqui Nakiska, que estava fechada já que ainda não há neve suficiente para se poder esquiar...



Voltamos para a estrada, e seguimos para o sul em direção ao frio, literalmente:







Embora a minha vontade fosse de seguir mais e mais por esta estrada (a Highway 40), no mapa vimos que a próxima cidade era MUITO afastada e que a viagem não ia acabar no mesmo dia. Andamos uns vinte minutos e demos meia volta - só para depois virar à Noroeste na Smith Dorrian/ Spray Lakes Road, passando por dois parques, o Peter Lougheed Provincial Park e o Spray Valley Provincial Park.

A estrada que passa dentro do parque é de asfalto em alguns trechos e em outros trechos ela já está totalmente coberta de cascalho como preparação para o inverno. Levamos uma hora para percorrer uns 60 km já que o limite de velocidade é baixo e cascalho não é exatamente a melhor coisa que existe para dar tração.

Algumas fotos:


Estradinha congelada - detalhe que a câmera focou o vidro do carro ao invés da estrada em si.


Veado na beira da estrada.


Mato


A estrada de cascalho


O Arthur brincando na neve


O nosso carrinho no meio da estrada


Uma montanha qualquer


Eu e o pequeno no meio da neve, no meio do nada, um frio absurdo


Então é assim que eu pareço de casaco e luvas...


Neve


Dentro do carro, as meias do Arthur secando no banco - já sabendo que isto poderia acontecer, a Soraya trouxe roupas extras para o menino - um par de meias, uma calça, luvas e umas coisinhas a mais. É que nem ir para a praia, depois que a brincadeira acaba lá se vão uns 10 minutos limpando a meninada e se preparando para a volta.

A estrada é larga e o limite é de 80 km/h em boa parte do caminho, mas no final a estrada dá uma afinada e o limite diminui para 50 km/ h, e diga-se de passagem, é bom mesmo reduzir a velocidade - a estrada vai COLADA no lago:




Uma pontezinha no meio do caminho



E do nada a paisagem se abre e surge Canmore:



Infelizmente com um carro atrás da gente e uma estrada apertada não pudemos parar para tirar as fotos, e no meio do caminho tinham umas árvores:





Ao chegar em Canmore, resolvemos comer uma pizza (do lado onde aconteceu o acidente com a véia safada), e para felicidade geral do Arthur um trem passou bem na hora:





E esses somos nós:



Resumo da ópera - não fomos até Banff, como eu tinha pensado originalmente, mas vimos algumas paisagens memoráveis - o momento em que a estrada se abre e que Canmore aparece emoldurada por um lago de um azul profundo, a cidade de Canmore e as suas casas em um estilo mais "alpino", a Highway 40 e as montanhas que estão logo ali do lado, a represa de águas verdes logo que se sai da Highway 68 em direção ao sul, a estrada de cascalho que passa no meio dos parques e a neve que já começou a cair por aquelas bandas.

O carrinho foi impecável. A luzinha de "CHECK ENGINE" continua a acender uma vez a cada 5 dias, e eu descobri como ignorá-la - coloquei um cartão em cima da parte do painel onde a luz aparece e agora não me preocupo mais. Quando estávamos indo para o sul na Highway 68, deu para perceber que a temperatura esfriou MUITO do lado de fora porque a carroceria do carro e as janelas esfriaram, e deu para perceber o frio irradiado de fora para dentro.

Ainda bem que temos ar quente :-).

Vimos neve, pegamos uns flurries, vimos montanhas, lagos, paisagens, um trem e seus 40 vagões, vimos uns veadinhos mas não vimos o URSO!

Que sacanagem. E o pior é que em todo o lugar vimos placas de "cuidado com o urso", "jogue o lixo na lixeira à prova de urso", "tranque seu carro" e outros avisos.

Da próxima vez, da próxima vez...

As fotos estão aqui:

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Toda Sexta-feira no trabalho a gente joga um jogo chamado Wolfenstein - Enemy Territory. É um jogo do tipo "First Action Shooter", em que você atira nos seus inimigos e tenta conquistar um objetivo na Segunda Guerra Mundial.

Se você for um aliado, seu objetivo é invadir um alvo defendindo pelos alemães. Se você for um dos alemães, o seu objetivo é não deixar os aliados atingirem o seu objetivo.

Até que o joguinho é interessante. E o mais legal é que é meio "oficial" de Sexta-feira, a gente costuma jogar toda semana. É mais legal quando o número de jogadores é alto (maior do que três ou quatro), já que com poucas pessoas fica difícil achar algum inimigo.

:-).

Papo nerd.

...

Durante a semana eu pensei em várias coisas para escrever aqui. Mas eu já esqueci tudo. O que dá para lembrar são das coisas recentes:

. Ontem foi o aniversário do Arthur, a gente fez uma festinha aqui em casa, o Arthur se divertiu horrores, a gente conversou horrores e hoje eu estava cansado horrores. Faz parte;
. Hoje o trânsito na cidade estava bom - de manhã e na volta - o trânsito aqui normalmente é bom nas Sextas-feiras;
. E eu acho que eu vou ter que escrever mais aqui no blog no decorrer da noite (ou no final de semana), porque a criatividade acabou.

:-(

Mas eu ainda quero escrever mais aqui!

terça-feira, 21 de outubro de 2008

O carro e outras coisas

Eu comprei o manual de serviço do carro. Da Haynes, na Canadian Tire, por 25 dólares. O livro tem 10 capítulos dedicados à parte mecânica do carro (motor, ar-condicionado, refrigeração, aquecimento, etc...), e um capítulo dedicado à carroceria, que é o que mais me interessava, já que eu queria arrumar a trava da porta deslizante, que em dias frios resolve não funcionar (não dá para destravar a porta).

E começo. É um tira capa plástica para cá, desatarraxa parafuso para lá, empurra painel para cá, puxa cabo para o outro lado, e no fim eu acho o tal do parafuso que regula a trava. E então eu descubro que não é a trava que está com problema, mas sim o pino (na verdade, mas uma chave) que aciona o mecanismo que pode ser regulado que está com problema. E para este danado, o livro não traz instruções.

Mas eu sou insistente e fiquei tentando regular a danada da fechadura. E é um tal de puxa fio para cá e aperta o parafuso que regula, solta parafuso, puxa fio, aperta parafuso, empurra, xinga, e no fim das contas agora eu inverti o problema.

Não dá mais para travar a porta.

Eu espero que a honestidade Canadense (e dos meus vizinhos) seja tão santa quanto se canta.

Mas de resto o carrinho vai bem, obrigado. Depois que o Renato trocou a válvula que regula o fluxo de água entre o radiador e o motor o carrinho do Scooby-Doo também anda mais quentinho, já que agora o ar quente começa a sair logo depois que eu ligo o motor, e não logo antes de eu chegar no trabalho.

...

Quinta-feira o meninão faz 6 anos. Parece que tudo começou ontem, é impressionante como este menino cresce rápido. Agora ele está aprendendo a ler, e para começar o atraso a escola manda quatro livrinhos curtos todo dia e a gente (mais a Soraya do que eu) lê junto com ele. A preguiça de manhã é que está brava, até mesmo porque quando a gente acorda (umas 7:20), o dia ainda é noite e o frio faz jus à fama Canadense. Também está escurecendo mais cedo, e no primeiro final de semana de Novembro, quando o horário de verão acabar (aqui o horário de "verão" vai do meio de Fevereiro ao começo de Novembro, eles tem 9 meses no horário de verão e 3 no horário normal) o dia vai acabar antes das 5:30 da tarde.

É, o inverno está chegando.

Mas neste inverno a gente está planejando seguir o exemplo dos Canadense e fazer passeios e a fins que só são possíveis no inverno:

. Aprender a patinar em um rinque fechado (sem vento e com temperatura a agradáveis -5 C), com apoio para se equilibrar e patins decentes;
. Talvez aprender a esquiar;
. Ir até as montanhas e ver se elas são bonitas no inverno também.

A gente tem que fazer isso para começar a gostar do inverno. O Canadense da gema gosta do inverno por causa dos esportes e dos passeios que só são possíveis no frio, e a gente quer seguir este exemplo para começar a (quem sabe) gostar do frio.

E por hoje é só, pessoal!

Fui!

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

. Eu queria ir em um show do Chico Buarque ouvir as músicas que ele provavelmente não gosta mais de tocar

Construção

Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acbou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego

Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público

Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contramão atrapalhando o sábado

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Frio...

O frio, este danado, está chegando por estas bandas. Hoje o carro estava coberto com uma camada fina de gelo, e graças ao sensacional limpador de pára-brisas para loucos que moram neste país gelado, não precisei raspar o pára-brisa - bastou jogar um pouco do líquido cuja garrafa tem uma caveirinha assustadora e todo o gelo foi embora.

Sensacional.

E na Segunda-feira o Renato trocou a válvula que regula a circulação do líquido entre o radiador e o motor do carro, cuja função é esfriar o motor do carro. A válvula anterior estava estourada e a água circulava o tempo inteiro, fazendo com que o motor demorasse agonizantes dez minutos para esquentar de manhã (e neste tempo o carro fica sem ar quente, já que o ar é aquecido com o calor gerado pelo motor), e também esfriava demais ao se dirigir rápido em um dia frio. Mas agora as coisas estão funcionando como devia - o carro esquenta em dois minutos e não esfria depois.

Voltando ao frio, realmente é outra coisa ver o mesmo do lado de fora do carro e não precisar ficar sentado em um ponto de ônibus gelado esperando o transporte para casa. Óbvio que na expectativa de esperar um ônibus por 15 minutos a gente se veste melhor, mas mesmo assim É frio, e quando está tudo nevado não dá para sentar para esperar o ônibus, quando chove é uma m*, ou seja, o carrinho, mesmo velho e com os seus problemas é MUITO, mas MUITO melhor do que a alternativa. Um dia quando eu for morar na Europa eu vou tentar viver sem carro de novo, até lá eu vou adotar o modo de vida Canadense - dirigir e falar no celular ao mesmo tempo.

A única parte chata, como eu já disse antes, é não ver aquele povo estranho no trem e no ônibus. Ou melhor, "chata" é um certo exagero - embora eu tivesse mais histórias para contar, nem sempre a experiência era totalmente agradável - de vez em quando tinha refrigerante escorrendo pelo chão do trem, nos dias de calor os vagões viram estufas móveis, nem sempre dá para pegar a janelinha e dormir no caminho, e a pior parte de tudo era ter que esperar o ônibus para voltar para casa, depois de passar um dia inteiro na labuta como todo bom filho da pátria.

Voltando ao friozinho. Eu agora já sei que o frio que está fazendo agora ainda é um frio "agradável" - eu não preciso usar gorros e luvas, por exemplo. Mas já acontecem algumas coisas interessantes, como a garrafinha que tinha água às seis da tarde e gelo às oito da manhã, ou o pavoroso gelo negro que eu vi em alguns viadutos mas que não foi suficiente para abalar a estabilidade do meu tanquinho azul de guerra. Mas logo, logo, eu vou comprar os pneus de inverno para garantir que eu fique na linha entre Dezembro e Março.

Aliás, hoje da minha janelinha no trabalho eu vi os telhados brancos das casas da vizinhança. Não branquinhos, mas levemente brancos da geada de hoje à noite. A grama estava levemente "crocante" aqui em frente de casa. Vai ficar bonito quando estiver tudo branquinho e, como eu fiz uma ou outra vez, talvez eu use os óculos de sol para trabalhar. Tudo, menos fechar a cortina! E hoje eu também tive que trocar de computador no trabalho, o meu não era muito sociável e desconectava da rede toda hora, e para fazer o mesmo voltar a vida só mesmo tirando o cabo de força do coitado e colocando de novo. Agora, micro novo e a mesma tralha de antes. Eu brinquei que se o computador novo der o mesmo defeito talvez seja hora de trocar a pecinha que vai entre a cadeira e o teclado, mas eu espero que eles não levem isto a sério.

E agora é hora de ir dormir. Hoje chegamos tarde em casa depois de fazer as compras do dia 15 (quando eu recebo o pagamento).

Fui!

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Sonhos

Quando eu acordo várias vezes no meio da noite (como nesta última noite), e a cada acordada eu interrompo um sonho mais louco do que o outro, eu penso como os meus sonhos se devaneiam quando eu passo a noite inteira dormindo pesado.

Dream. A gente sonha toda noite. Em média, duas horas por noite. Mas, pelo menos comigo e eu acredito que com a maioria da população, só dá para se lembrar de um sonho se você for acordado durante o sonho - como eu nesta noite em que o Arthur resolveu sair da sua cama às três da manhã e terminar o seu sono na cama dos pais. Assim, quando a gente acorda e pensa "não sonhei", na verdade o correto seria dizer "dormi bem", já que o sono não foi interrompido no meio do ciclo REM, que é quando a gente sonha.

Uma corrente de cientistas acredita que os sonhos são o resultado da liberação de uma droga natural no cérebro. Estudos mostram que vários mamíferos também sonham (está lá na Wikipedia). E quando eu era pequeno lá em Caraguatatuba o pessoal do Centro Espírita dizia que os sonhos eram o nosso espírito viajando pelo mundo quando livre do nosso corpo, mas eu acredito na versão científica da coisa mesmo.

A página na Wikipedia é bem interessante. Vale a pena dar uma lida.

...

Troquei o termostato do carrinho. Agora a água não fica circulando do radiador para o motor o tempo inteiro e o motor esquenta em DOIS minutos, o que é sensacional, já que eu não fico mais tremendo durante metade do trajeto até o trabalho.

E hoje o Tutú foi para a escola! Yay! E ele gostou de rever todos os seus amiguinhos! A gente também ficou bem feliz de dar tudo certo. E amanhã tem mais.

Aliás, hoje cedo o vidro do carro estava com uma camada generosa de gelo. Choveu durante à noite, a chuva congelou no pára-brisa do carro e deu trabalho para o bonitão aqui.

...

Lembra que uma vez eu falei do negócio que parecia um Durepoxy mas que era anunciado por um cara barbudo na TV. É este tio aí:



Qualquer semelhança com o pai de um amigo meu, o Chuck, é mera coincidência.

Fui!

domingo, 12 de outubro de 2008

OKOTOKS

Como parte do nosso programa "vamos gastar o carrinho", hoje viajamos para Okotoks, que eu fiquei com vontade de conhecer depois de ler sobre a viagem que a Eliane e o Paulo fizeram para lá. A cidade é bem bonita. Como tudo em volta de Calgary, tem cara de "fazenda", com construções com uma cara diferente e alguns outros lugares que mais parecem um bairro de Calgary, ao invés de outra cidade. E realmente é bem pertinho, são uns 20 minutos de viagem.

E lá, a gente foi no PRIMEIRO MCDONALD'S DECENTE DO CANADÁ! Pois é! Ele existe! Vamos ver:

. Funcionários que falam Inglês (todos) e em bom número;
. Chão limpo;
. Brinquedos para as crianças brincarem (igual ao dos McDonald's do Brasil);
. Nuggets crocantes e que estavam, de fato, gostosos;
. Sprite que estava mais com gosto de Sprite do que com gosto de cola (literalmente, cola);
. Pessoas "normais" (sem moradores de rua e drogados no banheiro).

Sensacional.

Foi tão bom que na próxima vez que quisermos ir ao McDonald's provavelmente vamos até lá.

E ontem a gente foi dar uma volta na região sul da cidade, perto da Anderson Road, que tem uma vista sensacional para as montanhas. Isto é parte de outro programa, o "conheça a cidade de verdade", já que vamos nos mudar em breve e não necessariamente vamos ficar na mesma região onde estamos agora. Se der para ficar, melhor, se não der, tudo bem. Acho que agora a gente pode quebrar as "amarras" que temos com este bairro.

Fui!