quinta-feira, 12 de março de 2009

Milk



Milk é um filme que conta a história de Harvey Milk, o primeiro político abertamente gay a ser eleito para um cargo público na Califórnia. Um dos focos principais do filme é a luta do (de) Milk pelos direitos dos homossexuais, até mesmo porque na época em que o filme se passa (na década de 70), uma tal de Anita Bryant, junto com um tal de John Briggs, tentaram fazer entrar uma lei que expulsaria todos os gays e lésbicas (e simpatizantes) das escolas públicas Americanas.

A lei não entrou, graças à uma campanha ferrenha e graças ao apoio da comunidade gay e de simpatizantes, e também de pessoas que achavam que a história toda era absurda. Mas o casamento gay ainda não é reconhecido nos Estados Unidos. No Brasil, só no Rio Grande do Sul. Nos outros estados, não é proibido mas também não é reconhecido. Como esta informação veio da Wikipedia, vale a pena conferir.

No Canadá o casamento entre parceiros do mesmo sexo é reconhecido perante à lei já há algum tempo (mas não muito tempo). Tanto é que é possível provar a união comum no processo de imigração, o que dá direitos ao parceiro perante a lei Canadense.

Hoje na hora do almoço, por coincidência, estávamos discutindo este tema. Casamento gay, você é contra ou a favor? Pelo menos na mesa, todo mundo era a favor, eu inclusive. Eu sempre sigo algo que meu pai pregou - "não faça aos outros o que você não gostaria que fizessem com você". Eu gostaria que alguém viesse e me dissesse que eu não poderia casar com a minha esposa? Não, eu não gostaria - eu acharia um absurdo. Porque então eu vou meter o bedelho na vida pessoal de outra pessoa, sendo que isso não me afeta?

Para mim, isso encerra a questão. Mas existem dogmas religiosos na história - e como eu não me considero religioso já há vários anos, não vou andar por esta tortuosa estrada.

O que foi interessante na discussão, de verdade, foi quando começamos a conversar sobre adoção de crianças por casais gays. Eu falei "bom, nada contra - acho que não vai fazer mal para a criança crescer tendo papai e papai ou mamãe e mamãe (ou algo do tipo)". Mas aí que veio a frase "é, mas se a criança crescer com papai e papai, ela não vai entender tudo errado?".

Bom, não, ela não vai. Porque se casamento do mesmo sexo não é uma coisa errada, não há nada de errado nem torto no fato de que a criança foi criada por dois pais do mesmo sexo. Os valores de uma sociedade mudam conforme a sociadade muda. Se um dos pilares da sociedade é a família, uma família com mamãe e mamãe é uma família errada? Quem julga isso? Eu? Eu já passo apuros tentando cuidar bem da minha família, não vou meter o bedelho nem julgar a família dos outros.

Eu não acho que homossexualismo e pedofilia andem juntos (uma preocupação relativemente comum), então eu acho que uma criança adotada por uma família de homossexuais corre tanto "riscos" quanto uma criança adotada por uma família de heterossexuais. E assim como a recíproca é verdadeira, uma criança adotada por homossexuais não será homossexual por conta disso.

Eu não gosto de ver homem beijando homem. Eu particularmente acho nojento. Eu tento não ficar chocado quando eu vejo cenas de homossexualidade (homem beijando homem é um bom exemplo), é algo que eu não entendo. Mas não é algo que eu condeno. Eu posso dizer abertamente que eu não gosto de ver homem beijando homem e também dizer que eu não sou preconceituoso, e não ser hipócrita. Porque existe uma diferença grande entre uma coisa e outra. Se algum dia eu tiver que votar contra ou a favor qualquer tema relacionado aos gays, seja casamento, seja adoção de crianças, seja ensinar em escola públicas, eu sempre vou votar a favor dos gays - porque eu acho que tirar a liberdade de alguém é o pior crime que existe, e porque eu não gostaria que fizessem algo similar comigo se eu estivesse na mesma situação.

A minha verdade é a minha verdade e não é a verdade que eu quero para os outros. Cada um faz da sua vida o que quer, com todas as liberdades que a vida possa lhe dar.

Fui!

2 comentários:

ReMiGaLu disse...

Li que o dublador brasileiro do Sean Penn não quis dublar o personagem gay neste filme, mas não sei se é verdade...

Soraya Wallau disse...

Êeeeee!!!!É isso aí Raw!!! Por isso q eu te amo! Bjos bem grandes!