sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Preciso dar um nome mais criativo pro meu blog...

Me At Canada é meio manjadão... Mas eu sou RUIM de marketing que é uma beleza. Olha só:

. Cafofolândia (blé);
. As incríveis aventuras da família Wallau (búúú);
. Longe de casa mas perto do coração (me dá a injeção de insulina);
. Pinguim só no polo sul! (nada contra o "A Marcha dos Pinguins");
. Eu vim para o Canadá e lambi o poste (não posso mentir, não lamberia o poste por nada deste mundo);
. No Canadá cana dá (uma variante do "se eu cozinho, é meu?" mas sem nenhuma sacanagem);
. Canadá só com cana dá (só bebendo para vir para cá? não é bem assim);
. Tenho um maquinista em casa! (o moleque adora trens);
. A rapadura é doce mas não é mole não (negativo demais);
. Meu trem é uma Babilônia! (este é legalzinho);
. Tem um senhor de Cuba do meu lado (isto aconteceu ontem);
. Qual é a língua? (a piada está perdendo a graça);
. Virei fã da Ikea (meio gay e muito regional);
. Vim para o Canadá e virei escritor (criei um blog, pelo menos);
. Eu não posso beber na rua! (sem graça);
. Freezing (totalmente sem graça).

É, acabou. Não consigo pensar em mais nada. Preciso voltar para o trabalho.

Tchau, amigos!

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

A TOC nossa de cada dia

O Arthur de vez em quando vem com a história de que a gente não pode pisar na linha que divide os azulejos. E ai de quem pisar. Se a gente coloca o leite dele do microondas e não lembra de perguntar se ele queria apertar o botão, ele vem, pára tudo e começa do zero - inclusive tirando e colocando o leite do microondas.

De vez em quando a gente conversa sobre isso, e eu digo que é normal - eu me lembro de algumas manias que EU tinha. Acho que todo mundo tende um pouco ter um comportamento obsessivo.

Quando eu era uma criança pequena lá em Caraguatatuba, eu gostava de montar "estruturas complexas", como o Arthur faz aqui em casa. E, como ele, EU tinha que montar. Se alguém colocasse a mão não rolava, só desmontando e montando de novo.

De uma reportagem na revista Veja publicada em 5 de maio de 2004 (este é um trecho da reportagem que eu nunca esqueci):

As manias são uma espécie de atavismo. Sob a ótica das teorias evolucionistas, algumas delas foram essenciais para o desenvolvimento e a preservação da espécie humana. De nossos antepassados longínquos, sobreviveram os mais prudentes e precavidos – justamente os "maníacos" por estocar alimentos, zelar pela prole e evitar as ameaças naturais. Ter uma ou outra mania, portanto, está dentro do quadro de normalidade. Elas nos tranqüilizam em relação a perigos, ajudam a organizar a rotina e até a passar o tempo.
(a reportagem original está em http://veja.abril.com.br/050504/p_130.html).

Às vezes eu tenho uns poucos comportamentos "estranhos":

- De vez em quando eu fico tentando achar relações entre os números, como em placas de carros. Diferentemente do protagonista do filme Mozart e a Baleia, eu não fico doido quando os números não batem (quando não há relações), nem fico procurando placas que nem um louco varrido quando estou nervoso. Eu faço isso quando não há absolutamente NADA para fazer, e quando há placas para se olhar;
- Eu tenho mania de ficar passando os meus dedos rapidamente pela ponta do meu polegar. Graças à vigilância acirrada da mala sem alça da minha esposa, e pela carga estática gerada aqui nesta terra sem umidade (arrumei, tinha escrito humidade, só é certo em Portugal) no ar, estou perdendo este tique nervoso;
- Esta é meio nãrd, mas o Outlook TEM que ser o primeiro programa na barra de tarefas do meu computador. Se não for eu fecho tudo e abro de novo. Já conheci outras pessoas com o mesmo costume, por incrível que pareça.

Acho que todo mundo tem um pouco destes "tiques". Eu de vez em quando me pego encanado se o lugar onde eu ponho a mão no ônibus (a barra) está limpo, se é uma encostar a cabeça na janela para dormir, se eu devo comer a galinha da macumba, mas aí eu desencano e mando bala.

E nós?

Ontem o Arthur ganhou uma roupa de maquinista de dia das crianças. Super chique:



Eu preciso colocar as fotos dele com esta roupa. Ele ficou todo orgulhoso da sua roupa, que vem com relógio, macacão e até passagem de trem (que até é decente). Os cartões postais começaram a chegar no Brasil, parece que a greve dos correios acabou mesmo mas deixou uma vítima, a Cinthia, priminha do Arthur - eu mandei o cartão dela há muito tempo atrás mas até hoje não chegou, uma pena.

Hoje eu estava lendo uma reportagem sobre o filme Tropa de Elite, que acabou de estrear (oficialmente) no Brasil. Me deu vontade de ver mas, aqui, só baixando da Internet mesmo. Engraçado que ontem a Soraya ligou para a mãe dela e eles estavam vendo a grande família, a rede Globo faz uma falta aqui (até Telecine está fazendo falta, pelo menos passava algum filme mais ou menos recente). Dizem as más línguas que é fácil assinar a Direct TV (ou Sky) Americana aqui em Calgary, tem muita gente que faz isso. Fazendo isso, você pode ganhar a Globo Internacional na sua casa. Mas o processo é totalmente e absolutamente ilegal, já que por conta de alguma legislação tosca do Canadá os canais dos Estados Unidos não podem passar aqui (a não ser que tenha algum canal correspondente, algo assim).

Fiquei meio chateado ontem porque parece que o meu diploma de Colegial Técnico (que valeu para eu conseguir a minha Work Permit como Software Product Developer), para o processo de imigração (residente permanente), só vale como High School (colegial), é como se as horas técnicas não valessem nada. Ele só vale alguma coisa se for depois do colegial, e neste caso, necas. Eu até consigo os 67 pontos com o Inglês em "High" em leitura, escrita, fala e listening. Se eu esperar completar um ano eu ganho uns pontos de adaptabilidade e fica bem mais fácil (ou apenas mais fácil).

Depois eu explico melhor o esquema dos pontos, basicamente você ganha pontos por educação, idade, experiência, idioma e adaptabilidade. Você precisa de 67 pontos para receber a residência permanente, menos que isso é difícil (ou impossível). Assim que funciona :-). Melhor é eu ficar um ano trabalhando aqui e aí dou entrada no processo, ganhando mais cinco pontos, fico neste caso com uma margem de segurança... E não preciso gastar mil e duzentos dólares tão cedo. Hmmm. Até que é interessante esta idéia.

E também passo por um inverno aqui para congelar a dentadura!

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Carta?

Olá fulano, beltrano, cicrano:

Cá na terra fria estamos indo bem. Agora ao acordar de manhã a luz do sol já não dá mais o ar da sua graça - mas lá pelas tantas ele resolve aparecer e a gente consegue terminar de acordar. Hoje o ar estava meio úmido e parecia mais frio do que realmente estava, e eu passei um pouco de frio - vou ter que abortar minha macheza e voltar a usar duas calças.

O menino está indo super bem na escola. Além de aprender o beabá do Inglês, a gente também está ensinando à ele as tarefas do lar:


De vez em quando ele lança alguma expressão nova em Inglês que ele aprendeu com os coleguinhas ou com o professor. De todas as coisas que eu vi aqui no Primeiro Mundo a que mais me impressionou foi a escola, até fonoaudiológa e professor específico de Inglês o bichinho tem. Ele está bem adaptado, de vez em quando fala alguma coisa do Brasil, mas a gente sente que ele está super feliz. Seu quarto é uma bagunça (saudável), e agora que eu dei um rolo de barbante para ele montar suas estruturas complexas, está parecendo mais é uma teia de aranha gigante.

Os amigos continuam no Brasil fazendo inveja para a gente, ligando do celular na sinuquinha noturna, a gente fica feliz e dá vontade de estar por lá para bebericar um pouco ou lançar uma bola longe da caçapa (e da mesa). A família também está bem por lá, vamos nos ligando sempre para contar as novidades que sobram depois que eles lêem o blog (é sempre bom dar uma atualizada pessoalmente de qualquer jeito). Sogrão e sogrinha mudando de casa, mamãe esperando a melhor data para conhecer a terrinha e papai cuidando das suas crianças. Irmãozinho terminando a residência em medicina, e agora o irmão mala mais velho tem que perguntar, quando é que vem um sobrinho?

A Soraya está bem, está feliz com o seu inglês que vai melhorando a cada dia, feliz também porque as pessoas do Canadá são super normais e desencanadas com tudo, inclusive com o fato de que há pessoas aqui que não tem aquele Inglês (nós três, basicamente). Todo dia ela conversa com alguém da escolinha e o Arthur já tem uns amiguinhos mais chegados, a gente sabe porque ele fala deles quando chega em casa.

Falando de novo do Arthur, no dia 23 ele faz cinco anos. Passa voando. Sexta-feira é dia da criança e eu preciso comprar um presentinho para ele (a gente já sabe o que quer). E aí no final de semana a gente vai comprar mais um round de roupas de frio. Desta vez, vai ser o kit neve para o Arthur e umas roupas de baixo quentes para a gente. Está começando a esfriar para valer aqui, ainda teremos mais uns dias com a temperatura chegando a quinze graus no fim da tarde, mas a mamata vai acabar.

E eu vou aqui, usando uma meia horinha do meu dia de trabalho para escrever umas bobagens no blog. E o trabalho vai bem, os dois Chineses que trabalham comigo estão melhorando (um bem mais do que o outro), e logo deve começar a trabalhar uma mulher do Iraque com a gente.

E, sobre o Canadá, é engraçado parar para pensar que a gente está aqui. A vida não é fácil (não é fácil é meio pesado - o sentido seria de que não é uma mordomia), mas também não é difícil. Acho que a gente ganha proporcionalmente o mesmo que ganhava no Brasil, talvez um pouco mais, talvez bem mais, não sei dizer ao certo. Ganhar o salário semanalmente ajuda a controlar melhor os gastos, você tem uma previsão melhor do que vai acontecer e de quando é possível gastar. Em relação ao "viver fora", é super simples. Nossa família é pequena, a cidade é agradável, a casa é confortável e a nossa alma Cigana ajuda bastante também.

E é isso aí. Fiquei pensando na música "Bye bye, Brasil" antes de escrever esta carta. A música é meio deprê mas sempre tem umas coisas com o qual a gente se identifica. Do quê eu sinto falta do Brasil? Amigos, família e comida, isto sempre vai fazer falta, somos seres humanos, ora pois. Cultura (ok, eu fico ouvindo música Brasileira metade do dia), carnaval, praias, calor, sinceramente estou passando bem sem (acho que vou sentir falta da praia cedo ou tarde - eu cresci na praia).

Ah, e o que eu não daria por uma farofinha (eu vou é na Loja de Produtos Brasileiros, que até Catupiry têm).

E encerro esta carta porque minha meia hora acabou e eu preciso trabalhar.

Fui!!!

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Sem horror da segunda-feira: Thanksgiving

Como em toda segunda Segunda-feira de Outubro, hoje foi o feriado de Thanksgiving aqui no Canadá. Esta data foi criada para simbolizar a gratidão pelo fim da colheita (e pela boa colheita que foi feita), e o prato símbolo deste dia é o bom e velho Perú (Turkey aqui na terrinha). Na Sexta-feira deu no jornalzinho gratuito aqui da cidade que alguns cidadãos de Vancouver, sem nada na vida para se preocupar, resolveram ficar semi-nús no meio da rua para protestar contra a matança de Perús para prover as refeições do Thanksgiving. Na hora que eu li bem que achei que fosse piada, tive que ler de novo, mas já vi gente protestando contra cada coisa que no fim não duvidei.

Se for para protestar contra a morte de algum bicho, eu protestaria contra a Lagosta, que morre na água fervente. O Perú é decapitado ou tem o pescoço quebrado, em qualquer um dos casos ele não sente nada. Na minha humilde opinião de carnívoro impiedoso, os animais que sofrem na hora de morrer são:

. Lagosta, como eu já disse, que é jogada na água fervente;
. Peixes em geral - começa com a dor lancinante do anzol e depois os coitados morrem sufocados;

Hmmm... Acho que eu ia fazer a lista maior, mas eu não lembrei de mais nada que eu achasse estranho. Bois são postos pra dormir (com uma pancada na cabeça), antes de serem mortos com um golpe na veia jugular. Galinhas e Perús perdem a cabeça. Porcos sofrem se for na Romênia. No fim das contas a minha conclusão é que é um desperdício de energia protestar contra a morte de um bicho comido no Natal e no feriado de Thanksgiving. É quase como protestar contra a exploração do serviço das Renas pelo Papai Noel.

What else?

Hoje a gente resolveu ir no cinema. O único filme que a gente achou que poderia agradar o Arthur é o Surf's Up, o filme dos pinguins surfistas. O que eu achei estranho é que estava em cartaz em apenas um cinema da cidade, o Canyon Meadows. E foi aí que a gente descobriu (mais) uma coisa interessante aqui do Canadá, cinemas para filmes que acabaram de sair de cartaz.

É simples. Depois que o filme foi exibido por várias semanas no cinema e já está para sair nas locadoras da vida, ninguém vai querer pagar 10 dólares por um ingresso. Mas, como o Canadá é a terra das oportunidades, o filme é passado (provavelmente por um precinho camarada) para um cinema como o Canyon Meadows, que cobra 5 ingressos por um ingresso normal e apenas 3 dólares por um ingresso de matinê. É bem legal. Transformes, Knocked Up, Surf's Up, No Reservations (agora eu não sei mais o nome de NENHUM filme em Português), todos estes filmes já saíram (ou estão para sair em DVD), mas ainda dá para ver na tela grande. E por um preço deveras camarada.

Tudo bem que o cinema é looooonge, mas pelo menos a caminhada de oitocentos metros do trem até o complexo onde ficam os cinemas é feita em um trecho totalmente plano. Aleluia!

E ontem a gente comeu a primeira pizza não apimentada aqui no Canadá. Nós mesmos que fizemos a massa, com fermento biológico, farinha de trigo, água, óleo, sal e açúcar. Ficou um pouco oleoso, depois a gente vai cortar a quantidade de óleo pela metade, mas valeu! Ficou muito bom. Fizemos também umas esfihas de carne, que não deveram, em gosto, às que a gente costumava comer no Brasil. A cara ficou horrorosa, porque a nossa capacidade artesã anda meio limitada.

E infelizmente o feriado está acabando. Amanhã volto à labuta. Fui!!!

domingo, 7 de outubro de 2007

Sabadeira

Hoje a gente acordou com a idéia de fazer as compras no mercado, e de também arrumar uma bota para a Soraya. Os planos eram de ir até a Super Store e depois, antes ou durante dar um pulinho da Winners e achar a tal da bota. Como isto tudo seria muito complicado e cansativo, e como o estoque de iogurte do Arthur ainda duraria mais um dia, decidimos mudar nostos planos e ir para o centro da cidade, onde também há uma Winners.

Bom, a gente foi em uma ou duas lojinhas antes de ir para o tar do Calgary Eaton Centre (claro que a Wikipedia tinha um artigo para isso). O lugar é muito bonito:



Lá a gente conseguiu comprar o que a gente precisava, sem gastar muito, o que é ótimo. Outra coisa que a gente achou por lá foi o(s?) Devonian Gardens.

Lá dentro havia passarinhos:


Estátuas de crianças conversando:


Gente chiquetosa:


E plantas, várias plantas:


E poraí vai. O lugar é muito bonito. Se você, leitor deste blog, está em Calgary, vá neste shopis centis e conheça também o Devonian Gardens, que fica no último andar. O endereço é 333 7 AV SW, fica no quarteirão delimitado pelas terceira e quarta ruas e sétima e oitava avenidas (SW).

Olha o Arthur subindo a escada rolante:


E este sou eu:


E estes são uns prédios do centro da cidade:


Agora teclando... Nós pegamos o bumba de volta para casa e paramos na locadora para devolver uns filmes e pegar uns outros (tipo encher refil). A gente sempre costuma ficar por lá uns 20 minutos e depois pega o próximo ônibus para chegar em casa - acho que a gente esperou uns 10 minutos no ponto e o mesmo chegou. Na hora que a gente entra, um FEDOR terrível, uma hora o motorista parou o ônibus e perguntou o que ela aquele cheiro, e aí alguém explicou que duas crianças soltaram uma bombinha (tipo fedidinho), que tinha aquele cheiro. O cheiro era de peido de repolho podre. Horrorível. Puta merda. Me lembrou de um dia em que a professora, lá pela sétima série, teve que parar a aula por causa do peido de algum cidadão (não, não fui eu).

Nossa, eu abri todas as janelas do ônibus. Esta mulher sofreu:


E a gente também:


E o dia, no fim da contas, até que estava bonito:


Nossa, acho que nunca coloquei tanta foto em um post só. Hoje a gente conheceu mais um lugar muito bonito daqui de Calgary. Não sei como são as outras cidades Canadenses, mas esta aqui costuma surpreender, e normalmente as surpresas são boas (ainda bem).

Fui!

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Quatro meses...

Há exatamente quatro meses, no dia 5 de Junho, eu estava embarcando para o Canadá no aeroporto de Cumbica.

Neste dia, se não me engano, o roteiro foi terminar de arrumar as coisas, verificar se estava tudo em cima (passaporte e demais tranqueiras), e ir até a loja do sogrão para a carona até o aeroporto.

Como eu quis dirigir, não foi tecnicamente uma "carona", mas eu me lembro muito bem deste dia. A rodovia dos Imigrantes me pareceu particularmente bonita naquele dia, acho que eu devia estar com zilhões de coisas na cabeça. Em compensação, a via Dutra estava engarrafada como eu nunca vi. Ainda bem que a gente saiu de casa beeeem antes, e por causa disso eu cheguei no aeroporto no horário certo. Fila, documentos, despedida breve porque podia demorar na hora de passar pela Polícia Federal.

Mas no fim das contas foi tudo tranquilo. Como a Soraya já explicou no blog dela, o Arthur só foi se tocar que eu fui embora quando eles estavam voltando para Santos, e aí também abriu o berreiro. Se quiserem ler a história, está aqui. A idéia original era eu ficar aqui apenas três semanas, conhecer a empresa, e então voltar, ficar mais umas três ou quatro semanas no Brasil, e então vir de mala e cuia.

Como dá para perceber, as coisas não foram bem assim. Estou aqui até agora. Um mês depois da minha chegada aqui (exatamente um mês depois), a Soraya e o Arthur chegaram aqui. O moleque de chapéu de caubói - a hora que ele me viu ele gritou "Raviiiiii" (não sei porque ele disse Ravi e não papai, acho que é porque eu e a Soraya nos chamamos pelo nome, e não por apelido). Estamos aqui até hoje :-) Se eu soubesse que ia ficar tanto tempo teria me despedido apropriadamente das pessoas, e acho que também tentaria ter vendido o carro (ou pelo menos aprontado as coisas para vender). E teria trazido mais DVD's.

Eu estou na expectativa de ir para o Brasil em Outubro ou Novembro. Agora em Outubro eu devo ir para um evento em São Francisco, e se não der nenhum rolo eu encontro a Regina e o Herbinho por lá. Digo se não der nenhum rolo porque já rolou tanta, mas tanta história aqui, que eu agora só acredito em milagre quando o aleijado andar:

Um curandeiro reuniu centenas de deficientes no teatro da cidadezinha prometendo curar todos. Chamou ao palco um aleijado numa cadeira de rodas.
- Eu vou te curar e a partir de hoje você vai andar.
Colocou o aleijado atrás de um biombo que havia no palco e se dirigiu á platéia:
- Alguém mais quer testar junto com o aleijadinho os meus poderes de cura?
- Eu guero! - gritou o fanho. - Eu guero deijar de zer vãnho!
- Suba ao palco e vá para trás do biombo - ordenou o curandeiro.
Com o aleijado e fanho atrás do biombo, o curandeiro começou a dizer as palavras mágicas e ordenou:
- Aleijado, levanta e anda!
Nada aconteceu.
- Aleijado, levanta e anda!
Nada aconteceu.
- Fanho, fala!
Nada aconteceu.
-Fala, fanho!
Ouve-se uma voz detrás do biombo:
- O aleichado caiu !!!

Acho que bateram umas saudades a mais hoje. Tem um monte de coisa esperando na fila para acontecer (habilitação, dinheiro, permissão de trabalho da Soraya, viagem para o Brasil, terminar de comprar as coisas para a casa), mal posso esperar para ir riscando os itens da lista.

Hoje eu escorreguei no gelo aqui... Não cheguei a cair, mas não percebi que era gelo, parecia só um trecho molhado da passarela. Eu dei uma bela de escorregada, mas graças ao meu afinado equilíbrio (eu não consigo fazer poli-tamanco, sou cabeçudo e careca, alguma compensação eu tinha que ter) eu nem precisei segurar no corrimão :-). Acho que estava -1 grau hoje. Eu quebrei totalmente o assunto com este parágrafo. Era só algo que eu tinha que contar. Vou retomar a linha de raciocínio no próximo.

Minha avaliação daqui? Mais fácil do que eu pensei que fosse ser. Óbvio, existem alguns revezes. Ontem eu tentei falar com o Chuck e com o Kb.Lo (Raphael e Luiz Fernando), e fiquei meio chateado por não ter conseguido, vou tentar de novo hoje. De vez em quando bate uma saudade, mas eu estou sempre conversando com os meus amigos e com os meus pais, falo com a minha mãe umas duas ou três vezes por semana, e mantenho este blog. O blog é uma coisa fantástica. Não que eu me importasse em contar a mesma história 50 vezes, eu gosto de conversar, mas é bom este sentimento de "compartilhação".

De resto, quem lê este blog já sabe. Eu PRECISO de um carro, nós dois precisamos dirigir (eu e a Sô), até o Arthur está querendo um carro. Nossa, ainda mais aqui, onde é tudo mega espaçado (e espalhado). Eu sinto muita falta da comida Brasileira, mas eu já combinei com a Soraya que a gente vai aproveitar o final de semana prolongado para exercitar os nossos dotes culinários. Vai ser biiito. Como aqui o que mais tem é Chinês e afins, sobram restaurantes de comida Chinesa, Vietnamita e afins. Tem vários lugares que servem hamburguers e alguns Italianos. Eu estava contando que eu adoro comida Italiana (macarrão, gnocchi, lasanha), e que em São Paulo (e mesmo em Santos), tem a rodo. O Chinês que trabalha comigo (que já comeu carne de cachorro, propositalmente), e que estava na conversa, me disse que não gostava, e eu disse "well, I don't like very much Chinese food too (fucker), all those noodles, it's ok, but...".

Bom, isso aí. Vou comer. Este vai ser um final de semana engordativo. Até!

Fui!!!

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Esclarecendo...

O que caiu ontem foi uma tal de "Hail". A onipresente Wikipedia tem um artigo sobre a mesma, e este pode ser visto clicando-se aqui.

Mas o que importa? De hoje para amanhã teremos Flurries :-), aquela nevinha sem vergonha, mas como ela vai cair das dez da noite até às onze da manhã, e como a temperatura vai ficar negativa até umas onze da manhã, deve acumular um pouco no chão (há uma conexão entre os fatos - só neva se a temperatura do ar tiver negativa).

Hmmmmm. Que mais? Hoje eu entrevistei uma mulher que era do Iraque. Ela falou isso com um ar de "hmmmm, acho que eles não vão gostar", mas no fim ela foi uma das melhores pessoas que eu já entrevistei pela minha empresa, mesmo não sabendo especificamente o que a gente precisa. Acho que talvez ela venha trabalhar com a gente. Alguém falou alguma coisa (pelo fato de termos mais uma mulher no escritório), e eu e o Eugene falamos "olha, primeiro, ela tem aliança, segundo, ela é do Iraque, VAI SABER se o marido não é doido".

Fui!

Adicionando, o Hail é o popular (ok, não tão popular, eu vi umas duas vezes na vida) GRANIZO!!!

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Neve?!

Estávamos em casa, a Soraya vendo TV, eu fazendo alguma outra coisa, o Arthur brincando no quarto dele, quando vem um barulho de chuva do lado de fora. E, para a gente ouvir alguma coisa do lado de fora, é porque está fazendo barulho MESMO, graças às janelas duplas...

Na hora que a gente abre a cortina:

Neve?!

Será? Estava com uma cara de granizo:


Acho que é "Wet Snow", uma neve que tem bastante água. Eu, profundo conhecedor de neve, frio e gelo (ô, 23 anos de praia e 6 de interior), pelo meu achômetro, não acho que seja neve para valer. De qualquer jeito, não era duro que nem gelo. Sabe aquelas propagandas de ração de cachorro onde a pessoa aperta a ração e mostra como ela é macia? Pois é, é assim. Parece cocozinho de coelho albino. De qualquer jeito, o Arthur adorou:



E eu, macho que só eu, fui para o lado de fora de chinelo, e não podia perder a oportunidade de ficar em pé sobre o gelo/ neve/ wet snow/ whatever:


Eu saí de casa de Havaianas. Cara, esta merda branca é fria. Puta merda. Coloquei o chinelo e até agora o meu pé não está totalmente quentinho ainda.

A Soraya apreciou o espetáculo de longe:


E o Arthur, de perto:


Bom, isso aí. Se foi neve de verdade ou não, não importa, o que importa é que foi da hora. E agora já derreteu tudo, porque a temperatura agora é de uns cinco ou seis graus.

E agora eu vou dar uma fuçada nos outros blogs. Fui!!!

Abraço amigos!!!

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Shorts

Ontem eu fiz o meu exame teórico para tirar a Carteira de Habilitação Canadense. A prova tem 30 questões, você faz em um computador com tela Touch Screen (coisa fina), e ele vai dizendo se a questão que você acabou de responder está certa ou errada. O score mínimo são 25 questões certas.

Durante a prova, você poder apertar o botão skip para responder uma questão depois. Lá pela questão número dez chegou uma louca para fazer a prova - a cada questão acertada ela comemorava como se tivesse feito um gol em final de copa do mundo. Pensei em falar "shut your fucking mouth, bitch motherfucka, maldita lazarenta", mas a minha concentração voltou e eu acabei a prova em oito minutos, ao invés dos cinco usuais :-). Precisamente, a prova acabou na questão 28, já que ao acertar esta questão eu automaticamente atingi o score necessário. Primeira etapa batida, agora é a próxima.

E a próxima foi fazer o exame de vista. Você faz lá mesmo. Sem frescura de médico credenciado. Passei de prima, etapa batida, a próxima é entregar a tradução da sua habilitação (para o Inglês), e a tradução original, que nunca mais me será devolvida! Sacanagem!!!

Agora eu estou com a carteira de aprendiz, classe 7. Em quatro semanas o pessoal vai dar o positivo para a minha carta Brasileira (para valer como experiência e eu pular a etapa de aprendiz), e aí sim eu posso tirar uma carta "cheia".

Aqui no Canadá você pode tirar a classe 7 com 14 ou 16 anos, não lembro agora. Você só precisa fazer o exame teórico. Depois disso, você só pode dirigir de dia e com alguém que tenha carta "cheia" (classe 5), por um ano, até fazer uma prova de direção ir para a classe 6, que ainda tem algumas restrições. É legal porque dá para aprender a dirigir (legalmente) com os pais aqui no Canadá. A classe 7 é de aprendiz.

Agora é esperar. A minha habilitação classe 7 chega em até dez dias. Depois disso eu não preciso mais andar com o passaporte.

Fui!

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Comida...

Eu tenho sonhado com uma farofinha daquelas bem crocantes com pedacinhos de linguiça e uma couve na manteiga para complementar. Tudo isso com um pratão de arroz com feijão (preto, com caldo bem grosso) e uma Brahma trincando de gelada pra fechar.

Também sinto falta do Pão de Queijo, do Tabapuã, da Picanha do Grano, e da Picanha em geral, assada na grelha (aqui tem, é boa, mas não é tããão boa quanto a que a gente tem aí). De vez em quando eu me lembro daquele Risóles de queijo do boteco do lado da Rodoviária do Jabaquara, tão gorduroso que eu fazia um buraquinho para escorrer o óleo. E o pão francês com manteiga na padaria lazarenta da esquina?

Uma vez, nos meus finados dezoito ou dezenoves anos, quando eu ainda era estagiário na Cosipa e ganhava míseros trezentos reais por mês, fui obrigado a esperar o bumba para Caraguá por umas três horas, na Rodoviária do Guarujá. Eu normalmente pegaria o mesmo em Santos, mas por alguma complicação era mais fácil ir para o Guarujá e esperar lá. Resolvi dar um rolê e parei em um boteco que servia feijoada. Para mim o valor era uma fortuna, ainda mais na época, devia custar uns 15 ou 18 reais, mas eu pensei "bom, vamos lá". Acho que foi o meu primeiro almoço com meu dinheiro em um lugar fora da Cosipa.

Achei um lugar, pedi uma coca-cola e a feijuca. Primeiro o cara manda o molho da feijoada... Eu, olhando aquele boteco lazarento com aquele plástico nojento na mesa que só serve para grudar a pele do braço, pensei que aquilo fosse tudo... E fui comendo o molhinho pensando, "que coisa", até que o Paraíba trouxe a feijuca, a verdadeira, curtida, densa, quente pra cacete, e que dava para uns dois de mim. Cara, eu lembro daquela feijoada até hoje. Não porque ela me trouxe consequências desagradáveis depois, eu devo é ter dormido a viagem inteira depois, mas porque pela conjunção de fatores (fome, refeição paga com o próprio dinheiro, boteco nojento, rodoviária), foi algo memorável :-)

E como eu queria comer aquela feijoada agora... Ainda mais porque agora é hora do almoço e eu não sei se como em um Italiano estranho, um Chinês tosco ou um sanduíche meia boca.

Adicionando: Hoje comi um pedaço de pizza e seis asinhas de frango :-)