Primeiro, as novas - Vancouver não rola.
Pois é. Sem entrar em muitos detalhes mas já entrando, a gente não tem cliente em Vancouver nem em BC, eu preciso estar no escritório - aparentemente eu estar junto com os outros desenvolvedores é importante, etc...
Mas não faz mal.
Em Julho nós vamos até Vancouver para ir no Circo du Soleil, e se os meus planos derem certo e funcionarem, vamos até Seattle também. Se bobear, garota eu vou para Califórnia, mas San Fran acho que é muito longe. E vamos com a Van vermelha. Eu vou fazer cada centavo dos 900 dólares que eu dei a mais naquela vanzinha valerem a pena. Eu já andei fácil uns 20 mil quilômetros (eu acho, para falar a verdade eu chuto), 900/20000 = até agora eu paguei 4.5 centavos por quilômetro de carro que eu usei (of course, fora a gasolina e o óleo).
Se eu chegar a 90000 km rodados, vai ser 1 centavo por quilômetro rodado de carro. Pense bem, uma nova, que custa 30000 dólares, ia chegar a 1 dólar por KM só depois de 30000 km.
E hoje o meu chefe me disse que o barulho de "vento" que eu odeio tanto pode simplesmente ser a borracha da porta que secou. Eu vou pesquisar no Google para ver.
Bola para frente.
Ao invés de aprender a surfar, vou tentar esquiar.
...
Um causo:
Hoje eu perdi o meu telefone (mas já o recuperei). Fui na Best Buy devolver a câmera barata que a gente comprou e não gostou, depois fomos em uma sorveteria, e no caminho para comprar um brinquedinho que o Tutú guardou dinheiro para comprar, percebi que o celular não estava comigo.
E procura. E fuça. E eu lembrei de mexer nele na Best Buy para ver a avaliação de uma câmera, e alguma coisa me distrair. É. Eu perdi. Na Best Buy.
Compramos o brinquedinho do menino, parei no posto de gasolina mais tosco de Calgary onde teoricamente um Zé vem encher o tanque do carro (mas hoje o Zé não estava lá), desisti do posto tosco e fui em um posto decente, e fui até a Best Buy.
Nada. Não estava lá.
"Merda", eu pensei. Fui na sorveteria em que a Soraya foi matar o seu desejo de grávida.
Nada. Não estava lá.
"Puta Merda", eu pensei. Viemos para casa. Liguei o computador para conferir onde estava o celular no Google Latitude (o Google Latitude é um serviço em que a minha localização atual é enviada para uma central e disponibilizada para os meus amigos), mas antes que eu sequer entrasse no computador, resolvi ligar o celular mais uma vez. Só para desencargo de consciência, sabe como é - na prática eu já estava pensando "AINDA BEM QUE EU FIZ A PORRA DO SEGURO".
Ligo. Toca, toca...
ATENDE!!! Pensei "pfuuu, recuperei ele".
Um menino atende o telefone. Papo vai, papo vem, vem a mãe dele falar comigo e me explicar o ocorrido - o filho dele achou o celular na Best Buy e, sei lá porque cargas d'água, resolveu não levar o tremendão para o departamento de atendimento ao consumidor - ao contrário, ele resolveu levar o celular consigo mesmo.
Estranho. Mas eu acho que eles acordaram para a vida. Marcamos de nos encontrar no Mack's que fica perto da locadora, e desta vez eu liguei o Latitude no telefone da Soraya, e vi que eles realmente estavam por perto. Liguei, disse que eu era o cara com cara de mau na Van vermelha, e esperei.
E lá eles vieram, mãe e filho. Novinhos, os dois. A mãe tinha menos de 30 e o menino, menos de 15. Eles me devolveram o celular, pediram desculpas, agradeceram e foram embora. O telefone estava inteiro mas o menino me mudou os papéis de parede.
Eu acho que eles eram refugiados de algum lugar - eu acho que não tinha pai nenhum na história, e eu acho que o menino pegou o telefone de curiosidade e porque ele achou que era da Best Buy, estava solto (normalmente os telefones ficam presos na parede), ninguém ia sentir falta e pronto.
Mas... Tudo bem... Recebi meu telefone de volta...
Ele apagou os contatos até a letra "G" (adeus amigos cujo nomes começam com "A", "B" (Battalion Park School), "C" (Cecília, Cinara, etc...), "D" (Dan e outros), "E" (Emerald Associates, Eliane), "F" (Fabrício), ele retirou o meu link com o Facebook e todas as fotos que eu tinha para os meus contatos!!!, ele mudou meus panos de fundo...
Nada que meia hora não resolva. Mas sacanagem... Eu não fiquei bravo porque ele é um menino e eu acho que ele teve o bom senso de devolver o telefone quando ele viu que tinha dono, eles me devolveram sem alarde, mas eu fiquei meio chateado.
Mas faz parte.