quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Está tudo escuro lá fora.

Também, eu sou o único coitado que sobrou no escritório. Hoje eu fui assinar o contrato para a casa nova, a gente vai mudar no final de Fevereiro. O mais engraçado é que é a primeira casinha que a gente viu há um tempão atrás - e que a Soraya adorou (eu também gostei). A uruca deu certo e ninguém alugou a casa para Fevereiro, e agora sobramos nós para Março. Maravilha. O Chinês que trabalha na empresa tem um sotaque SUPER carregado, e depois de ele me perguntar se o Brasil era na América do Sul (e de fazer o questionário básico - porque que eu não sou neguinho, imigrantes, imigração, etc...), eu tomei coragem e perguntei:

"E você? Quando é que você veio para o Canadá?"

E ele respondeu:

"1969".

Mil novecentos e meia-nove. São praticamente 40 anos de Canadá e ainda com sotaque. Isso me dá mesmo esperança de que o Arthur nunca vá perder o Português :-). E ele ainda deu aula! De Ciências da Computação! Ele falou que foi bom para melhorar o Inglês, senão a classe ia matar o coitado do professor. Mas o cara foi gente boa hoje, acho que depois que a fase da inquisição passa os corretores ficam mais tranquilos.

Sensacional.

Bom, hora de ir para a casa.

Fui!

PS: Acho que vou ter que trancar o escritório. Espero não me trancar aqui como no outro dia...

Fui!!!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Frio e fatos

Neste final de semana fomos até Okotoks. Só para ir no Mc Donalds, que por aquelas bandas até que é bom. Lá tem um daqueles playgrounds "estilo McDonalds" que está sempre limpo e vazio - ou seja, praticamente o paraíso. Depois, voltamos. O mais engraçado de andar por estas bandas é que está tudo BRANCO. Os campos, brancos, os telhados, brancos, as pessoas, brancas, já que o sol brilha mas timidamente. Os cabelos, os poucos que sobraram, andam ficando meio brancos, mas nada que EU perceba (mas a Soraya percebe).

Ontem a gente andou, andou, andou, andou, viramos na estrada errada (que nem fizemos da outra vez que fomos até Okotoks), e quando estávamos voltando para o caminho certo vimos uma placa com uma figura de um avião (aeroporto). Falei para a Soraya "olha, um aeroporto", e lá fomos nós. O tal do aeroporto a gente nunca achou, mas vimos um bando de veadinhos (e não é que eles pulam mesmo?), e por fim paramos em um lugar chamado the SASKATOON FARM, onde prometemos voltar no verão. O carro estava tão quentinho e o sol estava tão gostoso que a gente tentou prolongar o "efeito estufa" pelo maior tempo possível.

Ah, o frio, este maldito safado.

Os patos ainda estão voando na minha janela. E ainda sem direção. Acho que na verdade eles não são vulneráveis ao frio - assim como os coelhos - e os esquilos - e uma ou outra mulher que tem coragem de vestir uma minissaia neste tempo. Ontem com a temperatura a -20 graus eu saí de casa de calça, chinelo e camiseta para ir plugar o carro na tomada - perks de Calgary - e quase fiquei com frio. Ainda bem que eu fui rápido no gatilho (saí de casa correndo), mas não o suficiente para não assustar o cara que foi entregar a pizza no vizinho, que provavelmente achou que eu estivesse indo fazer cooper (fazer cooper, fazer um cooper, "cooper" ou o sem frescura CORRER?).

Cooper? Correr por lazer? Eu sempre me lembro do filme "De Volta Para o Futuro III", quando o "Clint Eastwood" (o nome que o cara adotou quando voltou para o velho oeste) diz para os cowboys de antigamente que na nossa época as pessoas correm por lazer.

Ou para fugir do frio.

Vou falar a verdade. Sério agora. O frio enche o saco. É chato. É foda. É complicado. Os dias são curtos, quando o sol vem dá vontade de vestir uma bermuda e ir fazer um churras, mas quando você liga a TV a temperatura ainda é de -15 graus - quando vem o Chinook é ÓTIMO mas aqui NÃO SE VENDE CARVÃO NO INVERNO, ou seja, nada de churrasco por uns 8 meses. A não ser que você seja um pouquinho menos pobre do que eu (ou menos fresco) e tenha uma churrasqueira à gás. Na verdade, é engraçado. No começo (vai lá, nas primeiras semanas) a neve é bonita, os campos brancos são inesquecíveis, o gelo na rua é divertido, mas depois fica a nostalgia dos dias de verão. Um dia eu vou ter uma casa com uma estufa imensa, vou plantar umas plantas tropicais e alugar por hora para quem quiser plantar outras coisas.

Bom, preciso voltar.

Fui!

sábado, 24 de janeiro de 2009

Os curtas

Bom, para quem perguntou do carrinho (e para quem se assustou com os preços, aqui mão de obra é caro mesmo), o mesmo está bem, obrigado. No dia em que ele se deslubrificou eu fui lá, comprei mais óleo e azeitei o bichinho, que voltou a funcionar feliz e contente depois de engasgar mais uma vez, e não me deixou na mão desde então.

Só que eu preciso trocar a pastilha de freio da roda esquerda e fazer mais umas melhorias. Se o projeto "2009 com grana" der certo, a gente pode até pensar em fazer o leasing de um carrinho BBBB (bom, bonito, barato e bacana). Mas como até agora o que se está concretizando é o "2009 com menos grana", pode ser que a gente fique com a VVV (van velhinha, velhinha).

...

Que mais que anda rolando por estas bandas? Hoje demos uma FAXINA na casa de deixar qualquer dona de casa orgulhosa. Eu limpei o banheiro, "lavei" a louça (só coloquei na lava-louça), fiz o almoço (esquentei uma carne no microondas), limpei o umidificador (de verdade), a Soraya aspirou a casa inteira (e terminou de limpar o que eu comecei), e ainda jogou um produto chamado Febreeze na casa inteira, e olha, não é que o danado funciona? A casa realmente ficou com um cheirinho bom. A gente também declarou moratório no giz de lousa do Arthur (que deixa um pó desgraçado) e nesta noite a expectativa é de menos ronca-ronca.

...

É isso aí amigos. Ando sem criatividade antigamente :-(. Vou convencer a Soraya a ser a minha musa e então aqui escreverei com mais frequência.

...

PS: Esqueci, hoje fomos na Indigo, uma livraria que tem aqui perto de casa (no Signal Hill). Vale a pena, e eles tem uma área para crianças que é muito boa.

...

PS 2: Hoje eu estava no carro com a Soraya e o Arthur, usando o óculos de sol dela (já que o meu ficou perdido em Canmore e o que eu comprei é uma bela m*), quando de repente entro numa rua e, depois do Lucas desesperado tentando avisar a gente de que tinha alguém conhecido no carro da frente (só consegui perceber pela silhueta, já que o carro tem insufilme no vidro traseiro), reparei que era o Pedro, Isabel e família. Tirei o óculos rapidinho mas a marmelada já tinha sido feita e a Soraya ficou rindo da minha cara por meia hora :-).

Pior que quando eu vi a SAMU (a van branca do Pedro) eu ainda achei que fossem eles, mas eu achei o carro pequeno e parecia que a passageira tinha cabelo curto (mas acho que a Isabel estava de touca), então eu achei que fosse apenas outra van branca. Só quando eu vi o Lucas indo para trás para chamar a gente que eu me toquei que eram eles!

Bom, hora de ir.

Fui!

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

As infames aventuras de Ravi, W.

Hoje o carrinho deu a primeira pane comigo. A luz do óleo acendeu, o carro morreu, e eu tive que acender o pisca alerta e dar passagem para quem vinha atrás. Mas, lei de Murphy ao contrário, eu estava no estacionamento da Canadian Tire quando o ocorrido ocorreu.

Lá fui eu empurrar o carro até uma vaga e conversar com o cara do balcão e perguntar o que eu poderia fazer. Ele me disse "olha, se só estiver vazando óleo, completa e vê como é que fica. Se estiver pouring (acho que seria "correndo óleo"), não vai adiantar. Mas como o seu carro é velho, talvez valha a pena completar mesmo. Só para a gente fazer o diagnóstico é 150 dólares e o conserto pode até ser mais do que o valor do seu carro".

Gostei do cara.

E saí para procurar o tal do óleo 5W 20 na loja - e não é que não tinha? Fui falar com um moleque que parecia o protagonista da série "Anos Incríveis", mas mais gordinho, ele deu umas tecladas no seu computador do século passado e lá foi ele buscar o óleo no estoque. Comprei uma lanterna (já que estava tudo escuro e a iluminação do estacionamento é JÓIA), completei, liguei o carro, que morreu logo depois... Mas que, para meu deleite:

. Funcionou direito depois;
. Ficou mais silencioso;
. E talvez até gaste menos gasolina, vai saber.

O único problema é que tinha algo meio brilhante embaixo do carro agora. Amanhã vou ter que olhar de novo o nível do óleo antes de sair de casa.

As infames aventuras de Ravi, W.

...

Acabou a moleza. Acabou a onda de, faz-mes rir, calor. A temperatura agora está numa espiral descendente e amanhã de manhã será de agradáveis -15 graus, à tarde -22, depois menos ainda, com vento, sensações térmicas de arrepiar a espinha e neve para acompanhar.

E no Brasil o pessoal passando mal por causa do calor. Como seria bom poder estar na "média" dos dois países, talvez mais para o Canadá, porque +30 com -30 é zero e ainda é frio.

...

A lei agora é economizar. A tal da "crise" está poraí e temos que nos precaver. Ô tempo para recessão. Acho que sou eu o pé-frio.

...

O Obama foi "inaugurado". Que nome estranho, "Obama's Inauguration". Acho que deve ser falta de palavras no alfabeto.

...

Vou tomar um banho e ver o Lost.

Fui!

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

As sensacionais aventuras de Ravi W.

Hoje fui pegar o café na cafeteria e ainda tinham umas duas xícaras na garrafona térmica. Fui lá eu colocar o adoçante e o açúcar na xícara (antes de colocar o café, parte da minha TOC), e neste meio tempo veio uma gerente de projeto e um cara de QA e acabaram com o café.

E lá fui eu fazer mais café.

Agora estou tomando café, fresco.

Amanhã mais das sensacionais aventuras de Ravi, W.

O mmmmmmar

Eu aqui ouvindo "Vento no Litoral", do Legião, música da qual até a gente fez paródia (acho que era "Vento no Vôleibol"), e ouvindo...

...
E quando vejo o mar
Existe algo que diz
...

Porra, o mmmmmmmar, este azulzão. Acho que realmente eu não sirvo para morar no interior.

Depois eu tenho que ligar para o Kb.Lo para tentar relembrar a letra da música, eu lembro de alguns trechos como "A menina de biquini me distrai" e poraí vai...

Fui!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Curtas...

Eu sempre penso em alguma coisa para escrever no blog, começo e paro. Eu já escrevi e publiquei 506 posts aqui (acho que este é o número 506), mas os "não publicados" devem ser mais de 50, eu nem sei mais porque eu dou uma limpa de tempos em tempos.

Vamos falar do dia a dia então...

O Arthur anda falando mais do que a boca, e mais em Inglês do que em Português nos últimos tempos. De vez em quando ele conversa com os meus pais ou com os pais da Soraya e a gente tem que lembrar ele de falar em Português, já que ele acha que todo mundo entende a língua do Tio Sam. Agora ele está aprendendo a ler, livrinho por livrinho na escola e antes de dormir com a gente, aqui eles ensinam a ler a palavra inteira, já que a pronúncia em Inglês é uma zona e é difícil saber como uma palavra é pronunciada só olhando as letras.

Ele continua não querendo ir para a escola, prefere ficar em casa montando as suas máquinas no seu quartinho da, literalmente, bagunça. Mas ele vai e gosta, é que nem quando é hora do banho - não quer ir, não quer ir, mas depois que entra no banho não quer mais sair. Eu era assim na hora de ir na praia - não queria ir, não queria ir, mas depois não queria mais ir embora.

O Canadá vai bem, obrigado. O inverno que começou gelado (pausa, a máquina de secar acabou o seu ciclo e tem uma campainha que me tirou a concentração) deu uma folga, mas toda a neve que caiu em Dezembro ainda está poraí. Segundo o povo que mora aqui há mais tempo, foi um dos Dezembros em que mais nevou nos últimos anos. Ainda há mais por vir, já que Fevereiro nem chegou - e Fevereiro, olha, é frio.

Neste final de semana a gente deu um dos nossos passeios anti-ecológicos (de carro) pela cidade e conhecemos uns bairros novos. A gente adora sair sem destino, um dia eu compro um GPS e a gente vai poder saber onde estivemos, e talvez para lá voltaremos. Calgary é uma cidade beeeem grande (ou bem espalhada), e ainda dá para ter algumas surpresas aqui.

Falando em Canadá, a crise econômica aqui é real e anda afetando a vida das pessoas, a minha inclusive. Dizem as más línguas que é uma das piores crises econômicas dos últimos 20 anos, muitos dos nossos clientes fecharam as portas (e os concorrentes também), mas a grana anda curta para todo mundo, é provável que a média salarial abaixe um pouco (mais gente procurando emprego), mas uma hora a poeira baixa e tudo começa outra vez.

O carro, danado, queimou o farol esquerdo um dia, eu fui lá e troquei a lâmpada, o farol direito ficou com inveja e queimou dois dias depois. Agora eu tenho que trocar a pastilha de freio da roda esquerda que anda fazendo barulho, mas vou adiar a epopéia até que não dê mais.

E é isso :-). Agora todos temos 31 anos (eu e a Sô), a procura pela casa perfeita continua e o post acabou!

Fui!

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Das antigas

Bom, depois de trabalhar que nem um louco por seis horas seguidas eu preciso dar um descanso para a cabeça.

Algumas pessoas escolheriam outra coisa para relaxar, como dormir ou fazer Yoga, mas eu vou colocar umas fotos que eu recebi hoje do grande AKIRA SAM!!!

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A gente no bar do Toninho


Mímica


Despedida de solteiro


Futibas (nesta eu não estou)
De quando que é esta foto?


Mímica (na verdade o Kb.Lo viu uma barata)

Porra, mó saudade da molecada!

Fui!!!

Fui!!!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Oito anos!

A Soraya escreveu tão bem, mas tão bem, que eu vou só dizer que eu estou muito feliz com os nossos oito anos e que ainda venham vários pela frente!!!

Te amo muié!!!

...

Poxa, este post ficou muito curto... Mas é que a Soraya escreveu tudo mesmo!!!
E estes últimos dias tem sido bem corridos. Não tive nem tempo de parar na frente do computador a não ser para trabalhar. O chefe voltou, o sprint recomeçou, e a equipe vai dimuniur, desta vez uma morte morrida, não matada. Maldades à parte, mas vai sair o búfalo mais lento da manada.

O frio aqui em Calgary deu uma folga. Veio um Chinook lá do Oceano Pacífico para esquentar a nossa vida, hoje a temperatura é de amenos sete graus Celsius, parece uma noite de frio em Campos do Jordão... Bem melhor do que os -30 graus que congelam os pelos do nariz. Maravilha. Ontem fez um dia muito bonito de sol, a neve começou a derreter e as ruas viraram praticamente um lamaçal, mas olha, o frio ter dado um tempo foi bom demais. Acho que se eu tivesse que escolher entre muita neve e muito frio, merda por merda, ficava com a branca. Frio demais é complicado, -25 por semanas a fio não dá não.

O carrinho, coitado, está menos luminoso. O farol esquerdo queimou, amanhã vou lá me degladiar com a lataria, tirar a lâmpada velha e comprar uma nova. Só percebi hoje quando cheguei em casa e vi que só tinha um lado do carro da frente que estava claro. Faz parte. No caminho da labuta diária até a minha querida e sonhada casa, ouço o rádio que toca músicas e dá notícias - e entre uma coisa e outra, vem um boletim de trânsito. Tinha uma "truck" (caminhonete) quebrada bem no caminho de casa, eu achei que fosse um caminhão, e quando eu passo pela confusão vejo uma caminhote quebrada lá na frente e uma SUV que bateu de leve em um caminhão uns 50 metros atrás. Este povo daqui não sabe dirigir, vê uma merda lá na frente e resolve fazer outra atrás.

Estou escrevendo vários palavrões, vou melhorar o meu linguajar - vou só falar a primeira letra dos palavrões e colocar um * no resto.

E eu acho que vou parar aqui... Já passa da meia-noite, o sono voltou e eu preciso ir dormir. Só vim bater uma palavrinha mesmo com meus caros leitores. Algumas pessoas lêem para ficar com sono, outras escrevem...

E...

OBRIGADO À TODOS QUE ME DERAM OS PARABÉNS!!!

E...

À TODOS QUE NÃO DERAM TAMBÉM!!!

E...

31 ANOS!!! JÁ ENTREI NO MEU TRIGÉSIMO SEGUNDO ANO DE VIDA!

Meu pai me atualizou nas datas do meu post anterior, depois eu coloco aqui em maiores detalhes...

Fui!

sábado, 10 de janeiro de 2009

10 de Janeiro

Hoje é o meu aniversário. Mais ou menos 31 anos atrás nascia o menino Ravi em uma cidadezinha pequeninha lá no Rio Grande do Sul, que por sinal não era Pelotas. Alguns milhares de dias depois, cá estou a escrever no blog. Aliás, nerd como eu sou, vamos fazer um cálculo bobo... 31 x 365 = 11315 dias, mas 1980, 1984, 1988, 1992, 1996, 2000, 2004 e 2008 foram anos bissextos, então são 11323 dias.

É dia.

Segundo este site, são 16.305.120 minutos de vida. Dezesseis MILHÕES de minutos, e eu que não consigo esperar três minutos para a água da chaleira ferver. Eu sei que 31 anos não é nada, mas para ter uma idéia da passagem do tempo só mesmo escrevendo ano a ano:

1978: Nasci
1979: Acho que fui morar em Salvador
1980: Acho que voltei para o sul - ou não - meu irmão nasceu em Fevereiro, em São Sebastião
1981: Eu era muito novo para lembrar
1982: Ainda muito novo
1983: Acho que por esta época fomos morar em Caraguá
1984: Diretas já!
1985: Foi neste ano que o Tancredo morreu e tocaram coração de estudante?
1986: Fui morar em Barra do Turvo e meu pai trocou a Brasília velha por um Gol à álcool zero, tão silencioso que eu sempre achava que o motor estava desligado
1987: Voltamos para Caraguá
1988: Olimpíadas - acho que foram as primeiras que eu acompanhei
1989: Esperando para a copa do mundo
1990: Lazaroni safado
1991: Eu lembro de escrever "1991" em alguma prova da escola
1992: Mais olimpíadas
1993: Primeiro colegial que passou batido - depois disso resolvi fazer colegial técnico
1994: Fui para Santos e comecei o tal do colegial técnico - fiz amizades que duram até hoje
1995: Cerveja
1996: Mais cerveja - acho que então eu já podia beber cerveja legalmente
1997: Comecei a trabalhar
1998: Eu e a Soraya começamos a namorar - quem foi que colocou o Zagallo como técnico da seleção?
1999: Vivendo
2000: 22 anos, comecei a trabalhar que nem gente grande (comecei a trabalhar em São Paulo)
2001: Casei
2002: Em Outubro o pequeno nasceu - e o Brasil foi campeão!!!
2003: Arthur crescendo, a gente vivendo, trabalho indo bem, amizades idem
2004: Mais olimpíadas
2005: Acho que eu mudei de emprego mais uma vez - ou foi em 2004?
2006: No fim de 2006 aparece a idéia de virmos para Calgary
2007: Cá estamos
2008: Continuamos aqui
2009: 31 anos - mas agora tanto faz já que eu deixei de ter "20 e poucos" um ano atrás

E é isso aí amigos!

Fui!!!

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Pensamento

... os flocos de neve voando na minha janela são como mosquitos albinos...

Lembra do filme "Beleza Americana" em que o carinha filma uma sacola voando por uns 15 minutos? A mesma coisa aqui, mas as sacolas são menores.

Fui!

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O verão existe!

From Feriado Canada Day


Que saudade de cortar a grama e passar calor. E ainda tem mais uns meses de inverno pela frente.

Estou na roça. Eu e a Soraya NÃO gostamos do frio, BTW. Amanhã vai fazer QUATRO graus e eu pensando em fazer uma caipirinha e colocar um guarda sol no meio da neve no jardim.

Existem músicas e músicas



Minha História
Chico Buarque
Composição: Lúcio Dalla / Paola Pallottino

Ele vinha sem muita conversa, sem muito explicar
Eu só sei que falava e cheirava e gostava de mar
Sei que tinha tatuagem no braço e dourado no dente
E minha mãe se entregou a esse homem perdidamente, laiá, laiá,laiá, laiá
Ele assim como veio partiu não se sabe prá onde
E deixou minha mãe com o olhar cada dia mais longe
DEsperando, parada, pregada na pedra do porto
Com seu único velho vestido, cada dia mais curto, laiá, laiá,laiá, laiá
Quando enfim eu nasci, minha mãe embrulhou-me num manto
Me vestiu como se eu fosse assim uma espécie de santo
Mas por não se lembrar de acalantos, a pobre mulher
Me ninava cantando cantigas de cabaré, laiá, laiá, laiá, laiá
Minha mãe não tardou alertar toda a vizinhança
A mostrar que ali estava bem mais que uma simples criança
E não sei bem se por ironia ou se por amor
Resolveu me chamar com o nome do Nosso Senhor, laiá, laiá, laiá,laiá
Minha história e esse nome que ainda carrego comigo
Quando vou bar em bar, viro a mesa, berro, bebo e brigo
Os ladrões e as amantes, meus colegas de copo e de cruz
Me conhecem só pelo meu nome de menino Jesus, laiá, laiá
Os ladrões e as amantes, meus colegas de copo e de cruz
Me conhecem só pelo meu nome de menino Jesus, laiá, laiá, laiá,laiá

Saudosismos...

Eu queria voltar em um bar igual ao Lido (em São Vicente) um dia e ficar pulando com a Soraya e o resto da molecada ao som de "I Will Survive", do Cake.
... e eu ia ficar feliz se neste dia ninguém jogasse nada nas pedras lá embaixo (cadeiras, pratos, copos, garrafas).

Eu queria viajar pela Rio-Santos de novo e pular na água depois de queimar os pés na areia escaldante.
... e desta vez eu ia passar protetor solar.

Eu queria sair de casa de chinelo, bermuda e camiseta.
... e eu ia prestar atenção para não pisar em nenhum cocô de cachorro.

Eu queria dizer algumas expressões populares do meu idioma no trabalho, e então ser entendido.
... e então eu ia dizer "vamos comer gente?" todo dia na hora do almoço.

É, a terrinha faz falta hora ou outra...

...

PS: Parte da série "FILOSOFADA", falando de Canadá aqui está frio, tem neve em tudo que é canto, o carro continua SUJO como eu nunca vi na vida, a Soraya está bem, o Arthur também, e eu...

FUI!

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Um grau

Um grau.

Não é negativo. Um grau positivo. +1. Acima de zero. A água ainda continua um líquido. O carro não fica bobo e chato de manhã. O sol brilha no horizonte - e eu só vejo a luz do sol nas casas já que eu estou olhando para o norte e não para o sul, mas não faz mal, se eu sentasse de cara para o sul ia ter que ficar com a persiana fechada o dia inteiro.

...

Toda vez que eu penso sobre imigração, sair do Brasil, viver no Canadá, iluminação e auto-conhecimento e todo este blá-blá-blá, eu lembro do mito da caverna:
Imaginemos um muro bem alto separando o mundo externo e uma caverna. Na caverna existe uma fresta por onde passa um feixe de luz exterior. No interior da caverna permanecem seres humanos, que nasceram e cresceram ali.

Ficam de costas para a entrada, acorrentados, sem poder locomover-se, forçados a olhar somente a parede do fundo da caverna, onde são projetadas sombras de outros homens que, além do muro, mantêm acesa uma fogueira.

Os prisioneiros julgam que essas sombras sejam a realidade.

Um dos prisioneiros decide abandonar essa condição e fabrica um instrumento com o qual quebra os grilhões. Aos poucos vai se movendo e avança na direção do muro e o escala, com dificuldade enfrenta os obstáculos que encontra e sai da caverna, descobrindo não apenas que as sombras eram feitas por homens como eles, e mais além todo o mundo e a natureza.

Mas... É o Canadá o lado de fora da caverna ou é simplesmente o conhecimento de saber que o mundo é um lugar pequeno? Para mim, é o conhecimento - sabedoria - e toda esta filosofada. Eu sempre lembro de filmes e sempre vou me lembrar de uma frase dita pelo Sean Connery no final do Indiana Jones III:
Professor Henry Jones: Elsa never really believed in the grail. She thought she'd found a prize.
Indiana Jones: And what did you find, Dad?
Professor Henry Jones: Me? Illumination.


Henry Jones: (A) Elsa nunca realmente acreditou no cálice. Ela achou que tinha encontrado um prêmio.
Indiana Jones: E o que você encontrou, pai?
Henry Jones: Eu? Iluminação.
Pois é.

Hoje eu perguntei para o Jonas, que é da Suécia, qual era o custo de morar nas zooropa, e ele me disse:

"O que você realmente precisa é barato. O que você não precisa é caro."

Explicação - coisas do dia-a-dia, como comida, um teto para viver e transporte público tem um preço bom, acessível e menor do que no Canadá. Coisas também do dia-a-dia mas que "dá para passar sem" são mais caras por lá - carros, bugigangas eletrônicas e afins.

Interessante.

A gente pensa em voltar para o Brasil um dia. Mas também pensamos que a viagem de ida não precisa ser uma linha reta.

E é pelo fato de eu ver a imigração como "iluminação" que eu sempre escrevi aqui que se a coisa apertasse eu (a gente) voltava. Se der deu, se não der...

Fui!

PS: Obrigado pelos votos de feliz ano novo, boas festas, e eu desejo tudo de volta para vocês.

Fui!

sábado, 3 de janeiro de 2009

Secadora de roupas...

Eu achei que este fosse ser o post de número 500 no blog, mas eu tinha umas 4 ou 5 "palavras" que nunca foram publicadas, e este é na verdade o número 496. Mas não faz mal, logo eu chego lá. Seria legal se eu pudesse ver algumas estatísticas, como o número de palavras que eu escrevi nestes quase dois anos de blog (o tempo oficial é de 2 anos, eu acho, mas no começo eu quase não escrevia).

Bom, falando do que está no título. A nossa secadora de roupas começou a "apitar" faz um tempo, fazendo um barulho bem alto, bem agudo e bem irritante. O bonitão aqui, esperto como é, resolveu que ia tentar arrumar a secadora. Comecei a desmontar a bichinha pela parte de trás, tirei uma tampa, achando que ia descobrir a fonte do barulho, mas só achei uma outra parte de metal. E comecei a desmontar. Como uma vez na minha infância resolvi desmontar um toca discos da minha mãe que eu nunca mais consegui remontar, desta vez tirei algumas fotos das conexões elétricas e lá fui eu separar para conquistar.

Bom, sem entrar em detalhes muito técnicos (só que eu gastei umas duas horas para desmontar a coitada e no fim das contas o lugar que eu precisava acessar não tinha nem que tirar parafuso para abrir), o mais interessante foi encher uma sacola de supermercado com todo o pó e restos de roupas que estavam lá dentro, e também o fato de que eu achei 15 dólares em moedas que caíram da secadora durante os seus vários anos de vida, rapidamente dominados pelo Arthur e que já viraram um brinquedo.

Depois de remontar tudo, colocar a secadora no lugar, ligar na tomada (aliás, uma bela de uma tomada), e ligar a renascida, vem o silêncio... por uns 5 segundos, e depois o barulho voltou de novo. Desta vez, junto com o cheiro de todo o WD que eu joguei para tentar amansar a danada. E eu agora acho que o barulho é a correia que gira o tambor que está escorregando. Tipo barulho que carro velho faz em dia de chuva.

Todo este trabalho por nada. Mas foi bom só para saber que eu consigo montar e desmontar as coisas (ou melhor, desmontar e remontar), e também pelos 15 dólares que fizeram a alegria da molecada.

...

A Soraya comprou uma azeitona tão azeda, mas tão azeda, que a gente devia tirar foto das pessoas comendo.

...

Ontem eu liguei o carro à frio, sem estar plugado na tomada para esquentar o motor - e a temperatura era de -25 graus. O coitado do motor bobeou um pouco mas ligou, mas realmente fica muito, mas muito mais fácil dar a partida quando eu lembro de ligar o carro na "rede", como se diz em algumas regiões do Brasil il il.

...

A secadora não foi uma história tão emocionante... Se ao menos eu tivesse tirado uma foto da coitada espalhada pela sala - lembrei do último Batman, quando o Batman pergunta para o Coringa onde o Harvey estava, e ele perguntou que horas eram - porque dependendo da hora ele podia estar em um lugar ou podia estar em vários. Ah, o que seria do mundo sem o humor negro?

...

Preciso ligar para o meu pai e para o Kb.Lo.

...

A gente comprou um detergente para a lava-louças que vem em um saquinho plástico que "derrete" quando entra em contato com a água. Mas um dia a pia foi alagada (não vou acusar ninguém, mas não fui eu e nem o Arthur), e a água caiu sobre o saco de detergentes, fazendo tudo virar uma meleca só. Hoje compramos o mesmo detergente mas em uma caixinha plástica que parece ser a prova d'água. Espero não fazer a prova na prática.

...

A gente está vendo Gasparzinho na TV.

...

Em Português.

...

E agora eu vou navegar na Internet.

Fui!

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

2009

2009. 2 + 9 = 11, 1 + 1 = 2. 20 + 09 = 29, a idade que eu tinha em 2007.

E o que fazer em 2009? A mesma coisa que a gente fez em 2008, mas com mais experiência. Em 2008 eu comprei um carro velho, em 2009 quem sabe um carro novo? Em 2008 eu e a Soraya fomos para o Brasil em ocasiões separadas, vamos ver se agora vamos todos juntos.

Em 2008 passamos um ano com altos e baixos na nossa casinha. Em 2009 vamos torcer para um ano com mais altos do que baixos em uma outra casinha, um pouquinho maior, sem ninguém para sofrer com o barulho do pequeno no andar de baixo - e com um jardim só meu - e talvez com uma garagem - como o Antônio bem disse, o carrinho dele estava até emocionado de ficar no coberto, já que ele sempre dorme à céu aberto.

Em 2008 eu troquei de emprego. Em 2009 vou tentar melhorar no emprego atual ou talvez até mirar mais alto e tentar alguma coisa com as "big ones" (as que não causam cara de interrogação nas pessoas quando você diz o nome do lugar onde você trabalha).

Agora no fim de 2008 eu estava com bastante energia e comecei a refletir e pensar que talvez uns exercícios e cuidar do futuro talvez não seja má idéia. Quem sabe perder uns 15 quilos e voltar aos 80 quilos dos meus 20 anos? (segundo os médicos e coisa e tal este é o peso máximo recomendável para a minha altura)

Eu e a Soraya também temos os nossos planos particulares para 2009, mas estes eu vou contar a seu tempo.

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Bom, como para entrar em 2009 é preciso sair de 2008, a gente fez uma viagem para as montanhas rochosas (a cidadezinha de Canmore) com (vou colocar os nomes aqui) - Cecília, Antônio e Matheus no carro #1. Paulo, Eliane, Geórgia (espero que o nome seja com acento mesmo), Bruna, Renata e André (quase que eu inverti os nomes de novo) no carro #2 e Ravi, Soraya e um certo menino chamado Arthur no carro #3. Foi a primeira vez que a gente ficou em um hotel por bastante tempo, acho que a última vez foi em um casamento de um primo da Soraya em Sorocaba, já há vários anos.

E olha, foi sensacional. Cada um curtiu a viagem a sua maneira. O Arthur e o Matheus, no water slide (estou querendo enganar quem, eu também gostei), e o resto do povo na boa conversa, nos passeios pela região e pela bebedeira de fim de ano (eu talvez mais do que os outros - nada como começar 2009 de ressaca). Pena que os dias eram tão curtos e o tempo passou tão rápido - mas eu recomendo e olha, foi bom sair de casa e foi bom voltar também - é bom ter esta sensação de tempos em tempos. Eu até achei que a secadora fosse se arrumar sozinha, mas aí já seria pedir demais.

Hoje íamos todos ao Lake Louise mas acabamos nos perdendo do resto do povo, culpa do "pedágio" na estrada e de um acidente bem feio que aconteceu pela manhã, um rapaz de 19 anos derrapou o carro em um pedaço da estrada que estava com gelo e bateu de lado em um caminhão que vinha do lado contrário.

Tivemos que pegar um desvio (aqui eles fecham a estrada até que ela seja considerada segura de novo), e ao chegar em Lake Louise vimos o castelo de gelo, o Arthur brincou na neve e a Soraya congelou seus pés. Foi bem bonito, mas muito frio e a máquina fotográfica ficou de greve - o frio descarregou as pilhas da coitada.

Ontem a gente foi em Nakiska, a estação de esqui mais próxima de Calgary, mas eu não quis nem saber de esquiar ($$$, fator frio e fator físico). Mas, diversão por diversão, eu escorreguei com o sled do Matheus algumas vezes (o nosso não queria sair do lugar), e foi interessante ver o povo esquiando. É alto - e é ingreme - e eles tem um trator que sobe as montanhas para, julgo eu, "reafofar" a neve. Impressionante.

Bom, em resumo, entramos bem em 2009, quebrados, mas felizes, e amanhã eu vou tirar o atraso e ligar para a família e para o amigo e dizer "caramba, a gente não se fala desde o ano passado".

Fui!