quarta-feira, 26 de novembro de 2008

A vida e a loteria

Eu costumo jogar na loteria - aqui no Canadá as duas que tem os maiores prêmios são a 6/49 e a Super 7. O maior prêmio já ganho aqui no Canadá foi na 6/49, 54.3 milhões de dólares - os sortudos foram os trabalhadores de uma empresa na área de petróleo - coitado do patrão que perdeu os 17 empregados.

O que eu faria se eu ganhasse na loteria?

. Acho que eu ia continuar morando no Canadá - mas ia poder visitar o Brasil quando desse na telha;
. Ia comprar uma casinha por estas bandas;
. Ajudaria quem estivesse precisando de uma mãozinha no Brasil;
. Um carrinho novo, grande, com tração integral (bom para a neve) e com bancos aquecidos não ia mal, né?
. E eu ia levar a família para viajar por este mundão.

Não ia ser muito mais do que está aí em cima. Eu acho que eu sou uma pessoa mais simples do que penso - uso o mesmo tênis rasgado o tempo inteiro, tenho um carro simples com pneus novos, meu computador de 1900 e bolinha ainda funciona com seus 30 GB de disco, minha TV é de LCD - mas era o modelo mais barato que tinha na loja, os meus móveis são baratos e bonitos, a gente gosta de sebo e de comprar livros grandes e baratos na Chapters, e sobra um pouco de tempo e dinheiro para os passatempos - um cineminha aqui, um jantar ali, uma cervejinha no final de semana, um passeio de carro hora ou outra e alugar uns 10 filmes para ver durante a semana.

Dois catadores de papelão conversando:

"Ô Zé, o que você ia fazer se ganhasse na sena, homem?"
"Sei não, Zezé, acho que ia colocar uns pneus novos no carreto!"

...

Hoje no trabalho eu comentei com um colega sobre a frase que eu havia lido mais cedo:

"It's good do live in United States, but it sucks. It sucks to live in Brazil, but it's good"

E ele comentou "olha, sabe que pode até ser verdade, durante a minha viagem para a América Latina (este é o site dele), eu percebi que em todos os lugares que eu ia, mesmo os mais pobres, as pessoas estavam sempre sorrindo. Sei lá se é porque elas estavam felizes de estar vivas ou qualquer que seja o motivo, mas elas estavam sempre sorrindo".

As pessoas de cá me perguntam porque é que eu vir morar neste frio - acho que praia e calor para o povo destas bandas significa férias, Piña Colada (eles não vão tão para baixo a ponto de saber o que é Caipirinha), mulherada bonita e pacotaço de viagem "tudo inclusive". Aí eu explico que existem mais coisas na equação, blá, blá, blá, tento convencer quem quer que seja de que na vida nem tudo é sol, pão e água, até que me perguntam qual que é a temperatura média no Brasil, e todo o sermão de meia hora sobre violência e qualidade de vida é rapidamente esquecido.

Na verdade eu também perguntaria a mesma coisa para alguém que tivesse vindo de um país como o Caribe ou Nova Zelândia.

...

Esta semana a gente foi no Mercado Italiano. Eu queria porque queria comprar um panettone Italiano, da gema, e a Soraya me dizendo "vai no Carlos, compra o Bauducco", e eu dizendo "que Bauducco o quê, vou é comprar direto da origem".

Pois é. O panettone Italiano da gema 100% garantia de origem não tem nada demais não. As outras coisas até que estavam boas, mas acho que doce é bom é doce Brasileiro mesmo - os chocolates estavam meio doce demais, o que era crocante estava muito crocante, e a expectativa talvez estivesse pra lá de alta.

Mas porém, contudo, todavia e entretanto não se intimidem. O salame estava bom, mesmo não sendo apimentado, o pão Ítalo-Franco estava fresquinho o suficiente, o chocolate que eu comprei estava até que gostoso, e a loja não deixa de ser deveras interessante - o Arthur por sua vez comprou uma bandeira da Itália - eu me dei a desculpa de que era para torcer pela Ferrari.

Depois da Itália fomos até o Brasil, na loja do Carlos, a Brasil with S. Não sei se tinha o panettone Bauducco por lá, mas tinha massa de pão de queijo, massa de pastel, bolacha passatempo e guaraná. O jantar foi bom, obrigado. É bom ir na loja do Carlos de vez em quando matar a saudade da comida Brasileira - não é tão grande e tão chique que nem o mercado Italiano (afinal a comunidade Brasileira aqui deve ser bem menor do que a Italiana), mas está de bom tamanho para o nosso bolso e apetite.

...

Ficou parecendo texto de marketing :-).

...

Bom, já escrevi páginas e páginas e páginas. Está na hora de ir fazer o pequeno dormir.

Fui!

...

Acabei de ler nos Invasões Bárbaras. Me desculpe, Jeanne, mas é tão sensacional que eu tenho que copiar aqui também:
Estes dia vi uma expressão que me chamou a atenção lá no Entrevistando Expatriados. Segundo a entrevistada, que mora nos Estados Unidos há quase 4 anos, a frase é do Tom Jobim :

Viver nos Estados Unidos é bom, mas é uma merda; viver no Brasil é uma merda, mas é bom. Aqui tudo funciona, tem bons empregos, pagam bem, o pessoal valoriza seu trabalho, as ruas são limpas, não existe violência, o custo de vida é mais baixo, os produtos são mais baratos… mas falta o calor humano do brasileiro, as paisagens lindas do nosso país. E isso, já dizia Mastercard: Não tem preço. E no Brasil tem o grande problema da violência, da pobreza. Ninguém valoriza seu trabalho, ninguém quer pagar o que você merece. Você vive com medo de ser assaltado, não pode sair pra andar de bicicleta ou iPod. Não pode usar relógio em ônibus. Não há liberdade nesse sentido.

No meu caso a saudade vai em volta. Tem uns dias que dá mais, outros que dá menos, outros que a gente nem pensa nisso. Tem uns dias em que tudo o que eu queria era poder parar e ir tomar uma cerveja e comer um pastel com os amigos de lá. Outros dias dá vontade de ir na praia. Até saudade de descer a Imigrantes e ver aquele tapetão verde quando a serra termina dá, hora ou outra.

Acho que o culpado é o inverno que está chegando, este danado.

Fui!

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Estava eu fazendo a minha checagem mensal dos acessos e contadores do blog, quando me reparei com uma expressão de busca usando o diminutivo da palavra "safada" e outras palavrinhas relacionadas ao ato de copular. Óbvio que entrou no blog e saiu. Principalmente depois que viu o contexto da palavra "safada" no blog.

De resto, nada demais. O número de acessos ao blog diminuiu em relação ao quer era há uns dias atrás, acho que a média de acessos diários hoje em dia é de 40 ou 50 visitas, uns dias mais, outros menos, o que é muito mais do que eu achei que este blog jamais fosse receber.

Mas whatever.

Eu já disse antes que o meu bairro é o paraíso dos restaurantes Vietnamitas e afins - leia-se "outras culturas Orientais". Tem também uns fast-foods, tipo KFC, A & W e afins, mas a jóia do lugar são realmente os restaurantes Vietnamitas. E olha, eu já posso dizer que eu gosto de comida Vietnamita. A comida é boa, nutritiva e eu acho que não deve engordar muito - em todos os filmes de guerra que fizeram no Vietnam, eu nunca vi nenhum gordinho.

E é impressionante. Todos os restaurantes Vietnamitas tem sempre os mesmos pratos. E eles são tão parecidos que eu até começo a achar que deve ser isso mesmo que eles comem por lá!!! O meu prato preferido é que eles chamam de Bun Cha. A minha variadade preferida involve vermicelli noodle (não sei como traduzir isto para o Português) servido com brotos de feijão, carne de porco, uns rolinhos primavera (mas salgado, diferente do que a gente encontra nos restaurantes Chineses no Brasil), uma saladinha e mais algumas coisinhas, tudo com amendoim por cima e um molho servido em um potinho. Vem tudo misturado em uma tijelona. E é bom.

Outras variedades envolvem arroz com alguma carne, a clássica sopa vietnamita que é servida com carne de boi ou de frango, os subs (sanduíches) que são feitos com bastante recheio e um pão bem macio, e os side dishes, como rolinhos primavera e afins.

E o que é melhor - diferente da comida Tailandesa, a comida Vietnamita não é apimentada - a não ser que você peça para a comida vir apimentada, o que é uma grande diferença - nos restaurantes Tailandeses eles dizem que a comida vem sem pimenta, mas na hora que a comida chega, você vê que o padrão deles é diferente.

Mas é isso. Meu bairro é o oásis para quem gosta de comida oriental. Bom, não necessariamente bonito, e barato.

De qualquer jeito, não há neste mundo que supere uma boa pizza de catupiry ou um arroz + feijão + bife.

Bom, vou dormir que não só de comida vive o homem.

Fui!

domingo, 23 de novembro de 2008

Instalei os tais dos pneus de inverno no carro. Os pneus antigos estavam gastos e eu achei melhor jogá-los fora, o problema é que quando o inverno acabar vou ter que comprar pneus novos, all season. Mas não necessariamente precisam ser novos, já que não faz sentido gastar 500 dólares agora e mais 500 dólares depois, para um carro que vale só 1300 dólares.

Bom, os pneus ficaram bonitos na van - até parece que eles são maiores que os antigos, mas eu acho que é só impressão já que estes estão novos. O teste do alley foi um sucesso, o carro parou sem problemas em cima do gelo e também conseguiu subir a ladeira, embora patinando um pouquinho no trecho onde o gelo tinha uma camada d'água em cima. Como o pessoal fala, mesmo com pneu de inverno, ainda é necessário tomar cuidado e dirigir com cautela já que o pneu ajuda, mas não faz milagres.

Este final de semana foi bem tranquilo. Ontem fomos no cinema ver Bolt, o novo filme 3D da Disney, dirigido por um cara que era da Pixar. É a história de um cachorrinho que acha que tem superpoderes, enquanto na verdade ele é parte de um seriado de ação e nem sabe disso. Bem legal, bem engraçado, e o efeito 3D (eles dão os óculos na entrada) é bem suave. Muito bom.

Pois é. E depois fomos no Montana, um restaurante (na verdade, acho que é uma rede de restaurantes) aqui em Calgary. O ambiente é bem interessante, bem country, bem rústico, e a comida é BBB, boa, bonita e barata. Voltaremos lá, com certeza - o Swiss Chalet decepcionou da última vez, mas o Montana foi ótimo. Comi a versão destas bandas de carne assada, com purê de batatas, gravy e mais uns vegetais que passaram batido. Ganhamos umas asinhas de frango e conhecemos um Brasileiro que mora aqui desde os dois anos de idade e não fala mais Português. Ele chutou que a gente falava Português por causa do meu sotaque.

Bom, vou ver um filme agora.

Depois tem mais.

Fui!

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Pneus e alguns curtas

Hoje eu larguei a Mystery Machine na Canadian Tire para a instalação dos pneus de inverno - Goodyear Nordic, 205/75/R14. Acho que é isso. Pelo menos é o que estava nos pneus que estão no carro atualmente.

93 dólares cada um (o que é barato), mais 60 dólares de balanceamento, 5% de imposto, taxas de dano ao meio ambiente (coisas do Canadá), e eu estou 500 dólares mais pobre - e sem carro até Sábado. Mas eu acho que é um dinheiro bem aplicado. Os pneus da van não estavam lá estas coisas e eu já senti o drama de dirigir em uma rua coberta de gelo. O Goodyear Nordic é o mais barato dos pneus de inverno, mas eu, como todo bom nerd, deu uma bela de uma pesquisada na internet, e os únicos pontos negativos que eu encontrei foram pessoas reclamando que o pneu é meio barulhento.

Antes que você comece a rir, uma das preocupações dos fabricantes de pneus é justamente fabricar pneus silenciosos. Pode não fazer diferença no meu carro que está entrando na puberdade, mas para um carrinho mais novo e todo azeitadinho a diferença é grande. Os pneus de inverno, com sulcos mais profundos do que os pneus normais, fazem mais barulho quando tocam o asfalto.

Bom, voltando à minha pesquisa, os fatores positivos do pneu pesaram mais alto que os fatores negativos. Este é, de fato, um pneu de inverno, com aderência muito superior à dos pneus "all season" ou dos pneus de verão. Embora não seja provavelmente tão bom quanto os seus irmãos mais caros, dá para o gasto. Mas isso eu só vou saber mesmo quando eu estiver com o carro :-).

...

Amanhã vou trabalhar de bumba.

...

PAPO NERD. A parte aí de baixo ficou meio chata... Espere o próximo post :-)

Eu digito em média umas 77 palavras por minuto na língua inglesa. Sem erros (quer dizer, o texto final estava sem erros, mas eu apertei o backspace acho que pra lá de uma caraiada de vezes).

We Are Typists First, Programmers Second

Males da profissão. Eu tenho que saber escrever rápido. Principalmente, porque como o cara define no artigo aí de cima, a memória da gente é curta e quanto mais rápido uma idéia vira código, mas idéias se concretizam. É engraçado porque quando eu era uma criança pequena lá em Caraguatatuba eu fiz uns cursos de datilografia - o que foi bom, porque eu escrevo quase como mandava a lição. Tem uns dedos que eu deveria usar com mais frequência mas que no fim ficam relegados para as teclas de controle, como Caps, Enter, etc... No fim, acho que eu escrevo com nove dedos, o mindinho da mão direita praticamente relegado.

Falando em profissão, quando eu paro para pensar nas pequenas coisas do dia-a-dia que eu faço para acelerar o meu trabalho, saio com uma listinha:

. Aprendo atalhos para tudo. Por exemplo, para testar a aplicação de voz eu faço uma ligação do meu computador. Ao invés de achar o programa e clicar com o mouse no botão de rediscar (o que levaria uns 5 segundos), eu uso Ctrl + Alt + R e gasto menos de um décimo de segundo;
. Eu uso uma configuração da ferramenta de desenvolvimento que a gente usa que me permite iniciar a aplicação que a gente usa em menos de 10 segundos. O outro jeito leva uns 2 minutos. Sei lá porque cargas d'água ainda tem gente que faz do outro jeito;
. Configurações padrões, softwares atualizados e tudo azeitado - meu computador no trabalho funciona 100% do tempo e TUDO funciona. É impressionante como em alguns outros computadores as coisas não funcionam tão bem. É aquela velha máxima - "mas funciona no meu computador";
. Largar o mouse de lado é importante. Sério. O mouse é um freio de mão.

Bom, vou dormir.

Amanhã, bumba.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Calgary Downtown

Eu acho Calgary uma cidade bonita, ajeitada. Mas às vezes eu também acho a cidade meio espalhada demais, muitos espaços vazios, aquele jeito de interior com o qual eu não estou acostumado, por ter vivido bastante tempo em Santos e em São Paulo, cidades densamente povoadas e ambas com vários prédios, principalmente São Paulo.

Mas Calgary também tem o seu lado de cidade grande. E onde isto se destaca mais é no centro da cidade, Calgary Downtown:



Tem mais aqui.

Eu trabalho na região leste da cidade, na 17 AV SE, no lugar onde está a setinha vermelha no mapa aí de baixo:



Eu tenho vários caminhos para ir para casa. Eu posso pegar aquela rodovia número 2 no mapa, que na verdade é a Deerfoot Trail, depois ir pelo Glenmore Trail até chegar no Crowchild Trail, e de lá para casa só mais cinco minutinhos. Eu chamo de o caminho das "highways", já que eu só vou pegar um semáforo quase em casa. É bom quando eu não quero "pensar" para dirigir, só ligo o piloto automático e vou embora - o problema é que no caminho não tem nada interessante.

Outro caminho é ir "por dentro", pegar aquela 17 Ave SE no mapa aí de cima, depois a 9 AV SE e passar por Inglewood, um dos bairros mais antigos da cidade, e passar perto do centro. Este caminho é interessante para quebrar a rotina e para passar por um dos lugares de Calgary que eu considero mais com cara de "filme dos anos 50". Mas não é lá muito diferente do caminho das highways...

O meu trajeto preferido mesmo é ir pela Memorial Drive, já que na minha humilde opinião é o lugar que tem uma das melhores vistas do centro da cidade - e, agora que está anoitecendo às cinco da tarde, os prédios acesos do centro criam uma atmosfera mais interessante ainda. De bônus, eu ainda passo por cima do Bow River e vejo as obras que estão rolando por lá. Hoje, por exemplo, eu vi o primeiro esboço da The Bow, um arranha-céu que estão construindo entre a 7 AV e 5 AV SW, perto 1 ST SW, cujo "buraco" começou a ser cavado mais de um ano atrás, mas que agora já tem alguma estrutura aparecendo.

Outro bônus hoje foi ver um prédio que estão demolindo, pedacinho por pedacinho, com uma grua ou sejá-lá-o-que-for-aquele-monstro. Parece cena de filme de desastre Japonês, o prédio só com uma metade inteira, os andares todos aparecendo e aquele monstro tentando derrubar uma viga de metal de um dos andares. Sensacional. Se eu fosse vendedor ambulante eu com certeza ia fazer ponto do outro lado da rua - eu quase que dei a volta na quadra só para ficar bisbilhotar mais um pouco.

...

Pois é. E agora dá para ver melhor o centro da cidade já que estamos motorizados. E hoje eu tive duas experiências interessantes, relacionadas à fina camada de gelo que anda nas ruas desta cidade climatizada e a Mystery Machine (é com dois "Y", eu achava que era com um só), que ainda anda com os seus pneus "All Season". O primeiro foi parar para um pedestre na rua aqui de casa, mesmo a 20 km/h eu travei todas as rodas e só não tive que "destravar" para corrigir a trajetória do carro porque eu estava bem devagar mesmo. Acho que se o meu carro já teve ABS um dia, este deixou de funcionar há muito tempo.

A outra foi a minha idéinha de passar pelo alley aqui atrás de casa e parar na ladeirinha que tem ali. Quem disse que eu conseguia sair dali? Tive que soltar o carro, deixar ele descer a ladeira até o plano, e aí tentar de novo, desta vez com um embalo.

Pneus de inverno, aí vou eu.

...

Hoje eu fui almoçar no Marlborough Mall, como eu já disse antes, o shopping dos manos de Calgary. Hoje era também o shopping dos moradores de rua e de uma senhora (moradora de rua também, com o seu carrinho de compras à tiracolo) com chulé que tirou o tênis do lado da nossa mesa, e ainda pediu desculpas pelo mal-cheiro - e, bem educada, ainda agradeceu quando a gente mudou de lugar (a mulher realmente tinha um chulé do outro mundo, eu tentei pensar que era queijo mas a minha psicologia não anda das melhores).

Sem preconceito. Mas mal-cheiro é triste. Ainda mais quando se está almoçando.

Ir para o Marlborough Mall é como ir para o lado "B" de Calgary, e ir no Wal-Mart do Marlborough Mall é como ir para o lado "C". O meu ex-gerente definiu o Wal-Mart muito bem - é um lugar onde você tem que ir de vez em quando, mas onde não dá vontade de ficar muito tempo. Não sei, é estranho, apertado, os funcionários não são educados, as pessoas são muitas e muito apressadas, é como uma mini 25 de Março (rua do comércio popular em São Paulo).

...

Um dos caras que trabalha comigo é da Índia, e todo dia ele leva o seu almoço para o trabalho. Mas que almoço perfurmado, viu? Todo dia que eu atraso a saída para o meu almoço e ele prepara o rango dele no microondas, a fome aperta. Agora que o cara que era alérgico à Curry saiu da empresa, presumo eu que o que quer que esteja lá naquele tupperware vai abrir mais ainda o apetite da galera.

Bom, vou ver o Wall-E. Só eu, que o pequeno capotou no sofá.

Fui!

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Novas

Pois é. Vamos bem, obrigado.

O Arthur indo para a escola pela manhã e fazendo sons de explosão enquanto brinca com o seu helicóptero pela sala. E eu aluguei o Wall-E, que acabou de sair em DVD por estas bandas...

... pausa ...

Acabamos de ver o Wall-E. Filminho bom. É desenho, mas é bom. Vimos também os extras. Extras, mas são legais. Tem algumas coisas que eu não gosto de ver nos DVD's que eu alugo:

. Cenas deletadas - é fácil perceber porque a tal cena não era tão querida e não entrou na versão que foi para o cinema;
. Versão do diretor - tudo bem que os diretores precisem ter liberdade criativa e tal, mas depois que eu aluguei Apocalypse NowRedux, eu percebi que a versão "menor" dos cinemas provavelmente tinha um motivo em ser. Dizem que esta versão do diretor até que é boa, mas eu dormi e não vi até o final.

Eu aluguei um filme chamado Brazil. Dizem que é um filme do tipo "ame ou odeie". Vou precisar alugar de novo porque eu fiquei com o filme em casa por uma semana e não tomei vergonha na cara para assistir.

Aqui no Canadá tem muito filme que vem com um "UNRATED" em letras garrafais na capa. O "UNRATED" quer dizer que o filme não foi avaliado por um ser etéreo, que diz qual a idade mínima recomendada para um jovem poder assistir o filme sem criar traumas irreversíveis. Sei. O "UNRATED", até onde eu entendo, é só para dizer para a molecada que o filme vai ter mulher pelada. Ponto. Que trauma irreversível, que nada.

... Até mesmo porque eu já filme em que o "UNRATED" fazia as vezes da faixinha preta na foto da capa do DVD.

...

Hoje eu fui almoçar com o pessoal do meu trabalho antigo. Depois do almoço eu dei uma carona para o povo e fui dar uma andada pela vizinhança do meu trabalho antigo - uma hora alguém avistou um prédio e comentou "olha, parece o prédio onde a gente trabalha", só para ser replicado pelo outro "pois é, mas eles tem uma coisa que a gente não tem - JANELAS".

As empresas por estas bandas de cá estão sentindo a recessão na economia dos Estados Unidos, e a minha não é exceção. Estamos em uma época de corte de custos. A partir do Dezembro, fico uma Sexta-feira de cada mês em casa, sem receber. Um corte de 4 ou 5 % do salário. Não é um mundo ideal, mas é melhor do que um amigo meu de NY que estava contemplando a possibilidade de receber um corte de 10% do salário, ponto final.

E embora eu tenha ficado meio triste pelo corte do salário eu também mal posso esperar pela primeira Sexta-feira neste esquema novo, até mesmo porque eles vão tentar casar o dia de folga com um final de semana que já seja um feriado prolongado, para criar um feriadão de 4 dias.

Família, não se preocupem, ainda estamos indo bem, obrigado :-)

...

Começou a temporada da neve aqui em Calgary. Neve padrão Calgary, diga-se de passagem. No máximo 3 centímetros, em algumas raras ocasiões 10 centímetros, em ocasiões mais raras ainda uns 20 centímetros e uma vez a cada não sei quantos anos neva como nevou em Maio, quando fomos soterrados por uns 40 centímetros de neve.

E hoje está nevando. São só uns flurries, mas está tudo branquinho, e a rua fica com aquele "brilho" refletido pela neve que está no chão. É um efeito bonito que fica mais forte enquanto a neve ainda está em cima do asfalto na rua, amanhã à noite, se não nevar mais, as ruas já vão estar mais escuras.

A nova para amanhã é o frio matinal, -10 graus. Ainda bem que eu trouxe as minhas luvas e o gorro para dentro, pois amanhã cedo, com este friozinho e com a neve de hoje, vou ter que gastar uns cinco minutos para limpar o carro antes de colocar a Mistery Machine para trabalhar.

...

E as minhas piadas? Pois é, ando meio sem criatividade e estou vendo o parto de um bezerro na TV, e isto não ajuda muito.

UPDATE: Acho que está nevando mesmo - não diria que são só flurries agora não. Sabe quando você olha para o poste e vê a chuva caindo? Com a neve é a mesma coisa, só mais branco :-).

Ia voltar a falar de piadas mas o coitado do bezerro está pendurado na vaca e a vaca está dando uma voltinha pelo estábulo. O nome do programa é Dirty Jobs e o canal é o Discovery Channel. E eu já vi este episódio, mas estou com preguiça de mudar de canal.

...

Voltando ao frio, ontem pela manhã as ruas do meu bairro estavam com uma fina camada de gelo. Dirigi com cautela, e funcionou - cheguei inteiro no trabalho. Mas logo, logo, vou instalar os pneus de neve. 90 dólares cada um, já vi o preço para o tamanho da roda da caranga.

Agora eu vou dormir.

Fui!

domingo, 16 de novembro de 2008

E nevou de novo. Acho que uns 3 centímetros. Ontem à noite, quando começou a nevar, as ruas aqui do bairro ficaram super claras. É como se alguém tivesse ligado um holofote ou a lua estivesse SUPER cheia (eu ia escrever EXTRA cheia mas este é um dos maneirismos que a gente pega da língua inglesa). Aliás, eu não me lembro se no inverno passado eu vi um dia em que está tudo coberto de neve com lua cheia (e sem nuvens, of course).

Bom, vou só escrever um pouquinho que a gente vai dar uma saída. Ontem fomos ver a chegada do Papai Noel no centro da cidade e, olha, foi sensacional. Parecia show da Broadway (Bródéi), quer dizer, deve parecer, já que eu nunca fui nesta tal de Broadway. Em determinado momento o Papai Noel estava cercado por mais de 100 dançarinas e dançarinos, teve fogos de artifício, música, efeitos especiais, foi bem legal. Às seis da tarde tudo acabou, fui pegar o carro no estacionamento (primeira vez que eu parei o carro no centro da cidade, YAY!), e fomos patinar. E desta vez até que a brincadeira rendeu, o Arthur gostou já que:

. Ambiente fechado = temperatura ambiente positiva;
. Apoio para quem está aprendendo = menos tombos, embora eu tenha caído de bunda no chão uma vez.

Fomos no Olympic Oval com um grupinho de Brasileiros. A gente foi direto do Olympic Park (que fica no centro da cidade), e acho que demoramos uma hora para conseguir achar o lugar. Chegamos lá e fomos procurar alguma coisa para comer, só que do lado de fora não dava para perceber que o prédio deve ter 1 KM de comprimento e o rinque de patinação é de um lado, e a praça de alimentação, do outro. E já estava quase tudo fechado, o Arthur comeu duas bananas, eu comi um sub vietnamita e a Soraya comeu alguma coisa em formato de coração na cafeteria do lugar.

Mas foi bem, bem legal. O Papai Noel e a patinação. Agora temos que voltar lá. E desta vez, eu espero ficar sem dor nos pés :-).

...

Eu estou trabalhando tanto (8 horas por dia, mas são quase 8 horas trabalhadas de fato), que no Domingo eu tenho uma certa preguiça em escrever no blog. Ainda mais com este tempo frio, o sofá do lado, a TV, a neve do lado de fora e o zono.

Vou ver se escrevo mais à noite.

Fui!!!

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Unidades de medida

Ravi, eu vi o seu post do prá carário e não resisti de enviar este email

Cassaniga

--------------------------

Preste atenção nisso, repare o quanto é UTIL no dia a dia!!

UNIDADES PRÁTICAS DE ENGENHARIA

Após vários sistemas de unidades (internacional MKS, CGS, etc), que não
"pegaram" porque não refletiam o universo prático dos engenheiros, estamos
oficializando um novo sistema, que já se encontra em uso corrente no mundo,
pelo sentido implícito que possui.

Confira...

POTÊNCIAS DE DEZ
prá caralho = infinito
prá cacete = 100.000
uma porrada = 10.000
uns mil = 1.000
um monte = 100
um pouco = 10
miséria = 1
um cisco = 0,1
porra nenhuma = 0,001
nem que a vaca tussa = 0,000001
nem fodendo = zero absoluto

PORCENTAGEM
tudo = 95%
quase tudo = 90%
todos = 85%
quase todos = 80%
meio = 60%
metade = 40%
ninguém = 15%
nada = 10%
quase nada = 5%
nadica de nada = 2%
1 titiquinha = 1%
1 cagagésimo = 0,1%
1 pentelhésimo = 0,001%

COMPRIMENTO
um palmo = 30cm (na compra)
um palmo = 20cm (na venda)
um quilômetro = 600m (ida)
um quilômetro = 1400m (volta)
um pinto = 30cm (dono)
um pinto = 6,31cm (outro)

GRAU DE PRECISÃO
nas coxas = erro de + ou - 30%
mais ou menos = erro de + ou - 20%
exatamente = erro de + ou - 5%
perfeitamente = erro de + ou - 4%
na bucha = erro de + ou - 3%
na lata = erro de + ou - 2%
na mosca = erro de + ou - 1%
no olhinho do __ = erro de 0,001%

MASSA
um pedação = 400 g
um pedaço = 200 g
um pedacinho = 199,5 g

VOLUME
um gole de cerveja = 600 ml
um gole de chopp = 300 ml
um gole de caipirinha = 250 ml
um gole de pinga = 100 ml
um gole de café = 50 ml
um gole de água = 25 ml
um gole de leite = 2,6 ml
um gole de remédio = 2,5 ml
um balde = 7500 ml
um mijão = 500 ml
um mijinho = 30 ml
um pinguinho = 2 ml
um cuspe = 1,5 ml
uma gota = 0,1 ml
um cheirinho = 0,001 ml

VELOCIDADE
a milhão por hora = 170 km/h
a mil por hora = 160 km/h
a cem por hora = 120 km/h
a dez por hora = 60 km/h

TEMPO
uma semana = 14 dias
duazoras = 5 h
um minuto = 30 min
um momento = 20 min

um instante = infinito

Boa, muito boa - principalmente o "um instante = infinito".

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Falando de qualquer coisa

Eu tenho exatamente 10217 E-Mails no meu Google Mail. E mesmo assim eu estou usando apenas 14% de toda a capacidade da minha conta - 1023 MB de 7261 MB disponíveis. Com a velha regra de três, temos que:

10217 = 1023
X = 7261

(10217 E-Mails estão para 1023 MB assim como X está para 7261 MB)

1023 * X = 7261 * 10217

X = (7261 * 10217) / 1023

X = 72510

72510 = E-Mail pra caraio

Caraio é uma unidade matemática para dizer que uma certa quantidade é absurdamente grande. Por exemplo, se você perguntar para um matuto na rua quanta água tem nos oceanos, ele dirá:

"Tem água pra caraio"

Destes 10217 E-Mails, se eu tiver lido uns 2000, talvez seja muito. O Google Mail tem um negócio bem legal chamado "filtro". Por exemplo, eu participo de um sem número de grupos de discussão - alguns do Canadá, alguns de Tecnologia, eu também recebo E-Mails de empresas de emprego para o qual eu me inscrevi quando eu estava trabalhando na padaria, e poraí vai. Ao invés do bonitão aqui ficar perdendo tempo com os 30 E-Mails que chegam todo dia, eu crio uns filtros e redireciono os E-Mails que não me interessam para o "Archive" e eles não poluem a minha caixa de entrada. Aí quando eu tiver um tempinho, vou lá, clico no filtro em questão e leio as mensagens que estão lá mofando.

Eu também recebo uns 20 spams por dia. A maioria dos 10217 E-Mails que eu já recebi foram, de uma maneira ou de outra, solicitados por minha pessoa (eu mesmo). Os spams são de pessoas inescrupulosas que compraram o meu endereço de E-Mail em uma lista qualquer - um pacote com 10000 endereços válidos de E-Mail deve custar uns 15 dólares na Internet. Tem spam em Inglês, em Japonês, em Alemão, tem spam que veio com o meu endereço de E-Mail como remetente (caso você não seja "da área", isso é fácil de fazer), tem um monte de E-Mail de remédios baratos pela Internet, E-Mails em Engrish, E-Mails de algumas empresas do qual eu me enchi de receber E-Mails e simplesmente cliquei no botão "Report Spam" ao invés de me "desinscrever", e também E-Mails de uns coitados que queriam mandar um E-Mail autêntico mas que escreveram algo que o Google Mail achou que era spam.

É tudo algorítmo, no fim das contas.

Eu decidi escrever sobre E-Mails, spams e afins porque a danada da Nintendo me manda um E-Mail TODO SANTO DIA com informações sobre a loja online da mesma. Hoje eu me enchi e achei no E-Mail o botão "unsubscribe", cliquei lá, selecionei tudo, recebi a mensagem de OK com o aviso "por favor note que o processo de exclusão do seu E-Mail das listas pode levar até DEZ dias úteis para ser concluído".

10 dias úteis. 80 horas de trabalho. 240 (ou mais) horas corridas. Se eu mando um E-Mail para o Japão ele chega lá em menos de 5 minutos. Ou até menos. Dez dias úteis. Será que eles tem que imprimir um memorando e mandar para todas as filiais? Será que eles não tem um sistema de mensagem eletrônica para avisar as outras filiais e tem que mandar tudo pelo correio normal? Ou será simplesmente que eles não vão me tirar da lista e eu vou ter que clicar no botão "Report Spam" e pronto?

Que coisa. Dez dias é uma eternidade.

...

Sabe como é picolé em Inglês? É ice pop. Muita gente chama de lollipop, mas segundo a Wikipedia o termo certo é mesmo ice pop. Vamos falar de contexto - não lembrei de ice pop por nenhum motivo relacionado à esta terra onde filmaram Brokeback Mountain, mas sim porque hoje eu fui comprar Pedialyte para o Arthur (já que o pequeno está com uma leve diarréia) e decidimos que o picolé era uma boa porque quando ele foi para o hospital há uns meses, o médico deu o picolé e funcionou que foi uma beleza. Não sei se tem o picolé de Pedialyte no Brasil, mas é uma boa.

...

Sabe como é guinchar em Inglês? To tow (away). I tow, you tow, they tow. Será? Sei lá. Não consegui achar um lugar com a conjugação verbal deste verbo. Se é que é verbo. Pelo menos, eu acho que é um verbo. Deve ser.

...

E nossa, já está bom com hoje. Vou lá fritar um bacon, fritar um macarrão, juntar mais alguma coisa e ver meu colesterol disparar.

Fui!

E eu ainda estou com IMC 29, ainda caracterizado como SOBREPESO, e não OBESO. O f* é que para chegar no peso ideal eu preciso perder uns 12 quilos. Eu acho que eu devo estar com uns 92 quilos agora, mas eu preciso me pesar para ter certeza.

Fui mesmo!

Eu e o blog

O blog é como um "ser" que precisa de atenção de tempos em tempos - é sempre bom ir lá e escrever um pouco sobre como as coisas estão indo, os últimos acontecimentos, passeios, etc... Mas de vez em quando este filho fica relegado em favor do trabalho, do filho de verdade, da família, dos passeios, da preguiça de Domingo, etc...

Por isso que hoje, Segunda-feira de manhã, resolvi dar uma palavra aqui. Estou no trabalho mas Segunda-feira é um dia devagar. Ainda mais esta Segunda-feira, que está bem gelada (-4 C), com sol na minha vizinhança mas com neblina aqui no meu trabalho. Resolvi ser macho hoje e saí de casa só com uma calça (sem a amada ceroula) e só com uma camisa de flanela (sem o casacão herdado do Rafael). E olha, hoje eu digo que, se o bolso e as condições permitirem, meu próximo carro terá bancos aquecidos. O carro inteiro fica gelado, mas é o banco do carro que te faz tremer de frio. Aliás, hoje o carro parecia mais um picolé, já que não só estava gelado por dentro como tinha também uma camada de gelo por fora.

Pois é, o inverno está chegando. Ontem a temperatura estava boa, uns 12 graus à tarde, que para Novembro é uma beleza. A neve ainda está em algumas casas e provavelmente em alguns lugares da cidade (onde nunca bate sol), a mesma neve vai resistir até o fim do inverno (na verdade, até Maio ou Junho, quando as primeiras chuvas varrerão o que sobrar).

No Sábado fomos almoçar no restaurante Português (Mimo) com a Scheila, Fábio e família. 19 dólares por um bacalhau bem servido, vou te dizer que vale a pena. E é restaurante Português da gema, a mulher que te atende é baixinha, tem cara de Portuguesa e bigode, fala Português de Portugal e cozinha bem. Eu comi um filé ao molho madeira e o Arthur comeu pão com manteiga. O lugar é simples, mas quem vê cara não vê coração, dinheiro não traz felicidade e tamanho não é documento, já diria o cara feio, sem dinheiro e de bilau pequeno. Brincadeira, o crime compensa, a comida é boa, o atendimento é amigável e o bacalhau é bom (assim como o filé ao molho madeira).

No Sábado também fomos no aniversário do Matheus (filho da Cecília e do Antônio), onde eu brinquei quase tanto como o Arthur, e depois nos perdemos (literalmente) em um emaranhado de ruas e avenidas redondas perto do lugar onde a festa aconteceu, nas redondezas da Anderson Road. O sol estava se pondo e a gente tinha que ir para LESTE (onde o sol nasce, ou seja, onde estava escuro), e não para OESTE (onde ainda estava claro), e era broxante quando a rua começava a virar e tcha-rãm, lá estava o sol de novo. Eu passei pelo mesmo lugar umas 5 vezes até que eu realmente vi que a única saída do labirinto era pelo mesmo lugar de onde viemos - a Soraya, minha querida e digníssima esposa, tinha tirado o mapa do carro sem querer uns dois dias antes, então só no achômetro mesmo.

No Domingo fomos dar uma volta na ilha que não é ilha (nas vizinhanças do Elbow Park), conhecemos uns bairros novos de Calgary e achamos o tal do mercado Italiano - lá tinha o torrone das "antigas", segundo a Soraya, duro de doer mas, mesmo assim, gostoso. À noite a Soraya foi dormir cedo e eu fiquei vendo Kung-Fu Panda com o Arthur, que espalhou pipoca pela sala inteira.

E eu acho que é isso. Hoje o Arthur não teve aula e eu pude dormir até um pouco mais tarde.

Agora eu vou trabalhar.

Fui!

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

E nevou...

E não foi a primeira neve do ano porque nevou em Abril, mas podemos dizer que foi a primeira neve do inverno. De Segunda para Terça nevou uns 3 centímetros e eu tive que limpar o carro inteiro antes de sair de casa, teto, vidros, capô, é bom tirar o excesso para a neve não voar no pára-brisa e nem no carro de trás ao se dirigir. Como a temperatura na Terça-feira de manhã era bem próxima de zero grau(s), a neve estava meio "molhada", o que eles chamam por estas bandas de "wet snow". É uma neve mais grudenta, boa para fazer bolas imensas de neve - você começa com uma bola pequena e vai rolando ela no jardim até formar uma bola enorme.

De Terça para Quarta nem nevou e nem geou. Maravilha. De Quarta para Quinta (hoje) geou e geou bem, e eu tive que raspar o gelo de todos os vidros do carro. Ainda bem que o líquido limpador do pára-brisa de inverno (tem um para verão e um para o inverno) ajuda bastante na tarefa, já que ele é capaz de tirar uma boa camadinha de gelo do pára-brisa e do vidro de trás.

Agora, na Quarta-feira estava nevando quando eu vim para casa. E, olha, dirigir com neve caindo é uma coisa estranha. A chuva não reflete muito o farol de carro, mas a neve... Eu via cada floquinho que caía e o mundo parecia uma chuva branca. Estranho. Interessante, mas estranho.

Está ficando escuro cedo agora. 5 da tarde o sol já está indo embora. Acho que eu estou com o sono de inverno. Vou brincar um pouco com o moleque que está meio energético.

Fui!

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

YAMAHA C40

Não, não é moto não.

É um violão:



Finalmente comprei o bichinho. 139 dólares na Guitar Works da Mc(Mac)Leod Trail (eu não até hoje como escrever este nome), e eu sem ritmo aprendendo como tocar MPB decentemente com a Soraya, que manja de ritmo mas não sabe tocar violão. Eu comecei a brincar com o violão na minha adolescência, deixei o meu que meu pai me deu há muitos anos no Brasil e resolvi "reaprender" a tocar. Embora eu saiba umas 30 introduções de várias músicas diferentes, possua a técnica necessária para dedilhar e até talvez usar a palheta, careço de saber mais do que uma música inteira e careço miseravelmente (gíria do Inglês mal adaptada ao Português) de algumas habilidades chave:

. Ritmo;
. Cantar e tocar ao mesmo tempo.

Ou seja, minha habilidade com o violão é mais uma distração pessoal do que uma distração para o grande público. Mas já estou treinando umas músicas que a Soraya gosta (Give Me Love, música do George Harrison na versão da Marisa Monte, e também A Sua, da Marisa Monte), e eu até imprimi umas cifras de algumas músicas do Chico Buarque - mas PELOAMORDEDEUS, quem é o polvo que consegue montar aqueles acordes? Preciso fazer alongamento diário dos meus dedos ou achar uma versão simplificada das cifras, senão vai rolar o samba de um acorde só.

Mas caminhando e cantando e seguindo a canção a gente vai, e eu não faço muita questão de aprender esta música. Agora como parte do processo natural de recomeçar a tocar violão vem a dor nas pontas dos dedos até que estes "calejem" com o exercício diário.

...

Que mais? Neste Domingo fomos no Stanley Park, em Kensigton, um parque simples e bem bonitinho, no Sábado fomos andar de trem e vimos um ser com uma maquiagem de zumbi bem sinistra no rosto e que devia estar com a maior ressaca dos seus 17 anos de idade, já que tremia mais do que o Ozzy Osbourne e não conseguia andar em linha reta. Tinha também um cara com um Rottweiller que dava para alimentar uma família de 5, um bêbado com uma bicicleta que segundo ele é mais velha do que eu (deve ser velha mesmo, já que normalmente erram a minha idade para mais), um outro bêbado que só sabia falar bebedês com o bêbado que tinha a bicicleta (na verdade, relembrando agora, ambos os bêbados tinham bicicletas), um grupo de 6 moglis com idades entre 14 e 7 anos, alguns vampiros e outros fantasiados já que era Sábado pós-Halloween e acho que de peculiar, só isso.

Como eu pude viver tanto tempo sem viajar de trem? E é bem mais legal quando é diversão e não único meio de transporte possível.

...

Sexta-feira foi o Halloween. Fomos eu, a Soraya, o Arthur, o Antônio e o Mateus na nossa vizinhança, e para surpresa geral da nação a maioria das casas tinham doces e, surpresa maior ainda, os doces e afins eram "do bom" e não "do doce" (contexto para entender a piada - há muitos e muitos anos, tinha uma empresa que vendia doces - balas e afins - e colocava uns brinquedinhos bem vagabundinhos para a molecada - quando a gente diz "do doce" quer dizer que "não presta", já que o que vem de graça no doce não presta). Talvez nestes dias de Kinder Ovo o correto fosse dizer "do chocolate", mas acho que não tem tanta graça.

Em resumo, foi bem legal, com direito a cervejinha depois (+ vinho = ressaca no dia seguinte).

Bom, vou dormir.

Fui!

Inverno chegando...

5:30 da tarde.

Da minha janela no escritório eu vejo a oficina acesa na minha frente, umas luzinhas e...

O MEU REFLEXO NO ESPELHO!

O HORÁRIO DE VERÃO ACABOU!

JÁ ESTÁ ESCURO DO LADO DE FORA!

Pois é. Que coisa. Acabou a mamata. 5:30 da tarde e o sol já se foi. Pelo menos às oito da manhã já é dia, agora já não fica tão chato acordar de manhã mas fica meio deprimente voltar para casa.

Que aliás é o que eu vou fazer.

Fui!