Sexta-feira e eu mega gripado (acho que resfriado seria mais adequado) - estava vindo para o trabalho de manhã e dois corvos estavam voando sobre a minha cabeça, conversando um com ou outro em corvorês. Lá pelas tantas eu viro para as dois e grito:
"I am not dead yet, fuckers. Go away".
E eles pararam de me perseguir - ainda bem que eu trabalho no parque industrial, na região mais desabitada da cidade, depois das reservas indígenas e do lugar onde foi a exposição de trem que a gente foi o ano passado, e não tinha nenhuma alma viva na rua para me fazer passar vergonha.
Falando em alma e viva na esquina da rua onde eu trabalho tem uma cruz branca fincada em um jardim, perto da calçada, e sempre tem alguma flor ali. Acho que alguém foi atropelado naquela esquina - bom, eu sei que sempre que eu vou atravessar a rua e vejo aquela cruz, tomo duas vezes mais cuidado. Como a região aqui é um deserto de almas, é bom ter certeza que alguém te viu e que não acha que você é uma ilusão antes de atravessar ruas.
Estou devagar com o blog - ando meio gripado, meio cansado, um pouco ocupado e mais algumas coisas. Hoje eu submeti uns papéis para a imigração para ganhar a minha tão sonhada liberdade (vou escrever no sentido não figurado em breve). Hoje é Sexta-feira também, o que é muito bom, e está um lindo dia de sol - que eu não vou poder aproveitar muito por causa do meu bendito resfriado.
O sol se põe agora só depois das dez da noite. Uma beleza. É impressionante que a temperatura seja de 25 graus no fim da tarde, e que no fim da madrugada tenha caído para seis graus. Nada de dormir na praia aqui (até porque nem praia têm), pois de madruga o frio ia apertar. Acho que deve ser por causa da falta da umidade. Dizem que a água tem um dos fatores isoqualquercoisa mais altos da natureza, e segura a temperatura pra cima quando o ar está frio.
Ontem eu peguei o ônibus dos doidinhos de novo. Tinha um com síndrome de Down, que é bem simpático por sinal, um outro que eu não sei dizer o que têm, um casal que falava Espanhol que estava a um passo de entrar para o clube dos doidinhos, e tinha também uma garota simpática que conversava com os doidinhos, mas que estava muito bonita e arrumada para fazer parte do grupo. Eu gosto dos doidinhos do bumba. Eles são mesmo simpáticos. Eu só não gostava muito de uma loira que era parcialmente doida, mas que se fazia de gostosa e simpática para os outros doidinhos - mas a mulher era chata demais. Eles sempre falam "bye" e "good morning" para todo mundo que sai e entra do busão. Pode ser o contrário também, "hi" para quem vai e "bye" para quem chega - mas eles não são este tipo de doidinho. E eu também falo doidinho porque eu acho retardado extremamente pejorativo e "com necessidades especiais" extremamente rebuscado.
Em frente de casa tem uma casa para jovens com necessidades especiais. Eu nunca conversei muito com o povo de lá, eu dou oi e elas (acho que só tem mulher lá) demoram uns dois minutos para dar oi de volta. Elas devem achar que a gente é piromaníaco pois toda vez que eu acendo a churrasqueira (e eu faço isso toda hora), as chamas tem quase um metro de altura. É bonito de ver.
Que mais? O Kb.Lo e a Sá estão todos chiques em NY, acho que voltam amanhã para o Brasil, a Soraya quer ir para o Brasil em Julho e eu pretendo ganhar na loteria amanhã à noite, são 27 milhões de dólares... História real:
Perguntaram para um carrinheiro o que ele faria se ganhasse na sena, ele disse que ia comprar um carrinho novo para levar as coisas (ou algo do tipo).
Bom.
Se eu ganhasse na loteria eu ia comprar um fone de ouvido novo para ouvir música no meu trabalho. Trabalho!? Trabalhar?! Bom, talvez.
Bom,
fui!!!