segunda-feira, 24 de maio de 2010

Lost, Finale

SPOILER ALERT!!!

Sério. Se você não viu o último episódio de Lost e ainda quer ver e preservar a surpresa, então não leia mais.

Mas, se você chegou até aqui, vamos lá.

Hoje, acabou a temporada de Lost. Foi o último episódio. Finito.

Na sexta temporada, dois universos paralelos foram mostrados - um em que a vida continuava na ilha, seguindo a linha original da série, e um universo paralelo em que a ilha aparentemente não existia.

O que o final da série mostrou é que todos no universo paralelo estavam já mortos. Charlie, o da banda de "You and all and everybody" foi o primeiro a perceber que uma outra vida, havia. Desmond foi "esclarecido" em seguida, e ele fez com que, no universo paralelo, todos se lembrassem de sua "vida" paralela.

Mas, a vida paralela não era uma "vida" paralela. A vida paralela foi a única vida. O universo paralelo foi, como o pai de Jack explicou, um mundo criado por quem estava no avião para que eles pudessem se encontrar depois da vida. Não existe o "agora", o que existe é aquele lugar (atemporal). Todo mundo morre um dia, e aquele universo paralelo era um mundo em que eles estavam se preparando para partir.

A ilha foi real. O Jack morreu na ilha. O Ben e o Hugo ficaram na ilha (o diálogo no final entre o Ben e o Hugo é bem claro neste ponto). A Kate, o Sawyer e os outros que estavam no avião voltaram e viveram as suas vidas no "mundo" real. O Bernard e a mulher dele provavelmente viveram na ilha até o fim dos seus dias. O Desmond provavelmente saiu da ilha em algum momento para viver a sua vida com a Penny. O monstro de fumaça virou história.

Eu li em algum lugar que a luz que o Jack "religou" no fim do episódio é a luz que entrou na igreja no fim do episódio. É aquela luz que todos procuram. A luz é como se fosse a origem e o fim da vida, como o olho de Jack abrindo e fechando no começo e o no fim da temporada. Se o Jack não tivesse recolocado a "rolha" e permitido que a luz voltasse a brilhar, este "farol das almas" ficaria apagado e, imagino eu, quando a porta da igreja fosse aberta no fim do episódio, ao invés de luz, haveria escuridão.

Quando Jacob disse que se o "monstro de fumaça" saísse da ilha a vida ia acabar em todos os lugares, eu acho que ele não quis dizer a vida "vida", mas que a luz em questão não ia mais existir. O "MIB" (Man in Black) não era nem vivo nem morto. A luz é que provavelmente o prendia na ilha. Sem a luz, ele era um homem. Talvez, sem a luz, não existisse a "vida após a morte" como mostrado no episódio. E vida após a morte é uma das teorias mais bem mostradas no Lost, principalmente com todos os personagens que podem ver e conversar com os mortos. O monstro de fumaça é a síntese do que é a falta da luz - algo desumano, frio, feio, monstruoso.

Em resumo:

. A ilha é real. Ela existe. A ilha mostrada no fundo do mar, no começo da sexta-temporada, é a ilha do universo paralelo, do mundo além vida. Ela está no fundo do mar, fora do alcance. Ela é real. A única coisa da ilha que pode ser vista no mundo paralelo é a luz;
. O monstro de fumaça é a síntese da falta da "luz"; Mas ele sabe que a única maneira dele sair da ilha é se a luz for destruída. O que ele não sabia, aparentemente, é que ele voltaria a ser um homem quando a luz se apagasse;
. Todos estão mortos no universo paralelo, mas todos viveram uma "vida" normal (quem não morreu na ilha). O Hugo disse para o Ben que ele foi um "grande segundo", e o Ben disse de volta que ele foi um "grande primeiro". A Kate disse que sentiu falta do Jack por um longo tempo, e aparentemente o Locke deste universo paralelo havia feito as pazes com o pai; Pai, aliás, que havia morrido na ilha também;
. O Jack morreu na ilha. O Sawyer, a Kate, o piloto, a loirinha que eu nunca me lembro o nome, o Chinês/ Japonês que fala com os mortos viveram para ver um outro dia.

Se eu gostei?

Gostei.

No fim das contas, o fim da temporada e da série foi mais sobre as pessoas do que sobre a ilha. Não interessa o porquê das coisas na ilha serem como são. A ilha é algo sobrenatural. Ela é a ligação entre o mundo dos mortos e o mundo dos vivos. Ela é um "relógio" da humanidade (e por isso, talvez, a viagem no tempo). Ela é como um ser virgem que pode ser moldado à vontade de quem é o seu "líder regente" (por isso Ben disse ao Hugo que, se ele quisesse mandar o Desmond embora, que ele não teria problemas ao tentar fazer isso).

O que importa é a jornada.

Eu nunca vi nenhuma série como Lost.

Quando o especial com todos os episódios sair, eu vou comprar - com certeza.

Fui!

7 comentários:

Ravi disse...

PS: A Soraya acha que a minha versão é furada, mas eu acho que a minha versão é mais certinha que a dela (a dela é de que todo mundo morreu na queda do avião).

Lidy disse...

Ai Ravi,

concordo com você. Também acho que sua versão é perfeita.
Amei o final, achei emocionante, fui as lágrimas verdadeiramente.

bjim

Carlos ( KK ) disse...

Nossa leitura foi identica a sua.

Não vou ler nem um fórum ou site especializado!

Foi fantástico... me arrepiei 712 vezes!

Massa demais

Soraya Wallau disse...

Eu gostei da sua explicação, mas acho a minha mais certa. hahaha.
Bom, mas uma coisa a gente concorda, foi um final e tanto. Valeu a pena todos esses anos de espera!
Bjinhos!

César, Valéria, Lara e Anaclara disse...

Também gostei muito do final. Foi na minha opinião um desfecho muito bem bolado porque inclusive os mistérios que não foram explicados perderam a importância. Não são mais necessários como antes. Na minha opinião, nota 10.

E a vida segue...

Unknown disse...

Olá, Ravi!

Você trabalha como Java aí? Como é o mercado de trabalho nessa área aí? Também trabalho com Java.

Marcelo Ayres.

hugomes disse...

Concordo com a Soraya. Acho que todo mundo morreu na queda do avião.