terça-feira, 9 de dezembro de 2008

A day in the life

Este é o título de uma música dos Beatles...

"I hear the news today oh boy"
"About a lucky man who made the grade"
...



Estou ouvindo esta música agora. Ela fecha o álbum Sargent Peppers Lonely Hearts Club Band, e é uma das minhas músicas preferidas de todos os tempos, junto com mais algumas do Pink Floyd, Alice in Chains, Pearl Jam, Chico Buarque, uma meia dúzia de músicas clássicas e algumas outras.

Falando de "um dia na vida", nestes últimos dias brancos a vista da janela do escritório ficou mais bonita. Quase me faz esquecer o fato de que o sol se põe às cinco da tarde, mas com toda a neve nos telhados e na rua a noite fica mais clara, quase azul, como hoje - o céu está limpo, as ruas estão brancas e tem um vento vindo das montanhas que está derretendo a neve da varanda e limpando as árvores da sua cobertura gélida. Tem sido interessante dirigir nestes dias, principalmente nas ruas aqui perto de casa, com o tapete deslizante que insiste em ficar sobre as mesmas (olha o mesmo aí de novo). Eu me divirto acelerando e brecando o carro para tentar entender os limites de aderência nestas condições.

A Soraya está meio doente, hoje o menino nem foi para a escola mas amanhã ele vai, e acho que eu vou sair mais cedo do trabalho para buscar ele. Agora eu já consigo trabalhar de casa, é quase igual a ficar no computador do trabalho, até mesmo porque eu uso o computador do trabalho a partir do meu de casa - com uma conexão decente do lado de cá e do lado de lá, é quase como estar sentado na minha mesa. O trabalho tem sido divertido, é engraçado testar uma aplicação de voz, eu fico tentando interagir com a "voz" feminina do outro lado e xingando a mulher toda vez que algum problema acontece, sem lembrar que a mulher que grava todo o áudio que a gente usa senta numa sala à prova de som, não muito longe da minha mesa.

Até hoje me perguntaram porque diabos que eu converso tanto com o computador.

Outra coisa que tem acontecido nestes últimos dias é que eu não tenho dormido muito bem à noite - eu sei disso porque eu sonho a noite inteira. De vez em quando eu lembro do que eu sonhei, de vez em quando eu não lembro, de vez em quando os sonhos se cruzam e aí é uma beleza, minha manhã começa psicodélica. Junto com a paisagem surreal de Calgary no inverno, é uma maravilha.

E o carro gelado pela manhã? Sabe vaporzinho que sai da boca? Pois é, aqui o carro fica friiiiio de dar calafrio em pinguim, o volante fica gelado, os bancos parecem esculturas de gelo e a água que eu esqueci no dia anterior amanhece congelada. Surreal, surreal. A coisa ruim da neve é a sujeira, em certa escala é que nem areia, é muito bonito, sem isso o lugar fica incompleto (praia sem areia não é praia), mas incomoda, entra em tudo, suja, é uma tranqueira. Neve é igual, é muito bonita, deixa a noite clara, mas suja tudo. O coitado do carro que o diga, ainda mais com uma criança que faz questão de escalar o monte de neve mais alto que vê pela frente antes de entrar com as botas sujas e deixar toda aquela neve derreter no banco de trás.

Praia, oceano, que beleza.

Fui!

2 comentários:

Criska disse...

Estou gostando de acompanhar sua trajetória. É bem humorado, inteligente e poderia até dar um bom jornalista, se resolver mudar de profissão! rs
Boa sorte aí com sua família!

Eliane disse...

Que nostalgia danada. Não posso ouvir Beatles que me dá vontade de chorar. Saudade de um tempo que não vivi. Vai entender. Linda música.
Grande beijo, Eliane.