segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Hoje, como já é de praxe nas Segundas-feiras, acordei no horário em que eu devia estar chegando no trabalho e mandei um E-Mail dizendo "vou chegar atrasado", mas desta vez a secretária bipolar não estava na recepção (aliás, foi um espetáculo, só vi o primeiro ser humano ao entrar na minha sala), e mesmo depois quando eu a encontrei no corredor ela só perguntou como foi o meu final de semana, e eu disse "GOOD", trocamos mais uma meia dúzia de palavras como "COOL", "AWESOME", "CIRCUS", "HOT", "COLD", "RAIN", "PARTY" e fui eu cuidar das minhas coisas particulares no banheiro.

No trem tinha um família composta de uma mãe, duas crianças (chutaria uns seis e quatro anos), e uma avó que sentou do meu lado. Eles estavam dando uma volta de trem pela cidade que as crianças estavam curiosas para ver como é que é. Não é só o Arthur!!! E eu ainda dei a dica do Heritage Park, que tem o trem a vapor que o Arthur adora (e a gente também, o trajeto é curto mas é gostoso).

Hoje no ônibus da casa para o centro da cidade tinha um morador de rua fedorento - daqueles que fazem o nariz coçar. Um cara sentou do lado dele e saiu 10 segundos depois. Coitado. Tudo bem que deve ser a última coisa na lista de prioridades de um morador de rua tomar um banho e lavar a roupa, mas eu fico pensando se eles não tem umas máquinas de lavar roupa nos drop-in centers que tem pela cidade - e se tem, quanto custa para usar, se tem fila, se ninguém vai roubar a roupa alheia, este tipo de coisa. Eu tenho que ocupar a cabeça na uma hora que leva para eu chegar no meu trabalho e filosofar sobre a vida alheia é uma coisa muito boa para passar o tempo.

Pois é. Para mim existem duas classificações de moradores de sem teto:

. Os que acabaram de chegar, já arrumaram emprego mas ainda não tem onde dormir - porque é caro demais ou porque não conseguiram simplesmente encontrar um lugar - eu acho que para estes a cidade tem que realmente criar uma estrutura de suporte para que eles possam se estabelecer, principalmente porque eles provavelmente QUEREM se estabelecer;
. Os sem vergonha que não gostam de trabalhar (e ficam pedindo dinheiro na rua), ou os "crack-heads", como eles chamam aqui, que são os viciados com cara de zumbi que perambulam no centro da cidade. É chato alguém pedindo dinheiro, até é, mas se ficar nisso até vai. O problema mesmo são os crack-heads, que precisam arrumar dinheiro para satisfazer o seu vício. É por causa deles que existem assaltos no centro da cidade e é por causa deles que eu não gosto muito de andar por lá. É algo pequeno que não se compara à cracolândia em São Paulo, mas é bem chato de qualquer jeito.

Mas, terminando o que eu comecei a escrever uns parágrafos para cima, a vida nos ônibus e trens da cidade seria bem mais fácil se:

. Eles tomassem banho e lavassem a sua roupa com mais frequência;
. Eles jogassem aqueles malditos sacos de papel no McDonald's no LIXO e não no chão.

Mas faz parte.

Fui!

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