quinta-feira, 12 de abril de 2012

A vida aqui no Brasil depois de morar no Canadá

Olá amigos.

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Acho que a vida está voltando aos eixos agora. A tristeza pelo que aconteceu com o Rapha ainda está presente, às vezes parece que não é verdade, que foi um engano. É uma coisa muito forte perder alguém tão próximo, alguém com que você mantém contato semana sim, semana não. Você não só deixou de ter um amigo, mas você também perde parte de quem você era, as lembranças que você só tinha com aquela pessoa, a possibilidade de fazer uma visita rápida para relaxar um pouco, etc... A vida da gente continua, o Rapha vai sempre viver em nossos corações e em nossa memória, mas que ele vai continuar a fazer uma falta danada, ele vai.

É estranho fazer um balanço da vida no Brasil sem levar isso em consideração, mas esta é uma tragédia pessoal e não um reflexo do que é a vida no Brasil. O lugar onde o acidente aconteceu já foi consertado (um dreno foi feito para evitar que água se acumule na pista), o problema apareceu porque alguém resolveu fazer um muro em volta de um condomínio novo, e as pessoas tem um péssimo costume de concretar a base do muro, eliminando o caminho natural para o escoamento de água. Acidentes acontecem aqui e acidentes acontecem no Canadá, mas foi aqui que o acaso nos atingiu de frente. Aparentemente nenhum acidente havia acontecido naquele local antes, mesmo com a água ficando na pista do jeito que ela ficava. Tinha que ser naquele dia, naquele local, daquele jeito.

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O Arthur está "gostando" da escola como ele sempre "gostou", ou seja, dizendo que não gosta. Mas ele está estudando bastante, fazendo lição de casa todo dia, tirou até 10 um dia destes. O Arthur ficou meio popular na escola já que ele é "o menino que veio do Canadá", e sendo o Arthur meio vaidoso ele não se aguenta. Ele continua ruim de comer como sempre, mas agora eu mais que dobrei o tamanho do café da manhã, vamos ver se o menino também dá uma alargada. Agora a mania na escola é um tal de Beyblade, as crianças da escola do Arthur adoram e ele agora começou a levar o dele para eles brincarem. É a bolinha de gude adaptada às escolas que tem pátio de asfalto em minha humilde filosofada. O Arthur estuda em escola particular, como em toda escola do Brasil tem uniforme e ele também tem período, estudando de manhã.

A escola aqui não é tão estruturada como a do Canadá (a sala de aula não é tão arrumada, etc...), mas eles fazem excurções hora ou outra, e as aulas são BEM puxadas, o Arthur tem lição de casa quase todo dia e, fácil, fácil, a média de tempo de estudo em casa fica entre uma e duas horas todos os dias. Acho que a tendência é ele ir cada vez melhor.

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A Hannah é uma espoletinha. Ela é impagável. Você deita no sofá, ela deita do lado. Eu sento no computador, ela vem e apaga a luz do meu abajur. A gente colocou um monte de ursinho de pelúcia no cercadinho dela, ela acha que é piscina de bolinhas.

Foto da família no trem daqui:



A Hannah mexe com todo mundo na rua e todo mundo mexe com ela. Ela é uma figurinha.

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De resto, vamos indo. Trocamos o portão de casa, arrumamos as telhas quebradas, trocamos os vidros quebrados de algumas janelas que não estavam muito à vista, e finalmente trocamos os vidros "canaletados" (aquele que não dá para ver nada do outro lado) por vidros lisos na janela da salinha de TV. Ô mania que o povo daqui tem de não querer ver o lado de fora. A burocracia daqui existe, mas a gente já sabia o que ia ser, não dá para ficar pê da vida e as coisas até que tão andando. Quem sabe daqui à uns dia o TSE reconhece que a gente pagou a caríssima multa de 3 reais por eleição perdida e a gente possa transferir os títulos e renovar os passaportes?

A Sô está deixando a nossa casinha com cara de casa cuidando das coisinhas que só ela sabe cuidar. Quem vem aqui em casa agora fala que finalmente aqui está com cara de casa! Parabéns Sô, te amo!

Bom, fui!