segunda-feira, 31 de março de 2008

Lyrics

Vou começar a traduzir umas músicas do Pink Floyd e colocar aqui...

Wish you were here

So, so you think you can tell Heaven from Hell,
blue skies from pain.
Can you tell a green field from a cold steel rail?
A smile from a veil?
Do you think you can tell?
And did they get you to trade your heroes for ghosts?
Hot ashes for trees?
Hot air for a cool breeze?
Cold comfort for change?
And did you exchange a walk on part in the war for a lead role in a cage?
How I wish, how I wish you were here.
We're just two lost souls swimming in a fish bowl, year after year,
Running over the same old ground.
What have you found? The same old fears.
Wish you were here.

Tradução com uma certa licença poética:

Gostaria que você estivesse aqui

Então, seu doido, você acha que pode dizer o que é céu e o que é inferno?
Céus azuis (dias de sol?) da dor?
Você pode dizer a diferença de um campo verde para um trilho velho de metal?
Um sorriso de um véu? (que frase estranha)
Você acha que sabe a diferença?
E os homi disseram para você trocar seus heróis por fantasmas?
Cinzas quentes por árvores?
Ar quente (mormaço?) por uma brisa fria?
Conforto frio por mudança? Ou seria acomodação por mudança?
E você trocou ser um zé ninguém na guerra para ser um líder em uma cela?
Ah, mas como eu gostaria que você estivesse aqui
Nós somos apenas duas almas perdidas nadando em um aquário, ano após ano
Correndo sem sair do lugar (correndo sobre o mesmo velho chão)
O que você achou, mané? Os mesmos velhos sentimentos (a mesma velha ladainha)
Gostaria que você estivesse aqui

Time

Ticking away the moments that make up a dull day
You fritter and waste the hours in an off hand way
Kicking around on a piece of ground in your home town
Waiting for someone or something to show you the way

Tired of lying in the sunshine staying home to watch the rain
You are young and life is long and there is time to kill today
And then one day you find ten years have got behind you
No one told you when to run, you missed the starting gun

And you run and you run to catch up with the sun, but its sinking
And racing around to come up behind you again
The sun is the same in the relative way, but youre older
Shorter of breath and one day closer to death

Every year is getting shorter, never seem to find the time
Plans that either come to naught or half a page of scribbled lines
Hanging on in quiet desperation is the english way
The time is gone, the song is over, thought Id something more to say

Home, home again
I like to be here when I can
And when I come home cold and tired
Its good to warm my bones beside the fire
Far away across the field
The tolling of the iron bell
Calls the faithful to their knees
To hear the softly spoken magic spells.

Tempo

Indo embora no tique-taque os momentos que fazem um dia ficar chato
Você frita e desperdiça as horas de uma maneira antiquada (eu gosto de Pink Floyd, mas eu queria saber se isto tem um sentido paralelo em Inglês)
Chutando pedrinhas em um terreno baldio no terreiro atrás da sua casa
Esperando aparecer Maomé para te guiar pelo Mar Vermelho

Cansado de lagartear no sol, ficando em casa para ver a chuva cair
Você é jovem e a vida é longa, e há tempo de sobre para matar hoje
E então você vai descobrir que dez anos já ficaram pra trás
Ninguém te disse quando começar a correr (seu mané), você perdeu o tiro de partida (seu surdo)

E você corre mais e mais para chegar até o sol, mas ele está afundando
E dando a volta para chegar atrás de você de novo (eu sabia que aquele sorrisinho maroto na cara do sol não era à toa)
O sol ainda é mais ou menos o mesmo (é, acho que é), mas você já ficou pra titia
Com um pouco menos de ar e um dia mais perto da morte (é, essa música é meio deprê)

Todo ano vai ficando mais curto, parece que não dá tempo de fazer nada
Seus planos acabam indo para o beleléu ou não são mais do que umas anotações em um papelzinho de bala de hortelã
Ir se enforcando devaragarinho em um desespero quieto é a maneira Inglês
O tempo acabou, a música já era, queria ter mais alguma coisa para dizer

E depois...

Em casa, em casa de novo
Eu gosto de estar aqui quando eu posso
E quando eu chego em casa frio e cansado
É bom aquecer os ossos ao lado do fogo (morando no Canadá você entende esta frase)
Bem longe no descampado
O soar do sino de ferro
Chama os fiéis aos seus joelhos
Para ouvir as palavras mágicas, faladas suavemente

Amanhã vou traduzir Comfortably Numb. Esta deve dar pano pra manga.

Fui!

(é, eu não tinha muito sobre o que escrever hoje, só precisava me distrair).

Fui!!!

domingo, 30 de março de 2008

Domingo para Segunda

Acordou cansado? Não é amanhã que vai dar para descontar!
Não pegou trem o final de semana inteiro? Amanhã não tem como escapar...
Não tomou café o final de semana inteiro? Amanhã você vai tomar aquela droga de café do escritório...
Bundou o final de semana inteiro? Amanhã não vai dar mais não!

Amanhã ninguém sabe!

Fui!

sexta-feira, 28 de março de 2008

Sexta-feira!

Sexta-feira!

Acordou cansado? Amanhã você dorme mais!
O trem estava uma droga? Amanhã não vai precisar!
O café do escritório estava uma droga? Amanhã você faz o seu!
Queria ficar bundando o dia inteiro? Faz isso hoje!

Fui!!!

quinta-feira, 27 de março de 2008

Canadá

Embora esse blog se chame "me at canada", faz um tempo que eu não escrevo sobre o Canadá (vida no Canadá, diga-se de passagem). Bom, em homenagem ao título, vou contar parte das minhas aventuras quando a gente começou a se estabelecer aqui. Eu vim para cá com emprego arrumado, uma empresa que nem passa perto de ser um oásis de confiança e estabilidade, mas a vontade de vir era tanta que a gente resolveu arriscar mesmo assim. Bom, a aventura começou no fim de 2006, mas a gente veio mesmo foi no meio de 2007. E é para lá que eu vou.

Embarquei no dia 4 de Junho de 2007, em São Paulo, rumo à Calgary. Para variar, saí do Brasil sem um pingo de dinheiro, quer dizer, eu tinha alguma coisa só para poder comer e me virar nos primeiros dias. Coisa de 200 dólares. Nada que chegue perto dos milhares de dólares que um residente permanente tem que trazer. Pois bem. No aeroporto, foram me buscar no terminal errado (foram para o desembarque internacional), pois achavam que já que eu estava vindo do Brasil, tinha que estar por lá. Ledo engano, o avião faz escala em Toronto, caras pálidas.

Primeiro dia, conhecer o pessoal do trabalho, curtir os 25 graus do verão Calgariano, ir para o hotel, abrir o berreiro de saudade de casa (eu vim sozinho, a Soraya e o Arthur vieram depois), ir comer no SubWay e não saber que alface é lettuce, que pepino é cucumber e que tomate é tomatoe. Tinham me dito que o hotel tinha uma estrutura boa, e isto tinha mesmo, mas ninguém comentou o fato do bicho ser mais cafona do que seria a casa do filho do Fagner com a Fafá de Belém. Até espelho fumê no elevador o coitado tinha.

Foi uma época de descobertas. Descobrir que a porta do ônibus não abre sozinha e passar vergonha pedindo para o motorista abrir. Descobrir que o trem para o sul e para o norte passam no mesmo trilho no centro da cidade, depois de andar cinco quarteirões procurando o trem que ia para o outro lado. Ver que o café daqui até que é decente se for tomado com creme ou com leite, que a Chapters é sensacional, que não dá para abrir ficha em quase nenhuma locadora se a gente não tiver cartão de crédito, e que SW é melhor que NE. Conhecer o WalMart daqui (deve ser uma vontade de muita gente) e ver que as coisas são baratas, mas que o bicho é meio feio. E foi ver gente de tudo que é canto do mundo.

O primeiro mês foi de devaneios pela cidade para passar o tempo, já que a família continuava no Brasil. Fui em vários lugares da cidade, ainda mais porque o sol ia até às onze horas da noite. Foi bom, mas a saudade apertava.

Umas três semanas depois que eu cheguei, ficou acertado que a Soraya e o Arthur iam vir para cá. Como eu tinha comprado uma máquina fotográfica, um iPod e umas outras besteirinhas, não tinham sobrado muitos dólares para comprar os móveis, mas mesmo assim o que tinha dava para comprar alguma coisa. Fiz uma lista, fui na Ikea, mas só comprei dois terços do que eu tinha planejado porque sempre tem umas coisas que a gente esquece (por exemplo, roupa de cama). Neste meio tempo também eu arrumei um apartamento, o pessoal do escritório me emprestou umas panelas (boas), uma cama de ar (que deve ser boa só para acampar), uma TV sem controle remoto e mais uma meia dúzia de besteirinhas. Quando a Soraya e o Arthur chegaram, no dia 5 de Julho, nossa casa estava mais ou menos. A gente ainda tinha o colchão de ar, o Arthur já tinha uma cama, mas a gente ainda não tinha um sofá ou uma cama de verdade.

Os meses seguintes foram de várias idas à Ikea. Todo bom imigrante monta a sua casa com coisas de lá (é barato e é bonito), embora existam alguns probleminhas - a nossa cama tem umas quinas que são como um imã para os dedinhos do pé da Soraya. Mas eu também comprei o barato do barato, exceto pelos colchões, que são mais ou menos. A verdade verdadeira é que se tivesse uma Ikea no Brasil ia ficar bem mais barato para montar uma casa. Nada de casas Bahia com aqueles móveis cor de caramelo queimado com vidrinhos nas portas (eu sei que é questão de gosto, mas eu acho aquilo feio de morrer - o hotel tinha móveis neste estilo). A verdade é que os nossos seis primeiros meses aqui foram de adaptação. Depois disso, a gente mudou de casa e entramos em uma outra fase, de "viver" aqui mesmo.

A diferença principal para a gente foi o lugar para morar. De um apartamento "enterrado" para uma casa "elevada". Foi como ir da água para o vinho. Lareira, varanda, três quatros, rua calma, dez minutos a mais para ir para o trabalho mas fazer o quê? Depois disso a gente comprou uma TV nova, uma mesa de jantar que a Soraya não consegue pintar da cor que quer e mais umas besteirinhas. Ainda tem coisa para comprar, mas agora podemos dizer que a casa está 90% completa.

Que lições dá para tirar deste período todo?

> A experiência passa a ser mais agradável a partir do momento em que você começa a viver em um lugar que tem mais cara de permanente do que temporário;
> Para mim as coisas ficaram mais fáceis depois de 6 meses, mas isto pode estar profundamente relacionado com o fato de eu ter ido viajar para o Brasil no começo do mês;
> Criança aprende mesmo inglês rápido. Não é lenda;
> Se você usar o Inglês no dia-a-dia, e prestar atenção nos seus erros, invariavelmente a sua fluência vai melhorar bastante;
> Tudo aqui funciona à base de depósito de segurança. Conta de luz e aluguel, tem que dar um (ou uns) mes (es) adiantado(s) para eles terem de onde tirar se você der calote. Eles devolvem o dinheiro corrigido, mas com as taxas de juros de primeiro mundo aplicadas aqui no Canadá, nem adianta se animar;
> Nó cego é nó cego em tudo que é lugar do mundo;
> E o povo aqui é super simpático. Tem umas exceções, como os moradores de rua do centro da cidade e alguns Indianos e Paquistaneses. Os povos africanos são bastante simpáticos e conversam bastante, assim como latinos em geral;
> Você vê muita gente com necessidades especiais (para falar politiquês) na rua, assim como muita gente de cadeira de rodas, bengalas e outros aparatos. Não é porque tem mais do que no Brasil não, é porque a cidade dá estrutura para estas pessoas poderem sair de casa. É um país mais justo para quem precisa de ajuda do estado;
> E a cidade é bonita. E vale a pena, ainda mais se a gente conseguir executar o projeto Brazil Every Year ou, quem sabe, o Brazil Twice a Year :-).

Isso aí. Hora de ir tomar banho!

Fui!

Sonhos de consumo

Acho que estes são os meus sonhos de consumo, versão 2008:

Um carrinho velho:


Uma máquina fotográfica nova:


Uma churrasqueirinha nova, pequena e a carvão:


E carvão:


E carne:

"if cows could eat you, they would"

E amigos para visitar:

(inferno é o Roberto Carlos cantando em Espanhol)

Falando em amigos, o Kb.Lo e a Sabrina estão vindo para cá em Maio!!! Aêêê!!! Espero estar com a churrasqueira, o carro velho e a carta até eles chegarem!

Que mais?

> Umas roupas novas que até o pessoal do escritório já me elogia quando eu apareço com alguma peça de roupa inédita (isso aconteceu em todos os escritórios onde eu trabalhei, menos na Cosipa, onde a gente usava uniforme);
> A Soraya quer uma tatuagem nova;
> Eu quero duas caixinhas de som para ligar no DVD que a minha TV corta o som às vezes, quando o volume é muito baixo. O pessoal do trabalho falou para eu deixar de ser besta e comprar logo um surround ssssound, mas eu não quero ficar com aquele monte de fios e caixinhas espalhadas pela sala;
> Já tenho um roteador WI-FI! Vinte doletas por um usado de um cara do trabalho. Para que comprar um novo se o usado funciona? Não gasta, não é mesmo? Agora é comprar o adaptador WI-FI USB e aí adeus cabo de rede que fica desconectando toda hora. Pobre é foda.

E agora eu vou comer.

Fui!

quarta-feira, 26 de março de 2008

Time + The Great Gig In The Sky

Eu devo ter mais de 1000 músicas no meu computador. É meio inútil porque tem umas que eu nunca ouço, mas com centenas de gigabytes de espaço, tanto faz. É só baixar e largar aqui. E hoje eu resolvi ouvir Pink Floyd. E então The Dark Side of The Moon. E então...

a sequência TIME e THE GREAT GIG IN THE SKY.

É nego. Time foi a música que me fez comprar uma guitarra. E eu nunca aprendi a tocar o solo direito. The Great Gig In The Sky eu comecei a ouvir com mais cuidado depois que o Chuck falou que achava duca. E não, a mulher que canta não é negra, por mais "potente" que a voz dela seja ao cantar esta música. Impressionante.

Duca! Acho que são as duas músicas preferidas da minha banda preferida, quando tocadas juntas.

Agora vou trabalhar que já enrolei demais.

Primavera

É primavera por estas bandas. No Brasil, Outono. Dizem os geógrafos que aqui deveria esquentar e que no Brasil deveria esfriar, mas entre os trópicos a coisa nunca esfria muito e perto do círculo polar ártico, a batalha entre o sol e o resto do inverno só começa a "esquentar" a partir de Maio (trocadalho do carilho, como diria o Fabrício).

A Soraya está doida por um dia de calor. Ela diz que eu estou mais tranquilo porque eu fui para o Brasil, o que eu acho que é verdade, já que eu passei bastante calor por lá (ou poraí, depende de onde você, leitor, está agora). O povo do trabalho também está bem ansioso pelo verão. Eu estou ansioso por ver logo as folhas nas árvores, porque agora parece a paisagem do filme "A Bruxa de Blair". Tirando os pinheiros, que assim como os esquilos, não hibernam. Aliás, tem esquilo a rodo aqui. Não é a toa que eles estão em quase todos os filmes infantis que se passam no hemisfério norte e que tem algum tipo de animal.

Verão, verão. Calor, calor. Ontem eu vi um filme chamado Fargo e até fiquei com frio de tanta neve que tinha por lá.

Que venham os Chinooks!

E eu vou trabalhar que já é hora. Não escrevi muito, depois complemento. Fui!!!

terça-feira, 25 de março de 2008

Bobagens

Vou falar de um monte de coisa e de nada ao mesmo tempo...

> Hoje eu peguei um caminho diferente para ir até o trabalho. Meio revoltado por motivos alheios à minha vontade, resolvi dormir até mais tarde, mexer no computador de manhã, ir devolver os filmes, e por fim ir pegar um ônibus diferente, o 72, que passa ao lado de um campo de golfe, o Shaganappi, depois na Universidade de Calgary, no Alberta Children Hospital, depois por um monte de nada, até que eu chego no meu ponto de ônibus, desço, vejo que estou só 45 minutos atrasado e ainda resolvo passar no Tim Hortons para comprar um café e uma bagel com cream cheese. Eu ainda tentei desvirar a borda do copo de café para ver se ganhava um carro, mas para variar nunca ganho nada. Cheguei no trabalho depois das dez, recebi um "good afternoon", que foi prontamente respondido com um grunhido que disse algo como "bood", e comecei meu dia;
(fim dos links em cada palavra - dá muito trabalho)

> Falando em dia, meia hora depois de eu chegar, um dos meus queridos colegas de trabalho veio correndo me dizer que uma das arquiteturas que eu tinha escolhido (para fazer a integração entre a autenticação dos usuários) não era boa porque era "coupled" e não fazia o code ficar "beautiful" (ele disse isso umas cinco vezes). Não adiantou eu argumentar que a arquitetura era "duca", igual à que o Google usava, que todo mundo tinha aprovado, que funcionava, blá, blá, blá, o que importava é que era ruim porque era "coupled" (acho que ele não sabe o que a palavra quer dizer), que o code não era "beautiful", e que quebrava tudo de "bom" que o sistema tinha. Logo ele que não sabe dos conceitos mais básicos de programação. Ninguém merece. A discussão terminou com um "faz melhor" meu para ele;

> Tem uma expressão aqui que é "you talk the talk, but you walk the walk?", que seria algo como "você fala um monte, mas e fazer, faz?", que foi mais ou menos o que eu quis dizer quando eu falei "faz melhor, mané";

> À tarde eu fui conversar com o big boss e ele me disse que queria colocar mais um programador júnior sobre meu comando. A idéia dele é que eu tirasse um dia por semana para orientar o coitado, na esperança de que desta maneira ele adquirisse experiência profissional. Faz-me rir. Se fosse assim, seria fácil. A minha sorte é que o outro chefe estava por lá e disse que isso também era besteira, e que não adiantaria contratar mais um júnior, que isso só ia me sobrecarregar mais, etc, etc, etc (se eu deixar de revistar alguma coisa antes de colocar em produção, pára tudo - o que aconteceu quando eu saí de férias). Depois finalmente eu disse que um dos meus subordinados "não dava mais não" e fui embora, deixando a batata quente por lá;

. Eu já colaborei na demissão de umas duas ou três pessoas na minha carreira profissional. "Ravi, tem jeito?", no que eu costumo dizer "olha, aqui não dá mais não, mais atrapalha do que ajuda". Tá ruim? É melhor demitir do que puxar todo mundo para baixo. Eu tinha uma chefe que preferia demitir caras bons a caras ruins porque esses iam poder arrumar emprego mais rápido. Coitado do último cara bom que ficar por lá;

Vou parar de falar de coisas do trabalho que é meio chato. Tenho um filme para ver, Fargo, que acho que vou começar a ver agora, 11:17 da noite. Amanhã meu dia vai ser MUITO produtivo. Vou nessa. Preciso pensar numa mentira para publicar aqui. Espero que seja algo como "não ganhei na loteria", "não tive aumento" ou algo do tipo. Ahaha, como sou engraçado.

Vou dormir meus amigos. Quer dizer, vou ver o filme.

Fui!!!

segunda-feira, 24 de março de 2008

Monday

Piscina

Nada como uma Segunda-feira com neve para começar a semana. Hoje eu acordei e fiquei surpreso em ver tudo branco do lado de fora. De onde veio esta neve toda? Quer dizer, "toda" é força de expressão, acho que nevou uns dois centímetros, no máximo. É pouco, e eu espero que esta neve derreta toda até eu chegar em casa, já que aí eu não preciso limpar a calçada.

E ontem a gente foi na piscina pública aqui perto, o Killarney Acquatic and Recreation Centre. O Arthur curtiu tanto, mas tanto, que eu acho que vou começar a ir todo Sábado. E vou comprar um short decente para entrar na piscina, já que a minha bermuda jeans não é a vestimenta mais adequada para isso. Ontem, Domingo de Páscoa, a entrada era gratuita. Talvez por isso a água tivesse TANTO cloro (e um pouco de sal). Tinha tanto cloro que tinha até gosto de sabão. Mas também com duzentas crianças sedentas por um banho de piscina (Arthur inclusive), é bom mesmo evitar que o xixi alheio se transforme em arma biológica.

Eles tem quatro piscinas por lá. Uma grande, de 50m de comprimentro e um metro e meio de profundidade. Uma outra, bem funda, de 3 metros de profundidade, é para ser usada para quem quer pular do trampolim, sabe nadar perfeitamente ou quer dar uma de macho (foi mais ou menos meu caso). Tem também uma morna e rasa, e uma outra QUENTE e também rasinha, que as crianças adoraram (a gente foi o com o Antônio e com o Renato - foi o Give Wive A Rest Day). Uma hora e meia depois e as crianças ainda tiveram energia para brincar no parquinho do lado de fora, até que o frio apertou e os pais resolveram que era hora de recolher a gurizada.

Sushi Party

Nada como um sushi que já vem com raiz forte:



Nada como um Russo para cuidar das crianças:



e:



Brasil il il:



A mesa onde os sushis, sashimis e outros shis eram preparados:



O Arthur já ficando popular com as garotas:



E o menino treinando para quando for a hora de esquiar:


(óbvio que ele queria que o óculos fosse de maquinista)

Quase todo mundo:


(o "sushi man", Tailandês, é o da direita)

Mais uma:



E este é o álbum:

Sushi


Bom, a festa foi legal, esquema festa daqui (sem videogame ninguém se encontra), mas foi legal mesmo assim. Sushi, cerveja, inglês enrolando a língua e vamos embora. Eu descobri que a Zanika (a menina beijando o Arthur na foto lá em cima) joga videogame três vezes melhor do que eu. Faz parte.

E, para variar, curtas!

. Sábado a gente foi jantar em um restaurante grego aqui perto. A idéia era ir em um Português, mas eles não funcionavam mais, e a churrascaria Brasileira tinha fechado para a páscoa. Mas não faz mal, até que os gregos sabem cozinhar bem;
. Blockbuster é boa, mas é mais cara que a Rogers; Tem uma aqui perto. Tecnologia de ponta na Blockbuster, o cara escreveu meus dados com uma caneta, colocou uma fita adesiva e "fez" um cartão de sócio, coisa fina;
. Vi alguns filmes nestes últimos dias. I am Legend é um bom filme de zumbi, No Country for Old Men é um bom filme com um final médio, 30 Days of Night é um bom filme de vampiros, e Enchanted é bom para dar umas risadas;
. Eu também vi Apolo 13 na TV. Esse filme é dos bons. Top 13. Toda vez que está passando na TV, tenho que parar e ver. Que nem À Espera De Um Milagre ou Um Sonho de Liberdade.

E agora eu vou voltar para o trabalho. Depois escrevo-lhes mais neste espaço.

Fui!

sábado, 22 de março de 2008

Mais lendo do que escrevendo

Eu escrevi no blog pela última vez há quatro dias porque eu ando mais com vontade de ler do que escrever :-). Mas eu tenho umas fotos novas para colocar aqui e umas historinhas para contar, e mais tarde eu vou atualizar tudo!

Por enquanto, fui!!!

quarta-feira, 19 de março de 2008

Movies

Uma das coisas mais legais que eu trouxe do Brasil nesta última viagem foram os nossos DVD's. Não são muitos, mas são os que importam. Eu gosto muito de algums filmes e algumas séries, e de vez em nunca dá vontade de rever alguma coisa. Neste fim-de-semana, por exemplo, eu assisti Náufrago:



E na semana passada, foi a vez de Band of Brothers:



Eu não sinto que um filme bom foi assistido de fato até que eu o veja pela terceira vez. Não sou que nem o Arthur, para quem não conhece um barrigudinho que mora lá em casa, que já viu o mesmo filme do Thomaz 50 vezes. O moleque é fora de série. A gente já decorou totalmente os diálogos de alguns filmes infantis.

Como eu não leio livros (não por escolha moral, tipo "não como carne", mas sim porque eu sou preguiçoso), toda a literatura que eu posso absorver vem dos filmes. Talvez por isso eu tenha uma memória fenomenal para lembrar de nomes e cenas de filmes. A gente almoçando ontem e eu só peguei a frase "tinha aquele outro filme, antes, também, tipo Matrix", e eu só emende "13. andar".

Outro dia meu chefe antigo falando de um filme em que o moleque tem uns poderes especiais e pode gerar energia, mas ele não sabia o nome, e eu emendei "Energia pura". E poraí vai. Um dia o Kb.Lo estava em casa zapeando com o controle remoto quando apareceu uma cena de um hospital, coisa de um segundo. Ele mudou de canal e eu disse "volta que vai explodir uma bomba atômica". Sem entender muito ele voltou para o canal e disse "cara, você está doido, a mulher está em um hospital", quando BUUUUM, explode a bomba. Era a Soma de Todos os Medos, filme meio tosco com o tosco Ben Affleck. Olha o poster:


(tudo bem que morre meia dúzia de gringos e que o mundo poderia acabar, mas cara de mau na capa de filme, ninguém merece)

Bom, falando de Náufrago, é um dos meus filmes preferidos, talvez o filme preferido, primeirão da lista, top of the world, king of kings, fucker of fuckers. O lance do Wilson, da caixinha que ele não abriu e que tinha um telefone por satélite com bateria infinita + isqueiro e todo o resto. Eu gosto de quase todos os filmes que eu conheço do Tom Hanks, se bem que talvez não o tosco Matador de Velhinhas:


(este último eu só vi uma vez, de qualquer jeito - só para você não ver mesmo, todo mundo morre no final, menos a velhinha)

Isso me lembra que eu preciso passar na locadora e pegar os últimos lançamentos. Já faz mais de um mês que eu não dou o ar da graça por lá. Dizem que tem umas coisas boas poraí, vamos ver.

E já que a minha vida não é filme, preciso trabalhar!

Fui!

segunda-feira, 17 de março de 2008

Inglês 0 X Português 1

Num dos sites de "fuga do trabalho" que eu costumo acessar durante o dia, me deparei com um guia de "expressões" em Inglês:

A. Is we in the tape! = É nóis na fita!
B. Tea with me that I book your face = Chá comigo que eu livro sua cara.
(a melhor)
C. I am more I = Eu sou mais eu.
D. Do you want a good-good? = Você quer um bom-bom?
E. Not even come that it doesn’t have! = Nem vem que não tem!
F. Wrote, didn’t read, the stick ate! = Escreveu, não leu, o pau comeu!
G. She is full of nine o’clock= Ela é cheia de nove horas.
H. Between, my well! = Entre, meu bem!
I. You traveled on the mayonnaise = Você viajou na maionese.
J. I am completely bald of knowing it. = To careca de saber.
K. To kill the snake and show the stick = Matar a cobra e mostrar o pau.
L. Ooh! I burned my movie! = Oh! Queimei meu filme!
M. I will wash the mare. = Vou lavar a égua.
N. Are you thinking here’s the house of Mother Johanne? = Tá pensando que
aqui é a casa da Mãe Joana?
O. Go catch little coconuts! = Vai catar coquinho!
P. You are by out! = Você esta por fora!
Q. If you run, the beast catches, if you stay the beast eats! = Se
correr, o bicho pega, se ficar o bicho come!
R. Ops, gave Zebra! = Xiiiii, deu zebra!
S. Don’t fill my bag! = Não me encha meu saco!
T. Before afternoon than never. = Antes tarde do que nunca.
U. Take out the little horse from the rain = Tire o cavalinho da chuva.
V. The cow went to the swamp. = A vaca foi pro brejo!
X. To give one of John the Armless = Dar uma de João-sem-Braço.

Aí eu fiquei pensando - tirando alguns erros de Inglês, a maioria das expressões acima faz sentido se você estiver envolvido com a cultura do lugar. "Deu zebra", "Ela é cheia de nove horas", e poraí vai. Acho que a coisa que eu mais sinto falta no Inglês é que eles parecem não ter a mesma riqueza de expressões populares que o Português têm. Eu já escrevi aqui no blog que eu tive que explicar porque 24 é um número que carrega um certo "estigma" no Brasil, e vai fazer a gringaiada entender o que é jogo do bicho. Na última Sexta-feira tive que queimar uns fios de cabelo para explicar à chefe o que é aguardente. Às vezes eu tenho a impressão que o Inglês é uma língua mais "travada", que não dá tanta abertura para novas expressões como o Português dá.

Pode ser também porque eu ainda não fale Inglês direito. Eu conheço umas poucas expressões em Inglês, o que o povo curte aqui mesmo é abreviar. FIY, KISS, RTFM, DOB, DOD, e poraí vai. Até em comercial em trem abreviam. Em Português fica tosco, aqui é normal.

Coisas da língua.

E eu vou trabalhar que é Segunda-feira e eu preciso alimentar o barrigudinho.

Fui!!!

domingo, 16 de março de 2008

Mais uma da neve

Quando o inverno parecia passado a neve veio e deixou tudo branco de novo. E olha, é bonito. Um dia eu ainda vou me encapotar todo, arrumar um tripé e tirar uma foto da rua à noite, quando fica tudo claro já que a neve reflete 90% ou 95% da luz por ela recebida (por ela recebida - eu sempre fico tentando arrumar uma maneira de não repetir as palavras que não fique nem muito brega nem muito erudita - estou treinando quando for escrever meu livro sobre a vida sexual dos esquilos).

Voltando à branca (neve), mesmo com a mesma tendo atrasado a minha vida em Toronto e sendo incômoda para se andar vestindo havaianas (é preguiça de colocar o tênis), eu ainda acho que ela continua bonita. É, ela é branca, ela é fria, e quando fica de noite parece que ligaram os postes no 220V (se eles fossem 110V). É bão, parece noite de lua cheia sem lua. E a neve de Março tem uma vantagem, ela não demora muito para derreter, então eu nem preciso me preocupar em limpar a frente muito bem porque logo, logo tudo já virou água.

E eu vou deixar a mulher usar o computador que ela tem negócios a resolver.

Só paro de falar de neve quando parar de nevar!!!

Fui!

sexta-feira, 14 de março de 2008

Happy PI day

Momento nerd. Hoje chegaram e me desejaram "Happy PI Day" e eu respondi WTF?! Aí que me disseram que era 14 de Março, PI Day. Não entendeu? No Brasil 14 de Março é 14/3, aqui é 3/14 ou então 3.14, que calha de ser o PI, proporção entre diâmetro e circunferência em um círculo. Todo 14 de Março é PI Day.

Mais dããããã, impossível.

IF COWS COULD EAT YOU, THEY WOULD

Imagine você passeando em uma rua em São Paulo e eis que surge um açougue com a seguinte placa:

CARNES HORIZONTE
SE AS VACAS PUDESSEM COMER VOCÊ, ELAS COMERIAM

Pois é, aqui do lado do trabalho tem uma placa que diz "HORIZON MEATS - IF COWS COULD EAT YOU, THEY WOULD". Se eu tinha alguma culpa por comer carne de vaca, ela passou na hora.

Ontem eu fui almoçar em um restaurante japonês com o pessoal do trabalho, e um deles pediu um negócio feito com ouriço. Segundo ele, a consistência era um pouco estranha. Algumas pessoas fizeram cara feia, olharam torto, pensaram se aquilo era comestível, e eu só disse "YOU KNOW, IF IT MOVES, YOU PROBABLY CAN EAT" (olha, se mexer, provavelmente é comestível). O cara que estava comendo o ouriço até lembrou de um cara que falou a mesma coisa na TV. Existem plantas venenosas e algas que não podem ser comidas de jeito nenhum, mas se é animal (ou seja, se mexer), provavelmente dá para mandar pra dentro de um jeito ou de outro.

E o carnívoro aqui precisa trabalhar que hoje eu cheguei tarde. Estou gripado. Mandei uma mensagem para o escritório com a pérola "I AM COLD" (estou com frio), enquanto o certo seria "I HAVE A COLD" (estou com um resfriado). A secretária foi falar para o meu chefe que eu estava com frescura, mas ele entendeu a minha limitação na sua língua materna e deduziu que eu tivesse trocado as bolas.

Fui!

quarta-feira, 12 de março de 2008

And Ravi is BACK

Voltei para o Canadá! Na volta não houveram tantas emoções, a não ser o fato que eu achava que o vôo era às dez enquanto na verdade o mesmo saia oito e meia - mas graças à meus bons amigos, ao trânsito que ajudou e aos patrões que não se importaram (dos meus amigos), eu pude chegar no aeroporto à tempo. E ainda furei fila, já que fiz o check-in pela internet e só precisei deixar as malas, uma com 30.6 kg e outra com 29.5. É, desta vez eu vim carregado (ainda tinha as duas malas de mão).

Foi bom chegar em casa, ver o moleque e a mulher, eles adoraram o tanto de tranqueira que eu trouxe. Agora estou de volta no trabalho e preciso arrumar a casa aqui.

Foi bão visitar o Brasil, ver os amigos, família, sentir um pouco de calor e comer pizza de verdade. Como eu sempre faço as coisas pela metade não comi pastel, mas fiz churrasco, comi costela e tomei café de verdade. Agora vou é trabalhar!

Abraços à todos no Brasil. Valeu pelo churrasco de Domingo! Kb.Lo, Fabrício, valeu pelas duas caronas até o aeroporto. Quando vocês vierem a gente vai buscar vocês, nem que seja de bumba.

Fui!

sábado, 8 de março de 2008

Tirando pó

Não dá para escrever muito sobre o Brasil porque todo mundo já conhece. Mas tem umas coisinhas interessantes que eu reparei agora, de qualquer jeito:

. Tá quente que dá dor nos dente da frente da gente;
. O trânsito aqui é caótico comparado ao trânsito de Calgary, para começar, a gente não tem um monte de moto por lá;
. E aqui não se para na faixa, nas duas vezes em que eu parei quase que batem na minha traseira;
. Se o pessoal do Canadá viesse pra cá e tivesse que dirigir eles iam ficar com a quantidade de jaywalkers (pessoas que atravessam fora da faixa ou com o semáforo aberto). Eu me senti estranho sendo o único a esperar a luz abrir quando todos os outros já tinham corrido para atravessar uma rua;
. Aqui se come bem;
. A pizza daqui é REALMENTE muito melhor que a do Canadá. Não era frescura;
. Aqui tem doce de leite com ameixa e Catupiry;
. Nestes oito meses algumas coisas foram reformadas - os banheiros de um shopping que eu costumava ir, um ou outro posto de gasolina, fecharam um bar em que eu ia toda hora, e poraí vai;
. É um pouco estranho ver as casas aqui todas amuradas. Em Calgary as casas normalmente não tem muro - mas é legal ver mais casas por metro quadrado e ruas movimentadas. Acho que se em Calgary moram 50 famílias por quadra, aqui moram 300. Sem exagero - Santos é uma ilha e a densidade populacional dos bairros mais próximos à praia é bem alta, tal o número de prédios que foram construídos aqui (e tão fazendo mais);
. Fiquei pensando que eles podiam construir estacionamentos subterrâneos na orla da praia (já que estacionar na praia é praticamente impossível no verão). Mas aí eu lembrei que o solo aqui é mais úmido que feijão só com caldo e não rolaria cavar um buraco na beira da praia;
. E agora eu vou lá ver Telecine.

Fui!!!

Terça-feira de manhã estou de volta à Calgary.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Curtas da viagem

Vou para casa do meu pai daqui a pouco. Antes, alguns curtas:

. Quando eu perdi o avião na Sexta-feira (e saí correndo que nem um condenado), já constava no sistema da Air Canadá que tudo tinha merdado;
. Assim sendo, eles seguraram as minhas malas despachadas, e eu fiquei meia hora na esteira esperando;
. Só desta vez eu resolvi despachar TUDO, inclusive meu casaco de frio, ficando apenas com o PSP do Kb.Lo na minha bagagem de mão;
. Fui falar com o cara da bagagem, e se eu resolvesse pegar as minhas malas só para catar umas coisas eles, eu teria que ficar com as DUAS malas o final de semana inteiro;
. Disse que não e eles me deram o kit sobrevivência. Tinha uma camiseta, sabão em pó, pasta, escova, creme de barbear e mais umas coisinhas;

Eu contei esta história no avião para umas cinco pessoas na noite de Domingo. Eis que uma menina pergunta "escuta, no kit sobrevivência não tinha cueca não?". Nãããããão tinha não. Intimidade exposta. Devia ter mudado a história e dito que eu, cara prevenido que sou, vim com dinheiro para emergências E uma cueca a mais.

. Azarado que sou, hoje meu RG veio errado do Poupa Tempo. Fui lá só para ter um RG com CPF e me esquecem de por o CPF no RG. Pelo menos arrumaram na hora. Quer dizer, em uma hora;
. Reformaram o Market Place, um dos meus shoppings favoritos (tem poucas lojas), tiraram o parquinho, um dos meus lugares favoritos;
. Quando eu vim de Toronto para São Paulo peguei uma poltrona em que a tela de LCD tinha defeito. A cada uma hora, travava. Consegui ver um filme inteiro, mas deu trabalho. Vi dois filmes, na verdade. A bosta do Beowulf e o excelente novo filme do George Clooney, cujo nome eu esqueci;
. Falando em bosta (lembra da piadinha dos mineiros que tinha três cidades com "b" em Minas? berlância, beraba e a bosta de araguari), encontrei uns mineiros na espera do avião. Gentes finas;
. É impressão minha ou tem que ser feio para usar poupa-tempo? Peloamordedeus;
. Fiz mandinga para a barata tonta que esqueceu de colocar o número do CPF no meu RG. Bem que eu desconfiei que aquela zonza ia fazer algo errado. Ainda pedi para conferir os dados depois que ela digitou, e ela fez cara feia;
. A briga no avião foi sensacional;
. A menina vomitando do meu lado não foi tão sensacional;
. Pior de tudo é que eu avisei a menina ainda. "Olha, se prepara, porque estas nuves branquinhas são cúmulos-nimbos (uma das poucas coisas que eu aprendi na escola), e quando o avião entrar aí, vai balançar". Cada vez mais eu acho que eu devia é ter ficado quieto;
. O Francês foi mais azarado que eu. Além de não ter pego a mala dele também, ainda estava com um sapato social que era mais liso que sabão para andar na neve;
. Tinha um pato morto no lago, no meio do gelo. Coitado;
. Eu acho que ele mergulhou e se afogou;
. Pato é meio psico. Eles ficam uns 20 segundos embaixo da água procurando peixe;
. Tinha um cisne perdido por lá, no meio dos patos. Lembrei da historinha do patinho feio;
. Domingo à noite cheguei no aeroporto com 4 dólares. Santo Tim Hortons, que era o único lugar onde dava para comer alguma coisa com tão pouco;
. Bom, vou ir visitar meu pai. Está MUITO quente aqui em Santos. Fui!!!

Um final de semana em Toronto

Bom, vou narrar o resto da viagem. Na Sexta-feira, quando a mulher me disse que só tinha vôo para Domingo, eu fiquei bastante preocupado pelo fato de só ter 70 dólares no bolso. Eu meio que passei pelas cinco fases da tragédia:
  1. Negação: "puta que pariu, não acredito que perdi o vôo e só Domingo, deve ter alguma coisa que dê para eu fazer"
  2. Raiva: "porque nevou tanto? porque o avião atrasou? porque não seguraram o avião para o Brasil"?
  3. Barganha: "vamos implorar para pegar o avião no sábado"
  4. Depressão: "fodeu"
  5. Aceitação: "tá no inferno, abraça o capeta"
A minha idéia inicial era dormir a primeira noite em um canto quieto do aeroporto (um aeroporto grande como o de Toronto tem vários), e ver o que fazer na segunda noite, já que DUAS noites seguidas no aeroporto me pareceu programa de índio demais, e eu ia estar em um estado lastimável durante o vôo para o Brasil. Mas eis que um cara que eu conheci no avião me ofereceu uma alternativa (na verdade no embarque em Calgary, eu viajei do lado de um clone do Obama, candidato à presidência dos Estados Unidos, e do lado de um sósia do John Candy. Mas até que a viagem foi tranquila. O Obama não falava quase nada e o John Candy saía para ir no banheiro a cada 15 minutos e ficava mais de 10 minutos por lá, então eu tinha bastante espaço). A alternativa era que ele e um outro cara iam dividir um quarto de hotel (eles estavam vindo de um congresso em Banff, os dois eram físicos), e eu podia arrumar um canto no quarto para dormir. Opa. Era um Austríaco e um Francês. Por mais estranho que possa parecer ser chamado para dormir em um quarto de hotel por dois europeus, tive que aceitar, afinar dormir em chão de quarto de hotel é melhor que dormir em chão de aeroporto. E foi isso mesmo - dormi no chão até tarde (em cima de um cobertor), tomei um banhão de manhã e fui para Toronto com um Francês que parecia o Desmond, do Lost, uns 50 quilos mais magro. O cara da Áustria ia para os Estados Unidos e conseguiu uma conexão Sábado de manhã.

Em resumo, Toronto é uma cidade muito bonita. A gente ficou no centro da cidade, eu vi o lago congelado, andei em um shopping de vidro que tem por lá, vi a CN Tower mas não subi porque era muito caro, o Francês queria comer comida de verdade e não fast-food, a gente foi jantar, o Francês pagou mas não rolou beijinho. Eu tenho amigos que não perdoam. Vamos lá:
  1. O Francês, mesmo falando um idioma meio afetado, era gente fina, casado, tinha uma filhinha de oito meses e a gente estava no mesmo barco (o vôo dele também era para Domingo);
  2. Eu estava com 70 dólares no bolso na Sexta-feira e tinha que fazer durar até Domingo;
  3. Foi só fast e trash food o final de semana inteiro;
  4. E o Francês disse "cara, eu preciso comer comida decente, tá foda fast-food o final de semana inteiro", e eu disse "vai na fé, irmão, os manos pá, as minha pôu, mas eu vou lá no Quiznoz comer um sub";
  5. E o Francês então disse "cara, se eu estivesse sozinho eu ia ficar em um hotel caro. Graças à você, estou num albergue (Brasileiro dos infernos) e economizei uma grana. Eu pago o jantar, no stress";
O albergue era meio lazarento. O quarto cheirava a sovaco. Eu dormi na parte de cima de um beliche, e na parte de baixo dormia um cidadão de sei lá aonde. Todas as vezes em que eu entrei e saí do quarto tinham dois caras com seus notebooks. O tempo todo. Um era japonês. Acho que eles estavam vendo Toronto pela internet, deviam estar com preguiça de colocar o nariz para fora. Tinham alguns Brasileiros por lá, e um que foi deportado dos Estados Unidos não via a mulher e a filha há dois anos. DETALHE que o cara tem passaporte Italiano também e poderia ir para lá a qualquer momento. Vai saber. Cada um com seus cada uns.

Em resumo, o que eu vi de Toronto que foi interessante:
  1. Tem mais diversidade étnica do que Calgary;
  2. O lago É bonito;
  3. O centro da cidade para centro de cidade de cidade grande;
  4. E a cidade é maior;
  5. A CN Tower é alta;
  6. Deve ser bonito lá de cima. Mas torrar 50% do meu capital restante para ir lá, nem a pau, Juvenal;
  7. E as construções do centro da cidade são bem mais bonitas que as de Calgary. Eles tem alguns prédios da década de 30, Calgary não.
Dizem que o trânsito por lá é pior. Vai saber. As ruas me pareceram mais "espremidas" que as de Calgary, mas eu gostei.

Bom, depois de passar o final de semana perdido em Toronto em um esquema budget, foi hora de ir para o aeroporto pegar o avião para São Paulo. Embarcamos no avião, mas antes de as portas serem fechadas um casal Francês (ou Quebequense) foi expulso porque se empurraram, brigaram, riram e se xingaram. Povo estranho. Atrasou meia hora porque tiveram que achar as malas dos dois esquentados. Alguém encontrou a aliança da mulher depois.

Bom, na vinda para São Paulo eu fiquei do lado de uma quase gordinha. Quando o avião começou a descer para pousar no aeroporto, notei que as aeromoças estavam recolhendo tudo e colocando as poltronas na posição vertical. Aí eu falei que elas tem uma super preocupação com a segurança e contei a história de um acidente, em que o avião derrapou na aterrisagem mas todos os passageiros sobreviveram graças à eficácia dos comissários de bordo e aeromoças, e que o treinamento é realmente efetivo. Na minha cabeça nerd, a próxima frase vinda da menina seria "nossa, todo mundo saiu vivo", mas na verdade veio um "nossa, o avião caiu?!?!?!". É. Depois disso a gente pegou uma bela de uma turbulência, a menina passou mal, enjôou, vomitou, e eu fiquei de bico calado, acho que qualquer coisa depois daquilo ia fazer ela piorar.

Mas finalmente cheguei e cá estou.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Um fim de semana em Toronto

Vou contar alguns detalhes da minha epopéia - como eu já disse, houve um senhor atraso na Sexta-feira (do vôo que ia de Calgary para Toronto) devido à uma senhora tempestade de neve que deu as caras em Toronto. Além disso, o avião acabou decolando às 4:20 (ao invés das quatro da tarde, como previsto originalmente), pegamos um pouco de turbulência na decolagem, o que me fez ter a impressâo de que o piloto demorou para ganhar altitude (o que atrasou mais ainda o vôo), atrasamos para pousar em Toronto E ainda tivemos que esperar um trator tirar a neve do terminal. Quando FINALMENTE o avião parou, corri que nem um louco e resolvi só perguntar no guichê da Air Canada em que portão era o vôo para São Paulo, e eis que a mulher me diz que "São Paulo is gone" - eu só disse "shiiiiit". Fui pegar as bagagens (que nunca apareceram - já estavam guardadas pois eles sabiam que eu havia perdido o vôo), e no meio tempo resolvi fazer a reserva para Sábado. E eis que a mulher da reserva me diz "this is going to be funny" - não tinha passagem para Sábado, só para Domingo.

E eis que então eu fiquei preso em Toronto por um fim de semana. Vou fazer que nem o cara do Leis de Murphy, contar a história aos poucos, senão só vou publicar este post quando voltar para o Canadá.

Daqui a pouco tem mais. Fui!

segunda-feira, 3 de março de 2008

Alive after all

Escrevo-lhes neste momento a partir do Brasil, na casa do Kb.Lo, amigo de todas as horas, que foi me buscar com o Fabrício no aeroporto HOJE, já que os planos de eu chegar no Sábado foram por água abaixo, graças à uma tempestade de neve que assolou Toronto e provou um atraso de quase quatro horas no vôo de Calgary. Pois é. Isso foi Sexta-feira. Todo mundo feliz e contente embarcando, eu era um dos últimos já que eu estava sentado na frente do avião, quando o cara que cuidava do embarque anunciou que estava tudo sendo abortado e que quem estava dentro do avião ia ter que sair, já que o bicho estava pegando em Toronto. Previsão de decolagem: 4 PM. Hora original da decolagem (prevista): 1:20. Hora que o avião decolou: 4:20. Quando eu cheguei em Toronto o avião para o Brasil já tinha ido embora. Isso era Sexta-feira. Liguei para remarcar para Sábado e quem disse que eles tinham passagem? Só Domingo.

Uma noite dormindo em chão de quarto de hotel, outra em um albergue, e cá estou. No avião para o Brasil, dois passageiros expulsos porque brigaram, minha companheira de poltrona vomitando no pouso, mas cá estamos.

Depois conto mais detalhes.

O que importa é que estou inteiro :-).

Fui!!!